sexta-feira, 29 de julho de 2022

O Eterno Giro do Presente - I

  Olá! Não sou psicólogo ou psiquiatra nem quereria tê-lo sido. Por muitos anos fui unicamente um dócil paciente de mim mesmo, sem nunca me ter perfilado ao conhecimento dessa matrix “mente-alma-sexo-desejos-frustrações-anima/animus, etc”, de alçada acadêmica por Freud e Jung, dentre outros conhecidos pesquisadores.

  Esses dois cavalheiros – além de outros – foram pesquisadores da psique humana. E pelas muitas contribuições a esse complexo arcabouço, hoje assim montado e assim mantido, atribui-se a Freud o epíteto de pai da psicanálise. Para pai da psicologia – a origem – os votos foram sem aparentes dissidências para o acadêmico Wilhelm Maximilian Wundt (1832-1920) filósofo, médico e psicólogo alemão.

  Freud batizaria as suas observações sobre os estudos da psique de seus pacientes, por psicanálise, enquanto Jung batizaria as suas, por psicologia analítica. A psicanálise tornar-se-ia então uma das ferramentas freudianas mais usadas para as perspectivas do abre-te-sésamo do ser – desse gênero homo cada vez mais envolto por muitos véus.

  A psicanálise freudiana observa, nem sempre de modo claro, elementos objetivos e subjetivos de um paciente em suas esferas mentais e emocionais. Busca também por outras fontes íntimas pelo reenvio de um quantum da consciência do próprio paciente aos seus primórdios natalinos. E foi através de intrincada simbologia observada em sonhos, atitudes inconscientes, manias, idiossincrasias, distúrbios mentais e emocionais e mais coisas, com que a psicanálise de Freud e a psicologia analítica de Jung se construíram, associando-se também com extensa mitologia em direção a possíveis âmagos. Com o uso desse método, passaria a ser tecnicamente possível o descobrimento do fio de Ariadne que levaria para fora dos negros labirintos onde anima ou animus se internam, e a algo mais que ainda secretamente voltam a se internar. Nessa linha, em sentido inverso ao nascimento na carne, a consciência de anima ou animus, de volta ao útero, redescobre alguns dos arquétipos que antes já estavam presentes nela própria, abrindo-se janelas para nova visão interior do ser.

O ETERNO PRESENTE 

  Comumente não notamos que o presente em termos de convenções humanas é sempre fugidio. Passado e futuro nos parecem mais palpáveis e definíveis dentro de nossas percepções e projeções mentais, mas não o presente. Mal começamos a falar sobre algo e nossas palavras já se foram para um passado imediato. E ao longo das horas e dias a noção de tempo presente sobre um assunto vai se tornando cada vez mais distante rumo ao passado em velocidade retilínea uniforme. Todos os dias, segundo a segundo, minuto a minuto, reconstruimos em nós, inconscientemente, a simbologia do tempo, a fim de nela buscarmos nos basear para vivermos eventos ou ajustá-los. Embora pouco nos importemos, admitimos, porém, que os fatos acontecidos na linha do tempo - ou no tempo linear -  conforme nos ensinaram desde o primeiro período escolar, se alojaram sempre da mesma forma na face da Terra, independentes de fusos horários, graus, distâncias e épocas. Ou modernamente com ou sem paradoxos dimensionais temporais. Portanto: para nós aqui neste mundo onde colocamos nossos pés para nos deslocarmos de um ponto a outro, o presente é o presente, o futuro é o futuro e o passado é o passado.

  E a despeito desse nosso convencimento simplório, percebemos, porém, que o tempo decorre e incorre diretamente aqui no planeta de modo inflexível e enigmático – e vem realizando isso impunemente por toda a eternidade, dentro, claro, de uma esfera espaço-tempo de nosso sistema heliocêntrico. Que o digam a biologia de nossos corpos densos, as nossas forças físicas, emocionais, mentais e espirituais – finalmente o nosso envelhecimento – e se possível diga-o também nossa pós-morte! E a nada disso podemos de fato, por nós próprios como cocriadores – nuamente – reprimir, espremer, obstar, redimensionar ou retardar nem alterar o sincronismo da Terra com as demais esferas planetárias conhecidas. E caberia a seguinte indagação um tanto cabalística, um tanto esotérica ou talvez de aceitação espírito-cardecista dos mais conformados: e por que abusadamente mudaríamos isso à nossa inteira mercê, já que tudo vem funcionando assim há incontáveis eons, graças a Ieve-Sabaoth, se temos tantas coisas mais importantes a fazermos no cotidiano hoje?

  Em síntese: o tempo aqui na Terra, naquilo que nos interessa diretamente, independe por completo de nossas existências: o tempo simplesmente nos ignora e nada em nós consegue impedir seu ritmo uniforme e soberana cronologia – naquilo que de fato ele é. Somos unicamente objetos terrenos a rolar diante do tempo, vida após vida. E quanto a nos dizerem que o tempo é subjetivo isso nos soa simplesmente como pedido de perdão por não saberem. Pois o tempo é tudo: é passado, futuro e eterno presente para nosso completo desespero – às vezes... Mas se alguém inferir que os portais quânticos, uma vez transpostos podem conduzir a um paradoxo temporal, diremos simplesmente que por lá uma “super equação” sustenta a atemporalidade do “ser” e do “não ser”, mas nós humanos a permanecermos por aqui como agora, estamos sempre embasados no três em um ou Suprema Trindade!

  No prolixo espetáculo da vida terrena, apontado para os segredos velados, ali está o homem no eterno presente da simbólica Roda do Destino, que os orientais chamam a Roda do Samsara. Sofridas e intermináveis guerras, epidemias pós mortandades, doenças contraídas pela desordem no mundo, vírus letais plantados por cientistas alienados aos valores humanos, extermínios étnicos e tantas outras aberrações constatadas, forçam acumulados carmas de egos infratores a passar por dolorosos expurgos. Principalmente pós guerras fratricidas. Esses profundos efeitos negativos colhidos do panorama da vida física planetária, além de produzirem novas impressões na psique de populações inteiras, persistem após o desenlace da vida física. Almas recém desencarnadas incursas em pesados débitos cármicos, se juntarão às outras almas em idênticas condições psicológicas e ver-se-ão todas conduzidas para regiões lúgubres do Klipoth. E uma vez no lugar de destino continuarão a conviver com suas muitas mazelas com maior sensibilidade, visto estarem agora desabrigadas de seus equipamentos carnais.

  Consequentemente, sob estupor, almas penosas da triste romaria conviverão com suas sombrias imagens, enquanto outras almas, em profundos estados depressivos, permanecerão durante muito tempo inconsoláveis com dores morais. E não conseguindo apagar as imagens refletidas por suas mentes ao curso dos punidores desfiles, almas assim prisioneiras em números de muitos milhões, amontoadas em imensas crateras, cavernas e grutas nos infernos de todas as nações da Terra, impossibilitadas de se libertar do degredo a que foram submetidas, evocarão desde mea-culpa chorando copiosamente, a lamentos de injustiças ou mesmo desprezarão aquela situação, mas isso de nada adiantará. As dores morais são as mais infiltrantes porquanto são energias em permanentes pressões nas consciências. 

  Após milhões de almas terem novamente retornado às suas reencarnações com as memórias subjetivas apagadas, alguns blocos de sensações eventualmente persistirão aquartelados no subconsciente, provocando sintomas somatizados e estados hipocondríacos que precisarão ser tratados através de processos espirituais de limpezas psíquicas. Pesadas cargas energéticas com que aquelas consciências se houveram em seus expurgos no Klipoth ou inferno espiritual, podem esgotar-se após dezenas, centenas de anos ou em milênios, dependendo da gravidade e extensões dos malignos atos. Mas como explicado anteriormente, havendo a possibilidade da interrupção de seus expurgos no inferno das almas, o processo continuará na Terra em próximas reencarnações.

  A sabedoria e a complacência dos mentores espirituais podem oferecer essas oportunidades – na razão do possível – para pessoal aceleração do processo de dreno e libertação daqueles intensos sofrimentos do ser. Pois apesar dos necessários expurgos verificados nos infernos do Klipoth, a purificação na carne a partir de um determinado estágio em diante se torna mais rápida pelas pungentes dores que se alastram no organismo humano, decorrentes de metástases impossíveis de serem detidas ou por outras complicações que naturalmente surgem. Esses são alguns dos motivos pelos quais muitas pessoas chegam novamente à vida terrena sob muitas dores físicas e morais, e condições de permanentes doenças ou cânceres incuráveis que lhes tragam a saúde e as forças, e com profundas depressões. Ou quando apresentam quadros piores, como nos casos teratológicos que nos assustam ou causam terror. Entretanto, como dissemos, esses drásticos e deprimentes estados doentios serão de grande valia aos encarnados para mais rápidas purificações de suas almas.

  A Roda do Samsara serve portanto a um modelo tibetano simbólico de um mapa cármico para toda a humanidade. Mostra num de seus círculos concêntricos 12 setores ou casas chamadas – nidanas – que traduzem níveis de consciência em períodos de vivências terrenas individuais e coletivas. Essa simbólica roda mística passa a ideia de girar com os seus quatro círculos em ordem e sentido consecutivos.  Dentre outras coisas simboliza também almas humanas em situações gerais de causas e efeitos entre uma e outra reencarnação. O tempo é o elemento chave a mostrar seus momentos na roda em direta relação com os princípios de vida ali subentendidos. Aquele que se emancipa de seu inteiro carma pessoal se emancipa também da Roda do Samsara e de suas consequentes alternâncias.

* * *

  Ações especialmente em favor da humanidade acontecem pela Hierarquia Espiritual ao cumprimento das metas evolutivas pré-estabelecidas ou quando necessariamente a Hierarquia se volta para atenções emergenciais aos reinos em geral. Isso vem se dando em momentos críticos de destruições planetárias menores ou de grandes montas. Nessas ocasiões é sempre o homem indisciplinado a figura central responsável pelas deflagrações dos fenômenos destrutivos. Suas desmedidas ambições, egocentrismos, crimes e desrespeitosas práticas antinaturais por todo o planeta geram as instabilidades das leis harmônicas e com isso ocasionam o caos. 

  Esse mesmo dispositivo de auxilio foi inicialmente inserido nos hábitos de civilizações e grupos de crenças em distante passado, quando templos foram erguidos e forças foram invocadas para trazer a sabedoria aos homens. A isso acorreram sábios da Hierarquia encarnando-se para o trabalho e procedimentos espirituais que foram sendo adequados através dos ciclos das futuras civilizações por todo o globo terrestre. Mas na medida em que as civilizações desobedientemente alternavam o bem com o mal, uma grande disputa por hegemonia de forças e valores cada vez mais se materializava, criando indesejável clima. Então chegava o momento das forças brancas espirituais abandonar suas atividades terrenas em amor e verdades e de novo adentrar num ocaso. E as civilizações passavam a conviver com o caos, como atualmente acontece nestes tempos globais.

  Mas enquanto tivesse existido a representatividade sacerdotal sem corrupções, fanatismos ou adernamentos negativos, os lídimos conceitos da sabedoria provinda do astral e forças superiores, investiam sacerdotes com autoridade e poderes e eles obedeciam da sábia voz que lhes chegava cada vez mais perceptível. Curas físicas e espirituais então passavam acontecer com perfeita condução, e esse precioso auxílio se estendia na forma de uma egrégora curativa para a psique coletiva. Naqueles antigos enfoques a consciência dos pacientes era levada aos planos superiores e lá trabalhada para as curas ou reconduzida a encarnações pretéritas para dissoluções de longínquos traumas adquiridos por toda a sorte de males. Quando os pacientes voltavam aos domínios das suas atuais personalidades muitos estavam curados de seus problemas.

  Aceitem isso os especialistas da estacionária psicologia materialista da atualidade, pois o antigo Egito dos gloriosos faraós-adeptos, iniciados nos profundos mistérios, foi um desses grandes e mais recentes momentos do conhecimento da alma humana e seus enigmas.

  Não alimentamos a esperança de que os donos da psicologia materialista se rendam de imediato a um full de azes de outros jogadores tranquilos e conscientes, sabedores da importância de urgentes mudanças nesse atual modelo oficial de terapia da alma e de seus segmentos acadêmicos. Pois isso forçosamente advirá após completa reorganização de nossas sociedades e banimentos de sistemas viciados, onde necessárias reformas, novas visões e novos métodos de administração e trabalho serão trazidos pela iluminação espiritual. Porém, nunca isso acontecerá imperfeitamente através de orgulhosas autoridades intelectuais com os monitoramentos atuais. Também as religiões da atualidade, em seus breves futuros até ao termo final de suas existências, se verão ante a escolha da requalificação de suas teses e princípios dogmáticos ou inevitavelmente sairão de cena.

  Esperemos somente mais um pouco, já estamos quase chegando lá, a uma revolução mundial científica sócio-cultural, que sem dúvida virá in totum após a grande tribulação. Nada permanecerá em pé que não seja a cristalina verdade. A varredura será completa.

Rayom Ra

http://arcadeouro.blogspot.com

Veja Parte II: https://arcadeouro.blogspot.com/2022/08/o-eterno-giro-do-presente-ii.html

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