quinta-feira, 29 de junho de 2017

Âkâza, Aether e Éter

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 AKÂZA, AKÂSA OU AKÂSHA – Espaço, éter, o céu luminoso. A sutil, supersensível essência espiritual que inunda e penetra todo o espaço. A substância primordial erroneamente identificada como o Éter, posto que seja respeitante ao Éter tanto quanto o Espírito é respeitante à Matéria, ou o Atma seja respeitante ao Kâmarûpa. Na realidade, é o Espaço Universal em que está imanente a Ideação eterna do Universo em seus sempre modificadores aspectos sobre os planos da matéria e objetividade, e do qual procede o Logos, o pensamento expressado. Por esta razão, declaram os Pûranas que Akâsa tem um só atributo – o som – uma vez que o som não é mais que o símbolo decifrado do Logos, ou seja, o Verbo, a Linguagem em sentido místico.

  Em mesmo sacrifício (o Jyotichtoma, Agnichtoma) chama-se o Deus Akâza. Nestes mistérios pertencentes ao sacrifício, Akâza é o Deva onipotente que a tudo dirige e desempenha o papel de Sadasya, o superintendente dos efeitos mágicos das cerimônias religiosas. A antiguidade tinha seu próprio hotri designado (sacerdote), que levava seu nome. Akâza é o agente indispensável de toda kritya (operação mágica) religiosa ou profana. A expressão excitar a Brahmâ significa despertar o poder que jaz latente ao fundo de toda a operação mágica, pois os sacrifícios védicos não são em realidade outra coisa que cerimônias mágicas.

  Esse poder é o Akâza que sob outro aspecto é o Kundalini – eletricidade oculta, o alkahest dos alquimistas em certo sentido, ou o dissolvente universal, a mesma anima mundi em plano superior, como a Luz astral no inferior. Neste ato de sacrifício, o sacerdote está penetrado do espírito de Brahmâ e durante aquele tempo é Brahmâ mesmo. (Isis Sem Véu).

  - Akâza é a substância viva primordial, correspondente à concepção de alguma forma do Éter Cósmico que penetra o sistema solar. Toda coisa é, por assim dizer, Âkâza condensado, fazendo-se isso visível pela mudança de seu estado super etérico em uma forma concentrada e tangível, e toda coisa da Natureza pode resultar outra vez em Âkâza, fazendo-se invisível, mudando para repulsão o poder de atração que mantinha unidos os seus átomos; porém, há uma propensão nos átomos que se constituíram em uma forma a ter outra vez a união da ordem anterior e reproduzir a mesma forma. E uma forma pode, por ela mesma, fazendo a aplicação desta lei, ser aparentemente destruída e logo reproduzir-se. Esta tendência se acha no caráter da forma conservada na Luz Astral. – (Franz Hartmann).

  - Âkâza é o nome do primeiro Tattva (Âkâza-Tattva), o éter sonorífero. È um Tattva importantíssimo; todos os restantes derivam dele, vivem e obram nele. Todas as formas e ideias do Universo vivem nele. Não há coisa vivente no mundo que não seja precedida ou seguida de Âkâza. Esse é aquele estado do qual podemos esperar que seguisse imediatamente toda outra substância e todo outro Tattva, ou mais estritamente, no qual toda coisa existe, porém não se vê – (Rama Prasad).
  AETHER – Entre os antigos era a divina substância aluminífera que impregna todo o Universo, a vestidura da Deidade Suprema, Zeus-Zen, o Júpiter. No esoterismo, o Aether é o terceiro Princípio do Setenário Kósmico, sendo o mundo material o inferior, seguindo-se depois a Luz Astral, o Éter e o Âkâza, que é o Superior. [Aether é o elevado Princípio da Entidade Deífica adorada pelos gregos e latinos com o nome de Pai Onipotente, Aether e Grande Aether em seu agregado coletivo, em sua potência e aspecto imponderável. O Proto-gigante Aether alento da alma universal, o quinto Elemento, a síntese dos outros quatros; é o Âkâza dos indus. O Aether, tal como era conhecido dos filósofos antigos, muito antes de Moisés, como todos os seus mistérios e ocultas propriedades e contendo e si mesmo os gérmens da Criação Universal, é o Caos primitivo.

  O Aether Superior (o Âkâza) é o Aditi dos indus, a Celestial Virgem e Mãe de todas as formas e seres existentes, de cujo seio, tão pronto quanto foram incubados pelo Espírito Divino, foram chamados à existência a Matéria e a Vida, a Força e a Ação. Em esoterismo o Aether é a verdadeira quintessência de toda possível energia, o Agente Universal (composto de vários agentes), ao qual se devem todas as manifestações da energia nos mundos material, psíquico e espiritual. Do Aether, em seu mais elevado aspecto sintético, uma vez antropomorfizado, nasceu a primeira ideia de uma Deidade criadora universal.] (Doutr. Secr., passim)

  ÉTER OU ÉTHER – Os estudantes são muito propensos a confundir o Éter com o Âkâza e com a Luz Astral. Não é uma coisa nem outra no sentido em que a ciência física descreve o Éter. O Éter é um agente material, se bem que até agora nenhum aparato físico conseguiu descobri-lo; ao passo que o Âkâza é um agente distintamente espiritual, idêntico em certo sentido a Anima Mundi e a Luz Astral; é o sétimo e mais elevado Princípio da atmosfera terrestre, tão impossível de descobri-lo como ao Âkâza e ao verdadeiro Éter, por ser algo que está completamente em outro plano. O sétimo Princípio da atmosfera terrestre, ou seja, a Luz Astral, como se a denominam, é só o segundo da escala cósmica.

  A Escala de Forças, Princípios e Planos Cósmicos, de Emanações (no plano metafísico) e Evoluções (no físico), é a Serpente Cósmica que morde sua própria cauda, a Serpente que reflete a Serpente superior que por sua vez está refletida pela inferior. O Caduceu explica esse mistério e ao quádruplo dodecaedro sobre cujo modelo disse Platão que o universo foi construído pelo Logos manifestado – sintetizado pelo Primeiro-Nascido imanifesto – e dá geometricamente a chave da Cosmogonia e seu reflexo microcósmico, ou seja, nossa Terra.

  O Éter, verdadeiro Proteu hipotético, uma das ficções representativas da ciência moderna, é um dos princípios inferiores do que chamamos Substância Primordial (Âkâza em sânscrito), um dos sonhos da antiguidade, que agora vem a ser de novo o sonho da ciência de nossos dias. É a mais atrevida das sobreviventes especulações dos filósofos antigos. Segundo o Dicionário de Webster, o Éter é um meio hipotético de grande elasticidade e extrema sutileza que se supõe enche todo o espaço, sem excetuar o interior dos corpos sólidos, e ser o meio de transmissão da luz e do calor. Para os ocultistas, sem dúvida, tanto o Éter quanto a Substância Primordial não são coisas hipotéticas, mas verdadeiras realidades. Crê-se, de ordinário, que o Âkâza, o mesmo que a Luz Astral dos cabalistas é o Éter, confundindo-se este com o hipotético Éter da ciência. É um erro grave. O Âkâza não é o Éter admitido como hipótese por Newton, nem é tão pouco o Éter dos ocultistas; é muito mais. O Âkâza é a síntese do Éter, é o Éter Superior. O Éter é o revestimento, o uno dos aspectos de Âkâza, é sua forma ou corpo mais grosseiro; ocupa toda a vacuidade do Espaço (melhor dizendo, todo o conteúdo do Espaço), e sua propriedade característica é o som (a Palavra).

  O Éter é o quinto dos sete Princípios ou elementos cósmicos, que por sua vez tem sete estados, aspectos ou Princípios. Este elemento semi material será visível no ar no fim da quarta Ronda e se manifestará plenamente na quinta. O Éter, o mesmo que Âkâza tem por origem o Elemento único. O Éter dos físicos, Éter inferior, é somente uma de suas subdivisões em nosso plano – a Luz Astral dos cabalistas – com todos os seus efeitos, tanto bons quanto maus. O Éter positivo, fenomênico, sempre ativo é uma força-substância, apesar de que o Onipresente e Onipenetrante Aether seja o noúmeno do primeiro, ou seja, o Âkâza. (Doutr. Secr.)

  Fonte: Glosario Teosófico – H.P. Blavatski
  Tradução Espanhol/Português – Rayom Ra

                                                                              Rayom Ra
                                                           http://arcadeouro.blogspot.com.br


 



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