Os argumentos desta página se inserem
na de título (clique aqui) A Criação do Sistema Solar
Passemos agora a tratar
da construção dos mundos, chamados também de dimensões ou planos de vibrações,
conhecidos pelos ocultistas há milhares de anos.
Certas correntes
reconhecidamente científicas bem como leigos estudiosos dos fenômenos da
matéria, falam hoje com muita frequência de universos paralelos. Essa discussão
tem chegado ao público como se fosse novidade, principalmente pela necessidade
de a ciência oficial demonstrar que perscruta e investiga tais fenômenos. É sabido
que a matéria é energia concentrada. Há algumas décadas cientistas conseguiram
criar um esboço de matéria em laboratório, partindo exatamente da concentração
de energia, fazendo surgir novas partículas com cargas positivas, a exemplo de
anti-elétrons. Desde então, os conceitos de matéria têm avançado e alcançado
interpretações que ultrapassam os conhecimentos antes compendiados. Entretanto,
está longe ainda o dia em que a ciência seja capaz de criar um tipo verdadeiro
de “matéria vivificada”. E mesmo que a produza em laboratório, a criação estará
imperfeita e inacabada, será um tipo sintético, pois não há como incorporar na
matéria artificialmente criada os princípios da energia-vida e de Anima Mundi,
fusionados na natureza. É simplesmente impensável ao esotérico a ciência chegar
a produzir a energia-vida. Nem mesmo o Logos Solar tem ou teve esse poder,
senão o de incorporar em Si mesmo a suprema mensagem do incognoscível Espírito
Infinito do Logos-Cósmico, o Parabrahman dos indus, para imantar a todo o
sistema solar a fim de que a energia-vida por ele se manifestasse.
A idéia de universos
paralelos, admitida por alguns cientistas e rechaçada por outros, parte de
premissas da pré-existência da antimatéria. Antimatéria, por definição simples,
seria um pósitron que é gerado por uma substância radioativa. Ele é um
anti-elétron, ou antimatéria do elétron: é a partícula de carga elétrica
positiva do átomo. O elétron, ao contrário, é uma partícula do átomo possuidora
de carga elétrica negativa e quando um pósitron encontra um elétron, ambos se
aniquilam e desaparecem, resultando em dois raios gamas, que são chamados
fótons. Os fótons são a energia transformada dos pares anti-elétron/elétron que
têm como características a energia de 511.000 elétrons-volts.
Em outras palavras,
antimatéria seria a matéria comum ao inverso, ou seja, com todas as cargas
eletrônicas invertidas. Na realidade, as partículas elétricas positivas e
negativas em si mesmas não são a antimatéria, mas sim formadoras dos átomos que
são unidades constitutivas da matéria. Os átomos que possuam em suas estruturas
as partículas em mútuas oposições e antíteses, ao se chocarem se aniquilarão
vindo constituir assim [segundo a ciência dos homens] a antimatéria.
Matéria e antimatéria já
eram bem conhecidas dos antigos iniciados, que as visualizavam em dois campos
de energias afins e contrárias. Encontramos várias referências do conhecimento
subjetivo do átomo pelos antigos, como sendo uma partícula vibratória da
energia concentrada em toda a natureza. Não devemos nunca nos esquecer de que
muitas gerações de iniciados do passado, ao desenvolverem a vidência espiritual,
puderam perceber os átomos constitutivos de todas as formas de vida. As
posturas objetivas e práticas que o Tao tibetano utilizava e utiliza no despertar
e [estimular] a circulação de certas correntes de energia nos corpos sutis dos
iniciados, trazem implícito o conhecimento da aparente dualidade
energia-matéria. Tanto as órbitas dos elétrons em torno dos núcleos de seus
átomos como as energias circulantes pelo interior dos corpos energéticos do
homem, descrevem idênticos trajetos. O próprio símbolo do Tao, ao externar uma
figura composta de dois semicírculos em oposição, um preto e outro branco,
dá-nos a idéia do negativo e positivo, que poderíamos transpor para a analogia
matéria/antimatéria.
A intenção da ciência em
posicionar uma dimensão de matéria e outra de não matéria prende-se a uma
lógica irrefutável da formação da própria matéria, segundo os cientistas. A
questão que certamente os deixou muitas horas com insônias seria: de onde vem a
energia que se cristaliza em matéria? Foi fundamental que eles finalmente
percebessem a ação dual positron/elétron para entender a fusão de dois átomos,
por exemplo, nos aspectos energia-matéria, e a aniquilação de ambos
simultaneamente. Vemos nisto também uma possível analogia com um processo de
sublimação.
Esta dualidade energia-matéria,
como dissemos, já vinha encontrar a sabedoria milenar de antigos iniciados que
sabiam da existência de uma dimensão inter-relacionada ao mundo físico,
formada, principalmente, pela efusão de quatro éteres, e, por isso, chamada
atualmente de mundo ou plano etérico. A presença etérica desse mundo atua como
matriz e condensadora de todas as energias cósmicas e da natureza planetária,
que incidem sobre e ao interior de todas as formas de vida. Até mesmo uma
pedreira, uma montanha, um rio, um mar, um oceano, uma folha ou um minúsculo
grão de areia, são portadores dessa energia-forma etérica, responsável por
captar e retransmitir o cosmos e dar conformação a elementos e organizações
atômicas.
O éter cósmico representa uma
face ou véu universal na organização dos padrões vibratórios de nosso sistema
solar. O mundo das formas densas e concretas que conhecemos, conjuntamente ao
mundo etérico planetário, são ambos as representações da totalidade
energia-matéria do mundo físico que se completam entre si. A base na formação do mundo etérico é
justamente o éter cósmico, que ao permear o globo Terra, expande-se e se
contrai, organizando-se em quatro distintas variações. O éter cósmico passa
então a ser identificado como éter físico, e suas quatro variações
distinguem-se por qualidades inatas que conformam e participam das funções
vitais de todos os seres físicos inanimados ou superiores, na gama total dos
quatro reinos da natureza.
Mas voltemos ao início de tudo,
quando o Logos surgiu objetivamente delimitando com Sua Mente Universal o
circulo de Sua manifestação. Trabalhando a matéria primordial, o terceiro
aspecto do Logos estabeleceu as matrizes de cinco sucessivos mundos e as
preencheu com a matéria. Os indus sempre postularam que o universo está
delimitado por sete grandes mundos e estes mundos, segundo eles, têm as
seguintes denominações:
1. Adi = Mundo Divino
2.
Anupadaka = Mundo Monádico
3.
Atma = Mundo Espiritual
4.
Buddhi = Mundo Intuicional
5.
Manas = Mundo Mental
6.
Kama = Mundo Emocional
7.
Sthula = Mundo Físico
Quando o Logos surgiu
para a objetividade veio imediatamente atuar a partir do mundo Adi, que Ele
encontrara construído, e onde estabeleceria seu laboratório. Tanto quanto Adi,
o mundo Anupadaka também já existia no momento em que o Terceiro Logos passou a
atuar objetivamente no sistema solar. Vejamos o que nos diz A.E. Powell em sua
obra O Corpo Causal e o Ego:
“Podemos
conceber os planos Adi e Anupadaka, como existentes antes da formação do
sistema solar..”.
Adiante ele contínua:
“O Terceiro Logos, a Mente Universal, atua
sobre a matéria do espaço - Mulaprakriti, a celestial Virgem Maria - alterando
do equilíbrio estável para o equilíbrio instável as três qualidades da mesma:
Tamas (inércia), Rajas (movimento), e Satva (ritmo), colocando-as, por
conseguinte, em movimento contínuo, uma em relação com as outras. O Terceiro
Logos cria assim os átomos dos cinco planos inferiores - Atma, Buddhi, Manas,
Kama e Sthula. Fohat os eletrifica, dando-lhes vida e separa a substância
primordial, ou matéria pregenética, em átomos”.
A matéria primordial, ou
pregenética, é também interpretada como éter (ou aether), conhecida da mesma
maneira por Akaza na sua generalidade. “Akaza
é, propriamente, a primeira diferenciação da matéria pregenética”, diz-nos
Alice Bailey em Um Tratado do Fogo Cósmico, que coloca ainda o seguinte:
“Akaza, em manifestação, se expressa ela
mesma por Fohat ou energia divina, e Fohat nos diferentes planos (ou mundos) é
conhecido por aether, ar, fogo, água, eletricidade, éter, prâna e termos
similares. É a soma total daquilo que é ativo, animado ou vitalizado, e tudo o
que a ele (Fohat) é concernente na adaptação da forma para a presença da chama
interna da vida”.
Podemos agora entender que a Mente Universal,
ou terceiro aspecto do Logos, produziu a primeira ação plasmadora do sistema
solar, construindo objetivamente os arquétipos dos cinco mundos, ao mesmo tempo
em que os preenchia com a matéria pregenética já diferenciada em seus
principais atributos. Nessa ação da Mente Universal vamos encontrar tanto a
matéria pregenética já animada e pronta para frutificar, como em seu estado
anterior ainda “in natura”, improdutiva e não diferenciada.
Temos então que o
terceiro aspecto do Logos estabeleceu as matrizes dos cinco mundos abaixo de
Anupadaka, preenchendo-os com a matéria pregenética diferenciada. Diz A.E.
Powell:
“A esta obra do Terceiro Logos se a denomina
correntemente a Primeira Onda de Vida ou A Primeira Emanação”.
O terceiro aspecto do
Logos trabalhou cada mundo estabelecendo o tipo de vibração dos seus
respectivos átomos, dando assim características especiais às matérias de Atma,
Buddhi, Manas, Kama e Sthula. Diz-nos ainda A.E. Powell:
“Sob a atividade diretiva do Terceiro Logos,
se despertam nos átomos de cada plano, novos poderes e possibilidades de
atração e de repulsão: de maneira que se congregam em moléculas; destas
moléculas simples se formam outras mais complexas, até que em cada um dos cinco
planos há seis subplanos inferiores, havendo sete no total de cada plano”.
A tradição esotérica nos
dá conta de que o sistema solar se teria formado em sete grandes períodos. Os
mundos Adi e Anupadaka seriam os dois primeiros grandes períodos da história do
sistema solar e os cinco mundos de que estamos agora tratando completariam o
setenário trabalhado por Deus. Este tempo na Bíblia é estabelecido em sendo
sete dias. Evidentemente esta cifra é um elemento simbólico, mas aceito
literalmente pelos seguidores do velho e novo testamentos.
Mediante a cosmogonia
esotérica aqui tratada e pelas decorrentes consultas às obras citadas, podemos
concluir que o Deus Criador do sistema solar poderia tê-lo edificado em duas
etapas distintas. A primeira, por intermédio de outro agente que pudéssemos
chamá-lo igualmente de outro Logos, e que não se restringiria tão somente ao
nosso sistema solar, mas que não seria exatamente o mesmo construtor dos cinco
mundos abaixo de Anupadaka. Esse Logos precursor, teria unicamente construído
os dois mundos superiores. A segunda etapa seria a da construção dos cinco
mundos seguintes através da ação do Logos Solar de nosso atual sistema.
Conforme mencionamos anteriormente, a matéria pregenética foi trabalhada pelo
Terceiro Logos que ao encontrá-la em caos, ou seja, improdutiva, ativou-a do
mundo Adi. Dessa maneira, atribui-se ao Deus imanifesto e desconhecido a
ideação do sistema solar em sete grandes períodos, mas provavelmente em duas
distintas épocas e por dois meios de atividade.
Estando os cinco mundos construídos pela ação
do Terceiro Logos, aconteceria a Segunda Grande Emanação criadora. Essa segunda
ação plasmadora dos mundos chega pela participação do segundo aspecto do Logos
ou segunda pessoa da Trindade, ao introduzir neles Seu Espírito. Diz-nos
A.E.Powell:
“A Segunda Pessoa da Trindade toma forma
assim, não só da matéria “virgem” ou improdutiva, senão da matéria já animada
pela vida da Terceira Pessoa. Tanto a vida como a matéria a cobrem com
vestimenta. É assim exata a afirmação de que encarna do Espírito Santo e da
Virgem Maria, que é o verdadeiro significado deste importante parágrafo do
credo cristão”.
O Segundo Logos é
caracteristicamente conhecido como o Cristo Cósmico, a segunda pessoa da
Trindade de nosso sistema solar. A questão da Trindade, como tratada pelo
esotérico, traz a Existência Única do Cristo Cósmico apropriada a cada situação
e vidas de acordo com o processo natural e cíclico de expansão de consciência.
E mediante isso, concluímos:
Assim, o Cristo é a
representação da fusão espírito-matéria num momento da criação do sistema
solar. Também é na fusão espírito-matéria de um planeta ou de uma cadeia
planetária, e é na fusão da personalidade com a alma no momento da verdadeira
identidade. As relações positivo-negativo representam os elementos por cujas
polaridades e síntese a ação crística opera tanto na consciência quanto na
matéria.
Desta maneira, Deus é
Cristo num momento da macro criação do sistema solar; é Cristo na formatação de
um macro átomo em Sol ou num planeta, e é Cristo na macro Vida ou Alma Divina
de uma unidade de consciência quando Ela reativa e cimenta Sua qualidade à alma
terrena, divinizando o homem peregrino.
Portanto, a Segunda
Grande Emanação do Deus Criador será realizada pelo Segundo Logos, que fará a
fusão espírito-matéria nos cinco mundos abaixo de Anupadaka, porquanto espírito
e matéria nos mundos objetivos atuam pela ação de leis sistêmicas. Descerá
respectivamente em Atma, Buddhi e Manas. No mundo Manas, entretanto, onde há
uma divisão simbólica de Manas Superior e Manas Inferior, o Logos tomará a
matéria trabalhada pelo Terceiro Logos e edificará dois Reinos. Esses Reinos,
somente conhecidos do esotérico e ocultista, são chamados Reinos Elementais
devido à constituição de suas matérias. O primeiro Reino Elemental será
edificado na parte superior de Manas, enquanto o segundo Reino Elemental será
edificado na parte inferior de Manas.
É importante ressaltar
que Manas Superior é formado pela matéria mental que se articula pelo
pensamento abstrato, enquanto que o Manas Inferior se articula pelo pensamento
concreto.
Ao atuar no mundo Kama,
conhecido também por Mundo Astral, o Segundo Logos dará formação ao terceiro
Reino Elemental. Entrando no Mundo
Sthula, ou mundo Físico, o Logos virá trabalhar a energia-forma do mundo
etérico. Nessa relação, podemos considerar que as cinco fases da Segunda
Emanação do Logos se desdobraram em seis para dar formação a sete na matéria
dos mundos. Ou seja, duas ações Atma-Budhi, duas ações
Manas-Superior/Manas-Inferior, para constituir os dois primeiros Reinos
Elementais, uma ação em Kama dando formação ao terceiro Reino Elemental e uma
ação no Mundo Etérico para o quarto Reino Elemental.
O resultado da pressão
do Logos no arco de descida se revela na sexta ação, pela fusão energia-matéria
do Mundo Etérico, que mais tarde se materializará em formas físicas concretas.
Esse último e natural acontecimento virá configurar o sétimo resultado da ação
do Segundo Logos nos cinco mundos inicialmente construídos pelo Terceiro
Logos. Daí, também, a outra analogia dos
sete dias da criação em que Deus trabalharia seis dias e descansaria no sétimo.
A ação do Segundo Logos
no Mundo Etérico provocará a construção física dos quatro reinos e a
possibilidade das expressões das formas de vida que hoje conhecemos. Os reinos
mineral, vegetal, animal e humano alcançarão assim suas máximas densidades ou
concretismo, tendo a pressão criadora e organizadora do Segundo Logos chegado
ao nadir da materialidade. A materialização da forma planetária e de todas as
suas vidas levaria, no entanto, alguns milhões de anos terrenos para se
concretizar plenamente, visto o corpo planetário estar ainda em processo de
transição da matéria etérica para a matéria física através da ação ígnea, que é
o elemento primordial do universo.
A criação dos reinos na
Terra, conforme estamos sintetizando, somente alcançou o definitivo estado
concreto quando a Terra passou a ser o centro de enfoque de sua cadeia, e a
partir do instante que o espírito planetário lunar migrou da Lua para a Terra.
O espírito da Terra, portanto, já teve sua primeira encarnação no ciclo lunar,
ou seja, quando a Lua representou para sua cadeia o que a Terra hoje representa
para a atual. Este é o motivo de o esotérico admitir que a Terra esteja em sua
segunda encarnação física concreta, tendo antes se materializado com o corpo
planetário lunar. Quando um ciclo evolucionário de uma cadeia planetária se
encerra, não só os produtos dos reinos se transferem de um orbe para outro,
quanto o seu espírito e parte de sua matéria.
Capítulo XIII do livro
“O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação”, por Rayom Ra, disponível para
leitura em:
http://arcadeouro.blogspot.com.br
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