Por todos os mistérios que cercam os espaços
siderais e cósmicos, os cientistas da atualidade não conhecem praticamente
nada. 1%, 2% acerca do universo, já é uma alta fatia do saber para orgulhosos
cientistas e astrônomos contemporâneos. Quantos na Terra, em posição relativa
de observador, não terão visto o tamanho físico do imenso universo estelar,
ainda que somente por um pedaço?
Sim, é fato, a ciência descobriu poderes na
energia residente nos elementos da natureza; nos reino mineral, vegetal, animal;
no cérebro humano, nos raios solares, nos raios lunares, na eletricidade, no
éter, em tantas outras coisas que sempre estiveram solidamente na vida física
planetária ou a entremeando. Não há natureza morta; essa é somente retratada em
fotografias, em quadros pintados por pincéis ou tecnologias; pela ação de
cineastas nas suas perspectivas visuais e por escritores sem o subjetivismo dos
místicos. A tradicional constatação dessa morte há alguns anos já é desmentida
pelas descobertas acadêmicas de campos vibratórios em cada centímetro da terra,
ao uso de equipamentos eletrônicos da atual ciência pesquisadora, e muito pelas
prospecções de satélites espaciais. Claro que nem todo o chão desértico serve
aos anseios e necessidades de vidas biológicas em seus variados níveis e
reinos. Mas se a terra é infértil, árida ou arenosa, sob altas temperaturas, assim
mesmo a vida ali persiste ad infinitum no espaço-tempo. Pois é também
paradisíaca a certas famílias insectóides, reptílicas, cactáceae e outras.
Precisamos todos ver a morte sob um prisma
bem mais amplo, mais fluente, desdobrado e plural. O próprio vocábulo morte nos
traz uma imagem de definidade, de algo irreversível cujo tempo de vida expirou,
acabou. A ideia da irreversibilidade da morte é bem mais um problema cultural,
social e nunca algo inexplicável, dogmático e fantasmagórico ou mesmo
religioso. A verdade deve sempre transcender as histórias, cujas reminiscências
inconscientes agregam-se e pululam em profundas memórias atávicas e nelas, por
absoluto temor de perdas, exclui pensar mais racionalmente. Como se a vida
física fosse única e insubstituível; que somente ela valeria ser vivida, e a
morte fosse unicamente uma presença lúgubre, ceifadora, impenetrável.
A tradição anímica de muitos festejos de
povos em épocas especiais no ano contribui para sedimentar ainda mais as
histórias dissimulatórias de vida e morte, onde as falsas crenças dominam as
mentes e emoções dos participantes, os atam, e sutilmente os mantêm reféns
deles próprios. Essa aparente inofensividade permeada com cores, imagens,
roupagens exóticas, músicas regionais, desfiles, danças, bebidas fortes e
comidas variadas atrela a mente ao gostoso sentimento da distração e liberdade
fortalecendo uma energia que atravessa gerações com personalidade própria, num
mundo anímico compartilhado. E todos trabalham atenta e laboriosamente para a
sua consecução.
Sequer abordemos em diferentes escalas as
festas carnavalescas onde os diversos festins diabólicos contaminam à luz do
dia, e diante de multidões se mesclam com as intenções ingênuas do
divertimento, a expansão da alegria emocional, a vontade de dançar, gritar, de
esconder-se em fantasias.
Momentos constantemente festejados e tantos
outros sem uma evidente preocupação, como um dia estar diante da inevitável
morte, vivendo simplesmente no “laissez faire”, na satisfação única dos
prazeres sem se prender ao passar do tempo, determinam, sem dúvida, a
irresponsabilidade com a própria consciência sob o véu de uma simples e
elementar inquirição jamais feita – “por que estou aqui, alguém pode me dizer?”.
E vai aí uma gama enorme da visão unicamente material da vida. E na outra
ponta, vai também todo um elementar processo de análise sociológica atinente ao
agregado familiar, social, cultural, étnico, racial, religioso, de crenças, de ateísmos,
ou de absolutamente nada que consiga explicar objetivamente tal descompromisso.
Há, entretanto, dificuldades maiores em
pessoalmente resistir à grande massa energética atuante que se afigura
gigantesca, envolvente ao desejo intenso de gozar as paixões mais
intranquilizantes obstadas ainda pelas convenções sociais. Convenções essas,
não obstante, hoje, bastante transcendidas, onde se abrem vias de desconexões
com um passado hipócrita e mentiroso, mas onde, contrariamente, se abrem também
outros caminhos absolutamente de livre desimpedimento de egos àquelas vontades
e desejos apaixonantes guardados em seus íntimos, sejam eles só desafogantes ou
destrutivos.
Mas consideremos num único cerne sem outras
implicações, diante da imagem do verdadeiro acontecimento que transita em
mentes e almas, o momento da morte física ou a sua proximidade para tantas e
tantas pessoas, preparadas ou não, que assusta, acovarda ou terrifica. Ninguém, destes, intimamente a quer, contrariamente
ao desleixo de antes em incontáveis casos. Ela é indesejável a muitos doentes
mesmo em estado terminal, envoltos em pungentes dores, e ainda assim apegados
ao seu corpo, aos seus familiares ou a objetos que se veem obrigados a deixar. Fora
o temor em ir para o inferno.
Contudo, a despeito de todo o arcabouço que
se desfaz pela morte física de um ser humano, o que implica muitas vezes em
dores familiares profundas, e de amigos – em tantas consequências e interesses
materiais e cansativas burocracias – não é a essa morte que pretendemos aqui
dedicar maior tempo e espaço. Essa morte é inevitável a partir do momento em
que soltamos o primeiro vagido, venha ela mais cedo ou
mais tarde, e sabemos disso, embora decidamos não aceita-la como ela é. Mas ela
virá de qualquer maneira quer em glórias ou em testamentos de incompetência. Ao
inconsolável trata-se da pior morte, daquela revestida pelo nato ilusório de
uma só existência. Essa morte é basicamente do corpo físico, mas pode
perfeitamente, em milhões ou bilhões de casos, estar aliada e entremeada àquela
outra que enaltece o feio, o disforme, o improdutivo, o egocêntrico, o bizarro,
o abuso, a paixão irrefreável, o crime. Aquela que engana o tempo inteiro
exortando às falsas vias, à exclusiva auto satisfação, à pessoal inutilidade
com o vizinho. Aquela coisa que agarra, cega e amordaça e finalmente devora.
Mesmo que de suas garras e teias se tenha um
dia deixado aprisionar, e mais tarde se tenha libertado parcial ou
completamente, ela continua existir em tempo e espaço. Sim, ela é uma verdade
energética e psicológica: ela tem corpo – bilhões deles. São incontáveis
legiões que se individualizam muitas e muitas vezes numa só pessoa, num só
indivíduo, que por si só arrasta multidões ao seu bel prazer, ao seu ideal, ao
servir a si própria – a ilusão! Contudo, ela é agradável quando precisa ser; é
amante quando necessário, discursiva, inteligente, advogante, política, bela,
amada, apaixonante, mas inevitavelmente cruel e insaciável; potentíssima
desafiadora da outra morte, sua irmã gêmea de caminhos opostos, a quem odeia
com todas as suas forças e a quem declara guerra interminável.
Além da morte física temos então duas outras
mortes? Não, na verdade. As duas outras são uma só. A primeira é a que trabalha
enganando e mentindo aos seus escravos, colorindo seus sentidos com o falso
brilho do ouro e da prata. E a outra é a que agradece pelo trabalho da primeira
até a exaustão de seus escravos. São, portanto, duas faces de uma só moeda: a
que planta as ervas daninhas, e a capinadeira que pacientemente, no tempo certo,
vem ceifar as mesmas ervas e buscar em solo duro e seco montículos de terra, se
possível, ou traze-los todos em começo de transplantes para produtiva
plantação. Portanto, um lado dessa morte psicológica escraviza na preguiça e o
outro lado liberta no trabalho. Essa perene dualidade em todas as coisas que
habita átomos e células de um mesmo corpo físico, uma mesma alma, bilhões de
egos a um só tempo...
Conotemos. A vida física está diretamente
associada com a vida psicológica. A morte psicológica, ou da alma reencarnante,
pode acontecer muito antes da morte física, da dissolução do corpo. Num esforço
metafísico podemos dizer que a verdadeira vida de um corpo biológico humano é o
precioso estado psicológico trazido cada vez mais ao autocontrole, à negação
íntima das inócuas culturas milenares, dos credos e dogmas religiosos
aprisionantes, das algemas familiares reveladas pelo DNA sanguíneo, e de tudo
que atente à liberdade de pensar e bem realizar. Esse estado psicológico
rompedor de barreiras íntimas e exteriores é verdadeiramente a crescente ação
de uma consciência luminosa e libertadora, isenta das paixões que torturam a
vida humana. Nada mais que isso.
A morte é santa quando vem e dissolve as
paixões, os demônios criados pelos terrores animistas mantendo distante a ação
dos demônios exteriores instados a torturar e dar provações à alma. A morte é
cruel e aterradora quando através da memória e de seus mecanismos macabros vem
recriar as paixões que devoram os bons valores antes conquistados, matando-os
psicologicamente como um Herodes particular e cruel. Por isso, a morte é dual,
detendo duas faces básicas: a que desnuda as ilusões, liberta a mente e conduz
à verdadeira vida; e a que cega, escraviza nas paixões ilusórias, mata
psicológica e sucessivamente aos recém-nascidos, não os permitindo inferir.
Alijados esses novos valores, ou recém-nascidos, o reinado temporal
anteriormente conquistado estará de novo garantido. Essa é a analogia básica de
um aspirante à luz que não tendo edificado sua casa em terreno sólido permite à
face negra de seu ego terreno iludir e matar suas mais puras aspirações,
devolvendo-o ao mundo da ilusão.
A ilusão deste mundo super povoado é a grande
fábrica de dores e confusão. Isto estava previsto desde a última vinda de
Cristo na Palestina. Foi claramente ressaltada pelas palavras de Jesus, nos
evangelhos dos apóstolos. Enorme nuvem negra se levanta sobre todas as nações
da Terra. Quanto mais a tecnologia revela sua utilidade prática, e avança além
da dimensão física planetária, mais o ser humano se robotiza sem perceber que
está servindo a um ente de grande ação mundial. O conforto das invenções e
aperfeiçoamentos tecnológicos distraem e sutilmente aprisionam; automatizam
instintivamente, hipnotizando, atrelando a mente, não permitindo o desabrochar
de um estado reflexivo da alma, criando artificialmente em cada prisioneiro
outra alma – a alma tecnológica.
A tecnologia foi e é necessária para
facilitar a vida de bilhões de pessoas, porém seu outro lado veio trazer uma
nova versão do inferno na superfície da Terra. É só vermos como o mal se
desencadeou em maior rapidez com a nova tecnologia, tratando de fortalecer a
energia negativa que se expande e se agiganta nas nações, atraindo multidões
com muita facilidade. Não é só a fome e a vida miserável de nações escravizadas
por governos tiranos e pelos cruéis países imperialistas dominadores que conduziram
populações a um estado mundial de revolta e crimes absurdos. A pobreza no mundo
sempre existiu por outras causas diversas. Pois, justamente, nas próprias
nações tiranizantes e administradas ocultamente pelo conluio mundial de
empresas governamentais, os seres humanos também aderem ao mal maior, às
execuções políticas e limpezas raciais, às perversões, às guerras,
ao terrorismo impiedoso, ao pior da vida. Isso nos leva a refletir que o mundo
psicológico de enorme massa humana, está mais receptivo, infelizmente vazante, antenado na ilusão e no mal e controlado por um
exército oculto de consciências e forças negras.
Essas forças negras nos atacam a todo o
momento, inserem-nos sugestões malignas, nos enganam em sonhos com visões
insuspeitadas, nos envolvem em correntes de energias aprisionantes, em luzes
fraudulentas, em rituais noturnos enganosos a fim de roubar nossas energias e
nos controlar mental e emocionalmente. Isso não é novidade ao estudante esotérico. Portanto, o norteador deste trabalho não
traz novidade a quem está instruído nesta matéria. É mais um instrumento
dirigido ao reforço do pensamento dos seguidores da luz daqueles que buscam
status mais qualificados, domínios maiores de seus impulsos mentais e
emocionais, desejando assim avançar sempre, alcançando o patamar de um portador
de tocha iluminadora. Nesses, a principal monta, é a vontade de matar a todo e
qualquer empecilho que obstaculize o caminho da volta ao Pai, a todo o mal que
se enraizou nas suas personalidades volúveis dos tempos imemoriais não
reconhecidos por homens de intolerantes mentes obsessivamente científicas. É a
guerra instalada no campo de batalha de todos os aspirantes ao verdadeiro conhecimento
e libertação das cadeias terrenas.
E disso não podemos fugir, senão nos ligarmos
sempre com nossas forças superiores a fim de que nos amparem, instruam,
protejam e nos encaminhem a grupos de trabalhadores na luz que tenham os mesmos
ideais de um trabalho pessoal e interior e de auxílio à humanidade.
Por Rayom Ra
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Rayom Ra
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