“Este trabalho é
reedição. Postei-o em partes aqui no Arca de Ouro em 2009. Foi reproduzido em
alguns sites e agora resolvo postar aqui de novo, revisto e ampliado, numa só condensação”.
A vida objetiva de Umbanda em nosso mundo é conduzida através de um especial desenvolvimento mediúnico, sob aplicativos da magia prática milenar. A Umbanda, nas sementes de seu surgimento nos planos espirituais, deteve a formulação dos necessários simbolismos e o desenvolvimento de inteligente metodologia de trabalhos, coordenados e dirigidos para a implantação de giras ou rituais no plano físico. De maneira geral, a Umbanda é muito mal compreendida por grande percentual dos adeptos de religiões e por certas camadas de nossa sociedade, que a priori a julgam um monte de primitivas crendices permeadas com pajelanças fetichistas. A Umbanda não é nada disso, é, sobretudo, aplicação da sabedoria mágica do passado, de culturas que já se foram ou se transformaram no cenário terreno.
A vida objetiva de Umbanda em nosso mundo é conduzida através de um especial desenvolvimento mediúnico, sob aplicativos da magia prática milenar. A Umbanda, nas sementes de seu surgimento nos planos espirituais, deteve a formulação dos necessários simbolismos e o desenvolvimento de inteligente metodologia de trabalhos, coordenados e dirigidos para a implantação de giras ou rituais no plano físico. De maneira geral, a Umbanda é muito mal compreendida por grande percentual dos adeptos de religiões e por certas camadas de nossa sociedade, que a priori a julgam um monte de primitivas crendices permeadas com pajelanças fetichistas. A Umbanda não é nada disso, é, sobretudo, aplicação da sabedoria mágica do passado, de culturas que já se foram ou se transformaram no cenário terreno.
Hoje aos cuidados de uma hierarquia
espiritual da magia branca, através de falanges de obreiros, submete-se a um
trabalho edificante em auxílio à humanidade sob a égide das leis naturais da
evolução, segundo os princípios reguladores de causas e efeitos. O escopo
principal de Umbanda é a caridade desinteressada. No entanto, existem
grupamentos mediúnicos que se dizem umbandistas em que a ausência da caridade e
o uso da magia negra são claramente observados. Nesses casos, a Umbanda ali não
está e nem poderia estar presente.
O que posso afirmar por minha conta e
visão, sem entrar nos méritos das teses dos muitos e gabaritados estudiosos das
raízes da magia africana, é que a Umbanda simboliza a mudança cíclica das
práticas milenares fetichistas e anímicas, cuja concepção e acurada preparação
começaria muito antes do continente africano ter existido como reduto das raças
negras. As formas da magia começariam a ser descobertas há mais ou menos 16 a
18 milhões de anos pelos lemurianos, concomitantemente ao recente surgimento no
mundo terreno daquela primeira raça física.
A magia dos lemurianos, evidentemente,
não tinha a elaboração que teriam todas as práticas das futuras raças. Tudo o
que os lemurianos faziam nesse sentido eram realizações naturais com as
combinações dos elementos da natureza, porquanto seu desenvolvimento físico
estava somente começando. Mais tarde, os demais modelos raciais que se
espalhariam pela Terra, - representando etnias no sentido evolutivo, no
estacionário, e no involutivo, - descenderiam dos embrionários lemurianos, após
laborioso trabalho de progênie dos mentores das raças, chamados de manús. Os
milhões de anos decorridos entre o surgimento e evolução da raça lemuriana, não
lhes seriam ainda suficientes ao desenvolvimento de seus cérebros a fim de que
conseguissem aquilatar certas práticas, revelações e teorias adstritas aos
princípios mais aprofundados e permeantes da magia.
A definição de magia não é tão simples
como se pensa e diz. Se a magia está implícita nas leis da natureza, e as leis
da natureza não atuam somente no plano físico, suas bases fundamentais se
encontram, justamente, nas relações das causas invisíveis. O homem, por conta
de longuíssimas tradições dos povos, foi descobrindo como manobrar com as
forças duais ocultas, magnetizando-as e polarizando-as às formas materiais para
efeitos mais duradouros e eficientes. E como as relações de almas e formas
humanas não cessassem definitivamente, permanecendo envolvidas nos grupamentos
étnicos após os desenlaces físicos, e os encarnados também convivessem com os entes
da natureza, aprenderam a atraí-los e a mantê-los pelas cercanias, através de
rituais, trabalhos e fórmulas de invocação. Com isso, submetiam tanto almas,
formas espirituais humanas, inumanas, animais ou entes da natureza aos serviços
dos seus objetivos segundo suas necessidades, bem como, em muitos casos,
dissolviam-lhes as atrações com a Terra, libertando-os da servidão ou de
obrigações cármicas.
Todas essas ações e muitas outras viriam
conformar-se em resultados parciais onde a magia funcionasse segundo as
tradições culturais, devido à inclusão dos elementos mentais e emocionais dos
povos nas formulações de seus atos mágicos. Dessa maneira, a magia passou a ser
um agente intermediário entre as culturas humanas e o lado invisível da vida,
forçada pelos seus elementos ritualísticos, ritos, oferendas e sacrifícios a se
manifestar objetivamente ou não, em trocas relativas de causas e efeitos, em
geral para premiar ou punir.
Nas civilizações mais adiantadas a magia
avançou de um plano de crenças e práticas sistemáticas - anímicas e mediúnicas
- para um entendimento mais aprofundado das leis da natureza, como elemento
revelador da fenomenologia da criação. As raças que vieram após o
desaparecimento do continente lemuriano, formaram na Atlântida culturas mais
avançadas, justamente porque o aparelho físico humano e suas estruturas
espirituais eram exercitados no sentido de desenvolver maiores potencialidades
ao homem com o objetivo de que ele pudesse alcançar uma forma de manifestação
mais unificada. Ou seja, o homem de Atlântida partia para outra fase de um
planejamento evolutivo adrede, de sete raças raízes, onde a ênfase antes dada
na Lemúria ao aperfeiçoamento físico, avançasse para um plano mais elevado e
abrangente em que os elementos emocionais e mentais viessem integrar a
manifestação-vida como entidade mais implementada. Portanto, a ênfase na
Atlântida seria dada aos aspectos emocionais-mentais.
A Atlântida foi de fundamental
importância ao desenvolvimento da magia em suas mais diversificas práticas que
até hoje subsistem. A tônica emocional dos povos atlantes veiculava-se às
forças astrais com incomparável poder e eficácia. Os atlantes mantiveram
conscientemente maiores e mais significativos contatos mediúnicos com o mundo
astral do que a maioria dos médiuns bem desenvolvidos hoje consegue. Por
milhões de anos os atlantes construíram suas culturas de modo indissociado dos
elementos da magia, muito embora o culto à magia negra houvesse também lá
surgido, evoluído e se misturado às práticas da magia branca. E de tal forma a
magia negra se alastrou nas vidas dos povos atlantes que obrigou os mais
elevados mentores das raças e diretores do processo evolucionário da Terra, a
provocar prematuramente a destruição daquele continente. As diversidades de
práticas da magia em todo o planeta se devem ainda hoje à memória dos
grupamentos étnicos e povos que restaram após o afundamento do continente de
Atlântida. Entretanto, muitas coisas se modificaram e muitos fundamentos
culturais se perderam.
A tradição iniciática, não obstante, foi
preservada pelos sábios mestres do conhecimento mantendo-se intacta nos planos
espirituais e conservada em certos grupamentos étnicos e núcleos raciais por
meio de discípulos - verdadeiros iniciados - a quem era e ainda é exigido o
silêncio sobre suas principais práticas ocultas diante dos especuladores e dos
não iniciados. Dessa maneira, muitos elementos culturais que passaram de
geração a geração em civilizações pós-Atlântida foram herdados dos avoengos,
estabelecendo-se com essas culturas e suas idiossincrasias, necessários ciclos
de aprendizado quer pelas práticas populares ou exotéricas, quer pelas ocultas,
sacerdotais e esotéricas.
Após a invasão das Américas pelos europeus,
começaria um novo ciclo da humanidade, pois os valores sociais e humanitários
com o tempo aqui desenvolvidos, principalmente na América do Norte, viriam
influenciar as mudanças políticas dos ultrapassados impérios e monarquias
daquele velho continente.
Nada acontece significativamente na
Terra sem antecedentes mudanças cíclicas, substanciadas pela ação instituidora,
veladora e organizacional dos diversos escalões da hierarquia da Fraternidade
Branca Universal. Os grandes líderes fundadores das religiões mundiais, ou
raciais, os mentores de experimentos e revolucionárias proposições científicas
e de novas descobertas, os implementadores dos sistemas político-sociais, enfim
todos os agentes humanos precursores de mudanças verdadeiramente evolucionárias
dos hábitos e do pensamento na vida terrena, foram e são instruídos a agir
segundo o que lhes orientam os mestres da sabedoria. Os verdadeiros líderes de
todos os movimentos evolucionários estão, portanto, subordinados a essa
hierarquia que age e trabalha no anonimato, decodificando os vários aspectos do
pensamento-arquetípico de Deus - ou Logos Criador - ao conceber o Grande Plano
da Criação em nosso sistema solar, onde o planeta Terra está evidentemente incluído.
Deus não predetermina aos homens
dividir-se, odiar-se e se matar. Os homens cometem essas aberrações por suas
próprias desobediências aos ditames das leis evolutivas, que poderiam ter sido
seguidas já nos primórdios das raças. As nefastas consequências de hoje nas
vidas dos povos, não se deveram por decretos divinos, mas pelo mau uso que os
homens fizeram de seus livres arbítrios. Todos os males: as doenças, a fome, a
miséria, a pobreza, as guerras, tudo enfim que flagela os povos são decorrências
de seus próprios atos. O Grande Plano da Criação idealizado por Deus prevê um
final feliz e realizador para todos os seres humanos. Mas enquanto existir a
ignorância e a cegueira na vida humana, evidencia-se que o agente regulador,
chamado cármico, continuará em ação no mundo não como um instrumento punitivo,
porém ajustador para o bem de todos. Os sofrimentos morais e físicos e as
doenças corrosivas e dolorosas são os expurgos de nossos erros que constituíram
concentrações de energias impróprias e estranhas em nossos corpos espirituais.
Os erros, em suas escaladas, vieram gerar, vidas após vidas, intensas
desarmonias nas delicadas tessituras de nossas composições moleculares. E
precisam sair, pois não nos pertencem, mas sim às desarmonias. O sofrimento
atua ao exercício de duas forças vetoriais simultâneas: o expurgo e o
aprendizado. Portanto, até mesmo na dor a sabedoria de Deus é perfeita!
Assim, com a chegada da cultura africana
ao novo mundo de modo indevido e cruel – que não deveria ter sido como foi –
estabeleceu-se uma nova fórmula nos aplicativos da magia. Essa idéia nos remete
novamente aos idos da Atlântida, quando médiuns preservados dos ajustes
cármicos pela não adesão à magia negra, foram treinados com a finalidade de vir
desempenhar um novo papel nas práticas de Umbanda milênios depois. Portanto,
nas Américas, a Umbanda viria representar um papel senão renovador das
tradições populares dos cultos de magia, no mínimo muito bem elaborado.
Para tal realizar-se, a cultura negra foi
fundamental ao seu auxílio. Todos os passos que os escravos deram no sentido de
estabelecer seus cultos de magia e fetichismos nas Américas foram acompanhados
pelos missionários espirituais responsáveis pelos implementos dessa idéia. Foi
necessário não somente o conhecimento dos fundamentos das forças e tradições
dos orixás africanos, os cuidados, oferendas e ritos como também que se
estabelecesse a mescla com o catolicismo, concebida pela inteligência dos
próprios negros nas senzalas. Desse modo, nesse sincretismo entre raízes
africanas e europeias, originou-se a inicial forma popular de Umbanda no Brasil.
Os pesquisadores das origens de Umbanda
sabem que muitas de suas práticas evoluíram a partir das assimilações dos
fetichismos africanos. Entretanto, a organização estrutural de Umbanda
baseia-se nas leis da magia iniciática praticadas desde a Atlântida, como vimos
enunciando, levadas a efeito pelos próprios magos hoje viventes nos planos
espirituais. Mas houve em curto espaço de tempo a caracterização brasileira e
ameríndia de cada uma de suas sete linhas básicas, e respectivas subdivisões,
bem como as anexações de novos elementos materiais para o chamamento dos orixás
e incorporações de entidades falangeiras de tais forças ou linhas de energias.
Isso foi efetivamente concebido de modo coordenado através de oferendas, pontos
cantados, defumações, símbolos, sinais, e pontos riscados diferentemente dos
candomblés africanos. Essa parte veio também adicionada da memória de hábitos e
práticas dos grupamentos étnicos de silvícolas brasileiros, e em outras porções
pela assimilação de elementos humanos sociais dos negros escravos junto aos
seus senhores.
Entretanto, posso afirmar que nada é
totalmente novo e nem absolutamente original nas práticas da magia. Os cultos
milenares de todas as culturas trouxeram sempre - e ainda trazem - traços
essenciais e importantes para suas manifestações e realizações objetivas,
segundo regras universais, das quais não se podem fugir. A magia não foi
inventada por ninguém, por nenhum povo de qualquer continente e nem pelos
reveladores da cabala. A magia veio evoluindo em práticas e concepções desde
evos lemurianos - portanto há milhões de anos - mas também tergiversou nos
casos de magia negra e práticas fetichistas absurdas de etnias primitivas e
atrasadas.
Vou retomar o tema agora em partes.
Começo pelo significado de Umbanda. Não há um consenso sobre o que o vocábulo
Umbanda verdadeiramente hoje significa ou significou no passado. Nem se sabe
com toda a certeza quando pela primeira vez essa palavra foi pronunciada no
Brasil; se por revelação de espíritos, já com roupagens de guias em um congá do
século XX, ou vibrara antes, em meio aos cânticos e batuques primitivos dos
rituais negreiros, numa desprezada senzala de estuque de barro e alto telhado
de um engenho, ou na fazenda de um senhor do café. Assim, irei buscar definir
naquilo que se suspeita seja a verdade.
1. Umbanda – Banda Um – Lado Uno das
correntes de forças positivas ou magia branca. Essa definição se contrapõe com
Kiumbanda, Kimbanda, Kibanda ou Quibanda. Kim, no nagô, é o diabo, o mal, a
prática da magia negra; daí nos cultos nagô e yorubá, aparecer kiumba, espírito
elemental do mal, muitos deles habitando as profundezas da Terra, possuindo
corpos quase materiais.
A Kiumbanda, não significa unicamente
magia negra, mas o lado negativo de Umbanda, onde há de existir a dualidade
positivo-negativo para o equilíbrio das forças e a utilização dessa mesma
polaridade para o desmanche das magias negras. Similia Similibus Curantur –
daí, ou talvez por outras e adicionais razões, também a Kiumbanda seja chamada
pelos africanos de “feiticeiros da cura”
e “grandes feiticeiros”. Há pais e mães-de-santo que ao início das giras
(sessões de trabalhos de Umbanda), fazem muito bem em saudar: “Salve a Umbanda
e Salve a Kimbanda!”
2. Aumbanda, Ombanda, Umbanda. Parece
ser aglutinação proposital de dois termos para resultar numa só idéia ou
significado coincidente. AUM em sânscrito é a grafia do mantra OM, que segundo
H.P. Blavatski: “é uma sílaba mística, a
mais sagrada de todas as palavras da Índia. É uma invocação, uma bênção, uma
afirmação e uma premissa tão sagrada que era verdadeiramente a palavra em voz
baixa da maçonaria oculta primitiva”.
Com relação à Banda, diz H.P.B.: “Bandha, do sânscrito: laço, vínculo,
ligadura, escravidão, a vida na Terra. Dita palavra, deriva da mesma raiz que
Baddha”. “Baddha: ligado, condicionado, como está todo mortal que não se acha
livre por meio do Nirvana (a liberação final)”.
3. Umbanda, segundo Aluizio Fontenele em
“A Umbanda Através dos Séculos”, Umbanda deriva do idioma Palli, “a primeira língua falada no Oriente Médio e
que suas mais remotas indicações são comprovadas através de qualquer tratado
sobre a história da Índia, Egito e África”. A palavra banda já seria citada
no Gênesis de Moisés I.8, onde é dito: “E
plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, na banda do oriente, e pôs ali o homem
que tinha formado”.
Esse mesmo autor nos traz o fantástico
subsídio com o seguinte trecho: “A
Umbanda nasceu com os séculos para maior aproximação do homem com seu Criador.
A Umbanda nasceu com o homem, e o acompanha através de sua existência material
e espiritual desde que o mundo é mundo. Pelas próprias palavras do Pai
Onipotente: TURIM-EVEI, TUMIM-UMBANDA, DARMOS, ditas pela boca de Seus
ministros, temos a certeza absoluta de que uma nova ordem baixará na Terra, ou
seja: “BAIXOU SOBRE A FACE DA TERRA, A LUZ DE UMBANDA”.
Também como nas interpretações
anteriores o autor ressalta a síntese positivo-negativo, porém implícita no
próprio significado do termo Umbanda, como a representar a idéia do equilíbrio:
Um = Uno =
Deus = Infinito = Força do Bem = Polo Positivo = Éden.
Banda =
Divisão = Lado Oposto = Força do Mal = Polo Negativo = Reino de Exu.
Conforme se nota, há muita coerência no
que pretende significar o vocábulo Umbanda, vindo de todas as formas
identificar uma revelação divina milenar. Se Banda já era pronunciada pelos africanos
antes de Moisés, como dito no idioma jeje: Ambequerê
Ki-banda, “grandes feiticeiros”, seria, possivelmente, resquícios de um
dialeto atlante, de cujo continente da Atlântida os cultos africanos se
originaram.
Embora a Umbanda seja vista por uma
roupagem simples, caracterizada por personalidades representando raças,
grupamentos étnicos e culturas populares, não é só o que propositalmente deixa
transparecer. Toda e qualquer atividade de magia branca inserida em qualquer
sistema reconhecidamente milenar, como por exemplo, a cabala egípcia ou a
hebraica, ou de movimentos aparentemente atuais de muitas organizações,
incluindo a Umbanda ou o Candomblé, e outros cultos africanos do bem em seus
exemplos e atividades, estão esses subordinados ao comando de uma hierarquia
que se instalou na Terra há milhões de anos. O grande senhor fundador dessa
hierarquia planetária, conhecido por Sanat Kumara, veio de Vênus com seus sete
principais ministros e uma plêiade de trabalhadores graduados.
Sanat Kumara, ao longo de seu trabalho
em nosso planeta veio a ter algumas encarnações junto às raças para melhor
apurá-las e determinar-lhes os rumos certos da evolução. Uma de suas
encarnações de que se têm notícias foi de ter sido Melquisedek, o rei da Salém,
com quem o grande iniciado Abraão se entrevistou e dele obteve ordens e
instruções, e possivelmente recebeu de suas mãos um dos livros mais antigos do
mundo, o Sepher Yetzirah, a fim de que realizasse um grande trabalho, o que
efetivamente realizou.
Há vários graus e ordens nos escalões da
magia, administrados e preservados por essa hierarquia regente. Desse modo, a
Umbanda estando nela inserida e estando ancorada popularmente na Terra, é um
Portal para mestres e magos nela atuar. E assim eles fazem, motivo pelo qual a
Umbanda tem avançado em graduações na Terra quando ocultistas fundam
organizações a ela ligadas de cunhos iniciáticos. Mas não podem se afastar do
escopo principal na Terra de que a Umbanda está imbuída e para o que foi
materializada, ou seja, a caridade. Caso uma organização se diga de Umbanda
esotérica, iniciática ou científica e não cumpra com os preceitos do serviço
desinteressado e caridade, é falsa, não sendo Umbanda e nem tendo a assistência
das falanges do Alto.
Um dos grandes enganos de alguns ao
tratar do assunto é afirmar da ignorância e atraso das entidades das linhas de
Umbanda. As sete principais linhas de Umbanda já demonstram a inteligente
relação de entidades com os elementos da natureza e suas magias segundo as incorporações
de forças de seus elementos. As entidades de Umbanda, mais do que a
caracterização com que vêm incorporar nos médiuns pelos arquétipos de suas
linhas, trazem em seus corpos astrais, justamente, as forças dos elementos e
reinos onde dominam.
É
falso afirmar-se que pretos-velhos, caboclos ou outras entidades falando em
idioma yorubá, jeje ou nagô sejam somente por isso atrasados, pois se não fossem
atrasados, argumentam os enganados, mudariam suas vestimentas e caracterizações
físicas, transformando-se na figura de cidadãos comuns. Também é falsa a
premissa de que os médiuns que permitem a fala no idioma das entidades de
Umbanda, somente assim conseguem porque já teriam nascido em grupamentos ou
etnias idênticas aos das entidades comunicantes e, portanto, teriam formado
registros em suas mentes de tais culturas e idiomas. Quem assim afirma para
justificar conhecimentos esquece que há médiuns de seres extraplanetários de
humanidades jamais vistas na Terra que conseguem comunicar-se com desembaraço
em vários idiomas da Terra. Ou teriam esses comunicadores estelares e médiuns vindo
das diferentes galáxias e antes encarnado na Terra somente para aprender
idiomas e assim poder dar e receber mensagens?
E aí está a grandiosidade de Umbanda, pois
as milhares de entidades de suas linhas de forças e falangeados, sacrificam
suas evoluções deixando temporariamente de avançar para nova raças, segundo o
plano evolutivo da criação, a fim de manter suas principais características
étnicas e idiossincráticas no astral e assim, por seus conhecimentos de magia e
capacidade de assimilar os elementos de energia e forças da natureza, poderem vir
em auxílio da humanidade contra as forças demoníacas e destrutivas. E com o
tempo aprendem a falar o idioma do médium.
O grande problema de críticos é se
basearem unicamente em leituras de comunicadores que nunca conviveram nos meios
de Umbanda, jamais aprendendo o que seja verdadeiramente esse fantástico
movimento do astral formulado por grandes mentes inseridas no plano evolutivo
da Terra. São enfim, esses críticos teóricos, mal informados ou presunçosos. Há
muitos segredos na Umbanda, tanto nas suas origens e manipulações no astral,
como em tudo o que diga respeito às forças que nela atuam. E se por um lado falta-lhe
um catecismo ou livro doutrinário, sobram-lhe sabedoria e práticas das leis da
magia, confirmando o adágio que diz: “mais
vale a prática do que a gramática!”
Há basicamente sete linhas na Umbanda
comumente chamadas Linhas de Vibrações ou de Forças, ou Linhas de Orixás. O
termo orixá significa entidades, divindades, seres ou forças. Se eu for seguir
os rastros etimológicos tanto desse termo como de outros de Umbanda, formarei
um número muito grande de palavras correlatas, pois sempre haverá novos
significados emergentes das diversas origens dos povos da África. Para entrar
com vontade nesse tema, que é vastíssimo, onde pesquisadores escrevem muitas
laudas e vão buscar subsídios nos registros antropológicos dos africanos,
precisaria também evocar de suas memórias atávicas e cultos. Mas como isso se
tornaria extenso demais nos moldes desse texto precisarei simplificar,
baseando-me somente em alguns exemplos da cultura yorubana.
Em tempos recuados, nem todas as
civilizações possuíam escrita, e mesmo possuindo, somente elites e castas
podiam aprender a ler e escrever, por isso o povo desenvolvia memória
prodigiosa, conseguindo assim armazenar e manter vivos os principais aspectos
de suas culturas por todas as gerações, transmitindo-os oralmente. O que é
contado pela tradição religiosa da Nigéria sobre o surgimento dos orixás e a
organização de seus cultos remete aos tempos dos primeiros descendentes do Adão
bíblico.
Noutro texto já me referi ao fato de que
todas as formas de magia tiveram sementes no continente atlante. Embora as
religiões e os movimentos esotéricos ou gnósticos de todas origens e
ramificações se tenham organizado mais tarde, segundo as épocas em que se
situaram, todos eles tiveram seus embriões, sem a menor dúvida, das práticas
sacerdotais e populares atlantes. Os instrutores espirituais naquele continente
conseguiram fundir nas almas das suas diversas etnias um sentimento devocional
ao superior, e trabalharam seus pensamentos com a disciplina cada vez mais
profunda da obediência e respeito. Os cultos não tinham a conotação religiosa
que hoje conhecemos, mas pela invasão das forças negativas os sentimentos
devocionais à natureza cederam lugar, na grande maioria dos cultos, ao comando
hipnótico dos praticantes da magia negra, passando à obediência pelo temor, ao
surgimento de hábitos e práticas opostas ao que então era ensinado, e aos
sacrifícios de animais e seres humanos.
Quando tudo veio abaixo, tanto a sabedoria do bem como o mal se
fragmentaram tendo esses valores se misturado nas diversas culturas dos povos
decaídos, o que obrigou aos povos nos milênios vindouros a trabalhar com ambas
as polaridades – a positiva e a negativa - e, sempre que possível, procurar
separar o bem do mal. Infelizmente, alguns ingressaram unicamente no mal.
Voltando à lenda yorubana. O personagem
Ninrod era caldeu filho de Cuxe, sobrinho de Sem e neto de Noé, e conforme
Genesis 10 – 8.9.10.11: “Cuxe gerou Ninrode, o qual começou a ser poderoso na
Terra. Foi valente caçador diante do Senhor; daí dizer-se: como Ninrode,
poderoso caçador diante do Senhor. O princípio do seu reino foi Babel, Ereque,
Acade e Cainé, na terra de Sinear. Daquela terra saiu ele para a Assíria, e
edificou Níneve, Reobote-Ir e Calá”.
A lenda diz que Ninrod foi chamado por
Deus que fez com ele um pacto e o mandou para a África já com o nome de
Oduduwa, onde lá, em região hoje conhecida por Nigéria, começaria a epopeia
yorubana. Sua missão seria inicialmente com os hotentotes, raça de pigmeus,
descendentes de ramo decadente dos povos lemurianos. No entanto, não foi
somente a esse povo pigmeu que Ninrod trataria de impor as ordens de Deus, pois
geraria filhos grandes que iniciariam o grande panteão yorubano de orixás.
Assim, Oduduwa se uniria a Olokum
(oceano), transformando-se em Obá-Olokun – o Rei dos Oceanos, tendo então três
filhos:
1. Ogun = Vulcano, senhor do ferro,
fígado e agricultura.
2. Ishedale = Afrodite, senhora das
águas e mãe de todas as ninfas.
3. Okanbi = Senhor do fogo, das
conquistas e da justiça.
A partir de Okanbi, começaria de fato a epopeia
dos heróis yorubanos, pois Okanbi teria sete filhos que gerariam outros heróis
e personagens da magia africana. O fato de existir orixás na Terra nos faz
entender que há duas categorias dessas forças: os orixás menores, aqueles que
foram filhos de homens e mulheres da Terra, incorporando poderes e comandando
guerras e situações, e os orixás maiores.
Os orixás maiores, não são entidades na
significação usual do termo, pois representam os picos de linhas de forças de
onde emanam as qualidades personificadas para os orixás menores, segundo suas
respectivas tendências nas variações sétuplas de uma hierarquia. Ou seja, são
sete as forças superiores dos orixás, como sete são as linhas básicas dos
orixás menores, contudo haja variações.
Portanto, os orixás maiores são forças, embora haja sob elas, em seus
altos escalões, entidades elevadas emergentes ou não do mundo humano,
normalmente incorpóreas em médiuns ou em seus representantes na Terra. Porém,
excepcionalmente, e dependendo da grandiosidade de uma missão, essas entidades
podem vir a se manifestar em condições especiais num corpo físico ou através de
uma mediunidade superior.
Temos agora uma idéia do que seja
orixá. E embora me tenha fixado na
cultura nigeriana, berço do idioma yorubá, o mais conhecido nos meios dos
candomblés e de Umbanda, outros povos africanos também cultuam orixás segundo
suas culturas e idiomas, atribuindo a eles a incorporação das forças da
natureza.
Focalizarei agora um ponto mais alto,
segundo as tradições africanas e alguns sincretismos das religiões antigas e
atuais, cujas histórias, lendas e aspectos litúrgicos, se incorporaram nos
simbolismos e práticas de Umbanda e suas magias.
O espaço maior, o universo inexplorado,
é chamado de o reino de Obatalá. Obatalá, quer dizer o firmamento, ou Rei (Obá)
do firmamento. Há inúmeros sinônimos nos cultos africanos para designar esse
Deus maior criador dos céus e da Terra, mas não me estenderei para não
complicar muito, permanecendo o quanto possível adstrito à Lei de Umbanda.
Obatalá é então o pai do mundo e das
Forças de todos os orixás de Umbanda. Há, porém, discordâncias quanto à
classificação dos sete orixás menores de Umbanda, sob cujas forças todos os
trabalhos são realizados, cada um com características diferentes, incorporando
e estabelecendo especificamente, segundo suas linhas, uma série de preceitos
tais como: simbologias, roupagens, ferramentas, cores, cânticos, oferendas,
histórias e outros implementos. De maneira geral, podemos classificar os sete
orixás de Umbanda da seguinte maneira: Oxalá, Yemanjá, Oxun, Ogun, Oxossi,
Xangô e Crianças.
A linha ou força de Oxalá, conforme já
mencionei, é reverenciada e respeitada como a mais elevada. Nos candomblés, em
jogos de búzios, quando os orixás não respondem ao consulente, pede-se especial
licença para Oxalá dar uma luz, enviando assim uma caridade. Se ele responder
abre-se um caminho, caso contrário o consulente não terá qualquer resposta
naquele dia.
Mas as linhas de Umbanda não atuam como
departamentos estanques e blindados, pois não é assim que se manifestam as
forças da natureza. Há uma intrarrelação viva, dinâmica e atuante de uma linha
para outra e permanentes trânsitos de entidades. As entidades de Umbanda,
quando de suas manifestações de uma para outra linha, em regra geral se
apresentam como caboclos ou caboclas, e suas origens são identificadas pelas
posições do corpo quando chegam, andam ou dançam; por sinais das mãos e dedos,
posições de braços e pernas, pelos detalhes nos pontos riscados, pelos seus
nomes, pontos cantados no terreiro que mais os fazem vibrar - aos quais saúdam com característicos brados e posturas
- e por seus próprios cantos. Assim temos, caboclos ou caboclas de Oxalá, de
Oxossi, de Xangô, de Ogun e de Oxun e das crianças quando aparecem como
"caboclinhos das matas". Nas linhas de Oxun e Yemanjá ocorre algumas
mesclas com yaras, sereias ou ondinas. As demais entidades possuem outras
caracterizações especiais e podem assumir diferentes formas personificadas
quando atuam em certas linhas.
A Umbanda detém muitos mistérios que
muitas entidades não os conhecem com a devida profundidade, ou os conhecem e
não têm permissões para revelar, senão em determinadas ocasiões e sob
orientações superiores. Daí que as diversas correntes de estudiosos e
praticantes parecem possuir somente pedaços de um mosaico que vão dando tratos
e os juntando, a fim de montar o tabuleiro. Porém, o tabuleiro está sempre
incompleto e com muitos enganos. O passado de Umbanda, como vimos, remete a
continentes desaparecidos e à épocas anteriores aos tempos bíblicos. Com
efeito, as diversas culturas continentais surgem na Umbanda através de entidades
trazendo algumas características étnicas e conhecimentos diversos da magia.
As sete
linhas ou forças que sigo: Oxalá, Yemanjá, Oxun, Ogun, Xangô, Oxossi, e
Crianças, podem ser refutadas por quem prefira anotar umas em substituições a
outras. Prefiro adotar estas
representações como símbolos pelo fato de as linhas de Umbanda se constituir a
partir de forças da natureza, com mesclas de categorias de espíritos que se
manifestam com poderes psíquicos superiores.
A Umbanda não considera exu um orixá,
conforme o consideram os candomblés - e não pelo fato de entrar nessa categoria
almas inferiores de humanos desencarnados tanto de nosso mundo dito civilizado
quanto de povos primitivos. Isso talvez possa parecer contraditório, conquanto
exu de Umbanda representar uma categoria especial de entidade.
Exu, na sua citação mitológica, não
provém do mundo das almas, embora o situem com todos os defeitos humanos, o que
é puramente falso. Exu, por definição geral e estereotípica, é um agente
cósmico universal; está diretamente relacionado ao éter e se traslada pelos
espaços com inteira facilidade e conhecimento, lembrando o mensageiro Mercúrio.
Embora haja exu nos quatro elementos, ele não é produto dos quatro elementos da
terra, mas domina sobre aqueles elementos. Na Umbanda deve obediência aos
orixás maiores ou menores - seus mestres - sendo um trabalhador imprescindível
nas demandas. Há outros mistérios sobre exu, e ao contrário das lendas, seus
poderes também são limitados aos trabalhos que lhe são mandados realizar,
havendo uma escala evolutiva onde se situa de acordo com o que saiba realizar e
sua competência. No entanto, a Lei de Umbanda materializa-se segundo todos os
preceitos e regras que se voltam unicamente para o bem e a caridade. Contudo existir
práticas de magia e mediunismo se utilizando dos recursos mágicos de exu para
realizar tanto o bem quanto o mal, estão associadas a outros interesses,
portanto nada tendo a ver com Umbanda embora se identifiquem como tal. E nem
vou aqui traçar uma linha divisória entre a chamada Umbanda branca e a não
branca, porque Umbanda é somente magia branca - mais uma vez enfatizo - não havendo qualquer possibilidade de um
amálgama com outros tipos de magias e continuar sendo Umbanda.
Sobre pretos-velhos, não os relaciono
numa linha de orixás, porque não são de fato. Pretos-velhos simbolizam a
aplicação das leis da magia através do conhecimento e iniciações em qualquer
cultura. As entidades caracterizadas em pretos-velhos trazem com elas as manhas
e artifícios que podem mudar situações, no entanto não podem avançar sobre
determinadas forças da natureza sem invocar o auxílio dos orixás que incorporam
os quatro elementos e principalmente exu. Mas o saber das leis da magia milenar
confere-lhes autoridade na Umbanda, e, de acordo com suas conquistas na
hierarquia, comandam falanges de trabalhadores das mais diversas categorias.
Pretos velhos nos candomblés são considerados eguns, pelo fato de nascerem e
renascerem nos processos evolutivos naturais como todas as almas humanas.
A linha de crianças atua sobre o
psiquismo dos médiuns e consulentes, mas de forma diferente de Xangô. Crianças
nas posições mais elevadas da linha, jamais foram humanas, jamais encarnaram na
Terra, e pertencem a uma categoria de espíritos puros chamados comumente devas,
assumindo posturas infantis. Nas camadas mais inferiores da linha desses orixás
especiais, podem existir almas humanas infantis, e existem de fato, mas
incorporam em seus corpos astrais os princípios da pureza e qualidade psíquica
superior com que caracteristicamente a linha trabalha. Crianças, sendo orixás
de Umbanda, é outro dos mistérios mais instigantes. Com tudo isso, possuem,
ademais, poderes extraordinários também nas demandas.
Podem os estudiosos estranhar que Oxun e
Yemanjá não sejam aqui consideradas uma só linha, pois representam a água. De
fato, são forças do elemento água, mas há grandes diferenças entre a água doce
das nascentes, dos rios, lagos, poços e da chuva e a água salgada do mar. As
caracterizações das entidades naturais da água diferem em ações nos trabalhos
de magia, quando ao transitar de uma linha para outra elas vêm atuar nas areias
das praias, à beira mar, no raso ou fundo dos oceanos e nos rios. As matérias
inorgânicas, os seres vivos e os elementos transformados quando interagem com
as águas astrais nas aplicações da magia se diferenciam enormemente nos seus
resultados, tal como acontece com as influências dos astros sobre diferentes
elementos. Portanto, há diferenças que justifiquem duas linhas de orixás nas
águas.
E como sabem os umbandistas, Oxalá
representa o Pai, o comando hierárquico maior e o elemento ar. Yemanjá e Oxun
representam o elemento água; representam tanto a mãe, quanto as forças
femininas que se contrapõem principalmente ao fogo. Ogun é do fogo, dos metais
e da guerra. Xangô também atua com
autoridade sobre o fogo, metais e na constituição das ações de justiça, tanto
quanto na assistência psíquica aos homens. A pedreira é, da mesma maneira, seu
princípio material de ação e autoridade na Umbanda. Oxossi é das matas, da
terra e de tudo o que se relacione à natureza animal e vegetal sob cuja ação em
sua área possa intervir.
As denominações das linhas e orixás na
Umbanda, ainda detêm quase completamente os significados dos cultos primitivos
nas morfologias e aglutinações de vocábulos. No entanto, essas representações
em quase todos os casos já são associadas aos santos e heróis da igreja, o que
não deve motivar ódio e nem indignação dos religiosos mais extremados. As
qualidades dos santos e suas encarnações, como símbolos vivos dessas mesmas
qualidades, não são originais da igreja, pois todas as suas representações
foram assimiladas das culturas gnósticas da antiguidade, bem como seus rituais
e liturgia. A missa católica em si mesma, e todos os sacramentos, foram tomados
dos antigos, como a palavra “Amém”, que lhes serve de mantra, lembrando “Amon”
dos rituais egípcios que também era vocalizado em mantra.
Quando afirmo que a magia comum, e a
alta magia, não foram inventadas por nenhum povo isoladamente, mas vieram se
desenvolvendo ou se apurando segundo diferentes culturas, da mesma maneira isso
se aplica ao sincretismo religioso que os escravos nas senzalas cunharam a fim
de não serem punidos pelos seus senhores. As mitologias greco-romanas, as
nórdicas, eslavas, sumérias, egípcias, babilônicas, maias, astecas, chinesas e
outras do mundo antigo, também não distanciavam umas das outras no tocante às
qualidades de seus deuses, semideuses e heróis.
Assim,
na Umbanda, podemos relacionar alguns sinônimos com os orixás principais e com
aqueles que entram em suas linhas, reconhecidamente autoridades, como segue:
Oxalá (Jesus), Yemanjá (N.S. da Glória), Oxun (N.S. da Conceição), Ogun (São
Jorge), Xangô (S. Jerônimo), Oxossi (S. Sebastião), Crianças (S. Cosme e S.
Damião), havendo ainda, como disse, Yansã (Santa Bárbara), Nanã (Santa Ana),
Obaluaiê (S. Lázaro) e Omulú (São Roque).
Falar sobre Umbanda é infinitamente mais
do que apresentei, pois a verdade de sua força e ciência é muito mais
abrangente. Pobres daqueles céticos debochados e irreverentes e religiosos
ortodoxos que desdenham a Umbanda, porque realmente nada sabem. Pobres também
dos “sabe-tudo” que ao cultuar seitas e mediunismos acham que todo o universo
da magia vive neles e com eles.
Umbanda é Umbanda e não adianta inventar. Se
formos buscar todos os princípios materializados na Umbanda estancaremos na
sabedoria do Criador e Sua infinita obra, logo nos limitaremos sempre ao humano.
E seria trabalho árduo para centenas de páginas buscar transcrever visão um
pouco mais aprofundada das práticas desse fantástico movimento coordenado pelos
sábios e magos do espaço - que para tantos é religião - permeado pela magia e
riquezas culturais correlatas aos grupamentos humanos da Terra, o que sequer
passa pela minha cabeça assim ousar.
Por Rayom Ra
Rayom Ra http://arcadeouro.blogspot.com.br
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