“Humano” é uma palavra composta por duas
terminologias: “Hum” e “Manas”. A palavra Manas é do Sânscrito, que significa
mente. Assim é porque quando dizemos “homem” estamos indicando a mente. A mente
é caracterizada pela razão. A razão distingue os animais racionais – vocês e eu
– dos animais irracionais. A mente existe em animais, plantas e minerais. Não é
exatamente patrimônio dos seres humanos. No entanto, a diferença entre a mente
dos reinos inferiores da natureza e a nossa mente é que nós raciocinamos.
Raciocínio é precisamente a diferença, motivo pelo qual somos chamados “homem”.
A outra palavra em “humano” é “Hum”. Hum é o espírito. Isso está relacionado com o
Latim “humus”, significando “terra ou chão”, aquele espírito do qual o homem é
feito, conforme o livro do Genesis, em que no início Deus fez a mente (o homem)
do humus, ou da poeira da terra. É um símbolo. Aquela poeira implica o humus,
os elementos, elementos químicos e outros desconhecidos (arquetípicos) sobre os
quais o Espírito de Deus, o “espírito-terra” está pairando, segundo o Livro do
Genesis.
Quando estudamos a frase “no início o Espírito de Deus pairava sobre a
face das águas”, isso é uma referência relacionada com todos os reinos da
natureza. A diferença entre os reinos inferiores e o reino humano é que nós
como animais racionais podemos tirar vantagens da força espiritual que está
pairando sobre qualquer situação. A fim de tirar vantagens desse espírito-terra,
esse Espírito de Deus, precisamos ter, sobretudo, conhecimento, uma vez que
isso não ocorre mecanicamente.
“Separe
aquele espírito-terra do denso ou bruto por meio de um coração dócil, com muita
atenção. Em grande medida ele sobe da terra ao céu e o superior e o inferior
estarão aumentados em poder”.
É impossível compreender este parágrafo de
Hermes Trimegisto sem os mistérios da Alquimia Sexual e dos mundos infernais.
Eis porque o título da palestra é “Duas
Humanidades”, a humanidade mecânica e a humanidade cognitiva. Com esse título
estamos indicando o caminho que o Espírito de Deus criou para um modo mecânico
e o caminho que o Espírito de Deus criou para um modo cognitivo – inteligente –
que é o objetivo do universo. É isso que em outras palestras chamamos Parkdolg-Duty of the Being, que
significa, “as obrigações cósmicas do Ser” ou “as obrigações cósmicas do espírito”
que cada um de nós tem no íntimo. As obrigações cósmicas do Ser são adquirir
cognição, consciência, conhecimento de si próprio dentro da matéria.
Nós sempre enfatizamos a Árvore da Vida, o
hieróglifo construído por dez esferas que chamamos as dez Sephiroth onde a
síntese nos mostra as diferentes partes do Ser. No topo da Árvore da Vida vemos
o primeiro triângulo, que chamamos Triângulo de Deus, do Espírito, do Logos. Logos
em Grego significa “Verbo”. Lembremo-nos que isso está escrito no Evangelho de
João.
“No
início era o Verbo. O Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.
O Logos é dividido em três, que na Kabbalah
são chamados Kether, Chokmah e Binah (coroa, sabedoria e entendimento). No
Cristianismo, esses três aspectos são chamados Pai, Filho e Espírito Santo. No
Induísmo, Brahman, Vishnu, Shiva. Tem diferentes nomes em diferentes religiões,
porém sempre possui os mesmos atributos explicados de diferentes maneiras
segundo a cultura e raça.
Em Grego, cosmos significa ordem, organização.
No universo, encontramos sete cosmos. Nós, seres humanos, somos chamados os
“microcosmos” os cosmos menores. Somos os cosmos menores do cosmos maior (o
cosmos imenso). Macro significa imensidão e micro significa muito pequeno.
A fim de existir, todos os cosmos têm essas
três forças primárias que são as forças criativas do universo: o positivo, o
negativo e o neutro.
Nós possuímos três cérebros: O cérebro
intelectual localizado em nossa cabeça, o cérebro emocional localizado entre o
coração e o umbigo e o cérebro motor-instintivo-sexual no baixo abdome,
relacionado com os movimentos, instintos e atividade sexual. É isso que a
Bíblia chamou a força de Deus. Possuímos os três cérebros e se nos observarmos
veremos que pensamos, sentimos e agimos em cada situação, mas infelizmente
fazemos essas coisas mecanicamente.
Nos três cérebros, temos aquilo que chamamos
no esoterismo Bobbin-Kandelnosts, que
em inglês significam os valores vitais que o cosmos coloca nos três cérebros a
fim de que estejamos vivos. Para pensarmos, sentirmos, nos movermos ou termos
instintos, necessitamos de força vital. São os valores vitais chamados Bobbin-Kandelnosts. Há certa quantidade
de Bobbin-Kandelnosts que possuímos
em nossos três cérebros de acordo com a Lei do Carma (causa e efeito). É por
isso e graças a esses valores que estamos vivos. Quando esses valores vitais se
extinguem, após os usarmos completamente então, consequentemente, advém a
morte.
Dentro de nós existem outras forças que atuam
através de nossos cérebros, Sabemos que pensamos, que temos pensamentos, uma
mente. A mente se expressa através de nosso cérebro intelectual na cabeça. A emoção se expressa através do cérebro
emocional do coração ao umbigo. Qualquer tipo de energia motora se expressa através
do motor instintual e centros sexuais.
As forças energéticas do pensamento, emoção e
ação vêm dos corpos sutis chamados corpos protoplasmáticos, corpos lunares.
Eles estão relacionados com o mecanicismo da natureza. Os corpos
protoplasmáticos pertencem às dimensões interiores. Aqueles corpos utilizam o
corpo físico através dos três cérebros. Quando estamos fisicamente cansados e
vamos para a cama descansar, deixamos lá o corpo físico e utilizamos os corpos
protoplasmáticos a fim de existirmos fora do corpo físico. É isso que as
pessoas comumente chamam de sonhos; usamos os corpos lunares nas dimensões dos
sonhos.
Conforme vemos, tudo o que eu estou
explanando nesse instante são coisas que todos possuímos. Quando estamos
cansados e vamos para a cama descansar deixamos nosso corpo físico; todos nós
usamos corpos protoplasmáticos – a mente e a emoção – nas dimensões interiores
onde temos nossos sonhos. Dia seguinte, quando o corpo físico está recuperado
nas suas forças, retornamos a ele a fim de pensar, sentir e agir de novo, a fim
de tocar para adiante nossas vidas. Isso que é comumente chamada projeção
astral (porém não consciente) porque a dimensão para onde vamos quando dormimos
é chamada dimensão astral.
Contudo, uma vez que cada um vive nesse mundo
físico mecanicamente (inconscientemente) todo corpo astral se projeta
mecanicamente para dentro da dimensão astral, a dimensão dos sonhos. Esse
mecanicismo relaciona-se com a Lua que é o planeta que regula o mecanicismo da
natureza. A Lua regula as quatro estações, as marés, as ondas do mar. Tudo
nessa natureza se move devido a Lua. Então, nós agimos mecanicamente de acordo
com aquelas regulagens mecânicas que chamamos a Roda do Samsara, que está
relacionada com o mundo cabalístico de Malkuth.
Nesse mundo de Malkuth (a roda do Samsara)
infelizmente vivemos automaticamente. Ignoramos porque estamos aqui, de onde
viemos, por quanto tempo vamos permanecer nesse mundo físico, etc. Isso é
devido a que nossa Consciência está enclausurada ao máximo dentro dos corpos
protoplasmáticos e sujeita às diferentes atividades da natureza que comumente
os animais irracionais seguem por instinto. Contudo, instintivamente nós
seguimos também essas leis mecânicas, e como são instintuais não apresentam
diferenças entre agirem no animal irracional ou no animal racional.
A Consciência é o que chamamos de alma.
Também é chamada de Essência. No Budismo Zen, a Consciência, a alma, a essência
é chamada Buddhata (buddhadhatu). Assim há diferentes nomes. Buddhata, a
Consciência, a alma, é parte de Tiphereth, que é a Sephirah relacionada com o
segundo triângulo da Árvore da Vida. O segundo triângulo da Árvore da Vida é
formado pelos três Sephiroth: Chesed, Geburah, Tiphereth (graça, austeridade e
beleza). Na tradução fiel as chamamos:
O Espírito, a individualidade de cada um de
nós, esse é Chesed, a graça.
A Alma Divina, que é Geburah, a austeridade.
A Alma Humana, que é Tiphereth, a beleza.
O Buddhata é uma partícula, um embrião
daquela alma humana (Tiphereth) que habita nas dimensões superiores. O Buddhata
é precisamente o elemento que nesses tempos a psicologia chama a Consciência.
Não é uma alma humana completa, porque para termos uma alma completamente
desenvolvida temos de desempenhar o Partkdolg-Duty
do Ser. Nesse caso, o Ser, o Espírito é Chesed (a graça). O Espírito precisa
desempenhar o Partkdolg-Duty dentro
de nós, que é sua tarefa cósmica: adquirir conhecimento de sua própria condição.
Fisicamente, somos matéria do Espírito. Os
corpos protoplasmáticos internos (a mente e as emoções que habitam o mundo dos
sonhos, a quinta dimensão) são também matéria. Logo, nós também temos de
adquirir conhecimento dentro da matéria ou, melhor dizendo, o Espírito tem de
adquirir conhecimento dentro da matéria, não somente no físico, no sentido de
ser uma individualidade conhecedora, significando não mecânica.
Ignoramos muitas coisas sobre o corpo físico.
Quando dizemos: “Nós ignoramos”, não significa que não tenhamos lido sobre o
assunto. Significa que não somos conscientes daquilo, que ignoramos aquilo; que
não temos conhecimento daquilo. Ser conscientes é termos conhecimento,
significa estarmos sabedores de nosso ego em qualquer nível: conhecendo-nos a
nós próprios.
O Espírito segue as leis mecânicas da
natureza em todos os reinos: o mineral, o vegetal e o animal. As almas que
evoluem naqueles reinos seguem as regras do cosmos, do mecanicismo da natureza
no aspecto evolução. Na evolução, tudo é construtivo, tudo é positivo no
caminho evolucionário, no entanto mecânico. As mentes nos reinos mineral,
vegetal e animal obedecem às leis da natureza que são mecânicas, ou seja, elas
não possuem conhecimento. Elas não são conscientemente sabedoras daquilo. Elas
somente seguem as regras.
Quando penetramos nesse nível no qual
adquirimos intelecto, razão; então temos a oportunidade de nos tornarmos
conhecedores de tudo aquilo, Daí, nosso Ser, nosso Espírito, poder desempenhar
o Partkdolg-Duty, sua tarefa cósmica
que é despertar sua Consciência. Vemos, enquanto nos reinos animal, vegetal e
mineral, que todos aqueles espíritos ou forças que animam aqueles reinos não
têm conhecimento pessoal – autoconhecimento – unicamente porque eles seguem o
mecanicismo da Lua.
O primeiro passo é entrar no reino do
humanoide intelectual. Não podemos chamar de nível intelectual o “reino
humano”, porque a humanidade verdadeira não tem controle de sua matéria. No
início dissemos que Manas significa mente, porém quando falamos sobre a mente,
também falamos da matéria. A matéria existe em todos os níveis. No nível físico,
que é do corpo físico ou qualquer coisa que seja física no universo – a matéria
é física é celular. Porém, a matéria também existe internamente. Os corpos
protoplasmáticos através dos quais sonhamos são também feitos de matéria, porém
molecular, atômica, sendo mais sutis do que a matéria física. Por conseguinte,
existem muitos tipos de matéria: matéria mecânica e cognizantes (inteligentes).
Tipos
de Humanoides
Quando estudamos a humanidade, essa
sociedade, descobrimos que há três tipos de humanoides que atuam mecanicamente,
que não são ainda cognizantes de si próprios.
O primeiro tipo é chamado instintual sendo
psicologicamente centrado no centro motor-sexual-instintual. Seu centro de
gravidade é o centro instintual, o centro motor.
Acima do primeiro tipo está o tipo emocional.
Esse tipo tem seus centros de gravidade psicológicos no centro emocional. Em
outras palavras, sua Consciência é primariamente influenciada por emoções.
Acima do humanoide emocional está o humanoide
intelectual, cujo centro de gravidade está no intelecto, na cabeça.
Observando a humanidade por esse ângulo,
compreendemos que não há organização e há conflito entre esses três tipos de
indivíduos mecânicos.
Consideremos um exemplo em que possamos ver a
relação desses três tipos dentro de nós próprios nesse exato momento, dentro de
nosso corpo físico, e assim compreendermos como está essa sociedade.
Digamos, por exemplo, que um parente nosso
tenha morrido e vamos ao funeral. Emocionalmente nos sentimos tristes,
depressivos, porque amávamos muito aquela pessoa. Quando nos encontramos em
frente ao caixão sentimos uma grande dor em nosso centro emocional. Naquele
momento, nosso corpo emocional protoplasmático está ativo através de nosso cérebro
emocional. Então, pelo nosso cérebro intelectual, se observarmos, veremos como
nosso cérebro trabalha. Desejaremos saber: “Por que ele tem de partir? Eu o
amava tanto. O que será de minha vida agora?” Essa é outra pessoa em nós, outro
ego, ainda que trabalhando através da mente protoplasmática, tentando analisar
o que estamos sentindo. Então, se observarmos no centro motor, é o desejo
escapando dali; o desejo que não quer enfrentar a situação. Talvez haja ali
alguém de quem não gostemos, e ainda assim temos de permanecer naquele lugar.
Portanto, há três aspectos de nós ali nessa situação: um que quer sair, o outro
que está sofrendo e outro pensando no que fazer agora que ele morreu.
Semelhantes estados psicológicos
contraditórios acontecem em qualquer evento de nossas vidas. É muito difícil
encontrar uma pessoa que esteja com seus três cérebros em equilíbrio num
momento real. Normalmente, o cérebro intelectual faz uma coisa, o emocional
está fazendo outra, e o cérebro motor faz algo a mais. Desse modo, psicologicamente,
estamos sempre em conflito.
Para controlar os três cérebros existe o Partkdolg-Duty do Espírito, mas se
observarmos a sociedade, ninguém faz isso. Veremos que há pessoas centradas no
cérebro intelectual que é organizador em diferentes lugares. São pessoas muito
intelectuais. Elas gostam de ir à biblioteca e ler livros. São chamadas traças
de bibliotecas. Há outras pessoas que são mais emocionais. Algumas gostam de ir
ao “American Idol” cantar para se sentirem felizes e se tornarem ídolos, ou irem
a Hollywood para tornarem-se atores ou atrizes. Tudo o que fazem está
relacionado com o centro emocional. Há outras que não são emocionais ou
intelectuais, são bastante instintivas. Vão e gostam de praticar karatê, kung
fu, boxe ou praticar um esporte. Como podemos ver há diferentes atividades
nesse mundo, relacionadas com os três cérebros.
Esta sociedade é controlada pelos humanoides
intelectuais. Os humanoides intelectuais controlam emoções e instintos.
Entre esses três tipos de pessoas mecânicas
há muitos tipos de vícios e degenerações. Entre as pessoas instintivas é comum
encontrar-se dependentes de drogas. Eles gostam de sentir as sensações no corpo
relacionadas às drogas e álcool. Muitas pessoas gostam de assistir pornografias
usando seus intelectos, emoções e centros sexuais no modo errado. Há pessoas
que gostam de brigar; essas são muito instintivas. Olham-se para elas e logo
elas querem brigar somente porque as olhamos. São realmente muito instintivas.
Observemos a sociedade do mundo todo: a
humanidade inteira é uma humanidade mecânica. Somos aquilo que a Bíblia chama
“a confusão das línguas”, porque a língua do intelectual é diferente da língua
do emocional e esta é diferente da língua do instintivo. Isso é devido a que há
grande número de problemas nessa sociedade. Primeira e segunda guerra mundial
entre esses três tipos de humanoides. Eles brigaram entre eles.
Existe um sem número de seitas das diferentes
religiões, pessoas que são muito fanáticas, simbolizadas na Bíblia como
fariseus, que são exatamente os tipos emocionais. Encontramos também grande
número de pessoas que estão no centro intelectual, que na Bíblia são chamadas
Escribas ou Saduceus, que intelectualizam as religiões. Intelectualmente elas discordam
em diferentes coisas; e por isso que nunca se entendem. Vejamos o exemplo do
Cristianismo. O Cristianismo é uma bela
religião, mas ninguém a entende. A prova está em que eles discordam, assim não
podem ser unidos: Católicos brigam com Protestantes e vice versa. Muitas pessoas
religiosas discordam e sempre brigam entre elas. Por que discordam? Porque cada
pessoa é também um conflito interno, centrada em diferentes partes de seu
corpo. Elas não têm organização dentro de si mesmas. Se não temos organização
dentro de nós não podemos ter organização fora. Naturalmente, se observamos
como o Cristianismo é contra os Muçulmanos, e o Islam é contra o Judaísmo então
temos uma grande confusão, porque intelectual ou emocionalmente eles não se
entendem mutuamente.
A Gnose estuda a síntese, a base das
religiões. Nós não temos conflitos religiosos. Porém, há pessoas que têm
conflitos: Cristãos contra Muçulmanos, Muçulmanos contra Judeus, etc. Cada um
quer acusar o irmão, a irmã ou outra religião a fim de justificar que está
certo, mas a realidade é que o problema existe no íntimo de cada um de nós, nos
três cérebros, porque estamos seguindo o mecanicismo da Lua através da matéria
que é lunar.
Fisicamente, fomos criados mecanicamente.
Viemos para esse mundo sem sabermos por quê. O corpo físico nos foi dado
gratuitamente. Não lutamos por ele, porém temos de seguir as leis físicas a fim
de permanecermos vivos. Temos de nos esforçar a fim de sermos conhecedores
daquilo que temos, pois temos de tirar proveito de nossa fisicalidade, da
mente, das emoções, não obstante aquele que tem de fazer isso é nosso Ser.
O Ser é o Espírito, nosso Pai que está no
céu. Devemos compreender a Oração do Senhor Jesus que diz:
“Pai
nosso que estais no Céu santificado seja o Vosso nome, venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu”.
É isso precisamente que temos de fazer:
trazer o reino de Deus, o reino do Espírito para dentro de nós. Essa não é uma
oração para crer-se. “Venha a nós o vosso
reino” é feito pela ação, pelo exercitar da pressão de sua vontade em
nossos três cérebros: “venha a nós o
vosso reino, assim na Terra (nossa fisicalidade) como no Céu”.
Então, precisamos compreender de onde e quem
é aquele que tem de realizar tal pressão: é a Consciência, a alma, o Buddhata.
Infelizmente – dentro de nós – esse Buddhata, essa alma, essa Consciência
encontra-se dispersa, dividida em muitos pedaços: está armadilhada em nossa
raiva, sensualidade, prazer, ganância, preguiça, gula, etc., e nos muitos
outros defeitos interiores. Cada um deles é matéria protoplasmática que atua de
acordo com as leis da natureza, as leis mecânicas da Lua. O Ser tem de
exercitar o controle sobre aqueles elementos protoplasmáticos que temos em
nosso interior. Isso é precisamente; “venha
a nós o vosso reino”.
É isto que no gnosticismo chamamos a lua
psicológica. Assim, como uma Lua existe lá fora que movimenta toda a matéria
mecanicamente, e todas as almas dentro da matéria seguem aquela lei
mecanicamente, outra lua tem de existir. Precisamos criar outra lua
interiormente para deixar de lado a mecanicidade da Lua. Isso é precisamente o Partkdolg-Duty do Ser que implica super
esforços, o trabalho da força de vontade dentro de nós.
“A alma humana”, como Descartes o grande
filósofo colocou: “como a força de vontade atua na glândula pineal”. A glândula
pineal é aquela glândula no verdadeiro centro de nosso cérebro intelectual.
Se você introduz uma agulha de orelha a
orelha, e outra na raiz do nariz entre as sobrancelhas, exatamente ali onde as
duas agulhas de cruzam é onde se encontra a glândula pineal. Nessa pequena
glândula pineal é onde a alma habita como força de vontade. A alma, como força
de vontade, tem de estar conectada com o coração. No coração temos o altar da
alma. Temos então a glândula pineal e o coração. É por isso que no Gnosticismo
dizemos que temos de desenvolver a intuição.
Há dois tipos de intuição: palpite, aqui no
coração, é intuição quando você segue o coração, o palpite. Há outro tipo de
intuição na glândula pineal que vem por imagens. Algo, um pensamento ou uma
imagem vem à nossa mente instantaneamente. Essa é chamada intuição superlativa
que algumas vezes trabalha durante nossos sonhos, quando nosso Espírito
envia-nos mensagens por imagens.
Intuição superlativa está relacionada com a
glândula pineal. Relaciona-se com aqueles sonhos que nos são muito estranhos –
falando simbolicamente. Essas são mensagens que o Espírito nos envia. Essas
mensagens vêm-nos através da glândula pineal. Elas têm de ser interpretadas,
então meditamos delas a fim de ouvirmos a voz do silêncio, a voz de Deus, e
desse modo compreenderemos o que o Espírito, nosso Deus interno, está nos
dizendo quando tenta nos guiar. Ele quer desempenhar o seu Partkdolg-Duty, sua tarefa cósmica, mas para isso o Espírito
precisa ter o controle da Consciência. Em outras palavras, ele tem de nos
controlar.
Soa sacrílego dizer isso, mas é o que é: temos de permiti-lo fazer isso, porque dentro de nós há outro aspecto que é o diabo, o ego, os defeitos e vícios que temos. Normalmente, nossa vontade é seguir a vontade do diabo, seguir a confusão de línguas, o mecanicismo da mente. Mas temos de seguir a vontade de Deus pelo exercício da pressão. Para tanto temos de lembrar de Deus. Não acreditar em Deus, mas lembrar de Deus de momento a momento. Crer em Deus é fácil; qualquer um pode crer em Deus desde que crer esteja relacionado com a mente intermediária. O cérebro intelectual é o veículo da mente onde temos todas as nossas crenças ou não crenças. Encontramos pessoas que realmente acreditam em Deus e outras que são chamadas atéias, que não acreditam em Deus. Ainda aqui, não estamos falando sobre crenças. Estamos falando sobre recordação, que é uma atividade da glândula pineal.
Soa sacrílego dizer isso, mas é o que é: temos de permiti-lo fazer isso, porque dentro de nós há outro aspecto que é o diabo, o ego, os defeitos e vícios que temos. Normalmente, nossa vontade é seguir a vontade do diabo, seguir a confusão de línguas, o mecanicismo da mente. Mas temos de seguir a vontade de Deus pelo exercício da pressão. Para tanto temos de lembrar de Deus. Não acreditar em Deus, mas lembrar de Deus de momento a momento. Crer em Deus é fácil; qualquer um pode crer em Deus desde que crer esteja relacionado com a mente intermediária. O cérebro intelectual é o veículo da mente onde temos todas as nossas crenças ou não crenças. Encontramos pessoas que realmente acreditam em Deus e outras que são chamadas atéias, que não acreditam em Deus. Ainda aqui, não estamos falando sobre crenças. Estamos falando sobre recordação, que é uma atividade da glândula pineal.
Deus não tem forma, e somente para lembrar,
Deus está aqui e agora, exercitando o controle de nossos três cérebros, para
nos tornar conhecedores, para adquirirmos autoconhecimento; então, nós como uma
alma, estaremos habilitados a receber ajuda de nosso Ser interior.
Como dissemos: “Pai nosso que estais no céu”.
No Gnosticismo, na Kabbalah, o céu é aqui na cabeça. Certo, se observarmos a
Árvore da Vida, conforme dissemos no início, Kether, Chokmah, Binah – Pai,
Filho e Espírito Santo, as três forças primárias – o Logos relacionado com
nossa cabeça de nosso corpo físico. Assim, quando dizemos; “Pai nosso que estais
no céu” significa que estamos nos lembrando do Ser interior na glândula pineal.
Não dizer isso mecanicamente! Lembremos-nos de que há muitas pessoas mecânicas
relacionadas com crenças, que acreditam em Deus. Não queremos ser pessoas
mecânicas, não. Queremos ser indivíduos cognizantes, que se lembrem de Deus,
sendo sempre cognizantes, que permitam à força da glândula pineal agir em nosso
corpo físico, em nossos três cérebros, sermos conscientes daquela matéria lunar
protoplasmática que está em nós.
Isso que é chamada de lua psicológica. Quando
começamos a fazer isso, estamos criando uma Lua psicológica interiormente.
Desse modo, estamos criando um centro cognizante de gravidade, um centro
permanente de gravidade em nossa alma, em nossa consciência, na glândula
pineal. Nesse mesmo instante, nosso centro de gravidade encontra-se disperso
por toda a parte. É isso que Mestre Jesus destaca no Evangelho:
“Ouviste
que foi dito: amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
Eu,
porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem:
Para que vos torneis filhos de vosso Pai celeste, porque ele faz nascer
o seu sol sobre maus e bons, e vir chuvas sobre justos e injustos. (pois se não
amamos os nossos inimigos, não podemos criar o centro de gravidade)
Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os
publicanos também o mesmo?
E
se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios
também o mesmo?
Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é vosso Pai celeste”.
Mateus 5: 43-48
Tudo isso significa que não devemos amar a
nós próprios em demasia; que não temos que ter autoestima, nos adorarmos, pois
é precisamente o contrário do que outros psicólogos estão ensinando nesses dias
e era, ou seja, que temos de nos adorar. Por que devemos adorar o ódio, o orgulho,
a vaidade, a sensualidade, a ganância e todos os vícios e erros que temos em
nossos íntimos? Isso é estupidez! Temos sim que lutar contra isso! Assim, quando
estamos diante de nosso vizinho e ele nos está acusando, temos de receber
aquilo com altivez. E como receber aquilo com altivez? Pela observação pessoal
naquele verdadeiro momento em que somos insultados; a reação nos três cérebros
daqueles elementos que temos intimamente. Usualmente orgulho, autoestima. É
doloroso quando alguém nos acusa ou nos insulta. A reação mecânica será de
raiva. É isso precisamente que estamos dizendo: não ficarmos raivosos, não
odiarmos nosso vizinho.
Mestre Jesus disse: “Amai vossos inimigos”. Mas como iremos amar nossos inimigos se nos
amamos em demasia? Impossível! É por isso que nesses dias e era há tanta
guerra, tanto ódio, porque cada um se ama demais. Quando nos amamos em demasia
não podemos amar nosso vizinho. Se amamos nosso Deus, então, naturalmente,
podemos amar nosso vizinho. Pois quando amamos nosso Deus, estamos contra os
inimigos Dele que carregamos intimamente, porque Deus é amor. Mas tudo o que
temos intimamente é mecânico.
O que Mestre Jesus ensina é o que chamamos Santa Negação: negar aqueles elementos
que cada um de nós carrega em abundância no íntimo; ainda que não seja de um
modo masoquista, pois é mecanicamente. Há muitas pessoas que recebem insultos,
acusações e pensam que estão fazendo bem, que isso seja o caminho certo. Ainda
assim, isso é mecanicismo. Não estamos aqui os ensinando a serem masoquistas,
mas serem conhecedores, a controlar a raiva, o orgulho. É somente possível
sermos cognizantes, conscientes de nós próprios, no momento em que recebemos o
insulto.
Quando alguém nos está insultando e nos
lembramos de Deus em nosso íntimo, então dizemos: “Eis a oportunidade de amar
meu vizinho, amar meu inimigo”. Mas, para tanto, precisamos segurar as rédeas
de nossa raiva que quer lançar-se sobre aquela pessoa e esbofeteá-la. E,
naturalmente, para isso temos de estar contrariamente à nossa raiva, uma vez
que a raiva salta-nos quando o orgulho é afrontado ou também é nossa autoestima
e presunção. É fácil vermos que quando estamos conscientes, cognizantes;
significa estarmos nos lembrando de Deus e nos observando.
É assim que se adquire um centro cognizante
de gravidade. Significa que não estamos mais centrados em nosso ego, em nossa autoestima,
em nossos defeitos, vícios e erros, porém estamos agora centrados na alma, em
nossa Consciência. Isso não é fácil, porque é uma luta de todos os momentos,
permanente. A fim de adquirir esse centro de gravidade na Consciência
precisamos praticar dia a dia até finalmente controlarmos os três cérebros,
adquirirmos o controle protoplasmático dos corpos. Daí em diante não seremos
mais intelectuais, emocionais ou instintuais. Seremos, então, diferentes,
pessoas equilibradas.
A Pessoa Equilibrada
Um homem equilibrado é aquele que exercita
controle de qualquer elemento psicológico dentro de seus três cérebros. Ao
chegarmos ao nível de um homem equilibrado, estaremos prontos para entrar no
reino do céu.
O reino do céu que é pregado nos Evangelhos
não é para a humanidade mecânica, porque o reino do céu é outro nível acima da
humanidade mecânica. No reino do céu encontramos harmonia. Não encontramos
lutas como aqui, nesse mundo físico. Lá todas as coisas são pacíficas.
Como iremos adentrar no reino do céu se temos
a psicologia da destruição, o caos dentro de nós? As pessoas pensam que quando
morrem fisicamente, porque exatamente acreditam nessa ou naquela religião, irão
para o céu. Como eles podem estar indo para o céu se seus íntimos estão em
conflitos? O diabo não pode estar no céu. Temos de estar no controle de nossa
própria psicologia. Senão será, como Mestre Samael Aun Weor explana em um de
seus livros, ao falar de um macaco da selva colocado num salão luxuoso com
pessoas muito bem vestidas. Todos dirão: “Que faz esse macaco aqui, pulando em
tudo e destruindo as coisas?”. Se formos para o céu com esse caos que
carregamos intimamente, será exatamente como aquilo. Os anjos nos olhariam e
diriam: “Que faz esse macaco aqui?”
Temos de ganhar o direito de entrar no reino
do céu e isso se faz pelo controle de nossa psique. Não é pela crença.
Eis porque está escrito na Bíblia outra
mensagem de Mestre Jesus nas parábolas João 3: 12-13.
“Se
tratando de coisas terrenas não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?
Ora ninguém (mecânico) subiu ao céu, senão aquele que de lá desceu, a saber, o
Filho do homem (a alma humana, a psique)”.
Mestre Jesus também disse em Mateus 25:31-46
“Quando
vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então se
assentará no trono da sua glória;
E
todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros,
como o pastor separa dos cabritos as ovelhas;
E
porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda;
Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de Meu
Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.
Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber;
era forasteiro e me hospedastes;
Estava nu e me vestistes, enfermo e me visitastes; preso e fostes
ver-me.
Então perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e
te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?
E
quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos?
E
quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar?
O
Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que sempre que o fizestes a
um destes meus pequeninos, a mim o fizestes.
Então o Rei dirá aos que estiveram à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos,
para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de
beber;
Sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes;
achando-me enfermo e preso não fostes ver-me.
E
eles lhe perguntarão; Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede,
forasteiro, nu, enfermo ou preso, e não te assistimos?
Então lhes responderá: Em verdade vos digo que sempre que o deixastes de
fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer.
E
irão estes para o castigo eterno, porém os justos para a vida eterna”.
As Ovelhas e as Cabras
Alguém pode perguntar: “Bem, quem são aqui as
cabras e quem são as ovelhas?” Cada pessoa pode até pensar que é uma ovelha
mansa; ainda que sejamos honestos conosco temos de admitir que somos mesmo
cabras.
Em astrologia, a cabra está associada com Capricórnio.
Capricórnio está relacionado com os joelhos e pernas, sendo um signo da terra.
Há outro animal que se parece com uma cabra,
porém não é uma cabra. É o carneiro. O filhote do carneiro é um cordeiro. Lembremos-nos
do que é dito: “O cordeiro de Deus que
tira os pecados do mundo é Cristo”. O cordeiro está associado com o signo
de Áries, e Áries comanda a cabeça.
Temos agora dois animais. A cabra está abaixo e o cordeiro está acima,
ou o cordeiro de Áries que comanda, como dissemos, a cabeça; Pai, Filho e o
Espírito Santo, os três átomos de o Pai, Filho e Espírito Santo estão na
cabeça. Assim, encontramos aqui “aqueles à sua direita”, as ovelhas estão no
céu, e “aqueles à sua esquerda”, as cabras, estão abaixo, no Klipoth,
relacionado com Saturno, que é a morte, porque Capricórnio é comandado por
Saturno. Áries é comandado por Marte, o Deus do fogo. Deus é fogo.
Ao centro, entre Capricórnio e Áries, ou
seja, entre a cabra (pernas) e o cordeiro (cabeça), encontramos o coração.
Tiphereth é o coração; é o Nous, o Filho do Homem. Tiphereth está relacionado
com a Alma Humana, a Consciência, o Buddhata. No coração, temos de escolher
entre as ovelhas acima ou as cabras abaixo. Elas estão dentro de nós. Não é o
que as pessoas pensam: “Se eu acreditar naquilo que esta religião diz, ou o que
a Bíblia diz, então estarei sendo uma ovelha, e se eu não quiser seguir aquela
crença, então estarei sendo uma cabra”. Não, não se trata de uma crença, porém
de um trabalho psicológico que temos de realizar. O trabalho psicológico está
dentro de nosso corpo físico e dentro de nossos corpos lunares
protoplasmáticos. É o trabalho da alma aqui, no coração, na união com o Nous, o
Espírito.
Como dissemos, na glândula pineal está
assentada a força de vontade. Na glândula pineal temos o assento ou um átomo do
Espírito Santo. Quando nos concentramos naquele assento e exercitamos o
controle de nossa mente, nosso coração e sexo, então estamos seguindo o Cristo,
as forças superiores. Ainda, se nos concentrarmos no assento do desejo que está
em nosso baixo ventre (abaixo da cintura), onde estão as forças da mecanicidade
da natureza, são as forças animais ou instintuais que todos seguimos, então:
“Ao
anjo da Igreja em Pérgamo escreve:
Estas
coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes:
Conheço o lugar em que habitas, onde está o trono de satanás, e que
conservas o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dia de Antipas, minha
testemunha, meu fiel, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os que
sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas
diante dos filhos de Israel, para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e
praticarem a prostituição.
Outrossim, também tu tens os que da mesma forma sustentam a doutrina dos
nicolaítas.
Portanto, arrepende-te, e se não, venho a ti sem demora, e contra eles
pelejarei com a espada da minha boca”. Apocalipse 2:12-16
No
coração temos o que é chamado o Filho de Deus, o Filho do Homem. O Filho do
Homem tem diferentes significados, porém no corpo físico o Filho do Homem é
chamado o Átomo Nous, que é o centro magnético, uma força Crística no
ventrículo esquerdo do coração. Essa é a inteligência que temos no corpo físico
que purifica o sangue. É aquela inteligência que toma o sangue impuro, o
bombeia para os pulmões a fim de que venha receber o oxigênio, e o faz retornar
ao coração a fim de ser reenviado ao corpo inteiro. Essa inteligência atômica
aqui no coração é chamada de Átomo Nous, que na Kabbalah, em Alquimia, é
chamada o Filho do Homem. Se desejarmos procurar pelo Filho do Homem olhemos
para dentro de nós, que está lá o átomo.
Se começarmos a seguir aquele átomo que
realiza a purificação não somente de nosso sangue, mas de nossa psique, então o
átomo intensificará, se desenvolverá, tornando-se um ser humano completo, um
Filho do Homem dentro de nós, porque o átomo segue as leis Solares. Vemos assim
que há duas leis aqui que esta humanidade segue.
A lei lunar, a lei mecânica da natureza.
A lei Solar, as forças Solares que são as
forças Solares de Cristo.
Seguindo as forças superiores é como
conseguimos nos sintonizar com nosso Espírito particular e começar a criar a
lua psicológica, que é o centro de gravidade. Tendo feito isso não seremos mais
um indivíduo mecânico seguidor de suas emoções, de seus pensamentos, de seus
instintos que acabam por trazer-nos um caos. Qualquer coisa que fizermos, se
começarmos a exercitar a pressão em nossa Consciência, será Solar. A lua que
criaremos – a lua psicológica – refletirá a luz Solar, conscientemente, não
mecanicamente, e comandará todos os reinos. Todas as criaturas dos reinos
mineral, vegetal e animal seguem mecanicamente essa energia, porém quando
começamos a trabalhar na via Gnóstica, então exercemos pressão na Consciência e
criamos a lua psicológica na qual a luz, a força Solar, estará refletida em
nós, mas conscientemente.
Devemos direcionar a Consciência do mesmo
modo quando guiamos a luz de uma lanterna. Quando estamos num quarto, na
escuridão, e queremos ver onde as coisas estão, direcionamos a luz a todos os
lados que queremos: assim iluminamos nossos passos. Precisamente, nesse
sentido, devemos direcionar nossa Consciência – com força de vontade. Isso significa
que quando em diferentes situações psicológicas devemos direcionar nossa Consciência
por meio da força de vontade, pois nesse exato instante nossa Consciência está
em todos os lugares.
Não temos o controle. Tudo é movido pelas
leis mecânicas da natureza e a Consciência está aqui, lá, por toda parte. Eis
porque estamos no caos. Não temos controle de nossas vidas e sofremos, porque
quando alguém nos insulta, reagimos com raiva, nosso fígado dói e diferentes
sintomas aparecem. Entretanto, quando estamos controlando as emoções, os
pensamentos, as ações, a ação instintual; quando agimos conscientemente, então
aquela lua psicológica está sendo criada pouco a pouco, e estaremos entrando
nessa qualidade de pessoa – como dissemos – que é equilibrada. Essa pessoa (nós) não está no reino do céu,
mas também não está mais no reino da confusão das línguas do reino do inferno,
porque as pessoas na confusão das línguas ou reino do inferno são escravas do
mecanicismo de suas funções psicológicas, ao passo que fazendo o trabalho
Gnóstico, psicologicamente separamos nossos seres da humanidade. Então,
começamos a entendê-los, compreende-los melhor.
Eis porque começamos a amar nosso inimigo –
com compreensão, com análise, meditação, porque esse é o caminho. Se não
compreendermos, se não entendermos que aquele que nos insulta é uma vítima de
sua própria raiva, de sua autoestima, sendo por isso que nos fere e insulta –
se não o compreendermos nesse exato momento, naturalmente, poderemos reagir
também respondendo ao insulto. Entretanto, se formos conscientes daquele
momento e nos controlarmos, então sentiremos pena daquela pessoa que está
zangada, porque compreenderemos que ela está sofrendo. Então diremos: “Por que
estaria eu me identificando com essa emoção? Se essa pessoa está raivosa e me
insultando, por que devo agir da mesma forma? Deixe-me controlar meu orgulho e
minha raiva. Eu tenho que compreender, meditar, a fim de não estar no mesmo
nível. Eu tenho de me controlar. Eu tenho minha própria lua psicológica. Se
essa pessoa gosta de seguir o mecanicismo da natureza, certo, deixo-a seguir,
mas eu continuo a seguir minha lua psicológica interior, minha própria
consciência. Eu continuo refletindo a luz do Sol de modo consciente”. É assim
que começamos a amar nosso inimigo.
Começamos a separação dentro de nosso coração
entre as cabras e as ovelhas. A ovelha é o elemento que é fogo, que está
relacionado com as forças superiores de nossa cabeça, de nosso Deus que adentra
em nosso corpo. A cabra é o mecanicismo que temos no corpo que seguimos
instintualmente. Algumas vezes, por exemplo, nosso corpo não está sentindo
fome, porém como apreciamos um tipo de comida passamos a ter fome, mas isso é
sermos glutões. Se nos observarmos então diremos: “Meu corpo físico está alimentado.
Por que devo comer isso? Eu não vou seguir essa cabra”. Se observarmos as
cabras, vemos que comem de tudo. Esse animal é realmente interessante. Há algum
tempo – quando visitando a América do Sul – observei uma cabra muito velha com
uma grande barba; ela gostava de beber cerveja, qualquer tipo de cerveja.
Derramávamos cerveja e ela bebia engolindo o líquido e comendo qualquer coisa
em redor. Essa é a cabra.
Precisamos controlar nossa particular cabra e
transformar a cabra numa ovelha, porque todas aquelas cabras abaixo de nosso
abdome são malignas. Todos esses vícios, erros, instintos são malignos porque
são causadores de doenças em nosso corpo físico e mente, em nosso coração, pois
os estamos seguindo mecanicamente. Entretanto, se começarmos a trazer nossa
Consciência para todas as coisas que fazemos, então estaremos trazendo as cabras
para nosso coração e daí operando tudo conscientemente, cuidando de nossas
vidas.
Quando o Filho do Homem estiver vindo em sua
glória, em Hebreu é Hod, estará então a luz astral vindo ao coração. Quando o
Filho do Homem vem em sua glória, significa que nossa Consciência começa a ser
controlada pela luz Solar em nosso coração. Então veremos a divisão entre as
cabras e as ovelhas em nós.
Naturalmente, que essa parábola vai além da
interpretação interior, pois, obviamente, a pessoa que segue o mecanicismo é da
mesma forma uma cabra externamente. Existem muitas, há grandes quantidades de
cabras externamente! As ovelhas são poucas, aquelas que se controlam, controlam
suas Consciências, controlam seus corpos protoplasmáticos. Aquelas querem criar
suas luas psicológicas. Na verdade são poucas, porque dentre as cabras há
aquelas que acreditam ser ovelhas, uma vez que cabras e ovelhas [fisicamente]
se assemelham.
Compreendamos: não é para acreditar que
sejamos ovelhas. Precisamos sim controlar nossas mentes; temos de exercitar um
domínio psicológico dentro de nós a fim de fazermos a separação.
Então, quando começamos a ter autocontrole de
nossa Consciência, da mente, do coração e do sexo, estaremos entrando em outro
nível e podemos nos tornar um homem Solar, ou um Ser humano Solar, um tipo de
indivíduo que não é mais mecânico, mas cognizantes não somente no mundo
tridimensional. Ao aconselhá-los a fazer essas práticas de controle dos três
cérebros é no sentido de que estejam conscientes de suas fisicalidades, de suas
psiques dentro do mundo físico. Porém, esse mundo físico não é o único mundo.
Acima dele está o mundo etérico, acima deste está aquele que é o mundo astral,
acima deste está aquele que é o mundo mental, acima deste está aquele que é o
mundo causal, acima deste está aquele que é o mundo da consciência, acima deste
está aquele que é o mundo espiritual e acima deste está aquele que é o Logos, o
mundo do Logos. Vemos que há muitos céus, ou muitos níveis. Há nove céus acima
de nós, porém estamos aqui na Terra.
Como esperarmos estar conscientes, sermos
cognizantes dos mundos superiores, do reino dos céus, conforme Mestre Jesus
informou se não estamos conscientes desta terra? Primeiro temos de estar
conscientes daqui, criar nossa lua psicológica, a fim de criar o sol
psicológico. Esse é um próximo passo. Para tanto Mestre Jesus falou:
“A isto
respondeu Jesus: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus”. João 3:3
Nascer de novo não é assunto de crer em
alguma coisa, Nascemos de novo quando aplicamos a energia sexual que é a única
energia que cria no reino mineral, no vegetal, no animal e no humano. Portanto,
nascer de novo não é assunto de crença, mas de utilização da força sexual e
para isso necessitamos conhecer Tantra.
A fim de desempenhar o Tantra, temos de
começar a controlar os três cérebros, porque se vamos praticar Tantrismo
seguindo nossa cabra, ela gosta de fornicar. Obviamente, ao praticar Sahja
Maithuna (tantra) necessitamos transmutar nossa energia sexual, mas não podemos
praticar a transmutação sexual se estamos seguindo a cabra. Entretanto, se
estamos acostumados a manter o centro de gravidade em nossa Consciência, no
instante do ato sexual diremos: “Nesse ato sexual – estou roubando o fogo dessa
minha cabra”.
Agora compreendemos porque Lúcifer é
simbolizado com as pernas de uma cabra. Lúcifer tem o poder do sexo, ele tem o
tridente. O tridente é o símbolo das três forças primárias agindo mecanicamente
em nosso corpo, em nossos três cérebros: intelecto emoção e instinto. Esse é o
garfo de Lúcifer: nossos três cérebros.
Lúcifer com as pernas de cabra reside em
nosso sexo; Lúcifer diz: “Ó, você quer me
controlar? Eu tenho a força dos três cérebros aqui no sexo”. Mais ainda: se
seguirmos nossa cabra então comeremos do fruto proibido. E Lúcifer poderá
dizer: “Experimente de novo na próxima
vez e talvez...”
O modo de se fazer é controlando nossos três
cérebros, ou seja, controlar nossos três cérebros quando desempenharmos o ato
sexual. Nosso ego, naturalmente, porque somos o mal, Lúcifer é a energia. Lúcifer
não é um indivíduo que exista externamente. Ele está interiormente. Ele é a
força sexual que utiliza o garfo, o poder dos três cérebros para a mecanicidade
da natureza. Temos de transformar o nosso mal em um ser humano. É como diz a
mitologia: temos de transformar o jumento em homem.
Isso me lembra de Jesus entrando em Jerusalém
enquanto montava o jumento, controlando o animal. Contudo, qualquer pessoa que
vá ao Oriente Médio, para a Terra Santa, e entre em Jerusalém, o jumento está
no comando das rédeas, porque o animal o está controlando. Temos de entrar como
Jesus, controlando o animal, o jumento, que é o mesmo símbolo da cabra.
Fazemos essa divisão quando separamos as
cabras das ovelhas durante toda a vida. O Filho do Homem em nosso coração tem
de fazer isso.
Esses elementos, que são a sensualidade,
ódio, orgulho são condenados, lançados ao inferno. Temos de desintegrá-los,
eles são inimigos de Deus que está dentro de nós. É assim que morremos
psicologicamente. Desse modo, pouco a pouco, o Homem Solar vem aparecendo
dentro de nós. O segundo nascimento não é mecânico como as pessoas pensam.
O homem Solar é formado pelos corpos solares,
o traje do casamento da alma que temos de criar para nosso Filho do Homem que
temos em nosso coração:
O Corpo Solar Astral
O Corpo Solar Mental
O Corpo Solar Causal
Quando criamos o corpo Solar astral então
entramos em outro nível, somos um ser humano que detém controle de suas emoções
superiores e está consciente quando sai de seu corpo. Quando o corpo está dormindo
ele é consciente no nível astral. Ele não está dormindo como nós. Após ter
criado o Corpo Solar Mental ele então é consciente no plano mental. Finalmente,
ele cria o corpo da força de vontade e entra no Tiphereth, o mundo causal.
Conforme dissemos noutras palestras, ele cria Shem, Ham e Japheth, os três
filhos internos de Noé. Então ele se torna um Homem Solar. Ele entra no reino
do céu.
Então temos duas humanidades: a cognizante
que está relacionada com os Corpos Solares astral, mental e causal, esses
sintonizados com as dimensões superiores, com o reino do céu, como Mestre Jesus
estabelece; e temos a humanidade mecânica relacionada com o reino da confusão
das línguas.
A fim de entrarmos no reino do céu,
precisamos aniquilar nossa lua mecânica e temos de criar nossos Corpos Solares.
Há outros versículos que desejo ler para
vocês, relatando o que Jesus disse em Mateus 6: 19-24.
“Não
acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem
corroem e onde os ladrões escavam e roubam;
Mas
ajuntai para vós outros tesouros no céu, e onde ladrões não escavam nem roubam;
Porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração;
São
os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será
luminoso; Se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em
trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas
serão!
Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um,
e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a
Deus e às riquezas (mammon)”.
Vocês alguma vez leram isso? As pessoas leem
e comentam sobre isso muitas vezes. De que olho está Jesus falando aqui? Não é
relativo ao olho físico. É o olho da pineal, o olho intuitivo. Aquele olho que
nos permite entrar nas dimensões superiores, que nos permite ver o céu. Se
vocês ouviram sobre isso, o terceiro olho é o que os mitólogos chamam o olho
ciclópico. Os Ciclopes têm somente um olho, significando que são unicamente
capazes de ver o espírito, não a fisicalidade. Então naquele olho temos luz, conforme
explanamos, se exercitamos aquele controle do “Nosso Pai que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a
nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”,
então a força de nosso Deus entra pela glândula pineal e exercita na nossa
terra, que é a nossa fisicalidade, a vontade, como é no céu. “Seja feita a vossa vontade assim na terra
como no céu”. Significa que na terra que é a nossa própria terra, nossa
fisicalidade, é feita a vontade de Deus.
Quando a vontade de Deus é feita na nossa
terra (o corpo), então o terceiro olho começa a operar. Há então luz ali e
nosso reino, nossa vida, será cheia de vida. Porém, se não ligarmos para o
terceiro olho, o assento da alma, e não fizermos isso, então “Portanto, caso a luz que em ti há sejam
trevas, que grandes trevas serão!”.
Se sentamos em meditação e observamos o
centro de nosso cérebro, então podemos inquerir: “Quanta luz terei naquele
centro, naquela glândula pineal, no chackra Sahasrara?”. E se houver ali
escuridão, quanta haverá! Isso significa o quanto estão as trevas relacionadas
com nossos defeitos. Porém, se quisermos ver luz, então começamos por
desenvolver nossa Consciência. Começamos trabalhando com a luz psicológica. Não
podemos servir a dois mestres ou odiaremos um e amaremos outro. A divisão está
dentro de nós, a cabra e a ovelha, ou Deus e mammon; a mesma coisa; não podemos
servir a dois mestres.
Quando entramos nesse caminho desejamos a
nossa auto-realização, ao mesmo tempo podemos sair e estar com o vizinho,
agindo como o diabo. Então, empreender esforços no sentido de servir somente
Deus é um esforço psicológico; é um trabalho que temos de realizar todos os
dias seguindo nossa Consciência e aclarando nossa psique; mammon é a mente, e
Deus está na glândula pineal, ali, no centro de nosso cérebro. E não podemos
servir Deus na glândula pineal e a mammon ao mesmo tempo.
Mammon está relacionado com o bem estar, a
riqueza na terra. É um demônio um indivíduo que acumula ouro , dinheiro. Está
claro porque se diz que essa sociedade é uma sociedade mammon. Todos querem
dinheiro e mais dinheiro. “Dê-me ouro, intelectualismo”. Tudo em relação com
essa mente. “Eu quero ser famoso”, temos de ser milionários, etc. Isso é
mammon. Estar contra mammon é estar contra nossa mente e não ser escravo do
dinheiro. Necessitamos dinheiro, OK, mas não sejamos escravos do dinheiro, não
nos identifiquemos com ele; sigamos as regras de Deus. Foi isso que Jesus
disse: “Apeguem-se aos tesouros do céu”.
O céu está na cabeça, relaciona-se com a glândula pineal e além de nossa
Consciência. “Não se apeguem aos tesouros
da terra”, porque todos na Terra querem ser ricos, ter tesouros. Não é mal
termos o que necessitamos, termos dinheiro. É bom, mas não nos identifiquemos
com ele. Não façamos de nossas vidas somente cobiças; não seja somente correr
atrás do dinheiro a razão de estarmos vivendo. Tenhamos aquilo de que
necessitamos. O que necessitamos? Necessitamos comer, vestir, ter um abrigo.
Roupas, alimento e abrigo são as necessidades para as quais precisamos ter
dinheiro nesses dias e era. Em eras passadas, em tempos de antanhos não
precisávamos de dinheiro para essas coisas, mas necessitamos disto, então
tenhamos exatamente aquilo que satisfaça as nossas necessidades. Porém,
permitamos que nossa prioridade seja o reino de nossa própria Consciência, o
reino de nosso próprio Espírito, pois se queremos hoje trabalhar para Deus e
amanhã para mammon, ou pela manhã para mammon e à tarde para Deus, então
estaremos servindo a dois senhores ao mesmo tempo. Não podemos fazer isso.
Se
trabalhamos porque necessitamos de dinheiro a fim de sobreviver, façamos isso,
porém em nosso trabalho estejamos conscientes de nós próprios. Trabalhemos pelo
nosso Deus. Estejamos no inferno como um anjo, não como um demônio. Isso é
difícil, porque nenhum dos demônios gosta de estar no inferno agindo como um
anjo, mas como demônio, ainda mais que o anjo é testado no inferno. Desejamos
ser um anjo? Desejamos despertar nossa Consciência? A Consciência é despertada
aqui no inferno onde precisamos ser testados de modo que possamos trabalhar por
nós próprios.
É assim que essas coisas têm de ser
compreendidas, porque há pessoas que, por exemplo, dizem: “Primeiro quero ter
meu lar, meu carro, e uma soma de dinheiro no banco, para depois trabalhar para
Deus”. Isso é ridículo, pois então o ego da ganância dentro de nós dirá: “Bem,
você precisa disso, disso e mais disso”, e dessa forma passam-se os anos,
ficamos velhos e finalmente morremos. E dos tesouros que estivemos acumulando
em quantidade não levamos um centavo, nada, porque vamos sós para a cova, é
isso aí. Então vamos para outras dimensões. Nossa vida física acabou. Assim,
por que temos de nos identificar com os tesouros da terra, com mammon?
É por isso que Jesus disse aos seus
discípulos:
“Então disse Jesus a seus discípulos: Em
verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus.
E
ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do
que um rico entrar no reino de Deus. Mateus 19: 23, 24.
Ser rico não é somente estar realizado com
dinheiro. Há um número enorme de pessoas que financeiramente são pobres, mas
psicologicamente falando, são muito ricas. Em qual situação são eles os ricos?
Eles são muito orgulhosos, têm um monte de defeitos, vícios e defendem suas
psicologias, seus orgulhos contra qualquer coisa. São muito “ricos”. Em outras
palavras, os tesouros que estão acumulando dentro deles próprios estão
relacionados com a terra, com Klipoth. Se olharmos para dentro deles a fim de
vermos se têm algo de piedoso em suas Consciências, em seus céus, não veremos
nada. Nem mesmo acreditam em Deus. Existem ateus que unicamente estão
preocupados em conseguir dinheiro, e dizem: “Deus não existe”, somente isso.
Eles têm todos os seus tesouros na terra. Obviamente, não possuem nada no céu.
“Porém,
a vós próprios acumulem tesouros no céu”, então, obviamente, para ser rico
no céu é algo psicológico. “Não acumulem
a vós próprios os tesouros da terra”, assim, ser rico na terra é algo
relacionado com defeitos psicológicos e vícios. Dessa maneira, quanta luxúria,
ganância, ira, orgulho, vaidade, preguiça, gula, etc., temos dentro de nós? Se
temos muito, então somos o rico da parábola em Mateus 19:23,24.
Então, sendo rico na terra torna-se muito
difícil que possamos entrar no reino do céu. Eis porque está também escrito:
“Bem
aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus”.
Ser pobre de espírito significa
psicologicamente ser pobre em defeitos, não significa sem vintém, ou adorar a
pobreza aqui nesse mundo físico. Não. “Pobre
de espírito” significa que psicologicamente estamos contrários aos nossos
defeitos e vícios. Logo, sendo pobre de espírito e o reino do espírito sendo
para nós, significa que empilhamos para nós tesouros no céu, assim nossa
Consciência está expandindo no céu, expandindo e penetrando na humanidade cognizante.
Pobre em atitudes egoísticas, esse é o significado dessa bênção. Não tem nada a
ver com dinheiro, pois há inúmeras pessoas, grandes Mestres como, por exemplo,
Saint Germain; ele é pobre de espírito, mas ele é o mestre que sempre aparece muito
bem vestido e com muita riqueza, mas ele não é reconhecido por sua riqueza. Ele
anda na trilha de Deus e detém controle sobre sua natureza inferior.
Pobre de espírito é a atitude relacionada com
nossa pessoal psicologia, e ser rico na terra é estar identificado com nosso
orgulho, nossa ira, nossa autoestima, nossa auto importância. Torna-se muito
fácil sermos ricos na terra como quando estamos diante de uma pessoa que nos
vai servir. Em particular, na agência de correios experimentei isso. Eu estava
lá e eles vieram atender-me. Eu fui pagar-lhes. Mas eles são sempre, como
podemos dizer – assim, muito zangados – então nos tratam muito mal.
Pessoalmente, minha autoestima e auto
importância são muitas vezes feridas. Vejam, eu vou lá despachar livros para as
pessoas que querem saber sobre Gnose, então, quando eu volto aqui, digo: “Bem,
ela estava certa”, ou “ele estava certo”, mas normalmente é ela, porque ele é
muito bom; vocês sabem, por causa de seus estresses eles agem mal contra os
clientes... Bem, ela tem o direito de estar zangada. Quem saberia quantos
clientes ela atendeu lá, então ela está realmente cansada, e tratando-me muito
mal, sem gentileza, porém ela está oferecendo um serviço e eu tenho de pagar.
Por que eu deveria querer gentileza dessa pessoa? Eu tenho de amá-la. Porém,
acreditem, quando estou meditando minha autoestima me diz: “para o inferno com
ela. Como você irá amá-la?”. Então eu digo para minha auto-estima; “Cale-se.
Você tem de morrer aqui, porque
eu tenho de amar meus inimigos”. Isso não é o certo? E, claro, há muito do
orgulho em mim que diz: “Não. Você vai permitir que essa pessoa tire onda com
você, e tripudie?”, então eu digo ao meu defeito: “se aquela pessoa está
aborrecida ou estressada com seu trabalho o problema é dela, não meu, eu não
tenho que me identificar com ela. Deixe-na estar zangada. Se Deus não a freia, por que eu irei fazer
isso? Não me identificarei com ela”. Dai, deixo o lugar com o rabo entre as
pernas e digo: “eu tenho de ser humilde aqui”.
Assim, se normalmente não temos esse tipo de
conhecimento, reagimos de imediato e respondemos mecanicamente. Eu vi muitas
discussões por lá, pessoas reagindo e brigando entre elas. Algumas vezes,
ligado a isso, as pessoas dizem; “isso é inacreditável, essas pessoas são
preguiçosas. Veja, estão batendo papo entre elas e nós aqui esperando por quase
meia hora...” etc., etc., Bla-bla-bla-bla-bla… As pessoas são muito impacientes.
E vocês, se estiverem lá, digam: “Por que eu
devo ficar zangado? Se eu começar a arguir como eles, o trabalho irá andar mais
rápido? Não, irá continuar no mesmo curso. Se estou zangado ou não, tenho de
encarar as consequências. Tenho de chegar à janela e fazer minhas coisas”. É
mesmo estupidez ficar zangado, mas as pessoas não pensam assim. Elas são bla-bla-bla-bla-bla-bla, e comparando, falando de outras
agências de correios e de outros lugares como esse, elas estarão desperdiçando
muita energia.
Vemos, dessa maneira, que muitas pessoas
reagem mecanicamente com tudo na vida; quando vão às compras em outros lugares,
ou quando se encontram em diferentes circunstâncias, contudo é nessas coisas
que temos de realizar o nosso trabalho psicológico.
Se vamos entrar no reino do céu (com uma
humanidade cognizante) ou estaremos a continuar no mecanicismo dessa
humanidade, na qual somos escravos, a humanidade oferece-nos uma oportunidade a
fim de que saibamos por nós mesmos.
Quando reconhecemos nossos defeitos e os aniquilamos
saindo deles, dizemos: “Meu Deus, agora tenho outra virtude, outro poder em
mim. Minha clarividência está no ponto. Aquela luz que estava envolta pela ira
está de novo ativa em minha glândula pineal; a luz que estava prisioneira
dentro de meu orgulho está agora ativa em minha Consciência. Obrigado Deus,
aquele “eu” estava contra mim”. Então entendemos: “Tenho de agradecer àquela
pessoa que me insultou, porque sem o seu insulto eu não teria percebido aquele
defeito em mim. Obrigado a ela, estou crescendo espiritualmente”.
Então amamos a pessoa. É assim
que amamos nosso inimigo, quando percebemos que a pessoa que psicologicamente
nos feriu, ao final de tudo nos estava fazendo o bem, então soubemos tirar
vantagem da situação. Se não tiramos vantagem disso, se não meditamos e não compreendemos
nossos defeitos, então, exatamente, desenvolvemos o masoquismo ou a
mecanicidade.
* * *
Temos
perguntas?
1. P. – Passaremos
por provações uma vez que essa vida é cheia de provações?
R. – As provações nos chegam onde estamos
trabalhando, onde vivemos com nossos parentes, com nossos conhecidos. Com eles temos
nosso ginásio a fim de nos conhecermos a nós próprios, a fim de saber o que
nosso orgulho alveja, nossa ira, nossa autoestima, etc. Ao interagirmos com as
pessoas é desse modo que nos conhecemos. Então no sentido de nos conhecermos
precisamos meditar e escapar do que não gostamos, através da meditação, através
das técnicas que lhes ensinamos. É esse o caminho.
Contudo, há alguns mestres que estão muito
avançados. Eles não reagem mais diante de nada, mas ainda sentem que tem
defeitos interiormente. Por conseguinte, eles saem propositalmente a procura de
alguém que os insultem. Eles começam a falar a essa pessoa sobre o que eles
mais amam e aguardam até que a pessoa os insulte e diga: “Estou enjoado e
cansado de sua pregação aqui”, e começa a insultá-los. Ao se sentirem magoados
porque a pessoa não quis ter o que eles tinham a dar, mesmo quando eles fazem
isso com amor, então dizem: “Ok, muito obrigado”
e dizem: “eu não tenho que carregar isso.
Eu não tenho que me sentir magoado porque alguém diz não acreditar naquilo que
eu acredito ou não segue o que eu sigo. Tenho que respeitar a livre vontade de
cada um. Por que tenho que me identificar com isso?”.
Entrementes, há outras pessoas que gostariam
de nos forçar, abrir nossas mentes e colocar seus conhecimentos lá pela
força.... Isso não é Deus... Temos de respeitar a liberdade
alheia. Se
pessoas gostam disso, bom, mas se não gostam pelo menos se esforçam. Mas há
egos dentro de nós que se sentem ofendidos quando as pessoas nos debocham, ou
nos insultam devido às suas crenças, ao seu caminho. Esse é precisamente o
trabalho. O mecanicismo da natureza está sempre diante de nós. A oportunidade
de entrar na humanidade cognizante está sempre diante de nós, a cada segundo.
Depende de nós, só depende de nossa vontade fazer isso.
2. P. –
Os animais têm mentes?
R.–
O gato, o cachorro, têm mentes protoplasmáticas, mas, obviamente não raciocinam.
Eles têm mentes, porém mentes instintuais. Nós somos os únicos que
raciocinamos.
2. P. Mas não há animais despertos?
R. Os animais têm consciência própria,
mas não da maneira cognizante; eles agem instintualmente, psicologicamente, não
são individualizados. Vemos que um gato está sempre consciente dele próprio,
porém os animais agem coletiva e instintivamente. Nós temos de ser conscientes
de nós próprios também, mas agindo com leis superiores, com inteligência.
Essas, no sentido de estudar; quando meditamos, nos analisamos, compreendemos e
começamos a descobrir outras leis que se relacionam com nossa Consciência e nos
tornamos conhecedores das leis mecânicas que estão agindo mecanicamente em nós
durante todo o tempo, tal como em qualquer gato, ou cachorro. Meditação é a
ferramenta que nos serve para descobrir e exercitar o controle de nossa psique.
Primeiro, temos de controlar nossa lua. Essa lua mecânica está relacionada com
nossa mente, coração e sexo: três cérebros que são nossa lua psicológica,
através da qual sempre agimos mecanicamente. Ainda, no sentido de exercitar o
controle sobre aquela lua mecânica, temos de criar nossa própria lua
psicológica. Após isso, começamos a entrar na luz Solar, nas leis Solares que
se relacionam com os reinos do céu, com o Filho do Homem.
3. P. – Devemos tomar cuidado com o que
falamos?
R. O Logos é Deus, o Logos é a Palavra. A
palavra é o som, a vibração. Deus não é uma pessoa. Por isso está escrito: “No início era o Verbo, e o Verbo estava
com Deus e o Verbo era Deus”.
No
início o Verbo falava a Ele mesmo sobre Ele mesmo. Esses são os três aspectos,
três forças, três sons.
Mas em nós, o Logos é a linguagem. Quando
estamos sintonizados com as forças superiores e falamos, então aquele Logos é a
mensagem. É a palavra, é o conhecimento que estamos dando. Porém, se não
estamos sintonizados com as forças superiores, então a palavra pode ferir. Podemos
ferir com a palavra, insultos que as pessoas usam com as forças dos três
cérebros, mecanicamente. Eles, com suas palavras, com seus insultos, não
somente degeneram suas psiques, sabemos, mas também seus corpos físicos, suas
fisicalidades.
Vocês sabiam que a qualidade do esperma que o
homem cria e a qualidade do óvulo que a mulher cria estão relacionados com o
que comemos, pensamos e falamos? É assim que a semente é feita diretamente,
então quando engendramos uma criança, ela é herdeira de nossos pensamentos,
palavras, etc. Não só fisicamente, mas de todos os maneirismos, da mecanicidade.
Quando estamos mudando, a qualidade do esperma é diferente, do mesmo modo o
óvulo e a qualidade da pessoa é psicologicamente maior. Assim, trazemos a nós,
de acordo com nossas vidas, as diferentes circunstâncias e mesmo crianças.
4. P. – Quanto ao êxtase dos santos?
R. – No êxtase, diríamos, estamos elevando
nossa Consciência. Nossa
Consciência vibra com o mesmo som, afinada com nosso próprio Espírito, que é
Deus interior. É uma vibração elevada. Deus vibra numa oitava maior. A fim de estarmos
em união, que é a comunhão ou o “religare, re-união” para as religiões – a
palavra religião vem de a união da Consciência com o espírito. Para chegarmos
ao êxtase, temos de estar na mesma oitava de nosso Deus. Porém, quando entramos
em nós próprios, descobrimos que a ira não está na mesma vibração da oitava de
nosso Deus, nem o orgulho nem todos os defeitos. Então, temos de retirar nossa
Consciência de todos aqueles elementos psicológicos e colocá-la na oitava de
nosso Deus e isso é chamado religião ou união, ou Yug, Yoga, falando
psicologicamente.
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
Tradução Inglês/Português: Rayom Ra
Fonte:
http://gnosticteachings.org/courses/beginning-here-and-now/698-the-two-humanities.html
Rayom Ra
Rayom Ra
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