quarta-feira, 22 de maio de 2024

Gaia - Sinais dos Tempos - [I] - [R]


Rayom Ra


  “Sinais dos tempos”, ideia cunhada a partir dos evangelhos dos apóstolos de Jesus, pretende significar, sob um manto de revelação, que grandes tribulações advirão para a humanidade com o consequente julgamento de cada ser humano vivente na Terra, segundo suas obras. Os sinais prenunciados por Jesus Cristo, reafirmados e ultra dimensionados por João Evangelista em seu exílio na Ilha de Patmos, banido que fora pelo imperador Diocleciano, trazem, por esse discípulo de Jesus, através de uma linguagem quase toda enigmática e profundamente alegórica, as profecias dos extraordinários acontecimentos sequenciados que já se afirmam e deixam atônitos a todos os habitantes do planeta no presente tempo, e mais ainda atônitos os deixarão. E depois de tudo, o mal que por tantos milênios atormenta as nações terminará na Terra;

 Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte”. “Nunca mais haverá qualquer maldição...” “Então já não haverá noite, nem precisarão eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles. E reinarão pelos séculos e séculos. Apoc. 21-8 e 22-3,5.

  O calendário para a contagem do Fim dos Tempos e a data de um esperado julgamento que antecederá ou sucederá aos eventos, detêm algumas divergências. Em Mateus 24-6.7.8 é dito com relação às dores e tribulações,

E certamente ouvireis falar de guerras e rumores de guerras: vede não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim”. “Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fome e terremotos em vários lugares”. “Porém, tudo isto é o princípio das dores”.

   Para religiosos, as referências contidas nas parábolas de Jesus não são elusivas ou meramente simbólicas, como em charadas para leitores assíduos ou pesquisadores de livros sagrados. São, verdadeiramente, profecias reais e concretas contendo revelações importantes e transcendentais do final de uma era de aproximadamente 2000 anos, em que se cumprirá o primeiro mandato de Jesus Cristo, chamado pelas religiões cristãs e movimentos religiosos afins, de o Filho de Deus. 

  Feitas análises para o entendimento das passagens anotadas nos evangelhos sobre os sinais dos tempos, vê-se claramente o indicativo de que ao final do período em que Jesus reina sobre a Terra, acontecimentos os mais terríveis tanto geológicos quanto de doenças, fome, sede; de conflitos, guerras e misérias, açularão a vida em todos os lugares e os terremotos [bem como os inesperados fenômenos climáticos que hoje se constatam] mudarão de maneira dramática a crosta do planeta. Esses convulsivos acontecimentos, segundo a profecia, afligirão a todos os povos que finalmente reconhecerão a veracidade das palavras de Cristo e o valor de suas profecias.

  As interpretações de todas as situações apresentadas por Jesus durante sua missão terrena são sempre motivos de grandes discussões entre pesquisadores, evangélicos e céticos. A par dessas infindáveis discussões e visões pessoais de milhares de autores, em muitos trechos das narrativas dos quatro evangelistas há claros dispositivos para fáceis interpretações, principalmente quando tratam de instruir a pôr em prática a fé e ao seguir os passos do enviado de Deus. Nesse critério mostram-se, portanto, ensinamentos isolados e simples para o entendimento de religiosos, mas com frequência também as palavras se alternam com enigmáticas e simbólicas parábolas, porque nelas se embutem metáforas alusivas a níveis mais profundos das experiências espirituais ligadas às tradições milenares. Vejamos alguns outros exemplos onde as palavras de Jesus deixam claras mensagens proféticas:

  Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais”. “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, e ninguém seria salvo; mas por causa dos escolhidos tais dias serão abreviados”. “Então se alguém vos disser: Ei-lo ali! Não acrediteis”. “Porque surgirão falsos Cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios, para enganar se possível, os próprios eleitos”. Mateus, 24-21.22.23.24.

  Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinais haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se”. “Então Jesus passou a dizer-lhes: vede que ninguém vos engane”. “Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu, e enganarão a muitos”. “Quando, porém, ouvirdes falar de guerras e rumores de guerras, não vos assusteis: é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Marcos, 13-4.5.6.7

  Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas: sobre a terra, angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas”. “Haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados”. “Então se verá o Filho do homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória”. “Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei as vossas cabeças; porque a redenção se aproxima”.  Lucas 21-25.26.27.28

  Na verdade, há pouco mais de meio século acontecimentos incomuns vêm se precipitando sobre a Terra. Hoje, no limiar de 2020 [E muito mais agora, em 2024, globalmente], a humanidade sente transformações muito mais intensas, tanto na atmosfera e clima do planeta quanto nas relações entre os povos. As mensagens da ciência, as transformações das sociedades e tudo mais que cerca e envolve as atividades das nações e interessam a uma mídia construída de um macro poder econômico da mais inabalável infraestrutura mundial, viram notícias. Contrariamente, notícias são proibidas, suprimidas, minimizadas ou perdem visibilidade, sendo unicamente tratadas por organismos menores tanto quanto possível independentes, porém sem as retumbantes respostas de quando submetidas ao processo da globalização.

  E se por um lado, a ciência encurta o tempo dos traslados através dos meios de transportes mais rápidos, e ajuda nas intercomunicações instantâneas entre distantes regiões da Terra, e homens e mulheres realizam numerosos intercâmbios das culturas mundiais, por outro lado essa apresentação ao vivo dos povos vem trazer grandes desafios aos sociólogos. Pois enormes abismos se abrem pelas diversidades de elementos e premissas sócio religiosas emergentes das diferentes nações. E Isso somente vem indicar que a distância física entre os povos encurta num sentido figurativo de espaço-tempo, mas as pontes mentais num sentido subjetivo de egos precisarão ser incansavelmente reconstruídas para a edificação de uma nova mentalidade universal sem distanciamentos de nenhuma ordem e sob novas e mais salutares energias.

  Se neste momento a economia mundial globaliza, segundo assim entendem muitos especialistas, em contrapartida os grupos poderosos que dominam sobre os meios pelos quais as necessidades básicas convergem, põem de joelhos mais de meio mundo; os interesses tornam-se cada vez mais absurdos, a natureza se depaupera por todas as vias onde o homem interfere e as guerras eclodem conforme predissera o grande mentor nazareno. Efetivamente que não serão por esses veículos nem com esses biliardários condomínios particulares, sob um imperialismo sem precedentes, que as nações verdadeiramente se unirão em futuro.

  Vivemos agora, sem a menor dúvida, debaixo dos sinais dos tempos. Muitos falsos profetas têm aparecido para alardear grandes acontecimentos jamais confirmados. Anunciadores da ciência vêm surgir em constantes volúpias a fim de também apresentar suas descobertas laboratoriais que trarão novos elementos ao enigma da vida, mas invariavelmente acabam mesmo por provocar infindáveis discussões que pouco ou nada acrescentam ao senso comum.

  Muitos acreditam que o mundo logo acabará; aguardavam esse final na virada do milênio, mas tal não se verificou. A grande comunidade cética mundial, capitaneada pelos cientistas e pesquisadores ateus, acompanhada de perto pelos teóricos e entusiastas de uma revolução mecânica na vida planetária, delira quando os acontecimentos preconizados não se aproximam das margens apregoadas. Apegam-se demasiado à exatidão de datas, ao calendário gregoriano, sob cuja contagem os fatos não se vêm consumando com a precisão que conhecidos profetas pretensamente os teriam expostos, como Michel de Nostradamus.

  Tendo em mente um gatilho disparador de críticas e regozijos, se esquecem de observar ou fingem não ver o mundo a se transformar acima e abaixo, sem que a ciência consiga deter ou dominar os efeitos dos fenômenos naturais mais nítidos e tangíveis. Correntes do ceticismo científico, não tão céticas quanto possam parecer, e não tão menos culpadas de certos acontecimentos postos em prática como veremos mais adiante, então buscam explicar através de seus manuais técnicos de terminologias empoladas porque tais coisas se verificam ou não, e fazem profecias baseadas somente nos experimentos da ciência concreta, e se propõem a novos estudos e comprovações. Não obstante, em regra geral, nada concluem de aproveitável, pretendendo redefinir sempre suas metodologias, dissimulando mensagens e se afastando cada vez mais das origens dos fluxos que permeiam as desordens na natureza.

  A ciência da natureza é simplesmente espontânea. Através de mentes poderosas ganhou conotações humanas e pragmáticas, porém setores controladores de suas experimentações caminham ignorando propositalmente os inflexíveis acontecimentos dos anunciados sinais dos tempos. A ciência é de Deus para seus universos; os homens não a inventaram e no planeta Terra, sob recente cronologia, a vem cada vez mais implementando e a redescobrindo com métodos e tecnologias sofisticadas. Desnecessárias as explicações céticas dos que imantam a ciência com único e espesso véu de materialidade, desejando fazer crer que a ciência unicamente existe porque homens a inventaram. E ao Incorporar um organismo pensante nas metodologias laboratoriais como um só cérebro biológico programado, fazem da ciência um amontoado de proposições e axiomas ateus, fugindo assim de seu principal objetivo que é a união do homem com seu Criador pelo inteligente conhecimento e redescobertas.

 Esqueceram-se esses homens decaídos e profanadores das causas ocultas de todos os fenômenos da natureza, que por trás do menor acontecimento físico até aos grandes, assustadores ou monumentais, existe a causa causaram que a tudo penetra, inclusive ao próprio homem e aos seus atos, e que num plano infinitamente superior à mente científica precede ao verdadeiro sentido da vida. E é preciso busca-la – a essa causa fundamental – durante toda a existência e não somente aos seus efeitos objetivos na vida planetária.

  Esse ceticismo dos dias atuais, reforçado e contaminado da ciência ateia com nova tecnologia funcional, impregnado das nuvens escuras da materialidade, de profundos enganos, erros e distorções é o mesmo ceticismo ateu de todos os tempos testemunhado pela história universal, hoje elevado a um expoente maior, incrivelmente penetrante nas mentes passivas devido ao uso abusivo dos veículos modernos da informação. O ceticismo na história do ocidente esteve sempre anelado à política de governantes, à corruptos e corruptores, à ambição de religiosos que verdadeiramente em seus íntimos a nada acreditavam de um mundo espiritual e transcendente, senão unicamente no materialismo da vida, e que, de 2000 anos para cá, esse mesmo ceticismo e esse mesmo ateísmo cuidaram de profanar a todas as evidências da presença de Jesus na Terra.

  Pela negação de provas concretas existentes, o Jesus histórico, a despeito de sua plausibilidade, não é reconhecido pelos homens ateus, não importando a metodologia e o critério linguístico adotados pelos honestos historiadores para atestar sua existência. Nem é considerado legítimo o sentido das tradições desenvolvidas pós Cristo. A carta de Publius Lentulus é desprezada diante de tantas dúvidas propositalmente plantadas. Da mesma maneira, o depoimento do historiador Flavius Josephus, ou Yosef Ben Matiyahu, no século I da era cristã, é denunciado como um documento apócrifo. O Jesus histórico virou lenda, como é lenda o Jesus místico para os homens que somente admitem os fenômenos da matéria.  Entretanto, vejamos o interessante artigo sobre Flavius Josephus, extraído da Wikipédia:

  Uma outra e interessante versão do "Testimonium" foi encontrada em cinco fragmentos da "Guerra Judaica", numa tradução para o Paleoeslavo que remonta aos séculos XI-XII. Ainda que se trate, evidentemente, de uma interpolação, posto que inexistente no original grego da obra, não deixa de ser muito curioso o modo como o autor se vale de passos evangélicos para compor uma história da prisão e condenação de Jesus absolutamente inédita. Eis o texto:
  Apareceu então um homem, se é que podemos chamar-lhe homem. A sua natureza e as atitudes exteriores eram humanas, mas a sua aparência e as suas obras eram divinas. Os milagres que realizava eram grandes e surpreendentes. Uns diziam dele: É o nosso primeiro legislador que ressuscitou dos mortos e dá provas de suas capacidades, operando muitas curas. Outros julgavam-no enviado por Deus. Opunha-se em muitas coisas à Lei e não observava o sábado, segundo o costume dos antepassados; todavia, não fazia nada de impuro, nem nenhum trabalho manual, dispondo apenas da palavra. Muitos entre a multidão o seguiam e escutavam seus ensinamentos; os espíritos de muitos se agitavam pensando que, graças a ele, as tribos de Israel se libertariam do jugo romano. Costumava estar, de preferência, em frente da cidade, no Monte das Oliveiras. Vendo a sua força e que, com as palavras, fazia tudo o que queria, pediram-lhe para entrar na cidade, massacrar as tropas romanas e Pilatos, e passar a governá-los. Mas ele não lhes dava ouvidos. 
  Mais tarde, os chefes dos hebreus vieram a saber de tudo aquilo, reuniram-se com o Grande Sacerdote e disseram: Somos impotentes e fracos para resistirmos aos romanos, como um arco frouxo. Vamos dizer a Pilatos o que ouvimos e não teremos aborrecimentos. E foram falar dele a Pilatos. Este enviou homens, mandou matar muitos entre a multidão e prendeu o doutor de milagres. Informou-se melhor sobre ele e vendo que fazia o bem, e não o mal, que não era rico, nem ávido de poder real, libertou-o; de fato, tinha curado a sua mulher, que estava moribunda. E regressado ao local habitual, retomou o cumprimento de suas obras, e novamente um número maior de pessoas se aglomerou em torno dele. Os doutores da Lei, feridos pela inveja, deram trinta talentos a Pilatos, para que o mandasse matar. Este os aceitou e deu-lhes autoridade para serem eles próprios a fazer o que desejavam. Desse modo, apossaram-se dele e o crucificaram, apesar da lei dos antepassados’”.

  Transcrevamos, agora, a carta do senador Publius Lentulus publicada na obra, O Sublime Peregrino, ditada pelo espírito de Mestre Ramatís: 

  “Em carta enviada a Tibério, o senador Publius Lentulus, quando presidente da Judéia, narrando a existência de “um homem de grandes virtudes chamado Jesus, pelo povo inculcado do profeta da Verdade e pelos seus discípulos do filho de Deus.
  É um homem de justa estatura, muito belo no aspecto; e há tanta majestade em seu rosto, obrigando os que o veem a amá-lo ou a temê-lo. Tem os cabelos cor de amêndoa madura, são distendidos até as orelhas; e das orelhas até as espáduas; são da cor da terra, porém reluzentes. Ao meio de sua fronte, uma linha separando os cabelos, na forma em uso pelos nazarenos. Seu rosto é cheio; de aspecto muito sereno; nenhuma ruga ou mancha se vê em sua face; o nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, semelhante aos cabelos, não muito longa e separada pelo meio, seu olhar é muito afetuoso e grave, terá os olhos expressivos e claros, resplandecendo no seu rosto como os raios do Sol; porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, pois se resplandece, subjuga; e quando ameniza, comove até as lágrimas. Faz-se amar e é alegre; porém com gravidade. Nunca alguém o viu rir, porém chorar”.

  Aproveitamos para destacar outra fonte histórica ignorada por muitos, firmada numa carta de Pilatos para Tibério Cesar, preservada na Biblioteca do Vaticano, de onde só é possível obter cópias do original, através da Biblioteca do Congresso em Washington. Essa referência foi extraída da obra “Jesus, a Verdade e a Vida” de Fida Hassnain, editora Madras. Diz o seguinte:

 Um homem apareceu na Galileia e pregou uma nova lei; humildade. No começo pensei que tinha por intenção estimular a revolta das pessoas contra os romanos. Minhas suspeitas logo foram afastadas. Jesus falava mais como amigo dos romanos do que como amigo dos judeus.
  Um dia observei o jovem homem no meio de um grupo de pessoas, recostado no tronco de uma árvore e falando calmamente com a multidão que estava ao seu redor. Disseram-me que aquele era Jesus, o que era óbvio devido a diferença existente entre ele e os que o cercavam. Seus cabelos e barba de cor clara conferiam-lhe uma aparência divina. Ele tinha cerca de trinta anos e eu nunca tinha visto antes um rosto tão simpático e bondoso. Havia uma grande diferença entre ele e aqueles outros de barbas negras que o ouviam. Eu não quis interrompê-lo e segui meu caminho, pedindo ao meu secretário juntar-se ao grupo e ouvi-lo.
  Meu secretário contou-me que nunca tinha lido antes nenhum trabalho de filósofos que pudesse comparar-se aos ensinamentos de Jesus e que ele não era agitador nem estava desencaminhando pessoas. Foi por isso que decidimos protegê-lo. Ele era livre para agir, falar e para reunir as pessoas. Esta liberdade sem limites provocou os judeus, que ficaram indignados, ou seja, a atitude não perturbava os pobres, mas irritava os ricos e poderosos.
  Quando solicitei seu comparecimento à minha presença no Fórum, ele veio. Ao olhar para ele, fiquei trespassado. Meus pés pareciam estar acorrentados com correntes de ferro no chão de mármore. Eu tremia como uma pessoa culpada, embora ele estivesse calmo. Sem me mover, avaliei este homem por algum tempo. Não havia nada desagradável em sua aparência ou caráter. Estando em sua presença senti imenso respeito.
  Disse-lhe que sua aura e sua personalidade tinham uma simplicidade contagiante que o elevava acima dos mestres e filósofos atuais. Ele “nos causou profunda impressão devido às suas maneiras agradáveis, simplicidade, humildade e amor”.

  Óbvio que esses elementos concretos nada representam para céticos e maledicentes, porque inventaram e inventarão mil e um argumentos contrários, porém, opostamente às suas intenções, respaldam mais ainda a inabalável fé religiosa, deixando transparecer uma aura de verdade intransponível justamente por seus malignos pensamentos. Ao contrário do esperado pelos solapadores, essas poucas provas históricas refutadoras do ceticismo nos bastam, sendo irrebatíveis, pois sabem os investigadores religiosos e esotéricos que se fossem divulgadas muito mais provas concretas da vinda de Cristo à Terra, as lendas se multiplicariam incontinenti, conduzindo verdades por caminhos sem fim que confundiriam buscadores e estudiosos por suas imaginações irrefreáveis.

  Além do mais, a fé para ser leal precisa ser testada nas verdadeiras provas. Os evangelhos motivam suficientemente a fé, pois falam aos corações e mentes dos receptivos, muito embora tenham sido modificados em certos trechos pelas interpretações tortuosas de homens, ou mesmo pelos condenáveis interesses de indignos papas e prelazias. Porém, salvaram-se exemplares de comprovadas originalidades que diferem dos evangelhos conhecidos mundialmente, mas que também confirmam e revitalizam passagens importantes divulgadas nas quatro narrativas dos apóstolos, mesmo em sentido oculto. (1) Desse modo, vemos robustecer as principais verdades objetivas e aquelas mantidas sob a ocultação de véus através de simbolismos e alegorias, conforme já mencionamos.

  (1) Hoje, mais que nunca, pelos achados nas cavernas de Qumram, não somente confirmam-se muitas verdades dos evangelhos divulgados pela Igreja ao longo dos milênios como se redescobrem omissões e outros importantíssimos segmentos não contados. (ver "A Linhagem do Santo Graal", por Laurence Gardner, Ed. Madras)

  Fato é ter ficado para o mundo no longo tempo de domínio da igreja, a aguçante inquirição: quem foi realmente esse Jesus sobre quem tanto já se escreveu, e de quem se buscou uma imagem mais transparente que melhor retratasse sua pessoa e obra; esse artífice sensacional da maior revolução de crenças religiosas dos últimos 2000 anos, chamada cristianismo? A Bíblia afirma ter sido ele filho de um simples carpinteiro chamado José, e de uma mãe casta chamada Maria, nascido em Belém pela graça do Espírito Santo, tendo crescido em Nazaré da Galileia. Sua ascendência seria a linhagem de Davi, da tribo de Judá, rei de Jerusalém, pai de Salomão seu grande sucessor, cujas ações e atos sobrelevaram-no aos patamares dos mais sábios da antiguidade. Das muitas histórias de Jesus, conta-se de sua espontânea sabedoria ainda criança, a discutir e ensinar o espírito da letra das escrituras nos templos públicos das sinagogas, irritando assim os sacerdotes fariseus cognominados autoridades nas leis mosaicas.

  Para místicos e esotéricos, o nascimento de Jesus não deve ser entendido literalmente como narrado nos evangelhos. E nem ele seria o filho único de Deus, porque filhos de Deus todos nós somos. Nesse segmento, nas escolas de mistérios, há toda uma história pregressa da pessoa de Jesus sob escalões iniciatórios, desde tempos imemoriais, e acentuadamente no desaparecido continente de Atlântida.

  Os iniciados, como foi Jesus um deles e continua sendo, galgam degraus e postos no corpo de uma Hierarquia regente dos destinos da Terra, e ao subir iniciação após iniciação tornam-se cada vez mais sábios e perfeitos. Esses homens especiais convivem com seus semelhantes nos mundos superiores, em intensas tarefas segundo suas inclinações e qualidades desenvolvidas. Na medida em que os ciclos históricos da evolução planetária em seus reinos e povos atingem determinados estágios, torna-se necessário um novo impulso em suas consciências para um avanço mais significativo. A vinda de mensageiros com a missão de abrir novos portais de conhecimentos na Terra é então providenciada, segundo as energias que astronômica e astrologicamente permearão o planeta e as nações, e que, sob suas influências, alavancarão novas conquistas. E as novas energias que se precipitam nesses momentos de vindas missionárias, intensificam, fundamentalmente, dois polos, o negativo e o positivo. Daí o mundo convulsionar sob um roldão de acontecimentos e forças opositoras a se lançarem sobre anacrônicos sistemas, muitas vezes criando o caos, com isso, preparando o caminho para a renovação.

  Jesus foi escolhido pelos seus superiores para desempenhar o papel de mentor de uma era de transformações espirituais, porque detinha qualidades para tal missão. A Era de Peixes, a qual Jesus inauguraria, traria duas pessoas numa só para o desempenho de tal e grandiosa tarefa; Jesus – o missionário encarnado, que a par de trabalhar pelo mundo com grande poder e autoridade, era ainda assim, um aspirante a novas iniciações – e o Cristo. Cristo é uma energia cósmica, transcendente a todo o sistema solar e intemporal, estando imantada na segunda pessoa da trindade, conhecida pelos gnósticos e modernos esotéricos como o Segundo Logos. Essa poderosa energia é também imanente a toda a natureza, segundo suas diversidades de reinos e espécies, e no ser humano encarnado é sua vida e seu Mestre verdadeiro. Cristo representa na Hierarquia da Terra a energia de um de seus três grandes departamentos – exatamente o segundo – a exemplo da natureza original do próprio Logos Solar, em três principais aspectos. E homens e mulheres evoluindo nos escalões da Hierarquia da Grande Fraternidade Branca no planeta Terra, de tempos em tempos, são incumbidos de incorporar os poderes dessa energia tríplice para atuar em auxílio ao mundo. Quando no segundo departamento da Hierarquia Planetária, os iniciados que alcançam e incorporam os atributos de Cristo são conhecidos no esoterismo oriental como Bodhisattvas.

  O momento na Terra, na Era de Peixes, pelos ciclos evolucionários do próprio sistema solar traria a energia crística, e Jesus veio com a missão de a isso plasmar no mundo encarnando-se num corpo físico. E imediatamente acima dele estaria a figura de Cristo, seu Mestre. Portanto, Cristo é uma Energia, uma Presença obrigatória e uma Vida imanente e transcendente, emanada do Sol, personificada na Terra nos altos iniciados que regem os destinos da evolução planetária, conforme acontecido na Era de Peixes. A potencialidade de Jesus era imensa, mais ainda a de Cristo que com ele, a partir da cerimônia do Batismo no Jordão, dividiria a missão e a responsabilidade de entregar aos homens os mais profundos ensinamentos das tradições sacerdotais em três níveis principais: o religioso, o esotérico e o iniciático. No processo missionário, e nas situações enfrentadas por Cristo e Jesus, como uma só pessoa, ambos avançaram em seus planejamentos iniciatórios, e tal como ocorre com neófitos e discípulos da sabedoria oculta, obtiveram iniciações, incorporando novas energias e forças que se outorgam aos candidatos quando vitoriosos nesse mister. Essa assertiva é confirmada por correntes do esoterismo onde a figura de Cristo teria obtido iniciações durante aquela missão, do mesmo modo que Jesus, mantendo-se, assim, a hierarquização de suas forças, mas com avanço maior da pessoa de Cristo chamado Maytréia.

  A missão de Jesus, portanto, detinha ainda um elemento mais valioso para o mundo, o de abrir o portal das iniciações em segundo grau a todos os homens da Terra que seguissem os seus ensinamentos. Por isso, a necessidade de um palco material sequenciando argumentos, capítulos e situações de sua passagem física. Por isso, a necessidade das alegorias e simbolismos deixados ao mundo desde o seu nascimento até sua crucificação. E por isso foi uma história com um sentido humano real e doloroso, acoplado a outro minucioso sentido oculto e esotérico, onde um confirma o outro em níveis diferentes nesse universo de experiências e ascensões da alma.

  As muitas situações em que se descrevem a presença do Espírito Santo em Jesus e em discípulos, e sendo o Espírito Santo a terceira pessoa e não a segunda como é o Cristo, se devem as necessidades de as forças atuarem em separado ou se conjugarem. No ocultismo gnóstico, fazem-se referências a Jesus falando e agindo ora como Cristo ora como Sophia – a Sabedoria que emana do terceiro aspecto feminino do Logos, o próprio Espírito Santo ou Mente Universal em nível planetário. Esses são segredos somente aprofundados por iniciados da sabedoria oculta. Na descrição de H.P. Blavatsky, Jesus é visto assim:

  Jesus, chamado também Cristo ou Jesus-Cristo. Há que se estabelecer uma distinção entre o Jesus histórico e o Jesus místico. O primeiro era essênio e nazareno e foi mensageiro da Grande Fraternidade para predicar os antigos ensinamentos divinos que deveriam ser a base de uma nova civilização. No espaço de três anos foi Mestre divino dos homens e recorreu à Palestina, levando uma vida exemplaríssima por sua pureza, compaixão e amor à humanidade. Obrou muitos prodígios ressuscitando mortos, sanando enfermos, devolvendo a visão aos cegos, fazendo andar os paralíticos e realizando muitos outros atos que, por seu caráter extraordinário, foram qualificados de milagres.
  A sublimidade de suas doutrinas ressalta-se, sobretudo em seu célebre Sermão da Montanha. Como iniciado que era, ensinou também doutrinas esotéricas, porém essas as reservava para os poucos, isto é para seus discípulos eleitos. Ao Jesus histórico se tem atribuído não poucos fatos lendários que os tem convertido em outro personagem puramente místico, uma verdadeira cópia do deus Krishna, tão venerado na Índia...

  Já sobre o significado de Cristo, assim se expressa a mesma autora, em alguns trechos que selecionamos:

  Chréstos (Gr), primitiva forma de Cristo. Foi usada no século V antes de J.C. por Esquilo, Heródoto e outros. (...) Os términos Cristo e Cristãos, que originalmente se escreviam Chrést e Chréstianos, foram copiados do vocabulário do Templo dos pagãos. Chréstos significava em dito vocabulário um discípulo posto à prova, um candidato para a dignidade de hierofante. Quando o aspirante havia alcançado por meio da iniciação, largas provas e sofrimentos, e havia sido ungido (isto é “tocado com azeite” como eram os iniciados e ainda as imagens (ídolos) dos deuses de modo a ser o último toque da prática cerimonial) trocava-se seu nome para Christos, o purificador, em linguagem de mistério ou esotérica. 
  Em simbologia mística, realmente, Christés ou Christos significava que se havia já percorrido ‘o caminho’, o Sendero, e alcançado a meta; quando os frutos de um árduo trabalho para unir a efêmera personalidade de barro com a Individualidade indestrutível, o transformavam desse modo em Ego imortal. ‘Ao término do caminho está o Chréstés’, o Purificador, e uma vez levada a cabo a união, o Chréstos, o ‘homem da dor’, se convertia em Christos mesmo”.

  Vemos, portanto, que o epíteto Jesus Cristo, não foi casual, e o nome Jesus também foi um dos muitos nomes a ele atribuídos, dentre tantos como Yehoshua Ben Pandira, Emmanuel, Nabu Meschiha, Issa ou Iesus. Se chegar a Cristo era alcançar um estado de elevação e sabedoria através das dolorosas provas a que se submetiam os candidatos, esse processo hoje não mudou, sendo ainda a meta para muitos discípulos que seguem os passos do grande iniciado judeu sob os auspícios e supervisão dos mestres da Fraternidade Branca.

  Ser Cristo na Terra não é somente sinônimo de agonia e sofrimento, mas de um estado superior mental-espiritual a que o ego atinge, ao se amalgamar com os poderes da alma cristificada em suas progressivas iniciações. O estado crístico, contudo, na plena existência de seus poderes espirituais, nada tem a ver com a personalidade em si mesma, sendo livre dela, porém estando parcialmente nela enquanto o iniciado, ainda encarnado, galga a Cristo ou já realiza sua missão. Muitos se dizem iniciados porque assim foram nas suas escolas, porém as iniciações que verdadeiramente unem o discípulo com a Fraternidade Branca são dadas fora dos sistemas de ensinamentos adotados pelas escolas.

  Da importância da vinda de Cristo a Terra, por meio de Jesus, temos os seguintes extratos de A..A. Bailey na obra “De Belém ao Calvário”:

  A revelação crística é universal e toda a analogia que existe noutras religiões é simplesmente uma parte dessa revelação. O cristianismo não é uma religião de mesma ordem que outras; como disse Scheleimarcher, é a religião das religiões. Que importância há se dentro do cristianismo, que se supõe é tão distinto de outras crenças, não haja nada de original fora a vinda de Cristo e de Sua Personalidade? Não é precisamente sobre isto que se cumpre a esperança de todas as religiões? (palavras do Dr. Berdyaev).
  Cada grande período de tempo e cada ciclo mundial terão – pela amorosa bondade de Deus – sua religião das religiões que sintetize todas as revelações passadas e indique a esperança futura. A atual expectativa do mundo demonstra estarmos aos pródromos de uma nova revelação, revelação que de modo algum negará nossa divina herança espiritual, senão que, pelos prodígios do passado, agregará uma clara visão do futuro. Expressará o divino, algo até agora não revelado. Portanto, é possível que a compreensão de alguns dos significados mais profundos da história do Evangelho, permita ao buscador moderno captar uma síntese mais ampla do tema.
  (...) A religião eventualmente deve ser um compendio, extraído de muitas fontes e formado de muitas verdades. Resulta, portanto, lícito pensar que se na atualidade deveríamos eleger um credo poderíamos escolher o cristianismo por esta razão específica: o problema central da vida é aferrar-nos a nossa divindade e pô-la em manifestação. Na vida de Cristo temos a demonstração mais completa e perfeita e o exemplo de uma divindade vivida exitosamente na Terra, vivida como a maioria de nós deve fazê-lo, não em retiro, senão em meio às tormentas e tensões”.

  De fato, o cristianismo para chegar ao Oriente Médio como a Grande Revelação, em meio às revelações de um passado religioso e de extrema aplicação por homens que se entregaram às verdades salvadoras do mundo, que receberam e ditaram regras de purificação e práticas de ensinamentos, teve antes, no budismo, o seu último grande ancoradouro. Buda fora o Cristo revelador cinco séculos antes, e tal como Jesus na Galileia a seu tempo e modo, Buda primeiro viveu uma vida de dolorosas experiências humanas, para depois se entregar a uma vida asceta mais bem concatenada mentalmente a fim de alcançar as verdades espirituais libertadoras. Mas quem seguiu Buda com o desejo colado na alma e sem o largar alcançou o Nirvana, conforme prometera o Gautama, não viveu naquelas vidas de buscas e práticas solitárias do mesmo modo com que viveram os seus irmãos de raça voltados para suas famílias e afazeres diários. Buda diria das ilusões de Maia e das armadilhas dos demônios para tentar os buscadores e retirá-los de seus ascetismos. Já Cristo, incrementando as verdades de Buda com novas perspectivas e horizontes para todos os seres na Terra, diria:

       Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”. “Porquanto, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa, achá-la-á” (MT, 16-24,25).

  As distâncias conceituais entre o budismo e o cristianismo somente se levam em conta pelas naturezas dos povos a quem foram revelados, pois a cada ciclo de avanço das consciências as mensagens buscam de todas as maneiras alertar os homens a desenvolver uma visão mais subjetiva da alma, e nessa visão encontrar-se a si mesmos como almas com poderes internos, e não como corpos e sentidos. Mais adiante esses homens identificados com suas almas, virão deixá-las para subir mais alto ainda e serem unos com suas mônadas ou espíritos, o Pai nos Céus. Desse modo, o budismo grassou pela Ásia, mas não encontrou abrangência no Oriente Médio e Europa, tendo estancado nas margens do Mediterrâneo como uma consecução profética e um limite de não ultrapassar, senão com outra mensagem e visão maiores que viriam com Cristo. Seguindo com A.A. B:

  “Interessante também recordar que estas duas destacadas individualidades, Buda e Cristo, estamparam suas insígnias em ambos os hemisférios, sendo Buda o Instrutor do Oriente e Cristo o Salvador do Ocidente. Quaisquer que sejam nossas conclusões pessoais a respeito de Suas relações com o Pai nos Céus, ou entre si, o fato subsistirá sobre todas as controvérsias. Revelaram entre Si a divindade para suas respectivas civilizações e, de maneira fartamente significativa trabalharam juntos para o benefício eventual da raça. Seus dois sistemas são interdependentes, sendo que Buda preparou o mundo para a mensagem e missão de Cristo. Ambos encarnaram em Si Mesmos certos princípios cósmicos, e por Suas obras e sacrifícios, certos poderes divinos se derramaram através da humanidade e sobre ela.
  (...) Porém o amor chegou ao mundo por intermédio de Cristo, e com Sua obra transmutou a emoção em amor. Como “Deus é Amor”, a compreensão de que Cristo revelou o amor de Deus, aclara a magnitude da tarefa que empreendeu – tarefa muito mais além dos poderes de qualquer instrutor ou mensageiro que o precedeu. Quando Buda recebeu a iluminação, “permitiu entrar” uma onda de luz sobre a vida e sobre nossos problemas mundiais, e esta inteligente compreensão das causas das angústias do mundo a formulou nas Quatro Nobres Verdades ...”

  Mas com que autoridade se revestiria Jesus para se dizer o Cristo, restabelecer verdades milenares sob o peso de parábolas, e representar na Terra um papel de Salvador do Mundo, vivendo cena a cena, etapa a etapa, um percurso marcante e inesquecível de uma trama notável onde a alma desempenharia um papel central? E como esse mortal comum ousaria prenunciar fatos futuros em profecias terríveis e fatais?

  A história de Jesus só se torna crível, se buscarmos nos mecanismos esotéricos os fatos pregressos que se encadeiam sob a gestão de uma Hierarquia Planetária, onde homens de mentes avançadas e com clarividências tomam para si os destinos da Terra e de sua humanidade. Ninguém nasce por nascer, e por obra e graça do Espírito Santo vem simplesmente tornar-se sábio da noite para o dia passando a desempenhar missões divinas e diretoras na Terra. Os homens que aqui pisaram para serem grandes instrutores, já eram homens superiores com cabedais iniciáticos não somente conquistados na Terra como trazidos de outros orbes planetários. As grandes raças que passaram e passam por estágios evolucionários sempre elegeram e ainda haverão de eleger os seus líderes espirituais para comandar grandes avanços nas sociedades, em todos os campos de atividades. Sob a égide da Hierarquia Planetária, esses homens excepcionais puderam conjugar a sabedoria por eles conquistadas, com a inspiração e visão universal de outros superiores mestres e grandes representantes de Deus na Terra, e assim levar adiante os planos mais eloquentes para os avanços mentais das raças e aperfeiçoamento espiritual. A meta mais próxima será sempre as conquistas já acontecidas e demonstradas pelos lídimos e para nós perfeitos líderes. E Jesus foi um desses luminares que desde um passado distante galgava postos importantes no corpo hierárquico e se habilitava para escolhas cada vez maiores em missões entre os homens. Eis o que nos conta Ramatís sobre fatos passados, e de um personagem de visão e mente avançadas, encarnado na Terra como Antúlio de Maha Ethel, quem futuramente viria ser Jesus de Nazaré – O Cristo aguardado pelas tradições da sabedoria milenar:

  Entre os profetas longínquos, alguns que previram os pródromos do que ocorreu na Lemúria, na Atlântida e nos primórdios da raça atual, distinguimos a generalidade dos que na Terra ficaram tradicionalmente conjugados à casta dos “profetas brancos”, que abrange todos os profetizadores do Velho e do Novo Testamento. Há que recordar os Flamíneos, herdeiros iniciáticos dos videntes da “Colina Dourada”, mas, acima de tudo, o inigualável Antúlio de Maha Ethel, o sublime instrutor atlante, consagrado filósofo e vidente das “Portas do Céu!”.
  Antúlio foi o primeiro depositário na Terra, da revelação do Cosmo, precedendo a Moisés em milhares de anos. Sob a inspiração das Cortes Celestiais, criadoras dos mundos, ele deixou magnífico tratado de “Cosmogênesis”, no qual descreve a criação da nebulosa originária de vossa Constelação Solar. Cabe-lhe a primazia de haver descrito a maravilhosa tessitura dos Arcanjos e dos Devas, com suas roupagens planetárias policrômicas, onde o iniciado distingue perfeitamente os campos resplandecentes dos reinos etéreo-astrais dos mundos físicos!
  Antes do trabalho esforçado de Moisés, no Monte Sinai, Antúlio já pregava na Atlântida a ideia unitária de Deus, mas em lugar de Jehovah, feroz e vingativo, ensinava que o Onipotente era uma Fonte Eterna de Luz e Amor! Também é de sua autoria a primeira enunciação setenária na Terra, quando se refere à cromosofia das sete Legiões dos Guardiões, cada um se movendo numa aura correspondente a cada cor do Arco-Íris.
  Comprovando seus dons maravilhosos, Antúlio previu, com milênios de antecipação, a submersão da Atlântida e a inversão rápida do eixo da Terra há mais de 27.000 anos do vosso calendário!
  Desde as tradições bíblicas até os vossos dias, muitos outros eventos proféticos foram registrados e comprovados pela documentação que ainda se guarda nas fímbrias do Himalaia, nas regiões inacessíveis ao homem comum. A Bíblia vos notifica de que os bons profetas existiram desde Davi, principalmente entre as tribos de Israel, das quais se destaca a tribos dos “Filhos de Issacar”, berço dos mais notáveis profetas, cujos descendentes, mesmo em vossos dias, revelam ainda notável dom de profecia, tais como Schneider e, principalmente, Nostradamus, o vidente francês.
  Moises, Samuel, Elias, Eliseu, Isaias, Ezequiel, Daniel, Joel, Jeremias, Amós, Zacarias, Malaquias, e muitos outros, foram profetas de sucessos comprovados nos livros sagrados, onde se diz que eram profundamente tocados pela graça do Senhor dos Mundos! Posteriormente os apóstolos Pedro, Mateus, João Evangelista e outros discípulos de Jesus, que ouviram o Mestre predizer as dores de vossos dias, também foram tocados pela graça de profetizar. Finalmente, Jesus, o Sublime Enviado, ao considerar o “Fim dos Tempos” e o “Juízo Final”, também usou a linguagem sagrada da profecia”. (Ramatis, Mensagens do Astral).  

  À medida que o continente da Atlântida passava por transformações geológicas, mediante as ações de uma Hierarquia Planetária em seu papel corretivo e orientador das raças, o aspecto da crosta da Terra sofria transformações. Quando, finalmente, um cataclismo de maiores proporções sacudiu e projetou o planeta para além de seu equilíbrio original, provocando terremotos, maremotos e afundamentos de continentes, a natureza inteira sofreu profundas transformações em todos os seus aspectos; daí pelos milênios vindouros a vida na Terra veio se adaptando às novas condições. Nos dias de hoje os conceitos divulgados pela astronomia em relação a alguns aspectos do orbe ainda se prendem aos seguintes parâmetros:

  Sabe a astronomia que a Terra não é uma esfera perfeita, sendo dilatada no equador e achatada nos polos. O seu diâmetro equatorial tem em torno de 12.756 km ao passo que o diâmetro polar tem aproximadamente 12.713 km, o que dá uma diferença de mais ou menos 43.0 km a maior para o equador terrestre. Somado a isso temos a inclinação do plano do equador terrestre em relação ao plano da eclíptica em 23º 27’ e este, por seu turno, detém a inclinação em relação ao plano da órbita da Lua em 5º 8’. O plano da eclíptica é o plano da órbita do planeta Terra em redor do Sol”- (Nova Era ou Era Dourada – Rayom Ra).https://arcadeouro.blogspot.com/2017/02/nova-era-ou-era-dourada.htm

  Um planejamento levado a cabo para um planeta como a Terra, através de sua Hierarquia, ocupa-se sempre em buscar o equilíbrio nas relações interdependentes de todos os processos de vida, quer humanos, animais, vegetais ou minerais. A natureza edifica reinos e espécies e o reino humano desempenha destaque especial pela condição de o homem evoluir conscientemente através do exercício constante – e cada vez mais apurado – de um estado de consciência chamado racional. A natureza é sempre tratada e cuidada pelos setores da Hierarquia responsáveis pela evolução da vida na Terra como uma existência global onde as alterações mais significativas em qualquer dos reinos, afetarão um todo, modernamente convencionado a chamar-se ecossistema.

  O planeta ao ter sua sustentação alterada pela inclinação de seu eixo imaginário, sofreu mudanças em todos os níveis das vidas orgânicas e inorgânicas e na captação da energia do astro-rei, nas incidências dos seus raios sob ângulos antes não acontecidos. Ante essa inclinação, houve também mudanças nos circuitos de energias eletromagnéticas em seus cursos de ida e vinda de norte a sul e de leste a oeste. Os polos geográficos ao mudar seus posicionamentos anteriores, pela inclinação do eixo terrestre, mudaram também as estações climáticas, precisando elas ser reestudadas e recalculadas segundo novas relações astronômicas, adequando-se calendários para ambos os hemisférios. Toda essa inusitada situação que abrangeu o planeta inteiro provocou mudanças visíveis e profundas nas vidas dos reinos, produzindo no homem alterações principalmente de ordens fisiológicas, emocionais e até mentais.

  Tanto a formação geológica do orbe terráqueo quanto a sua posição astronômica eram outras há milhões de anos. A Terra tem dois polos magnéticos, norte e sul, para o trânsito das energias, um de entrada e outro de saída. Tem também dois outros caminhos específicos, de ida e volta, de leste para oeste e de oeste para leste, para as suas trajetórias pelo globo.
 Na época do aparecimento da raça Polar, o polo norte geográfico, como dissemos, era representado pela região onde hoje se estende o deserto de Gobi na Ásia. Essa situação mudou milhões de anos depois, após a hecatombe de magnitude planetária que resultou na submersão do continente atlante. Como consequência, o eixo da Terra adernou 23º e 27´ em relação à eclíptica com o equador, posição até hoje relativamente mantida”. (O Monoteísmo Bíblico..., Rayom Ra).

  O planeta, após as hecatombes durante o período atlante, resultou em quatro polos, dois geográficos e dois magnéticos. Os antigos polos geográficos que adernaram de suas posições originais, sendo hoje somente magnéticos, antes, acredita-se, representariam a ambas as condições numa só: a magnética e a geográfica. Hoje, portanto, ao norte e sul do orbe temos em cada uma dessas orientações dois polos distintos, comprovados pelas agulhas das bússolas que quanto mais se aproximam de um polo geográfico mais apontam em direção ao polo magnético, realizando o fenômeno chamado declinação magnética. Na realidade, há um jogo de inversões de polaridades ou atrações opostas entre negativo x positivo nos polos geográficos e magnéticos. Desse modo, quando as agulhas das bússolas apontam para o polo geográfico norte, elas estarão de fato apontando para o polo magnético sul, e também vice versa em relação ao polo geográfico sul e polo magnético norte.

  Esse fato comprovado cientificamente é bom ressaltar, estaria acontecendo porque há mais de 500 mil anos, ou como apontam alguns 750 mil anos, os polos magnéticos se teriam invertido em relação às suas polaridades. Desse modo, o polo magnético norte foi invertido para o polo geográfico sul enquanto o polo magnético sul foi para o polo geográfico norte.

  Isso também significaria que enquanto os polos magnéticos trocam de posições, a rotação da Terra viria passar por uma desaceleração até estancar, para depois começar a girar ao inverso. Durante o processo de alternância dos polos, o campo magnético da Terra se enfraqueceria o que viria causar inúmeros transtornos como desorientação de animais em seus períodos migratórios, além de sobrevir uma onda de radiação que causaria queima de colheitas, doenças e outros problemas.

  A situação acima pode suceder porquanto há um fenômeno explicativo chamado “Ressonância de Schumann”, captado pela medição de ciclos na frequência de base da Terra, chamada pulsação. Essa pulsação, em milênios, detinha uma constante de 7 a 8 ciclos por segundos, hoje os ciclos já chegam perto dos 15. Assim, os cientistas constatam uma relação inversa, ou seja, enquanto os ciclos aumentam o campo gravitacional da Terra diminui, estando já próximo de sua metade. Isso, somado a outros fatores, levaria o planeta ao Ponto Zero, que é, exatamente, o equilíbrio entre o movimento de rotação e a atração gravitacional, dando-se no Ponto Zero o momento da inversão dos polos magnéticos. Como resultado, se verificaria o consequente estancamento da rotação da Terra no sentido oeste-leste, reiniciando o movimento rotatório para o sentido leste-oeste. (2) Ou seja, a inversão ocorrendo veríamos o nascente do Sol a oeste e o poente a leste. É provável esse estancamento da rotação planetária durar horas, o que ocasionaria uma perturbação incrível na vida terrena, muito embora não voássemos pelo ar pela falta de sustentação gravitacional, pois a existência do campo gravitacional do planeta não depende somente de sua rotação, existindo três outros centros de gravidade no interior da Terra.

  (2) Esta referência merece uma explicação complementar, uma vez que o sentido rotacional do globo terrestre também depende do ponto onde se encontra o observador. Se o observador está acima do Polo Sul, o sentido de rotação da Terra é horário. Se ele se encontra num ponto acima do Polo Norte o sentido de rotação é anti-horário. Na edição original da nossa obra, “O Eixo da Terra Verticaliza”, havíamos cometido o engano de anotar o sentido de rotação da Terra naquilo, maiormente observado, de leste para oeste, que agora corrigimos.

  Uma das constatações que já se verifica, na medida em que nos aproximamos do Ponto Zero é a sensação do encurtamento dos dias ou uma velocidade maior das horas, o que fisicamente não acontece. O fato se explicaria pela incidência de um momento em que grande parte da humanidade começa a elevar a consciência para o subplano mais alto da quarta dimensão e subplano mais baixo da quinta dimensão, e isso nada mais é do que a abertura dos portais internos de nossas percepções psicofísicas para a dimensão em que os parâmetros de tempo e espaço são sentidos de modos diversos aos aprisionados por instrumentos de nossas convenções terrenas. Não devemos nunca nos esquecer de que a Terra é um Ente Físico e Espiritual, e dele detemos todos os átomos de nossos corpos.
 

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