sábado, 1 de fevereiro de 2014

O Nascimento do Sexo - ( I )


Primeira Parte
 
  Teosofia é uma ciência oculta que tem sua origem no budismo indu-tibetano registrado em escrituras arcaicas, mais velhas do que os livros chamados Vedas – as sagradas escrituras da India. O conhecimento reservado para uns poucos iniciados, chegou ao Ocidente pelos livros de Helena Petrovna Blavatski.


  Segundo a Teosofia de Blavatski, os fundamentos encontram-se nos textos dos livros de Dzyan, escritos numa linguagem morta – o Senzar, recuando à Terceira Raça ou à “Terceira Humanidade”, a dos homens lemurianos que viviam em tempos ainda mais remotos, uma vez que o Senzar é herança dos Devas.

  Dentre estas “ciências ocultas” existem uma cosmogonia e uma antropogênese, como em geral existem em todas as escrituras de religiões ou tradições sagradas no mundo. Exemplos: Mitologia Grega: Divindades Primordiais; Genesis Bíblica Judeu-Cristã, Gilgamesh, o épico Sumério-Mesopotâmico.

  Há muitas e muitas eras, pré-históricas e históricas, o sexo não existia. Humanidades e indivíduos existiam; porém sexo, não! Não havia nem sexo nem um sistema de órgãos sexuais, nem uma prática sexual ou um intercurso de corpos, nem uma idéia sexual. De fato, naquele tempo tão distante, os corpos eram também sobremaneira diferentes do que hoje são.

  Na aurora planetária e da antropogenia, os espíritos animavam estruturas bioquímicas destituídas de ossos. Aqueles seres eram os sem ossos. Parece estranho, mas a natureza daqueles dias não era consistente como hoje; a Terra do mesmo modo não tinha “ossos” (formações rochosas e outros corpos sólidos).

  Três humanidades, três raças humanas emergiram, desenvolveram-se, passaram por declínios e desapareceram sem que seus corpos possuíssem sistemas orgânicos reprodutores. Os primeiros seres humanos eram capazes de se autorregenerar pela emanação de seus próprios materiais e de outros complementos, coletados diretamente da natureza subatômica. Então, veio a multiplicação assexuada das espécies. Um indivíduo podia engendrar outro ser similar a ele próprio, de duas maneiras:

  1. Exsudando – um ser, igual a ele próprio, um clone: um clone desenvolvido externamente de seu corpo que poderia separar-se da matriz quando seu treino se completasse.

  2. Por fertilização exógena. Materiais genéticos misturavam-se fortuitamente. Um ovo exsudava “in natura” feito de matéria maleável ou gelatinosa. A fertilização ocorreria similarmente a do peixe, pelo depósito de material genético de outro ser, produzindo um híbrido [mistura não igual] concebido num ovo que endureceria e se partiria quando a nova criatura estivesse pronta para a vida no mundo exterior. Este tipo de fertilização produziu a primeira geração de monstros na Terra.

                                  A Antiga Doutrina Tibetana – A Antropogênese

  Em princípio, quem se manifestou na Terra foram aqueles seres que existiam por existir, por eles mesmos; foram vidas individuais projetadas pela absoluta Vontade – a Quem chamamos de Deus. Foi o tempo dos albores, do Renascimento dos Mundos. Aquelas vidas eram chamadas Manus-Sementes ou Pitris.

  A “Primeira Raça Humana”, contudo, nasceu dela mesma. Foram sombras formadas de seus “antecessores”; uma raça gerada deles próprios. Todas estas coisas eram feitas sem intenção, pois eles não possuíam mente, inteligência ou determinação. A Centelha do Espírito Divino não estava presente em seus íntimos, ou melhor, talvez estivesse, mas em estado letárgico. A Centelha repousava naqueles seres.

  Da “Primeira Raça Humana” surgiu a Segunda Raça: foram os “nascidos das exsudações”, os sem ossos – aqueles foram dotados com o germe da inteligência. Uma tênue e primitiva centelha. Observe-se aqui que o Espírito de Deus é sempre relacionado com a luz; nos primeiros foram sombras, um fenômeno que depende da luz; nos segundos foram centelhas, uma luz tênue. A Terceira Raça Humana era andrógena: seres chamados “Duplos”

  “Os Filhos da Yoga Passiva [os andróginos] tornaram-se ovíparos. As emanações de seus corpos, produzidas especialmente durante as épocas de reproduções, detinham forma ovular. O pequeno núcleo esferoidal desenvolvia-se num largo, flexível e flácido veículo oviforme que, gradativamente, tornava-se mais sólido, mesmo se partindo após o período de gestação. Do ovo surgia o jovem animal-humano”. [Antropogênese pág. 183]

                                                     A Teoria Poligenética

  A Antropogênese Esotérica-Budista afirma que o homem teve:

    1. Origem Poligenética.

  2. A humanidade possuiu uma diversidade de modelos procriativos antes que pudesse desenvolver a geração sexual.

  A Humanidade Andrógina: ... “cessou de procriar suas espécies por meio de gotas de energia vital que emanavam de seus corpos. Toda esta energia espalhava-se por toda parte e foi aproveitada pela Natureza na produção de posteriores formas de Mammals”. [Antropogênese pag. 187]

  As manifestações da vida pre-arcaica interagiram com a geologia pre-arcaica, numa via bastante direta para compor a realidade física, orgânica e inorgânica, intensamente dinâmica na busca por formas e suplementos organizados e/ou capazes de organizar sistemas funcionais, para a expressão completa da Vontade Primordial Inteligente, que é a Fonte de toda a criação.

    “A progressiva sucessão de métodos de reproduções, segundo revela aquela ciência, é a confirmação sugestiva do Processo Esotérico de reprodução humana e reprodução de outros mammals, na maioria das épocas arcaicas da Criação”.

  I. Fissão Binária – Como observado na divisão em dois únicos organismos celulares como uma ameba. Ou como numa divisão celular mitótica em organismos multicelulares.

  II. Germinação – Uma pequena “estrutura-pai”, “estrutura-mãe”, ou matriz, infla a superfície e se estende, crescendo até alcançar o tamanho do organismo adulto, como em muitas plantas, organismos marinhos, etc.

  III. Esporos – Uma única célula é expelida pelo corpo pai-mãe, desenvolvendo-se num organismo multicelular que reproduz o organismo original, como bactéria e musgos.

  IV. Hermafroditismo Intermediário – Órgãos masculino e feminino são parte do mesmo indivíduo. Como na maioria das plantas, vermes.” [Antropogênese pág. 184]

  A Doutrina Secreta, contida nos antigos livros tibetanos diz que seres humanos passaram por todas estas estranhas conformações bioquímicas ao longo de muitos milhões de anos, desde o aparecimento do Planeta Terra. Estas teorias, embora pareçam absurdas, tornam-se menos exóticas quando consideramos a reprodução dos organismos observados na natureza pela ciência contemporânea. Entre bactérias, por exemplo, há mecanismos quase fantásticos.

  A Androginia produz a diversidade morfológica, metabólica, anatômica e estrutural, resultando de duas formas de reprodução que caracterizaram a “Terceira Raça Humana”. As crianças dos andróginos eram:

  (1) Os seres “nascidos de ovos” – implicando grande mistura de material genético.

  (2) As Crianças da Yoga. Estes são bastante curiosos, os Filhos da Yoga. São chamados também Crianças de Kriyashakti – pois Kriya-shakti é o “Misterioso Poder do Pensamento”.

  Mais de uma Humanidade evoluiu dentre Andróginos e Hermafroditas [A Terceira Raça Humana],bissexual, assexuada e finalmente heterossexual. Todos estes seres viveram e compartilharam aquelas formas diferentes de procriação nos abismos de um tempo esquecido. Os mais excêntricos compartilhamentos e estranhos fenômenos genéticos podem ter acontecido até que o sexo tenha se desenvolvido, como é experimentado hoje.

  O homem não foi feito do barro; da lama, mas, sem dúvida, há muito de “gel-plasma” envolvido na criação ou nos processos antropogênicos. A primeira cena evolutiva, pre arcaica, foi uma orgia de eventuais secreções envolvendo psico-química, interações morfológicas, trocas de fluidos que, segundo a Doutrina, povoou o planeta com espécies estranhas de seres viventes que tinham falhado em se tornar veículos apropriados para a expressão de Seres Humanos.

  O legado deste período ainda permanece na flora e fauna do presente e de passadas eras. Porém, a única experiência humana bem sucedida – vivente e real – é o homem contemporâneo.

  “Durante a Terceira Raça Humana – Lemuriana – animais sem ossos cresceram e tornaram-se animais com ossos... Os animais foram os primeiros a se separarem em sexos [machos e fêmeas] e começaram a gestar. O homem “duplo” (mais tarde), também se separou em sexos opostos...e possuíram enormes fêmeas animais. Com estas [relações que iniciaram] geraram outras raças de criaturas. Eles eram mudos [e foram chamados “cabeças estreitas”].

  "Eles geraram monstros. Uma raça de monstros inclinados, cobertos de pelos vermelhos, que andava a quatro pernas. Uma raça de seres surdos, que silenciava suas vergonhas… Estes Homens Primitivos...[ainda] não tinham mente ou alma e quando copulavam com as fêmeas monstras do reino animal, [originaram] uma série de macacos [Como exemplo dentre muitos outros tipos de criaturas]...” (Antropogênese, págs. 202, 207)

  Unicamente na Terceira Raça Humana, próximo do fim do período de existência da Terceira Humanidade, os humanos começaram a ter corpos físicos de matéria mais densa e esta densidade diminuía o nível de relação íntima entre os seres mais solidificados.

A relação sexual entre corpos veio ser praticada antes mesmo que “o raio da divina razão tivesse iluminado suas mentes até então repousantes” – mas já lhes tinha sobrevindo o pecado.”  Pois, quando a luz começou a brilhar eles já tinham consumado as misturas genéticas que deram origem a animais.

O modelo externo dos homens não era uniforme por causa dos ovos ...”antes de tornarem-se sólidos eles foram seguidamente corrompidos por enormes animais [e, antes mesmo, por materiais orgânicos estranhos. A partir deste fenômeno] ... surgiram raças intermediárias de monstros, metade homem, metade animal”.

  Porém, mais tarde, quando a raça humana já estava definida e se configurava na Quarta Raça, a “Quarta Humanidade”, a procriação através do intercurso sexual com animais que resultaram em monstros ... Estas relações foram proibidas ... reis e senhores houveram colocado o selo da proibição nestas relações pecaminosas ...

                                             Sexo na Cronologia dos Brahamanes

  Por tudo o que tem sido explicado, há um tempo bem distante o sexo não existia, bem como em tempos perdidos o sexo se tinha tornado numa característica de vida superior: anfíbios, pássaros, répteis e – especialmente – mammals.

  O Livro Tibetano da Doutrina de Dzyan, adota, definir as eras do universo, o mundo e homens – a cronologia dos Brahamanes (Indo-Ariano).

  Segundo esta cronologia, a emergência de relações sexuais entre seres humanos na Terra, situa-se no final da existência da “Terceira Raça Humana” [Lemuriana] e o começo da Quarta – “Raça Humana” (Atlante), quando humanos – e outros mammals – desenvolveram corpos com ossos. Isto aconteceu há dezenas de milhões de anos.

  Para os Brahamanes, a idade da Terra remete a aproximadamente 1.955.884.807 de anos (2007). A idade da atual humanidade, chamada “Quinta Humanidade” é de mais ou menos 18.600.000 quando desapareceram os últimos núcleos da civilização atlante.

  O corpo material, a separação de seres sexualmente definidos e – finalmente, o intercurso sexual, esta série de eventos é – esotericamente – definida como “A Queda”. Queda do homem na matéria densa, queda do poder de autocriação, auto recriação; queda do poder mental de criação e mental recriação; queda da condição de procriação sexual.

  Nos textos bíblicos – Judeu-Cristãos – muito confusos e/ou mesmo faltantes em sua cronologia cosmológica, geológica e antropológica, entre as escrituras, fossem canônicas ou apócrifas, há a referência de duas quedas:

  (1) Queda dos Anjos.
  (2) Queda do Homem.

  A primeira está contada no Livro Apócrifo de Enoch; a segunda, a queda do homem, está na Genesis canônica. Ambos os episódios podem ser referidos como um processo desdobrado relativo à evolução de três eventos:

  (1) Desenvolvimento da Vontade, exercitado pela livre vontade.
  (2) Descoberta, escolha e prática do sexo, procriação vivípara.
  (3) A experiência de vida com dores e sofrimentos físicos.


                                         [ The Arising of Sex – Partes I e II ]
                                                    Por Lygia Cabus                                     
                       http://www.sofadasala.com/english/anthropogenesis0302.htm

                                               Tradução/inglês por Rayom Ra

                                                               [Segue Parte II]
Rayom Ra
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