sábado, 18 de dezembro de 2010

Porque Não Devemos Ignorar As Forças Negras - Parte I

       Deus e o diabo, o bem e o mal, precisam ser passados a limpo sob a ótica da compreensão e senso comum.

       Vivemos hoje em mundos interligados como três círculos que se tocam. O primeiro mundo é o do passado, o celeiro de todas as tradições culturais, a fonte tradicional de tudo quanto o homem precisou dela retirar até ontem, para as conquistas do hoje. Esse mundo, não obstante, não se encontra perdido nos anais do tempo, pois de pouco em pouco, de passo em passo vem sendo desterrado em suas camadas mais profundas para ser reestudado.

       O segundo mundo é o da modernidade, onde o homem e a máquina interagem e não vivem um sem o outro. Em certos momentos a máquina manda e domina, noutros, o homem determina o que a máquina deva fazer, mas logo depois a ela se submete.

       O terceiro mundo decorre do segundo, interveniente ao primeiro. Foi construído, justamente, com os recursos mecânicos do segundo mundo e conecta os povos instantaneamente com engenhos tecnológicos, com telas e teclados; penetra como quer ao pensamento intelectivo; dissemina energias e forças, imprimindo nas mentes valores os mais diversos, falsos ou não, negativos ou positivos. É um mundo virtual, porém muito poderoso e cada dia mais forte!

       De todas as formas, nesses três mundos, chocam-se o presente com o passado, pois as máquinas construídas e programadas pela organização cerebral humana vêm ensejar respostas não dadas pelas tradições dos povos. Mas nada termina exatamente assim, por que inúmeros paradigmas, sem quaisquer respaldos da metodologia científica, resistem firmemente às invasões da mente racional cética e dos mecanismos tecnológicos dirigidos e manobrados para alijamentos definitivos em saneamento da moderna ciência.

       Deus não é uma instituição humana, nem é o diabo. Mas se formos buscá-Lo nas suas origens, sob a custódia das filosofias religiosas ou ocultistas, atestaremos que Deus se sustenta com um poder uniformemente possível, quer admitido ou não, mas a pessoa do diabo nem tanto. Ultrapassadas as crenças, a idéia central é a da premissa de que se Deus criou tudo o que existe, teria forçosamente criado o diabo; logo o diabo seria sua criatura e não o seu igual e oposto.

       Ontologicamente Deus e o diabo estariam em permanente luta. Deus é o Supremo Construtor onde cá embaixo nos mundos dos fenômenos os valores positivos e negativos se antepõem, se revezam, mas às vezes se conjugam para um objetivo comum. E é aqui onde mora o diabo. Para a ciência cética Deus não existe, porém se reconhece uma origem de todas as coisas, um ponto referencial de onde tudo emanou – um big-bang descomunal que trouxe em seu bojo e em seu interior o que hoje se conhece através das diversas metodologias criadas, e, ao que se anseia, mais ainda se descobrirá. Mas o mal veio junto, sob qualquer capa ou pretexto da incoerência humana, acobertado no egoísmo, gerando os crimes bárbaros, as guerras fratricidas, interligado à própria ciência. As aberrações humanas são um mal para aquilo que a ciência queira refazer e ao que pretenda realizar. A ciência, conforme desejaram seus incorrigíveis arautos, jamais conseguiu exterminar os males da Terra, como se a isso pudesse realmente fazer. Ajudou em muito. Impossível imaginar a vida de 6.6 bilhões de pessoas sem a ciência atual. Mas, contrariamente ao pensamento mecanicista de muitos adeptos, em incontáveis situações foi a ciência, justamente, o instrumento que mais ajudou o mal a se infiltrar de maneira aterradora - a se fortalecer continuadamente e avançar em ritmo sempre crescente.

       Se o diabo é somente citado na bíblia 35 vezes, em compensação ora a idéia clara, ora o subjetivismo do mal estão em todas as páginas, começando logo na primeira, em sentido dual, no que é dito: “e viu Deus que a luz era boa”, “e viu Deus que isso era bom”, ou seja, o bom evoca o relativismo do “não bom” – seu contrário. Este jogo de opostos pode não implicitar exatamente o mal, e ao mesmo tempo pode. Mas, em seguida, no paraíso é citado especificamente o mal, e surge a serpente como um elemento não somente fálico, mas portador da tentação de possuir mais. Serpente, diabo, demônio, lúcifer, satã, belzebu, ahrimã, mamon, ou qualquer outra denominação que se pretenda, não é definitivamente um epíteto pessoal, mas o albergamento de valores de polaridades negativas, cujas origens e existências se perdem nas noites do tempo.

       Seria pela crença ou religião? Pela filosofia ou ciência? Pelo medo ou coragem? Desde os mais distantes recantos do cosmos, o mal traz com ele a própria vida num jogo de polaridade contrária, em vias destrutivas e nas inversões.

       O que pretendemos aqui não é sairmos com bandeiras para a salvaguarda da filosofia inspirada em Deus e em suporte de todas as crenças, mas comentar da relação verdadeira do mal como forma, como existência tangível que se encarnou na humanidade, e que a ela passou a pertencer tanto quanto lhe pertença o bem. Se Deus é o criador do bem e do mal - ou eles viajaram com o big-bang, não importa - o fato é que ambos existem naquilo que admitimos como vida planetária, calcada nas experiências humanas de famílias, amigos, raças, projetos, paixões, guerras, crimes e tudo mais – onde, enfim, são encontradas todas as coisas ao redor das quais os homens se movem - sejam ateus, céticos, religiosos ou esotéricos. Porém, é absolutamente inegável o mundo estar cansado de ver o mal em si mesmo se vestir de negro, a agir na inconsciência de grupamentos, etnias ou nações inteiras, a dominá-los e destruir, jamais explicando racionalmente por que faz isto.

       Em princípio, sem nenhuma outra conotação, senão racial e econômica, Hitler preparou a Alemanha para a destruição de judeus e domínio de todas as outras raças, semitas ou não. Porém, criou a igreja nazi como a compensar sua obscura e germinal crença em forças superiores de um deus vingativo que se insurgiria contra todos os que até então seguiam outro deus. Era a idéia religiosa do mal, considerada a partir de uma visão de raça pura, gloriosa e eleita. O nazismo forjado na mitologia nórdica, no martelo guerreiro e invencível de Thor e nos deuses verdadeiros, não lhes mentiria.

       O mal não escolhe lado, nem crenças, lógica ou métodos. Ele os quer a todos, ele sabe trabalhar todas as coisas. Se há um elemento forjado no princípio da polaridade negativa, que emerge para a violação dos impulsos naturais, para vir reger a involução de vidas; que de tudo vem tirar proveito somente para si próprio; que se constrói, se fortalece e se alastra como um cancer, este elemento se encarna naquilo que conhecemos como o mal. É difícil explicar até onde o bem é o bem na sua polaridade positiva e até onde o mal é o mal na sua polaridade negativa. Mas é fácil ver, sentir e entender quando mentes e cérebros estão tomados e saturados pelo pensamento dirigido unicamente para seus únicos e egoísticos propósitos. Assim se formam poderosas energias ou forças destrutivas, como formaram Hitler, Torquemada, Genghis Khan, Nero ou Átila. Ou como os santos papas que mancharam com sangue a igreja de Cristo, por que hereges deviam pagar com a vida, sob torturas e guerras, às desobediência clericais. A bomba atômica matou milhares indefesos, e nem por isso a ciência se culpou ou parou de fazer testes com outras novas e mortíferas bombas.   

       Os magos negros da modernidade, são os mesmo que agiram em defesa do despotismo exterminador ou escravista da igreja; hoje trabalham ao claro ou nas sombras dimensionais que a ciência finge desconhecer, estimulando ou criando novas armas, planejando novas guerras e hediondas mortandades. Nada mudou nas intenções. Unicamente os métodos se tornaram mais fáceis e poderosos, propiciando mais resguardo para os manipuladores de suas criminosas tecnologias. E certeza há de que a Terra já está inexoravelmente dividida, e a luta que se configura e já acontece nos seus preâmbulos será, ao fim de tudo, gigantesca – a maior desde que o mundo é mundo!

       Diz-nos o Mestre Djwhal Khul: “A loja Negra tem suas raízes no plano astral cósmico assim como A Loja Branca e sua Irmandade as tem no plano mental cósmico, ainda que isto seja uma realidade momentânea a fim de acercar-se da culminação e aperfeiçoamento de certas atividades organizadas, levadas a cabo na estrela de Sírios”.

       Volto a falar dos mundos cósmicos acima dos nossos. Nossa esfera de evolução compreende 7 planos ou mundos, conforme diagrama simplificado:

MUNDOS OU PLANOS
1. ADI MUNDO DIVINO “DOMÍNIO DE DEUS”

2. ANUPADAKA MUNDO MONÁDICO
3. ATMA MUNDO ESPIRITUAL

4. BUDDHI MUNDO INTUICIONAL
5. MANAS MUNDO MENTAL

1. MENTAL ABSTRATO
 2. MENTAL CONCRETO

6. KAMA MUNDO ASTRAL
7. STHULA MUNDO FÍSICO

1. ETÉRICO OU VITAL
                                                                                              2. FÍSICO OU DENSO

       Esses sete mundos, planos ou dimensões que representam nosso campo de experiências e ascensão durante milhões ou mesmo bilhões de anos ou mais, são na verdade, juntos, um único plano do Mundo Cósmico, chamado Plano Físico-Etérico Cósmico. Vejamos isso do seguinte modo:

MUNDOS OU PLANOS

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ETÉRICO CÓSMICO

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1. Primeiro Éter Cósmico
ADI LOGÓICO

2. Segundo Éter Cósmico
ANUPADAKA MONÁDICO UNIVERSAL

3. Terceiro Éter Cósmico
ATMA – 3º. Aspecto

4. Quarto Éter Cósmico
BUDHI – Razão

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                                                               FÍSICO CÓSMICO
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                                                              5. MANAS

                                                              6. ASTRAL (KAMA)

                                                              7. STHULA (FÍSICO)

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       Temos assim, por exemplo, que nosso mundo físico denso é somente um subplano do Mundo Físico Cósmico, considerados também subplanos físico-cósmicos nossos Mundos Astral e Mental. Portanto, o Plano Físico Cósmico, é formado de nossos mundos Manas-Astral-Sthula. Do mesmo modo os nossos mundos superiores Adi, Anupadaka, Atma, Budhi, penetrados pelos 4 éteres cósmicos, representam no Etérico Cósmico, somente subplanos. Assim, somando-se os dois esquemas do último diagrama acima, temos na totalidade o Mundo Físico-Etérico Cósmico, o mundo mais inferior daquele universo.

       Isso explica porque seres e entidades de todas as categorias, podem chegar com facilidade em nossos mundos, pois a questão, neste particular, prende-se unicamente às escalas e portais dimensionais.

       Os magos negros, portanto, operantes na polaridade negativa, desde o plano astral cósmico, alcançam o conhecimento através de suas práticas e desenvolvimento mental. Entretanto, a qualidade vibratória de seus corpos é diferente daquela de quem segue os caminhos evolucionários da senda crística, porém não o seu conhecimento da matéria e leis dos planos por onde transitam e operam.

       Este trabalho visa demonstrar porque o conhecimento da natureza e os poderes que os representantes da polaridade negativa possuem não devam ser desprezados, embora não temidos por aqueles que entram na senda da evolução consciente. E como neste instante muitos milhões avançam em direção a este desiderato e tantos outros já ultrapassaram seus umbrais, estes avanços, contudo, não isentam os iniciados conscientes e também os inconscientes que fazem parte da humanidade instruída, mas não esotérica, de se defrontarem com os Senhores da Face Negra e seus asseclas, e dos perigos que adviriam de seus envolvimentos nas teias de Maia, com quedas ou aprisionamentos.

                                                                     (Prosseguimos na Parte II)

       Rayom Ra

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