No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (João I).
O
Verbo é o Som; é a vibração; é a palavra. O Universo de nosso sistema
solar é obra do Logos, ou Deus Criador, que aqui se encarnou e o
sustenta através de Sua vibração-mater. Todas as partículas de
matéria mantêm-se agregadas por atrações afins e por vibrações
correspondentes. As vibrações produzem as particularidades de cada plano
de existência ou dimensão.
Segundo
a filosofia indu, nos ensinamentos védicos, o som primordial de Brahman
– o Senhor do Universo – é AUM. Sobre esta construção, nos seus tons e
subtons, assentam-se todas as demais notas que chegam para a vida.
Cada
reino tem a sua nota fundamental que nele vibra permanentemente. O
reino humano fundamenta-se, principalmente, sobre as vogais A e U.
Cada
pessoa tem também uma nota particular e fundamental e cada letra do
alfabeto possui a sua significação oculta. As vogais unidas da seguinte
forma IEOUA são de maior sonoridade e vêm representar um dos nomes de
Deus.
As
consoantes quando unidas às vogais tornam-se portadoras de sínteses. Na
linguagem antiga dos iniciados, definiam situações e não somente
formavam palavras isoladas. Os alfabetos não foram inventados unicamente
para apoio gráfico ou visual. Tiveram suas origens em símbolos que já
eram portadores de segredos e analogias humanas.
O
alfabeto latino, por exemplo, teve sua origem há muitos milênios,
havendo referências arqueológicas de sua existência entre os cumas,
colônia grega estabelecida na Itália, entre os etruscos, no século XIII
a.C., e entre os mais antigos gregos. Na realidade, os sinais deste
alfabeto, tendo sido revelados na Atlântida, vagaram pelo mundo, onde
nos achados da Suméria foram encontrados num sistema de escrita. Estes
fatos confirmam e reforçam a afirmativa ocultista de que o alfabeto
conhecido por latino foi, na verdade, revelado por sacerdotes iniciados,
em tempos muitíssimo mais recuados, praticamente imemoriais.
Os
caracteres básicos do alfabeto latino são o ponto, o traço e o círculo.
O ponto é a primeira representação da manifestação do Criador. O traço é
a sucessão de pontos que vêm também gerar o círculo. E o círculo é o
limite que Deus impôs ao sistema solar, mas este limite circunscreve
somente a criação, pois Sua Consciência transcende a própria
circunscrição.
Naquelas
primeiras civilizações a palavra era encantada. A fonética utilizada
articulava sons de exatas situações que se queriam mentalmente
demonstrar, e os nomes eram mágicos. Os seres da natureza foram
conhecidos pelos seus verdadeiros nomes, que uma vez pronunciados os
faziam surgir. Os seres humanos usavam de um vocabulário limitado não
necessitando de muitas palavras. O sentido telepático e o intuitivo
tornavam o entendimento perfeito.
Estas
palavras foram perdidas, porém mais tarde recuperadas pelos magos
iniciados que, no entanto, velaram o seu verdadeiro e poderoso sentido.
Deste
modo, existem determinados sons em formatos de palavras que
pronunciados irão gerar efeitos extraordinários, positivos ou negativos,
construtivos ou destrutivos dependendo da direção que lhes sejam dados.
Esses sons hoje são genericamente chamados de mantras.
Existem
sons que vocalizados, obedientes a um propósito, virão vibrar órgãos
e certas regiões do corpo. As vogais isoladamente pronunciadas podem
produzir tais resultados. Também combinadas com consoantes podem se
configurar, do mesmo modo, em mantras curadores.
Há,
assim, mantras em diversas escalas vibratórias que definem ou incidem
para os mais variados resultados. Os mantras mais poderosos quando
vocalizados podem alterar até a própria natureza. São secretos,
revelados unicamente aos Mestres de graus superiores. Outros mantras de
poderes não tão absolutos, mas ainda assim despertadores de
consideráveis forças e energias, são do conhecimento de iniciados de
vários graus. O mantra OM, graficamente representado por AUM, é o mais
popular entre estudantes do ocultismo e seguidores da Yoga. Mas sua
perfeita vocalização não é a mesma praticada em escolas de ocultismo ou
em academias esotéricas.
Das
civilizações de épocas muito anteriores ao cristianismo, e mesmo
posteriormente, conservadoras de alguns vestígios da verdadeira cultura
iniciática nascida na Atlântida, tivemos a dos incas que expandiram seu
império pelas Américas. Da cultura inca derivaram os conhecimentos
astecas, maias, dos pele-vermelhas da América do Norte e dos demais
povos mais tarde chamados ameríndios. Antes que as catástrofes naturais
alcançassem e destruíssem paulatinamente o continente atlante, celeiro
de tanta sabedoria, os ancestrais dos incas que lá viviam foram então
conhecidos por Toltecas - uma poderosa sub-raça, a terceira daquela
magnífica quarta raça-raiz.
Dentre
as formas de representar seus conhecimentos atávicos, os incas erigiam
estátuas com figuras humanas ou divinizadas, chamadas totens (quem sabe
corruptela da memória vocabular tolteca), empilhadas verticalmente ou
posicionadas diretamente em linhas horizontais. Notava-se que suas
bocas, total ou parcialmente abertas, indicavam cada uma a vocalização
de um diferente som, que juntos formariam uma palavra sagrada ou um
mantra.
A
igreja assimilou também elementos religiosos, principalmente gregos,
egípcios e judeus. E ao introduzir a missa o fez com os mesmos
propósitos iniciatórios daqueles povos. O antigo texto das missas em
latim foi trabalhado para um determinado efeito sonoro. Seus hinos e a
palavra “Amém” remontam dos mistérios egípcios e da gnose provinda de
muito além do Mediterrâneo. Sob outra ótica e de modo bem mais
requintado e científico, os antigos iniciados reverenciavam o
extraordinário valor do som.
Sem
dúvida que os Iniciados de todos os tempos foram sempre instruídos do
valor e força da palavra. A palavra realmente produz resultados visíveis
e palpáveis. Platão
e Sócrates prescreviam aos discípulos longos períodos do mais absoluto
silêncio. Assim faziam os indus, os budistas e chineses.
O
homem de vida comum não tem noção da força da palavra em sentido
oculto, iniciático ou esotérico. Entretanto, quando maldiz e vibra ódio
trabalha a favor das forças negativas planetárias, além de gerar carma. A
reza e bênção pronunciadas por pessoa de intenções boas alcançam
beneficamente o seu objetivo. Podem produzir uma cura ou o aclaramento
de situação confusa. Jesus conhecia o valor da palavra, por isto dizia:
“Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da
boca, isto sim, contamina o homem”. (Mt 13-11).
Realmente,
podemos nos alimentar de coisas impróprias ou excessivamente
condimentadas, não apropriadas para o homem do espírito. Isto consumido
virá requerer esforços no sentido de nos depurarmos das toxinas e das
emanações indevidas que se aderem à nossa aura espiritual. Mas podemos
fazer por nós mesmos, mediante disciplina e abstinências. Em relativo
tempo estaremos purificados destes inconvenientes. Porém, se o homem
proclama o mal, se vibra negativamente as palavras, se maldiz ou propaga
falsas e destruidoras doutrinas, não dependerá dele neutralizar estes
males. A lei de causa e efeito atuará inexoravelmente e ele se verá
impotente para dela escapar. Estará contaminado pelas próprias palavras e
ideias que expressou.
Melhor
acautelarmo-nos com os pensamentos porque eles podem estar sendo
estimulados pelas forças negativas de nosso ego inferior, ou por alguma
força maligna externa, ou ainda por uma forma-pensamento, daquelas
errantes que cruzam o espaço a todo instante atraídas para nossa mente.
O
homem traz em si, potencialmente, Deus e Sua sombra. Em Deus ele é a
força construtiva e todo o bem. Na Sua sombra ele é força destrutiva. [Evidentemente falamos da dualidade positivo-negativo presente na criação, pois Deus na sua imanência, dentre outros inexprimíveis atributos é Luz Pura sem sombras].
Na escala, consoante ao sétuplo estado vibratório da matéria, as sete
notas representam em nosso mundo não somente os fundamentos de toda a
sonoridade musical bem como repercutem das vibrações dos reinos da
natureza. Há, não obstante, subtons e oitavas não captados ainda por
nossos ouvidos humanos, como há também outras formas ou vibrações destas
notas básicas. Noutros planos vibratórios estes subtons e oitavas detêm
variações mais elásticas, para cima e para baixo, produzindo sons
ordinariamente desconhecidos.
É sabido que nossos órgãos auditivos têm a capacidade de sintonizar unicamente uma faixa de percepções sonoras, chamadas vibrações sônicas. Abaixo temos as vibrações infrassônicas, ou subsônicas, e acima desta faixa temos as vibrações ultrassônicas. Fora das vibrações sônicas não nos é possível perceber conscientemente qualquer outra presença de som. Entretanto, a natureza inteira sonoriza muito mais do que imaginamos. Os reinos todos emitem diversos e diferentes sons imperceptíveis aos nossos pavilhões auditivos.
É sabido que nossos órgãos auditivos têm a capacidade de sintonizar unicamente uma faixa de percepções sonoras, chamadas vibrações sônicas. Abaixo temos as vibrações infrassônicas, ou subsônicas, e acima desta faixa temos as vibrações ultrassônicas. Fora das vibrações sônicas não nos é possível perceber conscientemente qualquer outra presença de som. Entretanto, a natureza inteira sonoriza muito mais do que imaginamos. Os reinos todos emitem diversos e diferentes sons imperceptíveis aos nossos pavilhões auditivos.
Excetuando
os casos naturais das águas correntes, das pedras rolantes que se
chocam e demais fenômenos fortuitos, acusamos deliberadamente o som
mineral quando, por exemplo, atritamos metais, os golpeamos com
suficiente força através de outros corpos sólidos, ou quando estejam
passando por um processo científico ou industrial de transformação.
Nestes exemplos, percebemos os diferentes teores de sua nota
fundamental, pois suas vibrações alcançam nossa percepção auditiva. Fora
disto, julgamos o reino na sua maior parte em repouso.
De
certo modo, o mesmo ocorre com o reino vegetal onde existe diversidade
de sons não percebidos pelo pavilhão auditivo humano. Alguns
equipamentos eletrônicos, super sensíveis, já conseguem registrar e
reproduzir certas faixas de sonoridade de algumas plantas e flores, o
que antes era sequer admitido.
Do
reino animal conhecemos as vozes de muitas espécies, havendo, no
entanto, imenso leque de variedades por todo o reino, relativamente às
suas capacidades de vibrar e se comunicar. Das espécies menores, como as
formigas, não percebemos ordinariamente suas vibrações, mas sabemos que
se comunicam inteligentemente porque possuem antenas para sonorizar e
captar. Outras espécies menores são ainda portadoras de órgãos que
emitem vibrações por todo o corpo.
Neste
estágio de desenvolvimento do gênero humano somente sensitivos de
incomum percepção ou iniciados avançados com poderes psíquicos
extraordinários, raros por sinal no contato com a humanidade, podem
“conversar” com representantes de outros reinos via interna, ou seja,
através da clariaudição astral plenamente desperta.
Semelhante
condição do instinto natural possuíamos nas primeiras etapas de nossas
vidas, quando de nossa aparição no reino humano. Éramos, porém,
imaturos, sem atributos mentais que nos diferenciassem uns dos outros.
Tornaremos a ter tal condição em futuro, porém de modo consciente, a
exemplo dos sensitivos avançados. Ao adentrarmos no conhecimento interno
da natureza e de nossas próprias capacidades cognitivas, todas as
coisas visíveis ou ainda invisíveis são e serão a identidade de nosso
íntimo com a vida Una.
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