segunda-feira, 26 de março de 2018

A Morte Nunca é um Fim


  Não há um fim nas histórias de vida do ser humano, mas recomeços. Nem do universo existe um fim definitivo visto pelos nossos simples olhos ou pelas poderosas lentes telescópicas do Hubble e observatórios astronômicos da mais alta e recente tecnologia. Em sã consciência, não se há de querer aventurar-se a uma afirmação oposta a essa plenitude. Exceção aos desvairados homens de ciência que vez por outra nos brindam com teorias futuristas cheias de ficção e alardes terroristas.

  Por todos os mistérios que cercam os espaços siderais e cósmicos, os cientistas da atualidade não conhecem praticamente nada. 1%, 2% acerca do universo, já é uma alta fatia do saber para orgulhosos cientistas e astrônomos contemporâneos. Quantos na Terra, em posição relativa de observador, não terão visto o tamanho físico do imenso universo estelar, ainda que somente por um pedaço?

  Sim, é fato, a ciência descobriu poderes na energia residente nos elementos da natureza; nos reino mineral, vegetal, animal; no cérebro humano, nos raios solares, nos raios lunares, na eletricidade, no éter, em tantas outras coisas que sempre estiveram solidamente na vida física planetária ou a entremeando. Não há natureza morta; essa é somente retratada em fotografias, em quadros pintados por pincéis ou tecnologias; pela ação de cineastas nas suas perspectivas visuais e por escritores sem o subjetivismo dos místicos. A tradicional constatação dessa morte há alguns anos já é desmentida pelas descobertas acadêmicas de campos vibratórios em cada centímetro da terra, ao uso de equipamentos eletrônicos da atual ciência pesquisadora, e muito pelas prospecções de satélites espaciais. Claro que nem todo o chão desértico serve aos anseios e necessidades de vidas biológicas em seus variados níveis e reinos. Mas se a terra é infértil, árida ou arenosa, sob altas temperaturas, assim mesmo a vida ali persiste ad infinitum no espaço-tempo. Pois é também paradisíaca a certas famílias insectóides, reptílicas, cactáceae e outras.

  Precisamos todos ver a morte sob um prisma bem mais amplo, mais fluente, desdobrado e plural. O próprio vocábulo morte nos traz uma imagem de definidade, de algo irreversível cujo tempo de vida expirou, acabou. A ideia da irreversibilidade da morte é bem mais um problema cultural, social e nunca algo inexplicável, dogmático e fantasmagórico ou mesmo religioso. A verdade deve sempre transcender as histórias, cujas reminiscências inconscientes agregam-se e pululam em profundas memórias atávicas e nelas, por absoluto temor de perdas, exclui pensar mais racionalmente. Como se a vida física fosse única e insubstituível; que somente ela valeria ser vivida, e a morte fosse unicamente uma presença lúgubre, ceifadora, impenetrável.

  A tradição anímica de muitos festejos de povos em épocas especiais no ano contribui para sedimentar ainda mais as histórias dissimulatórias de vida e morte, onde as falsas crenças dominam as mentes e emoções dos participantes, os atam, e sutilmente os mantêm reféns deles próprios. Essa aparente inofensividade permeada com cores, imagens, roupagens exóticas, músicas regionais, desfiles, danças, bebidas fortes e comidas variadas atrela a mente ao gostoso sentimento da distração e liberdade fortalecendo uma energia que atravessa gerações com personalidade própria, num mundo anímico compartilhado. E todos trabalham atenta e laboriosamente para a sua consecução.

  Sequer abordemos em diferentes escalas as festas carnavalescas onde os diversos festins diabólicos contaminam à luz do dia, e diante de multidões se mesclam com as intenções ingênuas do divertimento, a expansão da alegria emocional, a vontade de dançar, gritar, de esconder-se em fantasias.

  Momentos constantemente festejados e tantos outros sem uma evidente preocupação, como um dia estar diante da inevitável morte, vivendo simplesmente no “laissez faire”, na satisfação única dos prazeres sem se prender ao passar do tempo, determinam, sem dúvida, a irresponsabilidade com a própria consciência sob o véu de uma simples e elementar inquirição jamais feita – “por que estou aqui, alguém pode me dizer?”. E vai aí uma gama enorme da visão unicamente material da vida. E na outra ponta, vai também todo um elementar processo de análise sociológica atinente ao agregado familiar, social, cultural, étnico, racial, religioso, de crenças, de ateísmos, ou de absolutamente nada que consiga explicar objetivamente tal descompromisso.

  Há, entretanto, dificuldades maiores em pessoalmente resistir à grande massa energética atuante que se afigura gigantesca, envolvente ao desejo intenso de gozar as paixões mais intranquilizantes obstadas ainda pelas convenções sociais. Convenções essas, não obstante, hoje, bastante transcendidas, onde se abrem vias de desconexões com um passado hipócrita e mentiroso, mas onde, contrariamente, se abrem também outros caminhos absolutamente de livre desimpedimento de egos àquelas vontades e desejos apaixonantes guardados em seus íntimos, sejam eles só desafogantes ou destrutivos.

  Mas consideremos num único cerne sem outras implicações, diante da imagem do verdadeiro acontecimento que transita em mentes e almas, o momento da morte física ou a sua proximidade para tantas e tantas pessoas, preparadas ou não, que assusta, acovarda ou terrifica.  Ninguém, destes, intimamente a quer, contrariamente ao desleixo de antes em incontáveis casos. Ela é indesejável a muitos doentes mesmo em estado terminal, envoltos em pungentes dores, e ainda assim apegados ao seu corpo, aos seus familiares ou a objetos que se veem obrigados a deixar. Fora o temor em ir para o inferno.

  Contudo, a despeito de todo o arcabouço que se desfaz pela morte física de um ser humano, o que implica muitas vezes em dores familiares profundas, e de amigos – em tantas consequências e interesses materiais e cansativas burocracias – não é a essa morte que pretendemos aqui dedicar maior tempo e espaço. Essa morte é inevitável a partir do momento em que soltamos o primeiro vagido, venha ela mais cedo ou mais tarde, e sabemos disso, embora decidamos não aceita-la como ela é. Mas ela virá de qualquer maneira quer em glórias ou em testamentos de incompetência. Ao inconsolável trata-se da pior morte, daquela revestida pelo nato ilusório de uma só existência. Essa morte é basicamente do corpo físico, mas pode perfeitamente, em milhões ou bilhões de casos, estar aliada e entremeada àquela outra que enaltece o feio, o disforme, o improdutivo, o egocêntrico, o bizarro, o abuso, a paixão irrefreável, o crime. Aquela que engana o tempo inteiro exortando às falsas vias, à exclusiva auto satisfação, à pessoal inutilidade com o vizinho. Aquela coisa que agarra, cega e amordaça e finalmente devora.

  Mesmo que de suas garras e teias se tenha um dia deixado aprisionar, e mais tarde se tenha libertado parcial ou completamente, ela continua existir em tempo e espaço. Sim, ela é uma verdade energética e psicológica: ela tem corpo – bilhões deles. São incontáveis legiões que se individualizam muitas e muitas vezes numa só pessoa, num só indivíduo, que por si só arrasta multidões ao seu bel prazer, ao seu ideal, ao servir a si própria – a ilusão! Contudo, ela é agradável quando precisa ser; é amante quando necessário, discursiva, inteligente, advogante, política, bela, amada, apaixonante, mas inevitavelmente cruel e insaciável; potentíssima desafiadora da outra morte, sua irmã gêmea de caminhos opostos, a quem odeia com todas as suas forças e a quem declara guerra interminável.

  Além da morte física temos então duas outras mortes? Não, na verdade. As duas outras são uma só. A primeira é a que trabalha enganando e mentindo aos seus escravos, colorindo seus sentidos com o falso brilho do ouro e da prata. E a outra é a que agradece pelo trabalho da primeira até a exaustão de seus escravos. São, portanto, duas faces de uma só moeda: a que planta as ervas daninhas, e a capinadeira que pacientemente, no tempo certo, vem ceifar as mesmas ervas e buscar em solo duro e seco montículos de terra, se possível, ou traze-los todos em começo de transplantes para produtiva plantação. Portanto, um lado dessa morte psicológica escraviza na preguiça e o outro lado liberta no trabalho. Essa perene dualidade em todas as coisas que habita átomos e células de um mesmo corpo físico, uma mesma alma, bilhões de egos a um só tempo...

  Conotemos. A vida física está diretamente associada com a vida psicológica. A morte psicológica, ou da alma reencarnante, pode acontecer muito antes da morte física, da dissolução do corpo. Num esforço metafísico podemos dizer que a verdadeira vida de um corpo biológico humano é o precioso estado psicológico trazido cada vez mais ao autocontrole, à negação íntima das inócuas culturas milenares, dos credos e dogmas religiosos aprisionantes, das algemas familiares reveladas pelo DNA sanguíneo, e de tudo que atente à liberdade de pensar e bem realizar. Esse estado psicológico rompedor de barreiras íntimas e exteriores é verdadeiramente a crescente ação de uma consciência luminosa e libertadora, isenta das paixões que torturam a vida humana. Nada mais que isso.

  A morte é santa quando vem e dissolve as paixões, os demônios criados pelos terrores animistas mantendo distante a ação dos demônios exteriores instados a torturar e dar provações à alma. A morte é cruel e aterradora quando através da memória e de seus mecanismos macabros vem recriar as paixões que devoram os bons valores antes conquistados, matando-os psicologicamente como um Herodes particular e cruel. Por isso, a morte é dual, detendo duas faces básicas: a que desnuda as ilusões, liberta a mente e conduz à verdadeira vida; e a que cega, escraviza nas paixões ilusórias, mata psicológica e sucessivamente aos recém-nascidos, não os permitindo inferir. Alijados esses novos valores, ou recém-nascidos, o reinado temporal anteriormente conquistado estará de novo garantido. Essa é a analogia básica de um aspirante à luz que não tendo edificado sua casa em terreno sólido permite à face negra de seu ego terreno iludir e matar suas mais puras aspirações, devolvendo-o ao mundo da ilusão.

  A ilusão deste mundo super povoado é a grande fábrica de dores e confusão. Isto estava previsto desde a última vinda de Cristo na Palestina. Foi claramente ressaltada pelas palavras de Jesus, nos evangelhos dos apóstolos. Enorme nuvem negra se levanta sobre todas as nações da Terra. Quanto mais a tecnologia revela sua utilidade prática, e avança além da dimensão física planetária, mais o ser humano se robotiza sem perceber que está servindo a um ente de grande ação mundial. O conforto das invenções e aperfeiçoamentos tecnológicos distraem e sutilmente aprisionam; automatizam instintivamente, hipnotizando, atrelando a mente, não permitindo o desabrochar de um estado reflexivo da alma, criando artificialmente em cada prisioneiro outra alma – a alma tecnológica.

  A tecnologia foi e é necessária para facilitar a vida de bilhões de pessoas, porém seu outro lado veio trazer uma nova versão do inferno na superfície da Terra. É só vermos como o mal se desencadeou em maior rapidez com a nova tecnologia, tratando de fortalecer a energia negativa que se expande e se agiganta nas nações, atraindo multidões com muita facilidade. Não é só a fome e a vida miserável de nações escravizadas por governos tiranos e pelos cruéis países imperialistas dominadores que conduziram populações a um estado mundial de revolta e crimes absurdos. A pobreza no mundo sempre existiu por outras causas diversas. Pois, justamente, nas próprias nações tiranizantes e administradas ocultamente pelo conluio mundial de empresas governamentais, os seres humanos também aderem ao mal maior, às execuções políticas e limpezas raciais, às perversões, às guerras, ao terrorismo impiedoso, ao pior da vida. Isso nos leva a refletir que o mundo psicológico de enorme massa humana, está mais receptivo, infelizmente vazante, antenado na ilusão e no mal e controlado por um exército oculto de consciências e forças negras.

  Essas forças negras nos atacam a todo o momento, inserem-nos sugestões malignas, nos enganam em sonhos com visões insuspeitadas, nos envolvem em correntes de energias aprisionantes, em luzes fraudulentas, em rituais noturnos enganosos a fim de roubar nossas energias e nos controlar mental e emocionalmente. Isso não é novidade ao estudante esotérico. Portanto, o norteador deste trabalho não traz novidade a quem está instruído nesta matéria. É mais um instrumento dirigido ao reforço do pensamento dos seguidores da luz daqueles que buscam status mais qualificados, domínios maiores de seus impulsos mentais e emocionais, desejando assim avançar sempre, alcançando o patamar de um portador de tocha iluminadora. Nesses, a principal monta, é a vontade de matar a todo e qualquer empecilho que obstaculize o caminho da volta ao Pai, a todo o mal que se enraizou nas suas personalidades volúveis dos tempos imemoriais não reconhecidos por homens de intolerantes mentes obsessivamente científicas. É a guerra instalada no campo de batalha de todos os aspirantes ao verdadeiro conhecimento e libertação das cadeias terrenas.

  E disso não podemos fugir, senão nos ligarmos sempre com nossas forças superiores a fim de que nos amparem, instruam, protejam e nos encaminhem a grupos de trabalhadores na luz que tenham os mesmos ideais de um trabalho pessoal e interior e de auxílio à humanidade.

Por Rayom Ra

                                                                                      Rayom Ra                                                                                                  http://arcadeouro.blogspot.com.br    

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