01. Pergunta: - Conforme deduzimos de vossas palavras, então Jesus é uma entidade e o Cristo outra. Porventura tal concepção não traz mais confusão entre os católicos, protestantes e espíritas, já convictos de que Jesus e o Cristo são a mesma pessoa?
Ramatís: - Em nossas singelas atividades espirituais, nós transmitimos mensagens baseadas em instruções recebidas dos altos mentores do orbe. Portanto, já é tempo de vos afirmar que o Cristo Planetário é uma entidade arcangélica, enquanto Jesus de Nazaré, espírito sublime e angélico, foi o seu médium mais perfeito na Terra!
O excessivo apego aos ídolos e às fórmulas religiosas do vosso mundo acabam por cristalizar a crença humana, sob a algema dos dogmas impermeáveis a raciocínios novos e para não chocar o sentimentalismo da tradição. As criaturas estratificam no subconsciente uma crença religiosa, simpática, cômoda ou tradicional, e, obviamente, terão de sofrer quando, sob o imperativo do programa espiritual, têm de substituir sua devoção primitiva e saudosista por outras revelações mais avançadas sobre a Divindade!
Os religiosos de tradição, herdeiros e repetidores da crença dos seus avoengos e preferida pela família, habituados a "adorar" e jamais "pensar", sentem-se amargurados quando têm de abandonar as imagens preferidas de sua devoção, e substituí-las por outras mais estranhas!
Assim, correspondendo à assimilação progressiva humana, Deus, primeiramente foi devocionado pelos homens primitivos, através dos fenômenos principais da Natureza, como o trovão, o vento, a chuva, o mar e o Sol! Em seguida, evoluíam para a figura dos múltiplos deusinhos do culto pagão. Mais tarde, as pequenas divindades fundiram-se, convergindo para a ideia unitária de Deus. Na Índia, honrava-se Brahma, e Osíris no Egito; e Júpiter na Olímpia: enquanto os Druídas, no seu culto à Natureza, cultuavam também uma só unidade!
Moisés expressa em Jeová a unidade de Deus, embora ainda o fizesse bastante humanizado e temperamental, pois todos os sentimentos e emoções dos hebreus, no culto religioso, fundiam-se com as próprias atividades do mundo profano! Com o aparecimento de Jesus, a mesma ideia unitária de Deus evoluiu então para um Pai transbordante de Amor e Sabedoria, que pontificava acima das quizílias humanas, embora os homens ainda o considerassem um doador de "graças" para os seus simpatizantes e um juiz inexorável para os seus contrários!
Tais ideias expressam-se de acordo com a psicologia, o sentimento e a cultura de cada povo. Osíris, no Egito, inspirou o culto da morte, enquanto Brahma, na Índia, recebia homenagens fabulosos como a primeira da Trindade Divina do credo indu. Mas, também, havia Moloc, a exigir o sacrifício de tenras crianças, e, finalmente, Jeová, entre os hebreus, louvado com o holocausto de animais e aves, além de receber valiosos presentes dos seus devotos.
Mais tarde, o Catolicismo definiu-se pela ideia do Criador na figura de um velhinho de barbas brancas, responsável pela criação dos mundos em seis dias, pontificando-se nos céus, atrás das nuvens, mas ainda sensível à oferenda de velas, flores, incenso, relíquias e auxílios necessários à manutenção do serviço divino no mundo terreno. Atualmente, a doutrina espírita ensina que "Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas", descentralizando a Divindade do antropoformismo, para ser entendida animando todos os acontecimentos da vida.
Não há dúvida: já é bem grande a diferença entre a concepção espírita e os deuses mitológicos que presidiam os fenômenos da Natureza na vida de seus devotos; no entanto, ainda existe diversidade da própria fórmula espiritista, em confronto com outras explicações iniciáticas do ocultismo oriental. Em verdade, essa ideia da pluralidade divina foi-se atenuando com a própria evolução do homem na esfera da Filosofia e no campo da Ciência; porém se isto lhe facultou maior assimilação da Realidade do Criador, aumentou-lhe, no entanto, a sua responsabilidade espiritual.
Quando o religiosos tradicional tem de abandonar o seu velho mito ou modificar sua ideia formal da Divindade, acariciada há tanto tempo e infantilmente sob a proteção do sacerdócio organizado, ele então sofre na sua alma; e da mesma forma, sofrem os adeptos de doutrina como o Espiritismo, ante a concepção de que Jesus é uma entidade à parte; e o Cristo, o Logos ou Espírito planetário da Terra.
Todavia, o mais importante não reside, propriamente, nas convicções da crença de cada um, na caminhada de sua evolução mental e espiritual, mas no seu comportamento humano, quando o homem atinge um discernimento mais exato e real quanto às suas responsabilidades e às formas de se conduzir perante o Deus único, cuja Lei Divina abençoa os que praticam o Bem e condena os que praticam o Mal.
Os homens mais se aproximam da Realidade à medida que também se libertam das crenças, pois estas, quer sejam políticas, nacionais ou religiosas, separam os homens e os deixam intolerantes tanto quanto se digladiam os torcedores pelo demasiado apego a uma determinada associação desportiva. Vale o homem pelo que é, o que faz e o que pensa, pois a crença, em geral, é mais uma fuga da realidade.(1)
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(1) Transcrevemos da obra de Krishnamurti, "A Primeira e Última Liberdade", em seu capítulo XVI, "Sobre a Crença em Deus", o seguinte trecho que coincide bastante com o pensamento de Ramatís: "Há muitas pessoas que creem; milhões creem em Deus e encontram consolo nisso. Em primeiro lugar, por que creem? Credes porque isso vos dá satisfação, consolo e esperança dizeis que essas coisas dão sentido à vida. Atualmente vossa crença tem muito pouca significação, porque credes e explorais, credes e matais, credes em um Deus universal e assassinai-vos uns aos outros. O rico também crê em Deus; explora impiedosamente, acumula dinheiro e depois manda construir uma igreja e se torna filantropo. Os homens que lançaram a bomba atômica sobre Hiroshima disseram que Deus os acompanhava; os que voavam da Inglaterra para destruir a Alemanha, diziam que Deus era seu copiloto. Os ditadores, os primeiros-ministros, os generais, os presidentes, todos falam em Deus. Estão prestando algum serviço, estão tornando melhor a vida do homem? As mesmas pessoas que dizem crer em Deus devastaram a metade do mundo, e o deixaram em completa miséria. A intolerância religiosa, dividindo os homens em fiéis e infiéis conduz às guerras religiosas. Isso mostra o nosso estranho senso político.
Os próprios espíritas, em sua maioria, embora já possuam noções mais avançadas da realidade espiritual, ainda se confrangem, quando se lhes diz que o Cristo é um Arcanjo Planetário e Jesus o Anjo governador da Terra. O anjo é entidade ainda capaz de atuar no mundo material, cuja possibilidade a própria Bíblia simboliza pelos sete degraus da escada de Jacó; mas o arcanjo não pode mais deixar o seu mundo divino e efetuar qualquer ligação direta com a matéria, pois já abandonou, em definitivo, todos os veículos intermediários que lhe facultariam tal possibilidade. O próprio Jesus, Espírito ainda passível de atuar nas formas físicas, teve de reconstruir as matrizes perispirituais usadas noutros mundos materiais extintos, a fim de poder encarnar-se na Terra.
02. Pergunta: - Em face dessa distinção de Jesus ser o intermediário do Cristo Planetário da Terra, gostaríamos que nos désseis maiores esclarecimentos sobre o assunto?
Ramatís: - Jesus, como dissemos, não é o Cristo, mas a consciência angélica mais capacitada para recepcionar e cumprir a Sua vontade em cada plano descendente do reino angélico até a Terra. Em Sua missão sublime, Jesus foi a "janela viva" aberta para o mundo material, recebendo do Cristo as sugestões e inspirações elevadas para atender à salvação das almas, em educação na crosta terráquea.
No entanto, Jesus também ascensiona ininterruptamente pela expansão ilimitada de sua Consciência e libertação definitiva das formas dos mundos planetários transitórios. É provável, portanto, que no próximo "Manvantara" ou Grande Plano ele também já se gradue na escala arcangélica; e então participará diretamente da criação dos mundos sob a inspiração do Arcanjo, do Logos ou do Cristo do vosso sistema solar.
É o Arcanjo, o Logos ou Cristo Planetário da Terra, cuja Lua e Essência Vital, em perfeita sintonia com a vontade e o plano de Deus, então alimenta a alma da humanidade terrícola. Os homens vivem embebidos de Sua essência sublime, e, por isso, sentem no âmago de suas almas uma direção que os orienta, necessariamente, para as melhores aquisições espirituais no mundo educativo da matéria.
As criaturas mais sensíveis, os intuitivos e os inspirados, às vezes identificam essa "voz oculta" a lhes falar silenciosa e ternamente nas belezas edênicas, que os aguardam após o desenlace do corpo carnal. Assim, o Logos, o Verbo ou o Cristo do planeta Terra, em determinado momento passou a atuar diretamente pelo seu intermediário Jesus, anjo corporificado na figura humana, transmitindo à humanidade a Luz redentora do Evangelho.
No entanto, o Cristo planetário não podia reduzir-se ao ponto de vibrar ao nível da mentalidade humana ou habitar a precariedade de um corpo de carne. Alguém poderá colocar toda a luz do Sol dentro de uma garrafa?
03. Pergunta: - Os teosofistas dizem que os Arcanjos são entidades oriundas de uma linhagem à parte e jamais viveram na face da matéria, cuja evolução ainda segue diretrizes diferentes dos homens. Isso é exato? (2)
Ramatís: - Jamais existem duas medidas diferentes no Plano da Criação e da manifestação do Espírito em peregrinação, para adquirir sua consciência individual. A centelha espiritual surge simples e ignorante em todas as latitudes do Cosmo, adquire o seu limite consciencial situando-se nas formas efêmeras dos mundos planetários e depois evolui através do transformismo das espécies.
O esquema evolutivo é absolutamente um só; sensação através do animal, emoção através do homem, sabedoria através do anjo e o poder e a glória através do arcanjo! São condições inerentes a todos os espíritos, porquanto Deus não modifica o processo de Sua criação fora do tempo e do espaço.
Não existem duas espécies de processos evolutivos, em que uma parte dos espíritos progride exclusivamente no "mundo interno" e a outra inicia-se pelo "mundo externo". A matéria, conforme prova a ciência moderna, é apenas "energia condensada"; em consequência, não há mérito para o ser evoluir apenas no seio da "energia livre", ou qualquer demérito em submeter-se somente à disciplina letárgica da "energia condensada".
A evolução é fruto de uma operação espontânea, um impulso ascendente, que existe no seio da própria centelha por força de sua origem divinal! A medida que se consolida o núcleo consciencial, ainda no mundo do Espírito, a tendência expansiva dessa consciência primária é de abranger todas as coisas e formas, por cujo motivo ela não estaciona, num dado momento, no limiar das formas físicas, mas impregna-as impelidas pelo impulso criador de Deus!
Assim, o mais insignificante átomo de consciência espiritual criado no seio do Cosmo, jamais poderá cercear o ímpeto divino que o aciona para a angelitude, e, consequentemente, para a própria condição arcangélica! Isso comprova-nos a Justiça, a Bondade e a Sabedoria de Deus, sem quaisquer privilégios ou diferenciações na escalonada do espírito em busca de sua eterna ventura! Todo Arcanjo já foi homem; todo homem será Arcanjo - essa é a Lei!
(2) Vide a obra "A Fraternidade dos Anjos e dos Homens", de George Hogdson. Obra editada pela "Livraria Editora O Pensamento".
Aliás, a importância da vida do Espírito não é quanto à contextura da instrumentação provisória usada para despertar a consciência provisória; mas, sim, aquilo que desperta, acumula e desenvolve em si mesmo, habitando a Terra ou somente o espaço. Não há milagres nem subterfúgios da parte de Deus; nenhuma entidade espiritual, malgrado ser um Logos Solar, poderá ensinar, orientar e alimentar humanidades encarnadas, caso não se trate de uma consciência absolutamente experimentada naquilo que pretende realizar. Não havendo "graças" imerecidas, nem privilégios divinos, obviamente os arcanjos também fizeram sua escalonada sideral sob o mesmo processo extensível a todas as almas ou espíritos impelidos para o seu aperfeiçoamento.
Se um Arcanjo ou Logos Planetário pode ligar-se ao Espírito de um medianeiro, como o Cristo uniu-se a Jesus, e sendo incessante o progresso espiritual, mais cedo ou mais tarde, o próprio Jesus alcançará a mesma frequência e graduação arcangélica. E quando o espirito do homem alcança a condição beatífica de Arcanjo, então ele é chamado o "Filho Sideral"; é um Cristo, cujo estado espiritual absoluto é o Amor, como a "Segunda Manifestação de Deus" ou a "Segunda Pessoa da Santíssima Trindade", ainda tão mal compreendida entre os católicos e os protestantes e injustamente criticada pelos espíritas ortodoxos!
Assim, o Logos ou Cristo Planetário da Terra é realmente a Entidade Espiritual que, atuando na consciência global de toda a humanidade terrícola, alimenta e atende a todos os sonhos e ideais dos homens. É a Fonte Sublime, o Legado Sideral de Deus doando a Luz da Vida, o "Caminho, a Verdade e a Vida", em ação incessante através da "via interna" de nossa alma.
Não é evidente que a lâmpada elétrica de vosso lar busca sua luz e força no transformador mais próximo, em vez de solicitá-la à Usina distante? Deus, como "Usina Cósmica" e alimentador do Universo, legou aos Seus Arcanjos, transformadores divinos de Luz e Vida, o direito e a capacidade de atenderem às necessidades humanas nas crostas terráqueas, doando-lhes a energia devidamente dosada para a suportação e benefício espiritual a cada ser. Não há desperdício energético no Cosmo; jamais a Divindade oferece um tonel de água para quem só pode suportar o conteúdo de um copo!
Os homens perdem-se pelos escaninhos dos raciocínios obscuros, buscando a Verdade e a Glória através de processos complexos e escravizando a Razão às formas transitórias, enquanto junto de si, continua o copo de água refrescante do Evangelho, capaz de saciar toda a sede humana! Mal sabem eles que Jesus codificou, em linguagem simples e de execução fácil, o Pensamento e a Glória do próprio Cristo Planetário!
04. Pergunta: - Existe alguma referência bíblica indicando-nos que o Cristo é realmente um Espírito Planetário, e não o próprio Jesus de Nazaré?
Ramatís: - Conforme já temos dito, cada orbe tem o seu Logos ou Cristo Planetário, seja a Terra, Marte, Júpiter, Saturno ou Vênus. De acordo com a graduação espiritual de suas humanidades, também há maior ou menor absorvência da aura do seu Cristo, o que, às vezes, é assinalado com acerto pelos astrólogos, no estudo de suas cartas zodiacais coletivas. Quanto mais evolvida é a humanidade de um orbe, ela também é mais sensível ou receptível à vibração espiritual do seu Arcanjo Planetário; sente mais intimamente a sua influência benfeitora e pende para as realizações superiores.
No entanto, quando chega a época tradicional de "Fim de Tempos" ou de seleção espiritual nos planetas promovidos a melhor padrão educativo, é feita a separação no simbolismo dos lobos, das ovelhas, do joio e do trigo. Então os espíritos reprovados são considerados à esquerda do seu Cristo Planetário, ou seja, à esquerda do Amor!
Em seguida, são exilados para orbes inferiores, cuja vida inóspita afiniza-se com o conteúdo espiritual violento, agressivo e despótico, que é próprio da sua gradação inferior. Essa imigração incessante de orbe para orbe, então gerou a lenda bíblica da "queda dos anjos", ou seja, espíritos talentosos, astutos e orgulhosos que subvertem as atividades do Bem, pelo abuso do poder e de privilégios em suas existências planetárias.
Mas é João Evangelista, no Apocalipse, quem deixa entrever de modo sibilino e sem duplicidade que o Cristo é uma entidade e Jesus outra, quando assim ele diz: "E eu ouvi uma grande voz no céu que dizia: agora foi estabelecida a salvação, e a fortaleza, e o reino de nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque foi precipitado o acusador de nossos irmãos, que os acusava dia e noite diante de nosso Deus" (XXII - 10)
João se refere, indiretamente, ao Cristo Planetário do vosso orbe, de onde é enxotado Satanás, após a profética seleção espiritual, ou seja, simbolizado na comunidade de espíritos rebeldes ao Amor do seu Cristo!
Quando chega a época de "Fim de Tempo", ou de limpeza astralina de um orbe, então emigram os espíritos rebeldes que lhe infestam a aura e reduzem a frequência vibratória da luz crística provinda do interior. Depois de afastados da aura do orbe higienizado, é óbvio que este também se mostra menos denso na sua contextura astralina e por isso aflora maior quantidade de Luz de seu Cristo Planetário ao ambiente selecionado.
Essa operação de técnica sideral, João enuncia no Apocalipse, ao dizer que "o poder do seu Cristo foi restabelecido após a expulsão de Satanás". Usando de exemplo rudimentar, diríamos a simples providência de se espanar uma lâmpada obscurecida pelo pó, permiti-lhe maior projeção de sua luz em torno. É por isso que a "Segunda Vinda do Cristo" será exclusivamente pela via interna do espírito do homem, e não conforme descreve a mitologia religiosa, pois quanto mais se sensibiliza o ser, mais ele poderá oferecer a luz espiritual do seu Cristo!
Em consequência, o divino Logos ou Cristo já atuou através de Moisés, Krishna, Isaías, Zaratrusta, Zoroastro, Buda, Maomé, Confúcio, Fo-Hi, Anfion, Numu e muitos outros instrumentos humanos Mas Jesus foi o mais fiel interprete do Cristo Planetário, na Terra; ao completar 30 anos de idade física, quando lhe baixa sobre a cabeça a pomba simbólica do Espírito Santo. Durante o batismo efetuado por João Batista, Jesus passou a viver, minuto a minuto, as fases messiânicas do plano espiritual, traçado pelo seu elevado mentor, o Cristo ou Arcanjo do orbe.
05. Pergunta: - Poderíeis apontar-nos alguma passagem bíblica cuja clareza nos dispensa de interpretações dúbias, distinguindo o Cristo de Jesus?
Ramatís: - É muito significativo o diálogo que ocorre entre Jesus e Simão Pedro e os demais apóstolos, quando se lhe indaga: "E vós que dizeis que eu sou?" E Pedro responde-lhe: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo". Finalmente, depois de certa reflexão, Jesus então mandou seus discípulos que a ninguém dissessem que ele era Jesus Cristo. - Lucas, IX - 20 e 21; Mateus XVI - 15, 16 e 20.
Nesse relato, Jesus admitiu representar outro Ser, o Cristo, além de si, e que há muito tempo o inspirava e fora percebido intuitivamente por Simão Pedro. Falando mais tarde às turbas e aos apóstolos, o Mestre Jesus esclarece a sua condição excepcional de medianeiro do Cristo, não deixando qualquer dúvida ao se expressar do seguinte modo: "Mas vós não queirais ser chamado de Mestre, porque um só é vosso Mestre, e vós sois todos irmãos. Nem vos intituleis Mestres, porque um só é o vosso Mestre - o Cristo - (Mateus XIII - 8 e 10).
É evidente que Jesus, falando na primeira pessoa e referindo-se ao Cristo na segunda pessoa, tinha o propósito de destacá-lo completamente de sua própria identidade, porque, em face de sua reconhecida humildade, jamais ele se intitularia um Mestre. Aliás, inúmeras passagens do "Novo Testamento" fazem referência a Jesus e o chamam o Cristo (Mateus XXVII - 17 e 22) , pressupondo-nos que mais tarde ele chegou a admitir-se como o Cristo, o "Ungido" ou "Enviado".
E se Jesus não esclareceu melhor o assunto, assim o fez em virtude dos apóstolos não poderem especular sobre a realidade de que ele pudesse ser uma entidade, e o Cristo outra; assim como a falta de cultura própria da época, não lhes permitia raciocínios tão profundos como a ideia de arcanjo planetário.
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(3) Recomendamos a leitura do capítulo "Os Engenheiros Siderais e o Plano da Criação", da obra "Mensagens do Astral", de Ramatís que explica minuciosamente as particularidades dos Cristos Planetários e Constelatórios, e, em particular, a excelente obra "Assim dizia Jesus", de Huberto Rohden, quanto ao capítulo "Ninguém vai ao Pai a não ser por mim", em que o autor faz proficiente estudo sobre a diferença entre Cristo e Jesus.
Capítulo V extraído da Obra "O Sublime Peregrino", por Ramatís, da editora Livraria Freitas Bastos.
Rayom Ra
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