terça-feira, 7 de junho de 2016

Mundos


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  Os argumentos desta página se inserem na de título (clique aqui) A Criação do Sistema Solar
  Passemos agora a tratar da construção dos mundos, chamados também de dimensões ou planos de vibrações, conhecidos pelos ocultistas há milhares de anos. 
  Certas correntes reconhecidamente científicas bem como leigos estudiosos dos fenômenos da matéria, falam hoje com muita frequência de universos paralelos. Essa discussão tem chegado ao público como se fosse novidade, principalmente pela necessidade de a ciência oficial demonstrar que perscruta e investiga tais fenômenos. É sabido que a matéria é energia concentrada. Há algumas décadas cientistas conseguiram criar um esboço de matéria em laboratório, partindo exatamente da concentração de energia, fazendo surgir novas partículas com cargas positivas, a exemplo de anti-elétrons. Desde então, os conceitos de matéria têm avançado e alcançado interpretações que ultrapassam os conhecimentos antes compendiados. Entretanto, está longe ainda o dia em que a ciência seja capaz de criar um tipo verdadeiro de “matéria vivificada”. E mesmo que a produza em laboratório, a criação estará imperfeita e inacabada, será um tipo sintético, pois não há como incorporar na matéria artificialmente criada os princípios da energia-vida e de Anima Mundi, fusionados na natureza. É simplesmente impensável ao esotérico a ciência chegar a produzir a energia-vida. Nem mesmo o Logos Solar tem ou teve esse poder, senão o de incorporar em Si mesmo a suprema mensagem do incognoscível Espírito Infinito do Logos-Cósmico, o Parabrahman dos indus, para imantar a todo o sistema solar a fim de que a energia-vida por ele se manifestasse.
  A idéia de universos paralelos, admitida por alguns cientistas e rechaçada por outros, parte de premissas da pré-existência da antimatéria. Antimatéria, por definição simples, seria um pósitron que é gerado por uma substância radioativa. Ele é um anti-elétron, ou antimatéria do elétron: é a partícula de carga elétrica positiva do átomo. O elétron, ao contrário, é uma partícula do átomo possuidora de carga elétrica negativa e quando um pósitron encontra um elétron, ambos se aniquilam e desaparecem, resultando em dois raios gamas, que são chamados fótons. Os fótons são a energia transformada dos pares anti-elétron/elétron que têm como características a energia de 511.000 elétrons-volts.
  Em outras palavras, antimatéria seria a matéria comum ao inverso, ou seja, com todas as cargas eletrônicas invertidas. Na realidade, as partículas elétricas positivas e negativas em si mesmas não são a antimatéria, mas sim formadoras dos átomos que são unidades constitutivas da matéria. Os átomos que possuam em suas estruturas as partículas em mútuas oposições e antíteses, ao se chocarem se aniquilarão vindo constituir assim [segundo a ciência dos homens] a antimatéria.
  Matéria e antimatéria já eram bem conhecidas dos antigos iniciados, que as visualizavam em dois campos de energias afins e contrárias. Encontramos várias referências do conhecimento subjetivo do átomo pelos antigos, como sendo uma partícula vibratória da energia concentrada em toda a natureza. Não devemos nunca nos esquecer de que muitas gerações de iniciados do passado, ao desenvolverem a vidência espiritual, puderam perceber os átomos constitutivos de todas as formas de vida. As posturas objetivas e práticas que o Tao tibetano utilizava e utiliza no despertar e [estimular] a circulação de certas correntes de energia nos corpos sutis dos iniciados, trazem implícito o conhecimento da aparente dualidade energia-matéria. Tanto as órbitas dos elétrons em torno dos núcleos de seus átomos como as energias circulantes pelo interior dos corpos energéticos do homem, descrevem idênticos trajetos. O próprio símbolo do Tao, ao externar uma figura composta de dois semicírculos em oposição, um preto e outro branco, dá-nos a idéia do negativo e positivo, que poderíamos transpor para a analogia matéria/antimatéria.
  A intenção da ciência em posicionar uma dimensão de matéria e outra de não matéria prende-se a uma lógica irrefutável da formação da própria matéria, segundo os cientistas. A questão que certamente os deixou muitas horas com insônias seria: de onde vem a energia que se cristaliza em matéria? Foi fundamental que eles finalmente percebessem a ação dual positron/elétron para entender a fusão de dois átomos, por exemplo, nos aspectos energia-matéria, e a aniquilação de ambos simultaneamente. Vemos nisto também uma possível analogia com um processo de sublimação.    
  Esta dualidade energia-matéria, como dissemos, já vinha encontrar a sabedoria milenar de antigos iniciados que sabiam da existência de uma dimensão inter-relacionada ao mundo físico, formada, principalmente, pela efusão de quatro éteres, e, por isso, chamada atualmente de mundo ou plano etérico. A presença etérica desse mundo atua como matriz e condensadora de todas as energias cósmicas e da natureza planetária, que incidem sobre e ao interior de todas as formas de vida. Até mesmo uma pedreira, uma montanha, um rio, um mar, um oceano, uma folha ou um minúsculo grão de areia, são portadores dessa energia-forma etérica, responsável por captar e retransmitir o cosmos e dar conformação a elementos e organizações atômicas.
  O éter cósmico representa uma face ou véu universal na organização dos padrões vibratórios de nosso sistema solar. O mundo das formas densas e concretas que conhecemos, conjuntamente ao mundo etérico planetário, são ambos as representações da totalidade energia-matéria do mundo físico que se completam entre si.  A base na formação do mundo etérico é justamente o éter cósmico, que ao permear o globo Terra, expande-se e se contrai, organizando-se em quatro distintas variações. O éter cósmico passa então a ser identificado como éter físico, e suas quatro variações distinguem-se por qualidades inatas que conformam e participam das funções vitais de todos os seres físicos inanimados ou superiores, na gama total dos quatro reinos da natureza.
  Mas voltemos ao início de tudo, quando o Logos surgiu objetivamente delimitando com Sua Mente Universal o circulo de Sua manifestação. Trabalhando a matéria primordial, o terceiro aspecto do Logos estabeleceu as matrizes de cinco sucessivos mundos e as preencheu com a matéria. Os indus sempre postularam que o universo está delimitado por sete grandes mundos e estes mundos, segundo eles, têm as seguintes denominações:
                      1. Adi               = Mundo Divino
                      2. Anupadaka  = Mundo Monádico
                      3. Atma            = Mundo Espiritual
                      4. Buddhi         = Mundo Intuicional
                      5. Manas         = Mundo Mental
                      6. Kama           = Mundo Emocional
                      7. Sthula          = Mundo Físico
  Quando o Logos surgiu para a objetividade veio imediatamente atuar a partir do mundo Adi, que Ele encontrara construído, e onde estabeleceria seu laboratório. Tanto quanto Adi, o mundo Anupadaka também já existia no momento em que o Terceiro Logos passou a atuar objetivamente no sistema solar. Vejamos o que nos diz A.E. Powell em sua obra O Corpo Causal e o Ego:
  Podemos conceber os planos Adi e Anupadaka, como existentes antes da formação do sistema solar..”.
  Adiante ele contínua:
  “O Terceiro Logos, a Mente Universal, atua sobre a matéria do espaço - Mulaprakriti, a celestial Virgem Maria - alterando do equilíbrio estável para o equilíbrio instável as três qualidades da mesma: Tamas (inércia), Rajas (movimento), e Satva (ritmo), colocando-as, por conseguinte, em movimento contínuo, uma em relação com as outras. O Terceiro Logos cria assim os átomos dos cinco planos inferiores - Atma, Buddhi, Manas, Kama e Sthula. Fohat os eletrifica, dando-lhes vida e separa a substância primordial, ou matéria pregenética, em átomos”.
  A matéria primordial, ou pregenética, é também interpretada como éter (ou aether), conhecida da mesma maneira por Akaza na sua generalidade. “Akaza é, propriamente, a primeira diferenciação da matéria pregenética”, diz-nos Alice Bailey em Um Tratado do Fogo Cósmico, que coloca ainda o seguinte:
  “Akaza, em manifestação, se expressa ela mesma por Fohat ou energia divina, e Fohat nos diferentes planos (ou mundos) é conhecido por aether, ar, fogo, água, eletricidade, éter, prâna e termos similares. É a soma total daquilo que é ativo, animado ou vitalizado, e tudo o que a ele (Fohat) é concernente na adaptação da forma para a presença da chama interna da vida”.
  Podemos agora entender que a Mente Universal, ou terceiro aspecto do Logos, produziu a primeira ação plasmadora do sistema solar, construindo objetivamente os arquétipos dos cinco mundos, ao mesmo tempo em que os preenchia com a matéria pregenética já diferenciada em seus principais atributos. Nessa ação da Mente Universal vamos encontrar tanto a matéria pregenética já animada e pronta para frutificar, como em seu estado anterior ainda “in natura”, improdutiva e não diferenciada.
  Temos então que o terceiro aspecto do Logos estabeleceu as matrizes dos cinco mundos abaixo de Anupadaka, preenchendo-os com a matéria pregenética diferenciada. Diz A.E. Powell:
  “A esta obra do Terceiro Logos se a denomina correntemente a Primeira Onda de Vida ou A Primeira Emanação”.
  O terceiro aspecto do Logos trabalhou cada mundo estabelecendo o tipo de vibração dos seus respectivos átomos, dando assim características especiais às matérias de Atma, Buddhi, Manas, Kama e Sthula. Diz-nos ainda A.E. Powell:
  “Sob a atividade diretiva do Terceiro Logos, se despertam nos átomos de cada plano, novos poderes e possibilidades de atração e de repulsão: de maneira que se congregam em moléculas; destas moléculas simples se formam outras mais complexas, até que em cada um dos cinco planos há seis subplanos inferiores, havendo sete no total de cada plano”.
  A tradição esotérica nos dá conta de que o sistema solar se teria formado em sete grandes períodos. Os mundos Adi e Anupadaka seriam os dois primeiros grandes períodos da história do sistema solar e os cinco mundos de que estamos agora tratando completariam o setenário trabalhado por Deus. Este tempo na Bíblia é estabelecido em sendo sete dias. Evidentemente esta cifra é um elemento simbólico, mas aceito literalmente pelos seguidores do velho e novo testamentos.
  Mediante a cosmogonia esotérica aqui tratada e pelas decorrentes consultas às obras citadas, podemos concluir que o Deus Criador do sistema solar poderia tê-lo edificado em duas etapas distintas. A primeira, por intermédio de outro agente que pudéssemos chamá-lo igualmente de outro Logos, e que não se restringiria tão somente ao nosso sistema solar, mas que não seria exatamente o mesmo construtor dos cinco mundos abaixo de Anupadaka. Esse Logos precursor, teria unicamente construído os dois mundos superiores. A segunda etapa seria a da construção dos cinco mundos seguintes através da ação do Logos Solar de nosso atual sistema. Conforme mencionamos anteriormente, a matéria pregenética foi trabalhada pelo Terceiro Logos que ao encontrá-la em caos, ou seja, improdutiva, ativou-a do mundo Adi. Dessa maneira, atribui-se ao Deus imanifesto e desconhecido a ideação do sistema solar em sete grandes períodos, mas provavelmente em duas distintas épocas e por dois meios de atividade.
  Estando os cinco mundos construídos pela ação do Terceiro Logos, aconteceria a Segunda Grande Emanação criadora. Essa segunda ação plasmadora dos mundos chega pela participação do segundo aspecto do Logos ou segunda pessoa da Trindade, ao introduzir neles Seu Espírito. Diz-nos A.E.Powell:
  “A Segunda Pessoa da Trindade toma forma assim, não só da matéria “virgem” ou improdutiva, senão da matéria já animada pela vida da Terceira Pessoa. Tanto a vida como a matéria a cobrem com vestimenta. É assim exata a afirmação de que encarna do Espírito Santo e da Virgem Maria, que é o verdadeiro significado deste importante parágrafo do credo cristão”.
   O Segundo Logos é caracteristicamente conhecido como o Cristo Cósmico, a segunda pessoa da Trindade de nosso sistema solar. A questão da Trindade, como tratada pelo esotérico, traz a Existência Única do Cristo Cósmico apropriada a cada situação e vidas de acordo com o processo natural e cíclico de expansão de consciência. E mediante isso, concluímos:
  Assim, o Cristo é a representação da fusão espírito-matéria num momento da criação do sistema solar. Também é na fusão espírito-matéria de um planeta ou de uma cadeia planetária, e é na fusão da personalidade com a alma no momento da verdadeira identidade. As relações positivo-negativo representam os elementos por cujas polaridades e síntese a ação crística opera tanto na consciência quanto na matéria.
  Desta maneira, Deus é Cristo num momento da macro criação do sistema solar; é Cristo na formatação de um macro átomo em Sol ou num planeta, e é Cristo na macro Vida ou Alma Divina de uma unidade de consciência quando Ela reativa e cimenta Sua qualidade à alma terrena, divinizando o homem peregrino.
  Portanto, a Segunda Grande Emanação do Deus Criador será realizada pelo Segundo Logos, que fará a fusão espírito-matéria nos cinco mundos abaixo de Anupadaka, porquanto espírito e matéria nos mundos objetivos atuam pela ação de leis sistêmicas. Descerá respectivamente em Atma, Buddhi e Manas. No mundo Manas, entretanto, onde há uma divisão simbólica de Manas Superior e Manas Inferior, o Logos tomará a matéria trabalhada pelo Terceiro Logos e edificará dois Reinos. Esses Reinos, somente conhecidos do esotérico e ocultista, são chamados Reinos Elementais devido à constituição de suas matérias. O primeiro Reino Elemental será edificado na parte superior de Manas, enquanto o segundo Reino Elemental será edificado na parte inferior de Manas.
  É importante ressaltar que Manas Superior é formado pela matéria mental que se articula pelo pensamento abstrato, enquanto que o Manas Inferior se articula pelo pensamento concreto.
  Ao atuar no mundo Kama, conhecido também por Mundo Astral, o Segundo Logos dará formação ao terceiro Reino Elemental.  Entrando no Mundo Sthula, ou mundo Físico, o Logos virá trabalhar a energia-forma do mundo etérico. Nessa relação, podemos considerar que as cinco fases da Segunda Emanação do Logos se desdobraram em seis para dar formação a sete na matéria dos mundos. Ou seja, duas ações Atma-Budhi, duas ações Manas-Superior/Manas-Inferior, para constituir os dois primeiros Reinos Elementais, uma ação em Kama dando formação ao terceiro Reino Elemental e uma ação no Mundo Etérico para o quarto Reino Elemental.
  O resultado da pressão do Logos no arco de descida se revela na sexta ação, pela fusão energia-matéria do Mundo Etérico, que mais tarde se materializará em formas físicas concretas. Esse último e natural acontecimento virá configurar o sétimo resultado da ação do Segundo Logos nos cinco mundos inicialmente construídos pelo Terceiro Logos.  Daí, também, a outra analogia dos sete dias da criação em que Deus trabalharia seis dias e descansaria no sétimo.
  A ação do Segundo Logos no Mundo Etérico provocará a construção física dos quatro reinos e a possibilidade das expressões das formas de vida que hoje conhecemos. Os reinos mineral, vegetal, animal e humano alcançarão assim suas máximas densidades ou concretismo, tendo a pressão criadora e organizadora do Segundo Logos chegado ao nadir da materialidade. A materialização da forma planetária e de todas as suas vidas levaria, no entanto, alguns milhões de anos terrenos para se concretizar plenamente, visto o corpo planetário estar ainda em processo de transição da matéria etérica para a matéria física através da ação ígnea, que é o elemento primordial do universo.
  A criação dos reinos na Terra, conforme estamos sintetizando, somente alcançou o definitivo estado concreto quando a Terra passou a ser o centro de enfoque de sua cadeia, e a partir do instante que o espírito planetário lunar migrou da Lua para a Terra. O espírito da Terra, portanto, já teve sua primeira encarnação no ciclo lunar, ou seja, quando a Lua representou para sua cadeia o que a Terra hoje representa para a atual. Este é o motivo de o esotérico admitir que a Terra esteja em sua segunda encarnação física concreta, tendo antes se materializado com o corpo planetário lunar. Quando um ciclo evolucionário de uma cadeia planetária se encerra, não só os produtos dos reinos se transferem de um orbe para outro, quanto o seu espírito e parte de sua matéria.
  Capítulo XIII do livro “O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação”, por Rayom Ra, disponível para leitura em:

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