sábado, 17 de novembro de 2018

No Arco das Iniciações [Completo]



                                                         NO  ARCO

                      DAS

                INICIAÇÕES

                                                                                      RAYOM RA

                                          rayomra278@gmail.com
                                                 http://arcadeouro.blogspot.com.br


                                                                 [ DIREITOS AUTORAIS No  00866 ]


                                                         Ao Mestre Djwhal Kul, à Alice A. Bailey
                                                         e a todos os que em todos os tempos
                                                         têm edificado A Ciência do Pensamento.


                                                                               ÍNDICE REMISSIVO

INTRODUÇÃOMENSAGEM AOS ESOTÉRICOS 
Caminhada do esotérico – Relações com Grupos – Dificuldades dos organizadores. Pensamento organizacional da Era de Aquários – Contatos perigosos com extraterrestres – Místicos da Nova Era - Entradas de forças negativas – Materialismo e Ceticismo.

CAPÍTULO I – REPASSES NO TEMPO 
Que é a realidade? – Raças Polar e Hiperbórea – Hierarquias do Sistema Solar – Planos ou Mundos – As três emanações do Logos – Rondas – Senhores Lunares ou Pitris – Cronologia planetária – Pangéia e Pantalassa - Gondwana e Laurásia - Lemúria e Atlântida – Vinda de Sanat Kumara.

CAPÍTULO II – A CONSCIÊNCIA DOS REINOS  
O arco de descida – As tríades – A intradependência dos reinos – O reino mineral e a condensação de forças – As iniciações dos reinos no arco de subida – Os reinos mineral, vegetal, animal e humano – Almas grupos – A individualização de animais para animais-homens – Os sete raios – A força e o poder do reino animal sobre os homens.  

CAPÍTULO III – CAMINHOS DAS INICIAÇÕES HUMANAS 
Matéria x espírito – iniciações dos povos – Iniciações lemurianas – Evolução atlante – Shamballa e as raças – Os mentores raciais.

CAPÍTULO IV – A IMPORTÂNCIA DAS RAÇAS 
Omissões propositais na história – O passado amordaçado – Os extraterrestres – O desenvolvimento de corpos atlantes – Os átomos – O trabalho das hierarquias criadoras – As influências dos reinos nas estruturas corpóreas humanas – Objetivos do sistema solar.

CAPÍTULO V – RELIGIÃO E OCULTISMO
A necessidade das religiões – A religião do fogo – Etapas da vida oculta – As riquezas mitológicas – As organizações negras – Hitler e os tibetanos negros – Hitler e o ocultismo europeu – Mistérios eleusinos – Iniciações sacerdotais - Juliano – A igreja e seus erros – A igreja e seu trabalho.

CAPÍTULO VI – A JUSTEZA DOS INICIADOS 
A classe sacerdotal – Influências extraterrestres nas civilizações da antiguidade – As provas pré iniciatórias na grande pirâmide do Egito – As provas naturais dos neófitos.

CAPÍTULO VII – ANTIGOS CONSELHOS PARA MODERNOS
Cuidados e disciplinas dos candidatos – Conselhos para candidatos a ocultistas – Poderes dos iniciados – Ao que conduz as iniciações – Hermes e o Pymander – Orpheus e os sons – Prometeu – O eidolon – A era negra da igreja.

CAPÍTULO VIII – INICIAÇÕES MAIORES 
O que são iniciações – A consciência do iniciado – A primeira iniciação – A segunda iniciação.

                                                                         INTRODUÇÃO
                                                        MENSAGENS AOS ESOTÉRICOS

  Não temos a pretensão de trazer novidades sobre o tema, hoje mais liberado que nunca, tratado em vários níveis e aspectos por estudantes de ciências ocultas. Nossa intenção foi de fazer um pequeno estudo acerca da visualização das iniciações ao nosso particular ângulo e de suas consequências sob pontos de vista mais comuns, utilizando-nos, principalmente, de ensinamentos superiores de mestres do esoterismo ou buscando contribuir com nossa pessoal vivência. Esta obra serve tanto aos esotéricos iniciantes quanto aos já praticantes de algum tempo e àqueles que simpatizam com o ocultismo, mas que ainda não se decidiram a entrar no caminho estando, por conseguinte, relutantes. E é bom que esses últimos reflitam bastante e busquem obter o mais possível informações de quem já incursionou nesse caminho. Seria realmente benéfico tentar desde logo se despir das ilusões que permeiam às mentes de quem, não tendo alcançado resultados rápidos ou imediatos como imaginavam, logo desistem de tudo e não raro voltam-se às costas, tornando-se no mínimo indiferentes quando não novamente céticos materialistas.

  A caminhada do esotérico nunca foi fácil e quanto mais vá palmilhando a estrada mais irá tendo consciência de quanto ainda precisará galgar para alcançar estágios que sua evolução atual lhe permita. E esse é o principal obstáculo que envolve o pensamento daqueles desistentes que encararam a senda com romantismo, mas da mesma forma a odiaram quando entenderam que foram enganados porque seus sonhos não se concretizaram. Hoje, devido ao avanço mental da humanidade, e da conscientização de profundas carências de milhões, muitos trabalham novas perspectivas íntimas para se lançar em auxílio ao próximo. Sentem em suas almas a necessidade de se doar, deixando de lado o marasmo e o egocentrismo de suas mecânicas atividades e laser, em prol de algo mais útil e de compartilhamentos. Para essa finalidade, buscam movimentos filantrópicos independentes ou agregados às religiões e associações nacionais ou mundiais, e realmente se doam humanitariamente. Outros se sentem inclinados a obrar unicamente dentro de grupos e fraternidades esotéricos, tendo em mente obter uma preparação espiritual com que se revestirão para trazer ao mundo curas e ensinamentos.  Ou de virem formar fileiras ao lado de irmãos mais sábios, guardando como símbolos alguns dos ocultistas mais capacitados, ou simplesmente vindo servir junto aos muitos trabalhadores anônimos. Uma grande parcela – a maior – pretende no ocultismo a realização íntima e somente depois começa a despertar para a necessidade do serviço. Mesmo assim, considerável número desta categoria recua da intenção de servir preferindo seus pessoais interesses.

  Aos esotéricos de quaisquer estágios a primeira principal e definitiva lição é a perseverança sobre qualquer situação de oposição ou dificuldade. Nunca devem desistir da aspiração sadia de fazer parte de um coletivo físico-espiritual e jamais devem tentar obter poderes para seus próprios deleites ou auto-afirmações segundo fórmulas complicadas e tradicionais, se assim conseguirem. Esse não é o caminho natural dos esotéricos ou aspirantes a magos nessa era aquariana que se inicia. Tanto aos esotéricos orientados a dividirem-se em grupos quanto aos praticantes isolados de magia, o alerta é um só: dominar a ambição da personalidade, controlar o ego vaidoso e trabalhar paciente e humildemente em coletivos em favor dos irmãos. Assim avançarão aos poderes da alma com maior consistência e proteção, estando desse modo atentos a eliminar os entraves e armadilhas do ego inferior que tantas vezes, no presente e no passado, jogaram por terra os surdos incautos que se lançaram nas vias tortuosas do ocultismo, atraindo com isso o infortúnio ou o desastre.

  São muitas as vias pelas quais devam os aspirantes trilhar para começar um trabalho externo e interno. Atualmente não se pode definir de modo cabal nem estabelecer peremptoriamente que determinadas personalidades, com tendências somente para esse ou aquele tipo de trabalho esotérico, não sirvam aos ideais e propósitos de uma organização. Os diversos tipos de personalidades podem falsamente identificar um conjunto heterogêneo, mas com toda a certeza virão enriquecer o corpo da organização em suas variadas atividades. A condição sine qua non é outra, é a de que, ao exame mais lúcido e coerente pelos dirigentes, sejam todos os candidatos, sem exceções, alertados aos princípios morais e às tendências e inclinações prejudiciais que venham obstar as vias da espiritualização. Por isso, todos devem entender que os avanços nesse caminho estão atrelados à subordinação do praticante a certas regras de comportamento bem como às correções de incompatíveis atitudes e desvios de personalidade.  Sem isso, nada verdadeiramente útil em sua evolução pessoal se terá iniciado ou se revelará, uma vez que as mesmas mazelas adquiridas em vidas passadas, e as dessa vida, necessitarão mais cedo ou mais tarde ser enfrentadas, controladas ou dissolvidas para não atrair mais negatividades e não vir colocar um final prematuro às pretensões de uma nova vida.

  As práticas, os estudos e os aprofundamentos no esoterismo não fabricam santos. Não há santos esotéricos na acepção comum religiosa e popular; há isto sim pessoas conscientemente purificadas por métodos, práticas e discernimentos mentais a fim de estarem sempre prontas e preparadas a um trabalho frutuoso e efetivo. Isso o esoterismo pode oferecer em diversos graus, mas não pode isentar que de tempos em tempos as fraquezas e imperfeições guardadas ou ardilosamente mantidas no ego inferior, em estado hibernal pelos mestres do saber, venham de novo refluir para novas provas dos caminheiros. Então, os esotéricos novamente se defrontam com suas criações, seus recalques e suas histórias e se dão conta de que não são tão diferentes de seus vizinhos, de seus colegas de profissão ou de qualquer outro ser humano que pisa a mesma terra. Para se tornar um santo na significação perfeita do termo é preciso se tornar um Jesus, um Buda, um Cristo por que esses com muita luta através de milênios, com cabedais de imensos e sacrificantes serviços prestados aos irmãos humanos e às forças da natureza, conseguiram ultrapassar todos os estágios das iniciações menores atingindo iniciações maiores, libertando-se assim das limitações do corpo e de seus carmas aprisionantes. E nós, mentes observadoras, a quantos conhecemos hoje encarnados na Terra com tamanha estatura espiritual e incorporações de poderes?

  Os grandes faltosos nos sistemas de trabalhos práticos do ocultismo são exatamente seus dirigentes. A eles, em grande parte e número, são tributados os erros avaliativos, o despreparo para lidar com diferentes gamas psicológicas de praticantes, por suas incapacidades diretoras em avaliar corretamente as implicações de decisões tomadas ou críticas direcionadas. Há a inclinação de os fundadores ou presidentes de organizações grandes, médias ou pequenas, tornarem-se o centro focal de todas as decisões e não ouvirem seus subordinados nem dobrarem-se às incidentais falhas de suas próprias administrações, mantendo-se dessa maneira absolutos e por vezes flagrantemente despóticos. Isso tem provocado o afastamento de muitos afiliados – alguns, promessas auspiciosas para trabalhos de melhores níveis – e levado ao desencanto e ao desestímulo certo número de obreiros. A rigidez disciplinar excessiva, o distanciamento diretivo dos seguidores, a desatenção aos problemas deles e dificuldades mais comuns – que para eles são todos grandes ou incisivos – as preferências a uns em detrimento claro e inconfundível de outros e, principalmente, a rudeza nos atos e palavras, têm contribuido efetivamente para um clima de mal-estar, desconfiança e quebra de harmonia.

  Essa soberba e desatenção dos principais dirigentes provocam nódoas e consequentemente a infiltração de forças negativas inteligentes que não raro levam à derrocada final todo um planejamento ou à própria organização. Essas dificuldades são mais comuns do que se possam imaginar e os estudantes devem procurar obter o maior número possível de experiências das situações, beneficiando-se com o pólo negativo para seus aprendizados, exercitando o entendimento dos prismas humanos, sentindo o quanto são capazes de absorver e suportar passivamente aos contrastes entre as filosofias propostas nas organizações e os atos reais e contrários por elas mesmas praticados, através de seu corpo diretor ou gerencial. Mas ao afastar-se das organizações jamais devem estacionar, pois aqueles que estacionam à margem da estrada fatalmente retroagem e somente prosseguindo saberão mais tarde se as decepções e injustiças a que observaram ou de que eventualmente foram vítimas sedimentaram-lhes importantes, necessárias e indeléveis lições. A visão intelectiva e o amadurecimento espiritual daquelas experiências para muitos os auxiliarão em futuro próximo, principalmente se um dia se detiverem ao comando de situações idênticas. A delicadeza, o autocontrole e a habilidade psicológica em lidar com os irmãos são fundamentais para implantar a harmonia e fundar poderes do amor, mesmo que os irmãos não demonstrem perceber o entendimento de seus pessoais erros e egoísmos. Nessa projeção, é mais fácil trazê-los à disciplina, induzir faltosos recalcitrantes a se corrigirem ou mesmo a se excluirem dos conjuntos por livres iniciativas.

  A consciência da Nova Era já entrante estimulará desde logo à dissolução do eu diretor absoluto e patriarcal substituindo-o pelo espírito de grupo sem a perda do comando técnico. Nessa ótica, mesmo os mais lídimos dirigentes precisarão atuar em vários níveis coletivos, quer em planos espirituais mais elevados, recebendo planejamentos elaborados por mentes verdadeiramente sábias, quer abaixo nos seus papéis de mentores-operantes e intermediários de forças para o trabalho conjunto. A necessidade de trabalhos departamentalizados e interligados, em estreitas dependências, conduzirá a jamais voltar-se aos parâmetros absolutos da Era de Peixes – muito embora ainda nela estejamos cronologicamente –, onde a ênfase era dada em cheio a um comando principal e absoluto sobre todos os demais que nele precisavam se apoiar, portanto um comando autocrático, segundo imutáveis regras e liturgias. Ainda assim, em Peixes, os conjuntos atuaram fracionados, com ideias, ideais e sentimentos separatistas. Os esotéricos da Nova Era, no entanto, são orientados a compartilhar cargos e posições rotativas, ou seja, devem ser treinados para a possibilidade imediata de ascensão de membros ao desempenho do mesmo papel ocupado pelo irmão anterior com igual efetividade e eficiência.

  Nesse tipo organizacional, organicamente simples, os cargos possam ser passíveis até de extinções, mas sempre existirá a oportunidade de novas e mais dinâmicas adequações de trabalhadores e rotatividades em relação aos novos cargos, embora se mantendo a coluna mestra da organização com sua inatacável e correta filosofia. Nesse organograma de trabalhos se garantirá a abertura para os fluxos de novas projeções de forças através de outras gamas de iniciados do plano espiritual, a atender algumas necessidades do conjunto, enriquecendo o grupo com suas experiências e distribuições de forças. Urge o espírito de grupo e suas possibilidades em constituir e edificar poderosas egrégoras ligadas às necessidades verdadeiras e emergentes, projetadas e planificadas em benefício dos povos, dos reinos e do planeta em geral.  E já há rituais e cerimoniais para isto com o selo aquariano, sendo de capital importância a negação ao não-eu em favor do Eu Sou para em futuro próximo, em séculos vindouros, consubstanciar-se definitivamente a nova idade mentalista, muito menos dominada pelas fantasias e falsas aparências.

  Não estamos aqui a doutrinar ninguém nem passar receituários esotéricos. Nossa principal intenção no livro, como já acentuado, é de modesta, porém substancial resenha sobre o processo iniciatório das vidas dos reinos, de suas consequências nas vidas humanas e do avanço consciente ou inconsciente da humanidade nos processos evolucionários do Grande Plano da Criação. Entramos de leve noutros temas, enfatizando também ao fato de as vidas dos iniciados do passado terem sido pautadas por disciplinas e rigores, e aqueles que não cumpriram às normas ou as tendo negligenciado conscientemente obtiveram punições ou experimentaram retrocessos em suas caminhadas orientadas pela Fraternidade Branca, muitos caindo na via da mão esquerda, o que se arrependeram em vidas posteriores quando não demasiadamente envenenados. Esses comentários não são possíveis evitar, e não estaríamos sendo honestos se deles nos abstivéssemos passando a ideia de que tudo é válido desde que se esteja no caminho do autoconhecimento e do despertar de forças, sejam elas positivas ou negativas.

  Não se pode agir em dualidades com princípios iniciáticos; o caminho e o caminhante devem fundir-se num único pensamento e desejo porque o iniciado é ambos, e ele necessita distinguir esta postura por toda a sua vida. Isso sempre existiu a partir dessa instituição nas passadas civilizações, e em tempos de perseguições mais constantes, de traições e armadilhas, os verdadeiros iniciados preferiram à morte a negar seus ideais, nunca traindo os seus juramentos nem prevaricando do silêncio e segredos de suas atividades. Hoje os cultos são mais livres e menos perseguidos por governos despóticos, principalmente no ocidente, mas nem por isso são menos responsáveis, razão pela qual procuramos destacar mais que tudo nestes parágrafos de iniciais palavras, a face dos dirigentes que falham em suas percepções e atuações, como às dos seguidores que não cumprem suas partes. E nisso também nos incluímos. E estas atitudes precisam ser evitadas ou corrigidas, procurando-se sempre a identidade com o todo, acima e abaixo, para respostas cada vez mais crescentes em poderes controlados, ao invés de buscar em suas próprias investigações e parcerias isoladas a inclusão de forças pessoais para agirem nos grupos organizados para ideais coletivos.

  Ações desse tipo, conscientes e reacionárias, acabam invariavelmente por excluir os dissidentes das correntes, mesmo que ali continuem presentes por algum tempo, ou os excluem definitiva e rapidamente do corpo das organizações. Digo isto por experiência própria ao ver grupos desfeitos, particularmente numa das organizações de que participei, detentora de um trabalho muito bem estruturado e produtivo, que se viu obrigada, pela hierarquia espiritual, a excluir ou mandar excluir membros indisciplinados voltados unicamente aos seus egos pessoais eivados de vaidades e orgulhos. A teimosa atitude personalista de dois subgrupos em dois tempos diferentes abriram as portas para a furiosa entrada das forças negativas que colidiram violentamente com as forças da organização, ocasionando quebras da harmonia, rompimentos dessa mesma harmonia com aqueles membros faltosos e muitos prejuízos aos trabalhos.

  Outro ponto importante a comentar é sobre o ceticismo materialista. Há muitas propostas erradas e sediciosas acerca do materialismo disfarçado de ceticismo, desejando ludibriar intelectuais sem compromissos, aos religiosos e esotéricos vacilantes e a seguidores de quaisquer outros movimentos espiritualistas. Podemos classificar somente dois tipos principais de ceticismo. O primeiro diz respeito ao próprio meio esotérico ou religioso em que as investigações se façam necessárias para apuração de exorbitâncias, fraudes ou ilusões mentais. Esse é um ceticismo respaldado pelo conhecimento tutelar e se faz obrigatório quando conduzido sem hipocrisias e interesses vis, contrariamente às manipulações coordenadas como as de homens ignominiosos que no passado, na era negra do despotismo católico, produziram maquinações criminosas e covardes conforme atesta a história universal. Essa é uma comparação desproporcional ao enfoque dado aqui, feita unicamente para relembrar o quanto se desviou da verdade e perdeu-se de vidas humanas por manifestações de mentes diabólicas ocultas e atuantes sobre homens de visões míopes e pensamento religioso fanatizado.

  Aqueles crimes hediondos do passado, levados a cabo nos subterrâneos religiosos inquisitórios, nessa atualidade não são mais possíveis sob os olhares de governos democráticos e laicos. Não obstante, o pseudo-ceticismo do presente é a extensão dos sentimentos anti-religiosos e anti-esotéricos de tempos da inquisição e anteriores a ela, manobrados consciente ou inconscientemente por homens que se fazem passar por racionalistas e observadores neutros, sendo na realidade discriminadores, materialistas e ateus que atuam vigorosamente com ranço e ódio disfarçados a fim de atravancar e demolir os edifícios do conhecimento espiritualista. E como contam com as facilidades dos meios de comunicação midiática, conseguem influenciar mentes sem Deus ou despreparadas, levando muitos milhões de pessoas à hipnose da tecnologia consumista e de diversões cada vez mais demolitórias de princípios morais e educacionais vigentes desde há bem pouco tempo. São muitos os artifícios que se põem a montar e a manobrar, mas, na verdade, são manobrados pelas correntes negativas dos velhos e reincidentes senhores das trevas, impulsionados pela própria polaridade negativa da mente concreta.

  Nesses tempos de grandes descobertas da ciência material, esses falsos céticos – que na verdade nada têm de agnósticos, mas sendo portadores de um ateísmo aferroante e manifestadamente destrutivo – nadam e mergulham em inúmeras teses e provas colhidas pela ciência que erradamente entende a matéria como a única e absoluta realidade do universo. Os neófitos esotéricos não devem jamais prestar atenção aos argumentos céticos de natureza materialista, sob o risco de se verem atraídos pelas forças negativas dissimuladoras de falsas proposições e assertivas científicas, e assim divididos entre o Espírito e Maia não sairão do lugar.

  O outro diz respeito ao que propagam os místicos da Nova Era. Há profundas diferenças, e até mesmo dissensões entre aqueles que somente creem numa era dourada a se construir na materialidade do planeta, e divulgam isso sem as necessárias reflexões, e os esotéricos mais calejados das escolas tradicionais cujas experiências e sabedoria não devem nunca ser desprezadas. Esses centros tradicionais de ensino jamais perderão suas fundamentais importâncias nos contextos ocultistas, e com toda a certeza estarão iluminando o pensamento humano nos séculos vindouros. Mas é bem verdade que os contatos extraterrestres hoje acontecem em números acentuados fora das grandes escolas, embora nem todos sejam propícios às divulgações sem um exame crítico acurado.

  O planeta nesse momento de definições é alvo das mais variadas inteligências de fora com interesses diversos, e com esses objetivos elas se acercam dos novos grupos místicos e organizações de trabalhos, influenciando de forma positiva ou negativa aos seus membros. Desatentos médiuns, videntes e colaboradores, têm seus egos exaltados pelos extraterrestres negativos, recebendo tarefas a executar e sendo dominados em seus campos mentais a espalhar mensagens e profecias que jamais se concretizam. Aquelas inteligências malignas detem no astral seus núcleos e segmentos de forças que rapidamente dominam as bases dos grupos distraídos ou inexperientes, manobrando-os ardilosamente para seus fins enganosos ou destrutivos. Não se deve subestimar a capacidade demolitória dessas inteligências de polaridades contrárias, pois seus interesses não são unicamente opor-se e sustentar dualidades ou auxiliar-nos, mas sim obter tudo o que o planeta e sua humanidade lhes possam oferecer para seus próprios e pessoais benefícios. Exatamente como no passado, quando hediondos crimes contra nossas civilizações e heranças genéticas naturais foram por milênios realizados, porque a imaturidade das raças não pode a isso impedir, agravada pelos desleixos e ensurdecimento aos conselhos e avisos dos mestres raciais.

   Nesse segmento, temos sabido de mensageiros a se denominarem das galáxias – quando o são de fato – de polaridade negativa, não importando suas reais origens que podem ser unicamente terrenas, a transmitir perfeitas e impressionantes mensagens a grupos ou fraternidades, a criar ilusões mentais e astrais, às vezes plagiando mestres conhecidos da Fraternidade Branca, mostrando-se interessados nos destinos da humanidade, ditando livros e preconizando mudanças no planeta. Porém, em determinados instantes, expõem seus seguidores ao ridículo ou os destroem moralmente quando não mais lhes servem aos seus interesses imediatos, proporcionando combustível caótico aos céticos a fim de desacreditar a realidade dos lídimos mensageiros e obreiros de nosso sistema solar. Este é um alerta que merece ser levado em conta por que é um obstáculo que os obreiros têm e terão diante de si com relativa frequência, em virtude das características abertas da entrante Era de Aquário com suas forças ainda desconhecidas pelos grupos somente entusiasmados. Ainda que no conteúdo da obra citemos por alto esses fatos reais e verídicos, esse é um assunto de outra esfera que não iremos nesse estudo nos aprofundar.

  Desse modo, nesta inicial mensagem, cremos ter podido transmitir aos irmãos de jornada pequena dose de nossa experiência pessoal, esperando que o conteúdo do livro venha trazer outros subsídios a justificar posteriores e mais aprofundadas pesquisas pelos interessados. Assim seja.
                                                                                      Rayom Ra
                                                                                      07/05/2011

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                                                                         CAPÍTULO I
                                                                REPASSES NO TEMPO

  O que é a realidade? Essa intrincada questão sobreviveu através dos tempos ancorada no fundo das consciências de pensadores. Maia ou não, a realidade é a dura matéria, é a fome e sede, é desejo e sexo, é a vida de um corpo e sua morte inevitável. Viver todos os dias é viver a realidade dos sentidos. Sofrer e amar, odiar e superar os próprios limites estão dentro das capacidades de cada um de nós – são as nossas mais comuns vidas como seres humanos, como homens e mulheres!

  Por milhões de anos o homem vem rolando pelas terras, girando incessantemente com sua casa, seu planeta. Por incontáveis gerações o panorama da vida vem descerrando diante de olhos jovens e surpresos, de velhos e desencantados, as mesmas paisagens que limitam cada história. Nômades vão e voltam; conhecem lugares e pessoas e a nada se prendem, mas sobre suas cabeças o Sol é aparentemente o mesmo todos os dias e o céu é imutável em seu invariável infinito.

  Esta realidade cansa, repete-se até a exaustão dos sentidos e após certo tempo parece-nos insignificante e pretendemos ignorá-la, embora jamais consigamos. No entanto, esse mesmo Sol e o mesmo céu – inolvidáveis – os dias e as noites que testemunham e registram as dores, as lágrimas, os dramas e o sangue derramado, se calam para algo muito mais vibrante, agudo, pulsante, às vezes tenebroso – a realidade da alma, tão tangível dentro de cada um quanto é lá fora uma árvore ou pedra. É impossível negá-la, nos escondermos dela, escaparmos ou nos isentarmos de sua perene e infindável presença. Ela é a nossa dança, o ritual triste e aprisionante dos dias e noites, o cerimonial mecânico e incompreendido que nenhuma palavra humana de ordem pode mediar. Nenhum poder a modifica a não ser que assim realmente desejemos. Mas mudá-la é atrair mais sofrimento; é restaurar à vida a esperança de um fim sem final, um Maia remido sem astros nem poeiras! Que é então a realidade da alma?

  Se bem eu sei, a contagem do tempo em termos humanos difere em significado dos cálculos ocultistas. Logo ao início de a Genesis do Velho Testamento é dito: “Assim, pois, foram acabados os céus e a terra, e todo o seu exército. E havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito” – Gênesis 2. Nas interpretações esotéricas os dias da criação não foram dias comuns, porém dias divinos de períodos imensos que não tiveram propriamente começo nem terão fim por que são de um Moto Contínuo.

  Admitamos que a história do mundo conforme reza o Velho Testamento, se prenda unicamente à vida de nosso planeta. A genesis bíblica relata a criação de toda a natureza e por fim de Adão e Eva como os protótipos de todas as raças humanas. Evidente que essa genesis é um capítulo a parte da história universal, visto sabermos que a Terra para os ocultistas detem outra história e para a ciência outra diferente. As descobertas fósseis remetem cada vez mais a um passado muito mais distante quando do aparecimento de o continente lemuriano. Por outro lado, no contexto esotérico, as duas primeiras raças humanas tiveram início num tempo muito anterior à condensação física de toda a natureza planetária, tendo existido milhões de anos antes do surgimento da primeira raça com ossos no plano físico da Terra.

  Teria a história do homem físico começado na Lemúria há 20 milhões de anos? A datação contraria às remontagens da arqueologia e às conclusões antropológicas que descobrem fósseis com idades bem mais recuadas, segundo seus modernos métodos de aferições. Alguns estudiosos do esoterismo sustentam que o homem lêmure pisara o solo ainda inexplorado sob recentes vapores das lavas vulcânicas e sobre cinzas sedimentadas após tantas ebulições. Teria respirado o ar ainda misturado ao exalante enxofre e hidrogênio, tendo acima as nuvens carregadas de forte eletromagnetismo polarizado das tempestades, das energias vagantes dentre um e outro roncar de trovões, sob os clarões de coriscos e raios que ligavam a terra ao céu.

  Já vimos em nossa obra “O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação”, como se deram as criações das duas primeiras raças não físicas conhecidas como Polar e Hiperbórea, cunhadas pelos deuses, ou modernamente para nós pelas Hierarquias Criadoras. Voltando no tempo, e sob o prisma da visão esotérica da criação, que não se faz meramente por suposições nem somente partindo de achados arqueológicos, a vida de todos os reinos teve início e vem evoluindo em várias fases dos diversos estágios anteriores ao surgimento da matéria como hoje a conhecemos. Todo o sistema solar foi construído segundo leis e regras pela sabedoria de um Deus Criador, chamado pelos gnósticos e esotéricos de Logos Solar. Esse Logos manifestado em três aspectos, variando para quatro no sistema Ofita, idealizou o sistema solar segundo um planejamento minucioso desde um propósito de povoar o universo. Nosso Deus Criador provém do corpo de um Deus ainda maior, chamado pelos mesmos gnósticos e esotéricos de Logos Cósmico, e esse fabuloso Deus Maior é portador de muitas outras experiências, que poderíamos chamar técnicas, para manifestar sistemas solares sobre cuja engenharia e seu verdadeiro significado nada sabe a ciência dos homens materialistas.

  O memorial ocultista, no entanto, no quadro da criação, armazena informações e conhecimentos da origem e evolução da Vida em aspectos muito mais adiantados do que reúne concretamente a ciência sobre a matéria e seus desdobramentos, pois a ciência humana começou realmente a avançar sobre os segredos da matéria há somente algumas décadas. Os ciclos evolucionários da Terra, queiram os céticos ou não, são programados e administrados pelas Hierarquias Criadoras no sentido de fazer cumprir um cronograma ainda maior e mais abarcante dentro do próprio sistema solar. Esse fato para a ciência oficial terrena é sequer suspeitado por que ela trata somente da matéria como causa e fonte de toda a existência, e se recusa oficialmente a ainda admitir os princípios e leis confirmados pela física quântica que dariam origem a tudo quanto existe ou existiu antes da manifestação do grande universo, conhecido na versão científica como a explosão do big-bang.

  Nosso planeta não é um corpo isolado que tenha vindo casualmente à existência ou que tenha sua criação explicada por processo imaginoso da ciência, cercado de várias outras aceitas hipóteses, menos a verdadeira. A criação de um planeta destinado a ser o campo de evolução das vidas e reinos segue a engenharia sideral do Criador incorporada em grandiosas mentes de Hierarquias Criadoras. Essas Hierarquias, nas tradições esotéricas do passado, detiveram vários nomes, como Elohim, Arhats, Barhishads, Devas, Mônadas e outros. Um planeta como a Terra não é criado para agir sozinho, como dissemos, e, portanto, a Terra não nasceu para ser uma casa solitária. As Hierarquias são chamadas de Criadoras exatamente porque estão ao desempenho de alavancar o Plano do Logos Criador para o nosso sistema solar e sob Sua orientação e poderes assim trabalharam e continuam a trabalhar. E o Logos não manifesta seu pensamento a nada que não incorpore um objetivo lógico dentro do mecanicismo das leis conjuntas que Ele determinou atuar.

  Essa ideia precisa ser fixada nas mentes dos esotéricos de forma inalienável e inabalável, porque com o tempo e com a aquisição de outras lições a semente germina e brota dando frutos que encherão os galhos da árvore do conhecimento. O pensamento esotérico difere em muito do pensamento concreto de um materialista, embora possam os esotéricos serem matemáticos, físicos, engenheiros, químicos, médicos, biólogos ou pertencer a qualquer outra atividade profissional que trate com dados e elementos concretos. O entendimento da lógica espiritual está dentro de uma visão da alma que para se manifestar não encontra barreiras no pensamento da personalidade. Os céticos materialistas e ateus ao longo de suas encarnações perderam essa capacidade de observar sem os olhos físicos e criaram blindagens conscientes ou inconscientes em seus labirintos do raciocínio a fim de não aceitar causas sem antecedências tangíveis.

  Assim, não somente a Terra foi auxiliada na sua edificação pelos Deuses da Criação ou Hierarquias Criadoras como essas Hierarquias auxiliaram à manifestação de todo o sistema solar que se respalda sobre dez cadeias planetárias tendo cada uma sete planetas. Novamente sugerimos aos leitores que consultem a obra “O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação” onde ali damos uma pequena idéia de como se constitui cada cadeia planetária e da natureza da matéria de seus respectivos planetas nem sempre físicos, diferindo, portando, do que somente admite a astronomia. A cadeia do planeta Terra está ao desenvolvimento de seu quarto grande período de manifestação, ou encarnação, e cada encarnação da cadeia envolve sete períodos de evolução da vida em sete reinos.  Na realidade, são dez reinos, considerando-se três reinos elementais no arco involutivo dos mundos superiores, e sete a partir do mineral, contando-se seis no arco evolutivo trabalhados pelos sete giros da Vida, de planeta a planeta, por toda a cadeia.

  Esses giros são conhecidos por rondas e nelas todos os reinos experimentam evoluções desde mundos de matéria mais refinada até ao mundo físico concreto onde agora se concentra praticamente a Vida integral da cadeia. A ronda ao alcançar o sétimo planeta terá completado um giro, que em termos de datação terrena levará talvez alguns milhões de anos, e grande percentual da Vida manifestada na cadeia virá se preparar para um novo giro e novas aquisições. Ao complemento da sétima ronda chegará ao final mais uma encarnação da cadeia. Daí que os ocultistas entendem e obtém maiores e mais profundas informações do enigma da vida e do tempo de existência da Terra e do próprio sistema solar do que entende e admite a ciência materialista. (1)

  (1) O campo de evolução que conhecemos em nosso sistema solar compreende sete planos de existência, chamados também de mundos e que são:

  1.  ADI                            - MUNDO DE DEUS
  2.  ANUPADAKA            - MUNDO DA MÔNADA OU ESPÍRITO PURO
  3.  ATMICO                   - MUNDO ESPIRITUAL
  4.  BUDHI                      - MUNDO DA INTUIÇÃO
  5.  MANAS                     - MUNDO MENTAL (Abstrato e Concreto)
  6.  ASTRAL                   - MUNDO EMOCIONAL
  7.  ETÉRICO-FÍSICO   - MUNDO DOS ÉTERES E DA MATÉRIA DENSA

   “O Terceiro Logos, A Mente Universal, atua sobre a matéria do espaço – Mulaprakriti, A Celestial Virgem Maria, modificando do equilíbrio estável para instável às três qualidades da mesma Tamas (inércia), Rajas (movimento) e Sattva (ritmo), pondo-se, por conseguinte, em movimento contínuo em relação com as outras. O Terceiro Logos cria assim os átomos dos cinco planos inferiores, Atma, Buddhi, Manas, Kama e Sthula (Adi e Anupadaka já existiam antes de o Logos surgir no cenário do futuro sistema solar – Nota de Rayom Ra).

  Fohat os eletrifica, dando-lhes vida e separa a substância primordial, ou matéria pregenética (Mulaprakriti), em átomos. (...) Há três etapas na formação desses átomos:
  1) A fixação dos limites dentro dos quais a vida do Logos vibrará. Isso é conhecido como a “Divina Medida”, ou “Tamatra”.
  2) A demarcação dos eixos de crescimento do átomo; as linhas que determinam sua forma correspondem aos eixos dos cristais.
  3) Pela intensidade da vibração e da relação angular dos eixos entre si se determina a superfície ou parede do átomo.

  Sob a atividade diretora do Terceiro Logos, se despertam nos átomos de cada plano novos poderes e possibilidades de atração e repulsão, de maneira que se juntam em moléculas; dessas moléculas simples se formam outras mais complexas, até que em cada um dos cinco planos haja seis subplanos inferiores, havendo assim o total de sete em cada Plano. A matéria dos subplanos assim formados não é, todavia, a existente agora. O que produz novas integrações nas formas de matéria com as quais estamos familiarizados, são as energias atraídas mais fortemente e coesivas pelo Segundo Logos, ou seja, o aspecto Amor-Sabedoria. Ademais, as correntes dos átomos, conhecidas como espirilas, não são constituídas pelo Terceiro Logos, senão pelas Mônadas (...).  As espirilas alcançam ao curso da evolução, normalmente uma em cada ronda. Muitas das práticas de Yoga são dirigidas a produzir um desenvolvimento mais rápido das espirilas. (...) A essa Obra do Terceiro Logos se denomina correntemente a Primeira Onda de Vida ou A Primeira Emanação.

  A Segunda Grande Onda de Vida Divina, procedente do Segundo Logos ou Segunda Pessoa da Trindade, desce à matéria vivificada pelo Terceiro Logos e essa descida é geralmente conhecida como A Segunda Emanação. (...) Lenta e gradualmente, esta irresistível corrente de vida flui através dos diversos Planos e reinos, permanecendo neles por um período igual em duração a total encarnação de uma cadeia planetária, que compreende muitos milhões de anos. (...) A Onda da Vida depois de reunir material do Plano Causal (O Plano Mental Abstrato ou Superior - R/R) combina então o que nesses níveis corresponde à substância e com estas constrói formas em que habita e isto se chama O Primeiro Reino Elemental.

  (...) Depois de evolucionar através de diferentes formas durante um completo período da cadeia no citado reino (sete rondas –R/R) a Onda da Vida que constantemente pressiona para baixo se identifica com estas formas a tal ponto que, em vez de ocupá-las e abandoná-las periodicamente, está em condições de retê-las permanentemente e fazer-las partes de si mesma. (...) Depois de passar um período inteiro da cadeia neste estado, a constante pressão para baixo produz a repetição do processo. Uma vez mais a vida se vai identificando com suas formas e vai tomando residência nos níveis do Mental Inferior. Logo toma formas de matéria astral e se converte no Terceiro Reino Elemental. Depois de permanecer todo um período da cadeia no Terceiro Reino Elemental, a vida de novo se identifica com tais formas e assim pode animar a parte etérica do reino mineral, chegando a ser a vida que vivifica este reino e em sucessões aos reinos vegetal e animal.

  (...) A Terceira Emanação procedente do Primeiro Logos (A Terceira Grande Onda de Vida) origina a formação de entidades individuais ou seres humanos “. (AEP)

  No quadro acima, podemos ainda destacar o sentido de o arco de descida das emanações até o reino mineral. Neste reino, a Segunda Onda se estabiliza para depois recomeçar em sentido do arco de subida até atingir o final do período evolutivo do reino animal quando muitos representantes das espécies estarão prontos para individualizar-se em animais-homens. A individualização somente acontecerá quando a Terceira Grande Onda descer até o reino animal e estimular em definitivo o despertar do corpo causal de cada representante de espécies na condição de avançar ao reino hominal, formando assim novos seres humanos que por milhões de anos continuarão no arco de subida até atingir os reinos superiores. Os três reinos superiores, por oportuno, já pertencem ao âmbito do homem espiritualmente evoluído, chamados por AAB de “O Reino das Almas”, sob o qual a ênfase é dada ao desenvolvimento completo do fator intuitivo, “O Reino Planetário”, em que a criação é a ferramenta de trabalho no planeta, em consonância direta aos ditames do Plano Evolutivo, e “O Reino Solar” para aqueles que operam ao nível da Mente Universal do Logos.  
 
  No processo evolucionário da cadeia centrado no planeta Terra, as três primeiras rondas trabalharam especialmente a matéria astral e etérica, sendo somente a partir da quarta ronda que o aspecto matéria sólida começou a se concretizar. Nesse particular, vejamos o que nos diz AEP:

  “A Terra ao início da quarta ronda encontrava-se numa condição de terrível revolvimento: a natureza toda convulsionava de maneira gigantesca, montanhas despencavam, vulcões roncavam ou entravam em súbitas e violentas erupções, ondas gigantes cobriam regiões inteiras da Terra em avalanches de lavas misturadas à rochas, a exemplo de montanhas que se encontrassem jogando-se de um lado a outro como em disputas. O fogo surgia em todos os lugares; tornados, tormentas e vendavais açoitavam a todo instante. Por 200 milhões de anos essas convulsões continuaram ininterruptamente, prosseguindo após, periodicamente, com longos intervalos.

  Por 300 milhões de anos os espíritos da natureza estiveram ocupados em trabalhos, dando formações aos minerais, vegetais e animais de tipos inferiores. Eles também haviam aproveitado formas em conchas, resultantes das sobras das três rondas precedentes tentando formatá-las em novos tipos de organismos viventes. Os resultados se revelaram em monstros híbridos e estranhos de todos os tipos de gerações, metade humanas metade animais. Formas reptilianas diversas começaram a surgir. Poderia dizer-se que tinham sido produtos da “mão aprendiz da natureza”, pois esse trabalho dos Devas inferiores, os espíritos da natureza, não tiveram a assistência e poderes guiadores dos Senhores Lunares.

  Quando os incessantes revolvimentos estavam próximos de terminar alguns dos Senhores Lunares, ou Barhishads, vieram para ver se a Terra estava pronta para a criação do homem. Todas aquelas formas inferiores foram então varridas do cenário terreno, presumivelmente para desobstruir as vias para o surgimento do homem em formas superiores de vida”.

  Entendemos todo esse tempo como de pré-atividade no mundo etérico-astral, anterior ao surgimento das duas primeiras raças humanas - a Polar e a Hiperbórea – nascidas dos Chhâyâs ou duplicações dos corpos astrais e etéricos dos Senhores Lunares ou Pitris. Pelas contas da ciência oficial, calcula-se que o princípio do período Pré-Cambriano, teria ocorrido há mais ou menos 4.5 bilhões de anos quando da criação da Terra. No entanto, pelas revelações esotéricas entendemos o período pré-cambriano, se assim o classificássemos, há no mínimo 7 bilhões de anos.

  As duas primeiras raças se desenvolveram com envoltórios formados pelo fogo e pelo éter. Consideram os esotéricos que o planeta em formação apresentava na ocasião condições ambíguas em relação à sua matéria mais densa. O Plano ou Mundo Etérico, dos tempos Pré-cambrianos até a era Cenozóica-Paleoceno de 65.5 milhões de anos para cá, esteve em constantes transformações e sendo provável a matéria concreta no mundo físico se ter consubstanciado definitivamente nalgumas partes do planeta, em períodos diversos embora permanecesse interligada à matéria etérica numa escala vibratória até hoje não percebida pelos olhos humanos. Os relatos de os trabalhos levados a efeito pelos espíritos da natureza antes da chegada dos Pitris Lunares se davam entre ambos os planos uma vez que ambas as matérias não haviam ainda se separado completamente para as suas formatações atuais. (2)

  (2) 1. “A constelação solar que vos serve de morada, além de sua expressão física, possui também seu duplo etérico, que significa a “matriz” oculta de todo o sistema. A Terra como um planeta que gira dentro desse sistema, também possui, por sua vez, o seu próprio corpo etérico, mais individualizado à sua forma, às suas necessidades e responsabilidades no Cosmo. O éter do corpo físico da Terra infiltra-se e interpenetra todas as coisas que nela existem, sejam as montanhas, os mares, rios, minerais, florestas, vegetais, animais, insetos, vermes, pássaros ou seres humanos. Assim como existe o duplo etérico da floresta material, na forma de outra floresta luminosa, semelhante a um cenário de celofane – onde vivem os espíritos dos silvícolas, julgando-a seu campo de caça. – há também o duplo etérico de cada pinheiro, arbusto ou lâmina de capim! A reprodução é exata, perfeita e hermética; é uma outra Terra, com todos os seus pertences, sem faltar a figura etérica do esvoaçante grão de areia! Serve de morada a fadas, gnomos, sílfides, salamandras, ondinas, nereidas e outros tipos de elementais e energias ainda ignoradas na própria tradição esotérica.

  O condor que voa sobre os Andes ou o verme que se arrasta no seio da terra úmida são apenas a materialização objetiva, aos vossos olhos, do mesmo condor e do mesmo verme que vivem e palpitam no seio recortado do éter que lhes atenda à forma idiossincrásica. Quando por efeito da morte da aranha ou de uma águia, a sua forma se desintegra no mundo físico, a ave ou a aranha prosseguem no verdadeiro mundo de sua origem – o éter astral! E como ainda não dispõem de discernimento da consciência, nem chegam a notar a diferença vibratória do novo “habitat” prosseguem no seu voo ou na sua teia de seda etérica, no panorama etérico e ainda mais belo e vibrátil! (Ramatís – Mensagens do Astral pg. 267-268). “

  2. “Logo que entramos neste reino da Natureza, estamos num mundo invisível e intangível. Aqui não servem os sentidos comuns e, por tal razão, esta parte do Mundo Físico está praticamente inexplorada pela ciência material.

  O ar é invisível, mas a ciência sabe que existe. Por meio de instrumentos apropriados pode medir-se a velocidade do vento e, pela compressão, o ar pode tornar-se visível como ar líquido. Não é tão fácil obter o mesmo resultado com o éter. A ciência material admite-o como necessário para a transmissão da energia elétrica com fios ou sem fios. Viu-se obrigada a enunciar como postulado, a existência de uma substância mais sutil do que a conhecida, chamando-a ÉTER. Não sabe realmente que o éter existe, porque a técnica científica não encontrou ainda um recipiente capaz de confiná-lo, por ser substância ilusiva à atual análise laboratorial. Não podem medi-la, pesá-la ou analisá-la com os aparelhos de que atualmente dispõem. Para o clarividente exercitado o éter é tangível, como os sólidos, líquidos e gases da Região Química são para o homem comum, e vê as forças vitais darem vida às formas minerais, vegetais, animais e humanas, nelas fluindo por meio dos quatro estados do éter (O éter químico, o vital, o luminoso e o refletor – Nota de Rayom Ra)”. (Max Heindel – Conceito Rosacruz do Cosmos)

  3.  “Vou defender a tese segundo a qual a luz, seja de que espécie for, é um fenômeno elétrico: tanto a luz solar, como a de uma candeia ou a de um pirilampo. Suprimamos a eletricidade do mundo, e teremos acabado com a luz; tiremos do mundo o éter luminicio e deixarão de cruzar o espaço as ações elétricas e magnéticas. Tal  é a nossa tese. Não é coisa de hoje nem de ontem: tem já atrás de si uma longa história. Investigações como as levadas a cabo por mim, não são senão um elo de uma longa cadeia (Heinrich Hertz)”.

  Sobre os achados arqueológicos e as datações antropológicas temos que a revista Science vem recentemente de publicar sobre a descoberta de restos fósseis de um tiranossauro no hemisfério sul, num sítio geológico de pelo menos 105 milhões de anos. Roger Benson, co-autor de um estudo sobre o achado, assim se manifestou: "Embora tenhamos um único osso, ele prova que há 110 milhões de anos, pequenos tiranossauros como este poderiam ter vivido em qualquer parte do planeta"

  Outra notícia de descoberta recente nos vem da Universidade de Leicester, na Inglaterra, sobre um fóssil ainda mais antigo que teria vivido nos oceanos há 425 milhões de anos, batizado pelos pesquisadores de Colymbosathon Ecplecticos, tornando-se assim o mais antigo fóssil encontrado até o momento.

  Ao surgimento e evolução da primeira raça – a Polar – as condições do planeta continuavam a sofrer mudanças, conforme ainda relata AEP:

  “Durante extensas e desconhecidas eras pelas quais a primeira raça viveu, a Terra passava a estabilizar-se em condições mais firmes, os cataclismos eram locais e não mais gerais. Novas terras emergiam lentamente à superfície de desertos aquosos, estendendo-se para além dos promontórios do primeiro continente, formando o vasto cenário do segundo continente como ferradura de cavalo, que se chamaria Hiperbóreo ou Plaksha. Ocupava a área hoje do nordeste da Ásia, juntando-se Greenland e Kamschatka, indo em direção do sul pelo grande mar que se espraiava onde hoje se estende o deserto de Gobi com suas extensões de areia. Spitzbergen formava parte junto com a Suécia e Noruega, estendendo-se ao sul-sudoeste sobre as ilhas britânicas. A Baia de Baffin era então terra que incluía as ilhas agora lá existentes”.

  Temos de fato incertezas acerca de tempos e datas do surgimento da vida animal e humana no cenário terreno. É-nos difícil imaginar que num cenário de ebulições do planeta com vulcões, tempestades de fogo e água fervente, lavas vulcânicas e cinzas quentes se espalhando, abismos se abrindo e tragando superfícies, e a natureza vegetal inexistindo, que animais pré-históricos pudessem ter nesses tempos sequer surgido. Parece-nos, desse modo, que há 425 milhões de anos, pelas descrições esotéricas, o planeta pelo seu lado físico era só parcialmente habitável. Precisamos então reestudar nossos parâmetros temporais.

  Se a recente descoberta do Colymbosathon Ecplecticos data realmente de 425 milhões de anos, ele pertenceria à Era Paleozóica, em que, segundo nossa ciência oficial, começam a surgir os primeiros vertebrados aquáticos. Há mais ou menos 350 milhões de anos, segundo ainda a ciência, os aquáticos se metamorfoseiam para anfíbios; haveria muitas plantas e répteis que viriam gerar os dinossauros, havendo a hipótese da existência de um só continente chamado Pangéia. Como se sabe, essa é a hipótese criada em 1917 pelo meteorologista alemão Alfred Lothar Wegener, segundo a qual há 200 milhões de anos havia somente uma formação continental, chamada por ele de Pangéia, banhada por um único oceano chamado de Pantalassa. Discute-se também que essa data poderia ser de 540 a 250 milhões de anos na Era Paleozóica.

  Por acontecimentos desconhecidos, o continente se fragmentou dando origem às formações de dois outros continentes, chamados Gondwana e Laurásia. Gondwana seria formado pelas atuais América do Sul, África, Austrália e Índia enquanto Laurásia teria se constituído de América do Norte, Europa, Ásia e Ártico. Essa hipótese de um homem de ciência nos parece um rascunho das afirmações ocultistas sobre a existência de o continente da Lemúria e posteriormente Atlântida, quando neste último não havia ainda separações continentais, o que ocorreria alguns milhões de anos depois por periódicos cataclismos que afundariam terras e sobrelevariam outras submersas. Um fato que a ciência afirma é o da extinção dos dinossauros, que teria acontecido há mais ou menos 65.5 milhões de anos, após a Era Mesozóica, começada há 245 milhões de anos. Nossas dúvidas se estendem tanto ao fator cronológico quanto aos elementos vida x condições ambientais num plano de desenvolvimento da flora e fauna nas suas vidas de reinos.

  Considerando, no entanto, ao fato de a primeira raça física ter estado na Terra há 20 milhões de anos, conforme relatos esotéricos precisamos adequar mais corretamente o tempo, em vista de esses dados nos terem levado a algumas interpretações dúbias ou erradas. Vejamos o que diz esse texto:

  “A Terra tinha mudado lentamente. “A Grande Mãe trabalhara sob ondas (...) Ela houvera trabalhado intensamente para a terceira raça e sua cintura e cordão umbilical apareciam sobre as águas. Era o cinturão o sagrado Himavãt que se estendia ao redor do mundo” (A Doutrina Sagrada)”.

  “O mar ao sul de Plaksha cobria o deserto de Gobi, Tibet e Mongólia e das águas do sudeste a cadeia do Himalaia emergia. Lentamente a terra emergiu do pé do Himalaia em direção ao Ceilão, Sumatra, Austrália, Tasmânia e Ilhas de Leste, do oeste para Madagascar e parte da África, incluindo-se também Noruega e Suécia, leste e oeste da Sibéria e Kamschatka. Esse vasto continente era Lemúria o celeiro da raça na qual a humanidade estava destinada a aparecer. Seu antigo nome era Shâlmali.

  O continente equatorial da Lemúria na época da maior expansão praticamente envolvia o globo estendendo-se desde as Ilhas de Cabo Verde a umas poucas milhas da costa de Sierra Leone, no sudeste através da África, Austrália “Society Islands” pelos mares até um ponto distante de um grande continente de ilhas, em tamanho aproximado a América do Sul, que se estendia ao remanescente do Oceano Pacífico, incluindo “Cape Horn” e partes da Patagônia”. (AEP)

  Vamos entender então que o continente lemuriano teria surgido na Era Paleozóica e desaparecido há 700.000 anos antes do Eoceno Terciário. Entretanto, supomos que parte da raça lemuriana desapareceria com o continente, mas parte dela seria preservada a fim de servir de estoque para dar a formação à quarta raça-raiz chamada Atlante. E isso começaria de fato, já no continente Atlante, há mais ou menos 20 milhões de anos na decorrência da quarta subraça lemuriana, quando já havia a separação dos sexos e logo depois Sanat Kumara chegava de Vênus. (3)
      
  (3) 1. “Chegou a hora decisiva da Iniciação na Terra. A natureza e a parte seleta da humanidade estavam preparadas. Na Terra a Estrela Polar de Lemúria anunciava a vinda de Sanat Kumara. O majestoso Senhor despediu-se de seu povo, de seu planeta e da bem-amada Vênus, com mais três Kumaras. Então elevou-se na atmosfera acompanhado pela sua corte de anjos e mestres. Da aura de Vênus ergueu-se a enorme estrela de quíntuplas pontas e pairou sobre aquele globo. Os venusianos tinham conhecimento das atividades cósmicas do excelso Kumara através da aparição desse astro, o que já havia sido anunciado. Todos os corações estavam concentrados na estrela e aguardavam sua mensagem, naquela hora máxima. Vagarosa e majestosamente elevavam-se os imponentes Kumaras, seguidos pela corte, derramando suas bênçãos sobre o planeta Vênus. A estrela afastava-se e os Senhores do Amor dirigiam-se à aura da Terra. Todos os habitantes de Vênus prosternaram-se e cantavam um maravilhoso hino de amor e bênçãos que se tingiu com as tristezas da despedida, envolvendo no manto do Amor Sagrado a forma que desaparecia no firmamento.

  Ao se aproximarem da Terra escura, que girava sobre seu eixo e quando já à vista dos trinta construtores da cidade da “Ilha Branca”, estes, altamente emocionados, caíram de joelhos, felizes e agradecidos por haverem terminado, no tempo exato, o magnífico Templo destinado a receber o venerável Santo. Os Kumaras desceram com dignidade e donaire; neste instante, elevou-se, no alto do Templo, a Chama da Trindade. Assim começou o longo trabalho do Senhor do Mundo, ativando nos corações dos humanos a Luz espiritual, a Chama Trina, que os mantinha com vida. O primeiro Kumara espiritualizava (punha em movimento) a Chama Azul, o segundo Kumara, a Chama Dourada, o terceiro a Chama Rosa. Neste instante sagrado para toda a humanidade, Sanat Kumara penetrou nesta Chama Tríplice em um único foco de Luz que jaz no coração de cada emanação de vida pertencente à evolução da Terra. (Sanat Kumara – FEEU – Fascículo No 12)”.

  2. “O Logos Planetário de nosso plano terrestre, um dos Sete Espíritos perante o Trono, encarnou-se fisicamente e, sob a forma de Sanat Kumara, O Ancião dos Dias e o Senhor dos Mundos, desceu para este planeta físico denso e tem permanecido conosco desde então. Devido à extrema pureza de Sua Natureza e ao fato de que é (do ponto de vista humano) relativamente sem pecado e, portanto, incapaz de reagir a qualquer coisa do plano físico denso, Ele não pode adotar um corpo físico denso, como o nosso, e tem de atuar no seu corpo etérico. Ele é o maior de todos os Avatares, ou Seres que virão, pois é um reflexo direto daquela grande Entidade que vive, respira e age através de todas as evoluções deste planeta, mantendo tudo dentro de sua aura, ou esfera magnética de influência. Nele nós vivemos, nos movemos e temos nosso ser, e nenhum de nós pode ultrapassar o raio de sua aura. Ele é o Grande Sacrifício que deixou a glória dos altos lugares e, para o bem da evolução dos filhos dos homens tomou para si uma forma física à semelhança do homem. Ele é o Vigilante Silencioso no que concerne à nossa humanidade imediata, embora, literalmente, o Logos Planetário no plano superior da consciência na qual ele atua, seja o Vigilante Silencioso no que diz respeito ao nosso esquema planetário.

  O terceiro reino da natureza, o reino animal, atingira a um grau de evolução relativamente alto e o homem animal possuía a Terra; ele era um ser com um corpo físico poderoso, um corpo astral ou o corpo de sensações e sentimento, coordenado, e um rudimentar germe da mente que poderia algum dia formar um núcleo do corpo mental. Abandonado a si mesmo por longos éons, o homem animal teria finalmente progredido até passar do reino animal para o humano, e se teria tornado uma entidade racional funcionante, consciente de si própria, mas quão lento o processo teria sido pode ser evidenciado pelo estudo dos boximanes da África do Sul, dos Vedas do Ceilão e dos cabeludos Ainus do Japão.

  A decisão do Logos Planetário, de adotar um veículo físico, produziu um estímulo extraordinário no processo evolutivo, por Sua encarnação e pelos métodos de distribuição de força que empregou, Ele produziu, num breve ciclo de tempo e que de outra maneira teria sido inconcebivelmente vagaroso. O germe da mente no homem animal foi estimulado. (...) A sede central dessa Hierarquia é Shamballa, no centro do deserto de Gobi, chamada nos livros antigos a “Ilha Branca”. Ela existe em matéria etérica, e quando a raça dos homens na Terra tiver desenvolvido a visão etérica, sua localização será reconhecida e sua realidade admitida”. (AAB)

  3. “Todos os retardatários tinham sido trazidos; não havia mais nenhum representando do reino animal capaz de ascender ao humano. A “porta” seria “fechada” para qualquer outro imigrante do reino animal para o reino humano; somente quando não houvesse nenhum outro candidato capaz de alcançar o nível humano, sem a repetição de um tremendo impulso que podia isto acontecer uma vez no Esquema Evolutivo, no seu ponto mediano. Um grande evento astrológico ocorreu com a posição de planetas e as condições magnéticas da Terra tornaram-se as mais favoráveis possíveis, e esse foi o tempo escolhido. Isso aconteceu há 16.5 milhões de anos. Nada permaneceu para ser feito, exceto aquilo que eles mesmos tinham a fazer.

  Então, com um poderoso ruído da macia descida de incalculáveis alturas, cercada de fluxos de massas ígneas que tomavam a todo o céu, de línguas de fogo que rebrilhavam sobre o espaço aéreo, a Carruagem dos Filhos do Fogo (A Nave – R/R) dos Senhores da Chama de Vênus estancou pairando sobre a Ilha Branca no deserto de Gobi.  A verde e radiante Terra com fragrantes flores oferecia-se à sua melhor maneira para dar as boas vindas ao Rei – o grande Ser conhecido como o Rei do Mundo, Sanat Kumara, com seus três assistentes e o remanescente de seu corpo de trabalhadores”. (AEP)  
        
  O processo evolutivo dos lêmures avançou a cada subraça e a par de construir uma civilização, edificando cidades, estradas e tendo os Pitris Lunares e Sanat Kumara a ajudar no seu aprimoramento físico, eles passaram a receber ensinamentos especiais. Da quarta subraça lemuriana, os melhores elementos foram trabalhados para vir formar a futura raça atlante milhões de anos depois, enquanto a grande maioria da quarta subraça evoluía para a quinta subraça e nesse andamento a Lemúria cumpriria mais tarde seu ciclo evolutivo de sete subraças, sendo sucedida no enfoque principal das raças pela quarta raça, chamada Atlante.

                                                                            CAPÍTULO II
A CONSCIÊNCIA DOS REINOS

  A natureza inteira se concentra num processo interligado. Todas as vidas são uma só vida em miríades de formas e aspectos e os reinos co-existem em dependências uns dos outros. Os três reinos elementais que se distribuem respectivamente no plano mental abstrato, no mental concreto e no plano astral não processam as mesmas condições evolucionárias com as vidas no arco de descida da mesma maneira que os quatro reinos conhecidos pela humanidade processam com as vidas neles imbricadas. E nem poderiam aqueles reinos elementais assim processar pela essencialidade de suas naturezas e pelos planos aonde se manifestam. Deles pouco se sabe por ser ainda para os ocultistas de graus menores de difícil ou nenhuma incursão aos seus domínios, representando realmente mistérios. Já os quatro reinos normalmente conhecidos detêm um grande número de pesquisas tanto pela ciência materialista como pela ciência esotérica que mais ainda se aprofunda nos seus segredos.

  Os reinos avançam em seus campos de ação através de bilhões de anos evoluindo em consciência. Isso pode parecer estranho uma vez que nossa tendência natural é admitir que somente os reinos animal e o humano tenham condições de deter experiências que possibilitem o alargamento da consciência.  Não obstante, se entendermos que todas as vidas de um reino estão sob a Vida do Logos e Sua consciência está em tudo, não haverá estranheza ao fato. A Alma Universal infere diferentes graus de consciência aos reinos durante suas evoluções em função das várias características de cada reino, de suas necessidades e ao papel que a eles cabe desempenhar em relação ao todo da natureza. A passagem completa de um reino pelo planeta para seu total desempenho e avanço, dura a encarnação inteira de uma cadeia, ou seja, sete rondas em milhões de anos, contagem essa que não se sabe ao certo de seus verdadeiros números por que é considerada exotérica, havendo outra oculta ou esotérica que talvez resulte em bilhões de anos, contados nas descidas e subidas das rondas pelos planos acima em termos mais abstratos e até em termos não tempo.

  Ao cabo das rondas, as vidas de um reino que conseguiram avançar em suas experiências estarão aptas a passar para o reino seguinte na próxima encarnação da cadeia. Os produtos que não avançaram o necessário continuarão no mesmo reino, provavelmente nas sete próximas rondas, e terão a companhia de novas vidas egressas de um reino anterior. Assim, por exemplo, do terceiro reino elemental desce nova onda de vida migrando para o reino mineral. Os produtos deste reino que aproveitaram bem seus estágios na encarnação da cadeia virão migrar para o reino vegetal, os deste irão para o animal e os do animal finalmente virão ao humano. Esses upgrades se verificam normalmente quando é feito o balanço de uma encarnação da cadeia, ocasião em que as Hierarquias Criadoras tomam as devidas providências durante o período de repouso chamado de Pralaya da Cadeia. Nessa duração de pralaya, a cadeia sai da objetividade e permanece oculta num entretempo de uma encarnação a outra durante um manvantara. Manvantaras são períodos de manifestações da vida em diversas situações que compreendem ciclos imensos de um universo inteiro e ciclos gradativamente menores como de um sistema solar, de uma cadeia e de uma só ronda.

  Entretanto, contrariamente às vidas em atrasos, existem casos de vidas que avançam acima da média e podem passar ao reino seguinte antes mesmo de haver o balanço geral. Desse modo, ficarão entre as ultimas vidas do reino ao qual acabam de migrar. Quando se fala em consciência de reino, evidentemente estamos nos referindo de maneira geral às essências elementais dos reinos, muito embora a matéria dos reinos, ronda após ronda, encarnação após encarnação da cadeia, vá também se sutilizando e adquirindo estados de consciência cada vez mais trabalhados. Sabemos que tanto espírito quanto matéria interagem nos processos evolucionários da cadeia por que a Vida como uma só manifestação, na sua essência primeva, é instada a trabalhar e evoluir todos os reinos e assim elevar o planeta em todos os seus graus de matéria a estágios mais avançados no panorama da cadeia e do próprio sistema solar. Porém, quando falamos que certas espécies de reinos se adiantam ou permanecem estacionárias, referímos-nos muito mais ao processo em que grupos de formas elementais, incorporadas e caracterizadas nas suas espécies, adquirem as experiências necessárias nas diversas situações dos reinos, enriquecendo, paralelamente, às tríades que mergulham nas vibrações mais densas da matéria físico-etérica, da matéria astral, e nos casos de animais adiantados que alcançam as fronteiras das vibrações mentais. Observemos o seguinte:

  1. “A intrarelação, a necessidade básica de todos os reinos em interagir, é a prova mais cabal dessa consciência universal integradora da Vida. Somente homens muito evoluídos mental e espiritualmente terão condições de sintonizar-se plenamente com essa vontade consciente do Logos que impregna a todos os átomos da existência com a mensagem evolucionária única. Essa idéia chega ao homem de mediana evolução de maneira fragmentária, via canal intuitivo. No mais, a consciência do Logos, Seu Espírito, despertará unicamente conjeturas ao homem reflexivo, embora em todos os homens seja indissociada(o) como vida autoconsciente manifestada(o) num grau mais elevado em relação aos reinos, e nas vidas dos reinos se imprima basicamente numa Entidade (que podemos também chamar na sua totalidade de Vida, Vida-Elemental, Vida-Reino, Egrégora-Reino, Energia-Criadora, etc.) através da ação, impulsos instintivos e movimentos. O esotérico trabalha com maior afinidade a idéia da criação porque é treinado na reflexão a meditar com frequência sobre os mecanismos subjetivos da Vida, e também porque se esforça no sentido de aprimorar a percepção intuitiva. O intuitivo “vê” com os olhos da alma tanto do interior para o exterior como ao inverso”.
  2. (...) “as vidas que um dia serão humanas, não foram exatamente animais, nem vegetais ou minerais, pois em suas passagens por esses reinos obtiveram as experiências dos reinos desde um plano de existência acima das manifestações das espécies. Entretanto, as vidas encarnadas como homens, liberadas das ligações das almas-grupos e, portanto, individualizadas, trarão incorporadas as reações primárias sob o imperativo do instinto, sobrepostas por uma gama de experiências adquiridas por milhões de anos nos reinos pregressos, que as auxiliarão a sobreviver em grupamentos humanos afins”.
  3. (...) “Almas-grupos são formações de essências elementais e atômicas capturadas pelas unidades-vidas (tríades) em seu processo de descenso pelos reinos elementais e mundo etérico. Possuem três capas protetoras ou anéis constituídos da inteligência do Segundo Logos, formando uma envoltura tríplice no interior da qual as unidades-vidas permanecem ativadas por um mesmo raio cósmico. Os resultados conseguidos por uma alma-grupo, por veículo das vidas nas suas interações com determinadas espécies de um reino, são cumulativos e distributivos, pois a cada ciclo de evolução esses resultados enriquecem a alma-grupo, as unidades-vidas e os representantes das espécies”. (O Monoteísmo Bíblico... – pg. 115 - Rayom Ra)

   Ao mencionarmos as tríades precisaremos fazer um rápido resumo sobre suas existências a fim de que se tenha um reforço na ideia de como as experiências dos reinos são possíveis às mônadas, almas e personalidades, sem que isso represente um tipo de encarnação de almas em corpos minerais, vegetais ou animais, que de fato não ocorre, conforme já nos referimos. Mônadas são as vidas que já vieram com o Logos ou Deus Criador quando da construção do sistema solar, portadoras de estados de consciência evoluídos e plenamente conhecedoras dos propósitos do Logos. As mônadas representam a sabedoria do próprio Logos e de imediato se constituíram numa hierarquia a trabalhar para o sistema solar. São conhecidas como centelhas divinas, espíritos puros, chispas divinas, unidades de consciência, divindade, o vigilante, o pai celestial, e por outros nomes. As mônadas se posicionaram desde logo no mundo ou plano monádico ou anupadaka, dali não podendo mais descer senão vibrar. Mas necessitavam experimentar do que sabiam mas não conheciam nos mundos inferiores ao seu, por isso foi necessário que as Hierarquias Criadoras, comumente chamadas de Devas, as auxiliassem, construindo veículos com os quais elas se identificariam e atuariam nessa busca experiencial. Os veículos, no entanto, não poderiam ligar-se entre si senão por um fio ou cordão chamado sutratma que faria essa união entre os corpos a fim de que se manifestassem nos planos onde a matéria se apresenta com diferentes graus vibratórios. Vejamos o seguinte:

  1. “Uma mônada, como vimos, possui três aspectos de consciência, cada um dos quais, ao chegar o momento de começar o processo evolutivo, inicia o que podemos chamar uma onda vibratória, fazendo vibrar sobre a matéria atômica dos planos Atma, Buddhi e Manas, que a rodeiam. Devas de um universo anterior que haviam eles mesmos passado por experiências idênticas, guiam a onda vibratória do aspecto Vontade da mônada a um átomo de Atma, o qual vem se aderir à mônada e é o átomo permanente da mesma, chamando-se assim porque permanece na mônada durante o inteiro processo de evolução da mesma. Identicamente, a onda vibratória do aspecto sabedoria da mônada é guiada pelos Devas a um átomo de Buddhi, e que vem a ser um átomo permanente búdico. Assim também, a onda vibratória do aspecto Atividade da mônada é guiada pelos Devas a um átomo da Manas e vem a ser o terceiro átomo permanente. Assim se forma Atma, Buddhi, Manas que se chama com frequência o Raio da mônada.
  2. A mônada tendo se apropriado dos três átomos para sua utilização inicia sua obra. Ela, por sua própria natureza não pode descer mais abaixo do plano Anupadaka, por isso se diz que está em ‘Silêncio e Obscuridade’, ou seja, não manifestada, porque vive e trabalha em e por meio dos átomos que se apropriou.
  3. (...) Depois de larga preparação, emana da tríade um pequeníssimo fio, como uma raizinha, um fio de vida de cor dourada envolto na matéria búdica. (...) O fio de vida envolto em matéria búdica, com a unidade mental agregada, puxa desde o plano astral, de onde de maneira similar se une a um átomo astral. (...) O fio de vida envolto em matéria búdica, com a unidade mental e o átomo permanente astral aderidos, avança e se anexa a um átomo permanente físico. (...) Desta maneira se forma o que com frequência se chama a tríade inferior, que consiste de uma unidade mental, um átomo permanente astral e um átomo físico (etérico)”.(AEP)

  Cada reino da natureza, sob a visão mais aprofundada, é uma alma com todas as interações e integrações de suas espécies, e a soma total das energias de suas unidades resultam numa média vibratória que é sua verdadeira tônica. As forças planetárias coexistem justamente porque todos os reinos agem e se desenvolvem num conjunto de dependência e porque a Vida da cadeia se encontra a todo instante em perene atividade e renovação de suas energias na medida em que os reinos e suas espécies transitam de uma para outra situação.

  Se a ronda que ora faz a passagem pelo nosso globo subitamente o abandonasse, as vidas de reinos certamente feneceriam. As tríades inferiores que se manifestam de suas respectivas almas-grupos, basicamente de sete tipos segundo os raios de suas mônadas, e por grupamentos afins, ao auferir das vibrações das qualidades minerais e das espécies vegetais e animais, ao mesmo tempo em que se enriquecem de conhecimento, vibram em transmissões para os corpos causais e tríades superiores. É sempre bom lembrar que a tríade superior de cada mônada constituída pelos átomos-mestres ou permanentes alocados em Atma-Buddhi-Manas(superior), advieram dos atributos Vontade-Sabedoria-Atividade da mônada e se refletem nas vibrações desses três respectivos planos em Espírito-Intuição-Razão Pura.

  Esses três aspectos, por sua vez, vêm se refletir na tríade inferior dessa mesma mônada em Manas(inferior)-Astral-Físico(etérico) sob os atributos Intelecto-Emoção-Atividade. Em outras palavras, a tríade inferior que se aproxima das espécies dos reinos para deles obter experiências, é a principal ferramenta da mônada nos mundos inferiores onde assim ela se manifesta. A consciência externada por um reino difere quanto ao seu conteúdo qualitativo em relação aos demais, o que não poderia ser diferente devido às suas naturezas, aos objetivos no Plano da Criação e pelo tipo de matéria que os envolve, e essas expressões diferenciadas serão absorvidas pelas tríades inferiores através de bilhões de anos em cada reino das mais variadas maneiras. Temos o seguinte sobre isso:
  
  “Todas as tríades Inferiores hão de passar pelo reino mineral posto que seja o estado em que a matéria alcança sua forma mais densa e na qual a Grande Onda da Vida chega ao limite de seu descenso e inicia seu arco ascendente. Ademais, a consciência física é a primeira que se há de despertar. É no plano físico que a vida virá se orientar definitivamente para fora e reconhecer contatos com o mundo externo. A consciência aprende gradualmente a reconhecer os impactos de fora, a relacioná-los com o mundo externo e como consequência a aceitá-los como próprios. Expressado de outro modo, é no plano físico que a consciência se converte pela primeira vez em autoconsciência.
  Mediante prolongadas experiências, a consciência sente o prazer e a dor provenientes dos impactos, se identifica com esse prazer ou dor e começa a considerar não como si mesma no que tange à sua superfície externa. “Assim se estabelece a primeira distinção entre o ‘não-eu’ e o ‘Eu’. (...) A consciência como temos dito, se desperta assim no plano físico e se expressa por meio do átomo permanente físico. Nesses átomos está latente o bem conhecido aforismo ‘dorme no mineral’ e no mesmo deve haver algum grau de despertamento, de maneira que saia de seu sono sem sonhos e se ponha o suficiente ativo para passar a um novo estado, o do reino vegetal no qual está destinado a ‘sonhar’ ”.  (AEP)

  Ao estarmos abordando os reinos, alguns com certas peculiaridades e pequenos detalhes, não estaremos fugindo do assunto a que se propõe esse trabalho. Desejamos demonstrar, ainda que imperfeitamente, que toda a natureza vibra e trabalha sob estados diversos de consciência e todas as vidas de reinos passam por iniciações, que são, justamente, as experiências adquiridas das mais variadas maneiras e também dos resultados de seus próprios impulsos evolucionários movidos aos anseios de conhecer mais. Cada reino age e reage de uma forma especial e as tríades neles inseridas obtêm, desde suas dimensões vibratórias sob as capas das almas-grupos, as respectivas experiências de que as mônadas necessitam. As diferentes reações que os reinos transmitem e seus impulsos de adaptações, transformações, artifícios de sobrevivência individual ou grupal, anseios de vida e aprendizado, inundam e satisfazem às tríades.

  Esse processo, não é simplesmente automático, embora de muitas maneiras quantitativo pela pluralidade de ações e movimentos das miríades de vidas, guiadas por um norteador principal que no reino mineral é a transmutação, no vegetal a transformação, no animal a transfusão e no humano a translação. Não obstante, há um sentido ainda maior e oculto a guiar as vidas de reinos para dilatar essas incorporações e transcender à simples ação de viver e colher experiências, que é justamente a consciência que por si só não pode ser explicada como fator inerente aos reinos. A consciência não está integrada aos reinos como algo a ser escavado e descoberto, mas sim participa como um véu transcendente a descer e entremear-se, impregnando-se às energias-vidas e às formas dos reinos que àquelas as abrigam, conservando sempre a perene mensagem de agir e obter.

  Esse processo, no seu desenvolvimento, vem a ser permeado por colorações especiais, segundo grupamentos de espécies, e a média produzirá o valor qualitativo dos avanços do reino inteiro. Na medida em que as espécies se exercitam e se esforçam para superar-se durante o processo existencial, ou mesmo recebem os impactos das forças naturais em seu meio ambiente ou de predadores, reagem com as energias liberadas pelos seus próprios e respectivos campos vibratórios elementais nos seus veículos etéricos e astrais. No reino animal essas correntes de retorno ultrapassam os limites astrais e alcançam as bordas da matéria mental. Então Anima Mundi passa a alcançá-los mais acima e a inferir padrões mais elevados nos átomos dos grupamentos, alargando-lhes o tipo de primitiva consciência.

  É importante não esquecer que tanto a matéria dos reinos quanto as energias-vidas detêm por si mesmas a presença do Segundo Logos, embora Sua presença não esteja ainda qualificada em relação à consciência dos reinos, mas ambas – a matéria e as energias-vidas como um todo – já são portadoras da inerente mensagem evolucionária de Anima Mundi que estimula todos os átomos aos avanços através das experiências. O tipo de matéria de um reino evidencia-se nas próprias formas que abrigam às miríades de vidas. O tipo de consciência de um reino evidencia-se nas suas estreitas relações com os demais reinos, e é uma necessidade à própria vida planetária em termos de rolamento das energias e forças que irão gerar qualidades diferenciadas entre um e outro reino.

  Portanto, mesmo que as energias-vidas transitem sempre de uma situação a outra e passem em ondas de um reino para o seguinte, as qualidades a serem trabalhadas naquele reino deixado para trás e já percorrido, serão as mesmas durante toda a próxima encarnação da cadeia. Um reino sintetiza espírito-matéria (ou alma-matéria sob certas condições) sob as capas de energias-formas e energias-vidas. Assim, muitos grupamentos das energias-vidas avançam e conquistam novas colorações nos reinos seguintes, enquanto as energias-formas permanecem nos reinos sob um estado intermediário entre energia e massa, a fim de ser novamente remodelado, condicionado e condensado ao que irão necessitar os grupamentos retardatários que ali ficaram e as energias-vidas que chegarão ao reino em nova e grande onda. Nesse estado de repouso a matéria dos reinos permanecerá integrada à grande corrente proveniente do Logos, através da alma-universal, no entanto mais enriquecida com as experiências de bilhões de anos das muitas vidas que por ali passaram.

  Tudo o que se referir a uma ampliação de consciência é um resultado de uma iniciação. Vejamos o seguinte:

  “O reino mineral marca o ponto duma condensação única. Isso é o resultado da ação do fogo e da pressão da ‘idéia divina’. Esotericamente falando temos no mundo mineral o Plano Divino oculto na geometria de um cristal e a radiante beleza de Deus concentrada na cor de uma pedra preciosa. Na miniatura e no ponto mais ínfimo da manifestação, encontramos os conceitos divinos desenvolvendo-se. A meta do conceito universal observa-se quando a jóia irradia a sua beleza e quando o radium emite os seus raios tanto destrutivos como construtivos. Se pudésseis compreender realmente a história dum cristal entraríeis na glória de Deus. Se pudésseis penetrar na consciência atrativa e repulsiva dum pedaço de ferro ou de chumbo toda a história da evolução vos seria revelada. Se pudésseis estudar os processos ocultos que se desenrolam sob a influência do fogo penetraríeis no segredo da iniciação. Quando chegar o dia em que a história do reino mineral puder ser captada pelo vidente iluminado ele verá então a longa estrada que o diamante percorreu e – por analogia – o longo caminho que todos os filhos de Deus percorreram, governados pelas mesmas leis e desenvolvendo a mesma consciência”. (AAB)

  Conforme citamos, fatores externos da vida planetária com repercussões internas, submetem os reinos a passar por iniciações. Ações do fogo, temperaturas extremas e variadas, vento, água e fenômenos diversos atuam sobre a natureza dos reinos e os vêm transformando pelos milhões de anos num ritmo lento e controlado. No entanto, o homem é quem provoca ações mais rápidas e devastadoras sobre os reinos mudando-os rapidamente, causando impactos inesperados com resultados quase sempre danosos ao eco-sistema. Ações humanas em prospecções e extrações de petróleo, escavações em minas de carvão, em minérios e pedras preciosas, utilizações de materiais radioativos pela tecnologia, transformações em largas escalas do minério bruto em peças industrializadas através do calor abrasante de centenas de graus centígrados, o som produzido ao impacto das transformações e a presença dos insumos nas atividades humanas, são exemplos de um longo e variado processo iniciatório do reino mineral.

  Essas injunções do homem levam o reino mineral a diversos graus do despertar da consciência, principalmente pela hiperatividade sobre seus recursos e nas suas reações aos impactos. O sacrifício do reino mineral em favor dos três outros, direta e indiretamente, é extremamente acentuado devido a sua potencialidade latente instrumental que tanto destrói como transforma, refletindo-se esse poder, muitas vezes incontrolável, diretamente nos elos intradependentes da cadeia mundial. Mesmo subjetivamente as vibrações do reino mineral abrem importantes vias de acessos às vidas planetárias em qualquer direção.

  No âmbito do reino vegetal as vidas detêm outras experiências baseadas principalmente na sensibilidade. O reino vegetal retira seu sustento quase que diretamente da terra. Nesse particular, o reino mineral oferece-se em completo holocausto para que o vegetal viva pela absorção dos elementos disseminados no solo trazidos pela água e por outras transformações erosivas. O reino vegetal não conhece o instinto da forma total como o conhece o reino animal, porém em sua aura sensível obtém e realiza as experiências de ações, reações, atrações e repulsões funcionando via os polos do magnetismo e pelos impulsos instintivos que lhes permitem exercitar a autodefesa e a conservação das espécies. De há muito a ciência atua catalogando as nuances desse reino, percebendo suas respostas aos impactos e ataques externos, conseguindo auscultar sua voz numa onda sonorizada de uma melodia continuada, imperceptível aos padrões vibratórios dos ouvidos humanos. Sobre as tríades:

  “Exatamente como no caso das almas-grupos minerais, repetiríamos que não há de se supor que cada folhinha de grama, cada planta, e cada árvore tenha dentro um átomo permanente, evolucionando até o estado humano durante a vida de nosso sistema; senão que o reino vegetal (e todos os demais – R/R) existe por sua própria conta e para outros fins, oferecendo também um campo evolucionário para tais átomos permanentes os quais os Devas guiam de uma planta a outra a fim de experimentar as vibrações que afetam o mundo vegetal e para que acumulem poderes vibratórios em si mesmos, conforme fizeram no reino mineral.
  (...) Na longa vida de uma árvore da selva, a crescente agregação de matéria astral se desenvolve em todas as direções como forma astral da árvore. Essa forma astral experimenta vibrações que produzem ‘em massa’ prazer ou desconforto causadas numa árvore física pela luz do sol, pelas tempestades, vento, chuva, calor, frio, etc.; experiências que se transmitem em certa medida ao átomo permanente incrustado na árvore. Como se tem dito, a árvore ao perecer, seu átomo permanente retornará ao âmago da alma-grupal, levando consigo a rica colheita da experiência que compartilha com as demais tríades viventes na alma-grupal”. (AEP)

  As vidas pregressas do homem nos três reinos não-humanos não se dão com a alma terrena, visto aquela estar sequer ainda formada. Os átomos-mestres ou permanentes, que no processo de absorção das vibrações dos reinos estarão magnetizando as ondas captadas, num futuro distante formarão, juntamente com as essências atômicas e elementais, os corpos de matérias etérica, astral e mental do homem e atrairão átomos de cada plano agregando-os pelos seus poderes magnéticos, os quais compartilharão da memória das experiências obtidas pelas tríades em bilhões de anos. No entanto, à alma terrena organizada, o homem somente a possuirá após a individualização do reino animal, e a fará evoluir na decorrência dos milhões de anos que terá pela frente conforme trataremos mais adiante. Sigamos a um novo comentário sobre o reino vegetal:

  “Um importante e simbólico acontecimento foi consumado ao finalizar a era pisciana que foi o período da influência do sexto raio: foi a devastação das florestas em escala mundial. Por todas as partes foram sacrificadas às necessidades do homem. Assim as formas de vida que estavam preparadas para a iniciação foram submetidas à influência do fogo. O principal agente do desenvolvimento deste reino é a água e este novo desenvolvimento em que se associa o fogo com a água neste reino motivou o fato subjetivo que fez nascer a idade do vapor.
  Os grandes incêndios de florestas que atualmente ameaçam diversas partes do mundo relacionam-se também com a ‘iniciação por meio do fogo’ dum reino que até aqui fora controlado e dirigido no seu crescimento pelo elemento água.
  (...) Notemos um ponto interessante aqui. Esotericamente é reconhecido que o reino vegetal é o transmissor e transformador do fluido prânico vital para as outras formas de vida no nosso planeta. Esta é a sua única e divina função. O fluido prânico sob a forma de luz astral é o refletor do divino akasha. Portando, o segundo reino reflete-se no plano astral. Os que procuram nos anais akásicos ou que se esforçam por trabalhar, sem riscos, no plano astral, para estudar corretamente ali os acontecimentos refletidos na luz astral têm de ser forçosamente, e sem exceção, estritamente vegetarianos.
  (...) A influência dos três raios reunidos no reino vegetal, que são também os três raios correspondentes aos números 2.4.6, produziram neste reino uma perfeição quádrupla que não tem paralelo em nenhum outro. (...) O efeito do conjunto destes três raios trabalhando em uníssono, foi produzir um quarto resultado, o perfume das flores que se encontra entre os mais perfeitos exemplares do reino vegetal. O perfume pode ser mortal ou vitalizante, delicioso ou repulsivo. Atrai e constitui uma parte do aroma deste reino que é sentido na aura do planeta se bem qua a humanidade não o reconheça no seu conjunto. Isolai um perfume. Também o perfume dum reino inteiro é um fenômeno bem conhecido para o iniciado. (...) Este reino é a radiante roupagem do planeta revelada pelo Sol; é a expressão realizada da vida que anima este reino da natureza; é o efeito da manifestação dos três aspectos divinos e ativadores deste ‘peculiar’ filho da divindade que igualmente realiza o seu destino na forma e através da matéria”. (AAB)

  A dor é um estigma que sempre precede às iniciações, sejam elas num sentido coletivo durante as vidas dos reinos, sejam para indivíduos. Sofre o mineral com a violência dos elementos e a mão do homem; sofre o vegetal, por sua sensibilidade aflorada, ante tais e semelhantes ações; sofre o animal nas encarniçadas lutas da sobrevivência e pela crueldade de seus superiores; sofre o aspirante aos expurgos de suas imperfeições e nas dores morais diante das provas que antecedem sua sagração de iniciado. Mas o que é mesmo a iniciação senão a necessidade de avançarmos sobre nós mesmos quer individualmente quer como vidas em grupamentos de espécies?

  Nesse processo imposto pelas próprias regras de um plano evolucionário, os mergulhos no sofrimento nos demonstram os diversos e diferentes resultados das ativações de um móvel chamado consciência. O oculto propósito imposto aos dois primeiros reinos ao processo iniciatório e a completa impossibilidade destes reinos de dirigi-lo, vem de certa maneira contrabalançar-se com a semiconsciência das muitas espécies do reino animal nas suas ardentes aspirações de participar da vida humana. No reino hominal, vem atuar com o despertar gradativo do homem primitivo sobre o que o rodeia, dotando mais tarde às intenções do iniciado no caminho da auto-realização, de uma antevisão aos objetivos da superconsciência. Muito embora o objeto da iniciação, assente em todos os elos que unem as vidas, detenha necessárias variações, o processo iniciatório como tal é inescapável por que há um carma evolucionário a ser cumprido numa escala diferenciada que vai das vidas dos reinos, dos próprios reinos, do planeta, da cadeia planetária, do sistema solar, do conjunto de sete sistemas solares, de nossa galáxia e mais além rumo ao desconhecido.
      
  Antes de avançarmos para algumas sínteses do reino animal, desejamos fazer uma breve recapitulação de os temas dos sete raios e almas-grupos, já constantes em outros trabalhos de nossa autoria, a fim de que os relacionemos também às fases que se desdobram durante os processos iniciatórios dos reinos e mais tarde do homem liberto do mecanismo das almas-grupos. A pergunta sempre emerge: que são raios? A definição mais simples e objetiva nos deu AAB: “Um raio é o termo aplicado a uma força ou tipo de energia que põe em relevo a qualidade que exibe essa força e não o aspecto-forma que aquela cria. Essa é a verdadeira definição de raio”.

  Os raios têm manifestações cíclicas e a cada ciclo de suas presenças a Vida da Terra tende a avançar em certos aspectos da existência ou promover revoluções sobre ideias, pensamentos e conceitos dos homens segundo a época. Durante muitos milênios essas manifestações de raios vêm influenciando os reinos e as civilizações, porém as mudanças não foram sentidas sob uma visão mental límpida ou analítica, pelo fato de a evolução da humanidade estar relacionada muito mais ao aspecto astral com suas implicações de crenças e práticas religiosas. Os raios são potentes em imantações de qualidades divinas, no entanto estimulam a ambas as polaridades – por que ambas se opôem em dualidades nas consciências de egos como luzes e sombras – o que em muitos ciclos provocaram grandes desastres pelo lado negativo com que foram incorporados. Na atualidade, embora as raças se diferenciem quanto as suas inclinações astrais e mentais, é possível entendermos certas atuações de raios e seus resultados nos processos civilizatórios, através de comparações e análises objetivas e subjetivas bem como de aspectos astrológicos esotéricos revelados ao mundo pelo mestre Djwhal Khul, através de Alice A .Bailey. Sobre esse fato coloquemos pequeno subsídio aos estudantes de astrologia. Diz AAB:

  “Cabe aqui fazer uma pergunta: qual é a diferença que existe entre as influências de raio e as que são de natureza astrológica tais como as do signo ascendente e dos planetas regentes?
  As energias que astrologicamente afetam o ser humano são as que atuam sobre ele como resultado do deslocamento aparente do Sol no firmamento quer seja uma vez em cada vinte e cinco mil anos ou uma vez em cada doze meses. As influências que constituem as forças de raio não vêm das doze constelações do zodíaco, mas emanam principalmente do mundo dos seres e de consciências que existem por detrás de nosso sistema solar e que vêm das sete constelações que formam o corpo de manifestação de Aquele de Quem Nada se Pode Dizer. O nosso sistema solar é uma dessas sete constelações. Esse é o mundo da própria Divindade de que o homem nada pode saber enquanto não tiver passado às iniciações superiores”.

  Os sete raios cósmicos vêm tendo suas presenças em nosso sistema solar dimanados de sete planetas chamados sagrados que incorporaram suas forças de raios pelas mentes e corpos superiores de sete iniciados, conhecidos por Logoi ou Ministros do Logos Solar. Esses grandes senhores comandam os raios em suas durações cíclicas, em suas retiradas e em novas manifestações. Sobre isso temos o seguinte:  

  “Segundo o plano inicial, a Vida-Una procurou expandir-se e os sete eões ou emanações surgiram do vórtice central e repetiram ativamente o processo anterior em todos os detalhes. Vieram à manifestação e no trabalho de expressão da vida ativa, qualificada pelo amor e limitada pela aparência fenomênica externa passaram a uma segunda atividade e tornaram-se os sete Construtores, as Sete Fontes de Vida e os sete Rishis, de que falam todas as antigas escrituras. Essas sete Entidades psíquicas originais, têm a capacidade de exprimir o amor (que implica o conceito da dualidade: o que ama é amado, o que deseja é desejado) e passar da existência objetiva. A estas sete Entidades damos os nomes seguintes:

Enumeração dos Sete Raios:

1. O Senhor do Poder ou Vontade. Esta vida quer amar e utilizar o poder como expressão de benevolência divina....
2. O Senhor do Amor-Sabedoria. Personifica o amor puro, é considerado pelos esoteristas como estando estreitamente encerrado no coração do Logos Solar como estava o discípulo bem-amado perto do coração do Cristo da Galiléia...
3. O Senhor da Inteligência Ativa. O seu trabalho está mais estreitamente ligado com a matéria e atua em colaboração com o Senhor do segundo raio...
4. O Senhor da Harmonia, Beleza e Arte. A principal função deste Ser é a de criar Beleza (como expressão da verdade) através do livre jogo da vida e da forma baseando o cânon da beleza no plano inicial, tal como existe na mente do Logos Solar...
5. O Senhor do Conhecimento Concreto e da Ciência. Esta grande Vida está em contato estreito com a mente da divindade criadora, do mesmo modo que o Senhor do segundo raio está no coração da própria Divindade...
6. O Senhor da Devoção e do Idealismo. Esta Divindade Solar é uma característica particular da qualidade do Logos Solar...
7. O Senhor da Ordem Cerimonial ou da Magia. Está agora entrando no poder e começa lenta, mas seguramente a fazer sentir Sua presença”...(AAB) (Ver: O Monoteísmo Bíblico...)

  Voltando aos reinos e a seus processos de absorções de experiências das tríades inseridas no interior de almas-grupos, cujas naturezas são correlatas aos sete tipos de mônadas que também vibram através das qualidades de seus respectivos raios:

  “Esses sete grandes tipos de raios de almas-grupos mantêm-se separados e discernidos durante todas as vicissitudes de suas evoluções, ou seja, os sete tipos evolucionam em correntes paralelas que nunca se mesclam nem se unem umas com as outras....”
  “Essas sete almas-grupais primárias aparecem como formas vagas, membranosas, que flutuam num grande oceano, como os globos flutuariam no mar. São vistas primeiramente no plano mental, aparecendo delineadas com maior clareza no plano astral e mais ainda no plano físico. Cada uma flutua numa das sete correntes da Segunda Grande Emanação de Vida.” (AAB) (Ver - O Monoteísmo Bíblico...)

  “É importante notar-se que as tríades não são especificamente as estimuladoras das funções vitais dos representantes dos reinos, nem partícipes dos processos organizacionais evolucionários dos múltiplos grupamentos das espécies. Há hierarquias espirituais responsáveis por anexar energias e forças aos reinos, e que tratam da ampla evolução das espécies, segundo aplicações, consolidações e efeitos de leis naturais regentes. E a função das tríades nesse processo é bem mais de auferir das experiências dos reinos do que estimular. Mas é inegável que as vibrações adquiridas pelas tríades, ao longo de suas peregrinações nos reinos, irão afetar os representantes das espécies de diversas maneiras - e prover-lhes de cumulativa memória - com isso auxiliando-os a desenvolver melhores valores. As capas de proteção que a Inteligência do Segundo Logos criou para as almas-grupos, auxiliam a que as essências elementais que preenchem o interior das almas-grupos ali recebam as vibrações das energias dos reinos através das tríades que estejam atuando fora, e as conservem concentradas no interior dos círculos de suas existências. 
  Essas capas ou proteções nas almas-grupos são três sobrepostas que articulam sucessivamente as respectivas vibrações com os reinos mineral, vegetal e animal. Na medida em que as almas-grupos contendo as tríades migram de um para outro reino, perdem nessas passagens as suas capas protetoras respectivas aos reinos que estão deixando. Dessa maneira, quando decorridas sete rondas ou uma encarnação da cadeia, e grande número das almas-grupos do reino mineral avançam para o reino vegetal, uma de suas capas, justamente aquela relativa ao reino mineral, se desfaz e os seus átomos constitutivos retornam ao grande reservatório da natureza. O mesmo processo se dá nas passagens do reino vegetal para o reino animal e desse para o reino humano.
  As capas estabelecidas pelo Segundo Logos, assemelham-se a três anéis sucessivos em torno de cada alma-grupo do seguinte modo: uma capa, anel ou proteção de essência elemental mental do reino mineral, uma capa, anel ou proteção de essência astral do reino vegetal, e uma capa, anel ou proteção de matéria atômica etérica-física do reino animal”. (Rayom Ra - O Monoteísmo Bíblico...)

  O processo de vida evolutiva e suas diversas nuances que resumidamente estamos aqui ilustrando, serve unicamente para dar uma ideia de como as iniciações são partes integrantes da Vida planetária como um todo, mas não necessariamente implica em que todas as formas da natureza física com suas contrapartes etéricas e astrais, participem de idênticos avanços com os mesmos artifícios. Muitas vidas de reinos não carregam tríades e, portanto, não se incluem nos procedimentos paralelos adotados para enriquecer de experiências as tríades e suas mônadas que mais adiante favorecerão o homem encarnado. As atividades dos Devas que vitalizam os reinos, o desvitalizam quando amadurece o carma; que providenciam as transferências de vidas e as separam por grupamentos segundo suas colorações, vêm durar incontáveis períodos de tempo e são procedimentos que detém profundos segredos somente permitidos aos iniciados de altos graus chegar a conhecer.

  As ciências ocultas revelam somente porções da sabedoria da natureza e de suas leis, portanto outras partes importantes de seus processos de vida, avanços e muitos pormenores faltam aos não adeptos; assim, para estudantes e iniciados menores as revelações são em muitos aspectos somente elusivas. Essa não anuência aos muitos segredos da natureza faz parte dos métodos de ensinamentos esotéricos, visto os avanços nos campos do conhecimento devam ser precedidos de certas condições vivenciadas e realmente constantes no curriculum pessoal do estudante. Valores humanitários e morais, o exercício de serviços, pesquisas, concentrações, práticas ritualísticas, meditações, abstrações e imaginação são as permanentes lições de todos os iniciados de qualquer grau, pois representam as molas propulsoras de seus progressos na senda que possibilitarão a abertura de canais da mente e crescentes avanços no processo intuitivo e realização da alma como sustentório gradativo de forças.

  O iniciado da Era de Aquário obterá maravilhas em sua vida se conseguir aliar todos esses esforços do conhecimento com atividades filantrópicas, profissionais ou esotéricas em favor dos irmãos do mundo. Embora a modernidade venha exigir agilidade a fim de habilitar os servidores o melhor possível para o trabalho assistencialista, contudo não o desproverá de oportunidades de exercitar o autoconhecimento dentro das possibilidades de seu carma.

  Passemos ao seguinte:

  “Dirigindo nossa atenção à relação dos quatro reinos com o Mundo do Pensamento, notamos que os minerais, as plantas e os animais carecem de um veículo que os correlacione com esse mundo. Entretanto, sabemos que alguns animais pensam. São os mais superiores animais domésticos que permaneceram gerações inteiras em estreito contato com o homem e desenvolveram faculdades que outros animais desprovidos dessa vantagem não possuem. (...) As vibrações mentais do homem têm “induzido” neles uma atividade similar, porém, de ordem inferior. Salvo essa exceção, o reino animal ainda não adquiriu a faculdade de pensar. Não estão ainda individualizados, mas são os mais elevados de sua classe, quase a ponto de individualizar-se O homem é um indivíduo, o que constitui a grande e cardeal diferença entre este e os demais reinos. Os animais, os vegetais e os minerais dividem-se em espécies, não estão individualizados no mesmo sentido em que se encontra o homem.
  É certo que dividimos a humanidade em raças, tribos e nações e que notamos a diferença entre os caucásicos, os negros, os indus, etc. Porém, a questão não é esta. Se quisermos estudar as características do leão, do elefante, ou de qualquer outra espécie de animais, é necessário apenas tomar um exemplar ou espécime de qualquer deles e conhecemos as características da espécie a que pertence. Todos os exemplares da mesma tribo animal são semelhantes, não há diferenças alguma na maneira como agirão debaixo das mesmas circunstâncias. Todos têm iguais semelhanças e diferenças, um é o mesmo que o outro.
  Entretanto, não acontece isto com os seres humanos. Se quisermos conhecer as características dos negros, não basta examinar um só indivíduo. Seria necessário examinar cada um individualmente e, ainda assim, não chegaríamos a conhecimento real algum relativo aos negros “como um todo”, porque o que é uma característica do indivíduo não pode aplicar-se à coletividade ou a toda a raça. (...) Isso resulta de existir em cada homem um espírito individual, interno, que dita os pensamentos e ações de cada ser humano individual, enquanto só existe um espírito-grupo, comum a todos animais ou plantas da mesma espécie.
  O espírito-grupo manifesta-se em todos eles agindo de fora para dentro. O tigre que perambula nas florestas da Índia e o tigre encerrado na jaula de um parque são ambos expressões do mesmo espírito-grupo. A ambos dirige de maneira idêntica, do Mundo dos Desejos, um dos mundos internos, onde a distância quase não existe”. (Max Heindel – Conceito Rosacruz do Cosmos)
       
  Na verdade, nenhum representante dos reinos não humanos possui individualidade. Para que isso pudesse acontecer seria necessário deter corpos superiores organizados em egos, relacionados a corpos causais. A única lembrança que pode advir às espécies, como necessárias experiências que virão ecoar tanto no animal individualizado, como no inconsciente animal-homem recém formado no reino humano, são os ecos das vibrações das essências residentes nos planos mental abstrato e concreto, bem como nas essências astrais dos reinos elementais e atômicas do mundo etérico do reino mineral. Essas essências, conforme já citadas: a) mental elemental, b) monádica astral, c) atômica etérica, constituem as três envolturas das almas-grupos onde as tríades inferiores se inserem nos reinos mineral, vegetal e animal, e, ao mesmo tempo, virão também, em pequenas quantidades, envolver cada tríade.

  Para compreendermos superficialmente o processo que leva animais a “pular” para o reino humano em muitos milhões de vidas, precisaremos entender que há uma interação entre a encarnação de uma cadeia planetária que perdura por bilhões de anos e outra que nasce – ou renasce da anterior. Da cadeia anterior, chamada lunar, que representou a terceira encarnação da cadeia, renascida na sua quarta encarnação e agora chamada cadeia do planeta Terra (ver o Monoteísmo Bíblico, pg. 112), vieram para a Terra os produtos de todos os seus reinos, quer de sucessos graduados para um novo reino, quer de fracassos necessitando repetir suas lições no mesmo reino em que se mantiveram atrasados.

  Quando o período atlante atingia um momento propício, e outros produtos dos reinos lunares ao longo do tempo já vinham sendo encaixados nos quatro reinos de nossa natureza, os animais lunares adiantados puderam passar pela iniciação da individualização. Não sabemos ao certo se animais do período da cadeia terrestre que evoluíram adiante dos demais nessa quarta ronda, conseguiram adentrar o reino hominal juntamente com os animais lunares. Essa via de acesso teve mais adiante o “fechamento das portas” para a individualização animal nessa ronda. Esse evento acontece uma vez a cada ronda e é esperado novamente repetir-se na próxima e quinta ronda, o que calculamos daqui a talvez alguns bilhões de anos. Extraímos os excertos:

  “(...) O animal se individualizará no primeiro caso por meio do intelecto, no segundo caso por meio das emoções e no terceiro caso por meio da vontade. Vamos considerar agora brevemente cada um desses três métodos:
  1. Individualização por Meio do Intelecto – Se o animal está associado com um ser humano que não seja preliminarmente emotivo, porém cujas atividades principais sejam de caráter intelectual, será estimulado o nascente corpo mental do animal por tal associação, e as probabilidades serão de que a individualização se efetuará por meio da mente, como resultado dos esforços do animal para compreender seu amo.
  2. Individualização por Meio da Emoção – Se por outro lado o amo for de temperamento emocional, de fortes efeitos, as probabilidades serão de que o animal desabroche principalmente por meio de seu corpo astral e a separação final das almas-grupos se deva a alguma repentina manifestação de intenso afeto que alcançará o aspecto búdico da mônada flutuante animal e ocasionará a formação do ego.
  3. Individualização por Meio da Vontade – No terceiro caso, se o amo é homem de grande espiritualidade, ou de intensa e forte vontade, ainda que o animal desenvolva grande afeto e admiração por ele, estimulará principalmente a vontade no animal. Esta se manifestará no corpo físico como intensa atividade e em indomável determinação de alcançar o quanto o animal se proponha, especialmente em serviço ao seu amo.
  (...) O desejo do animal em elevar-se, constitui uma pressão para cima dos sentidos já mencionados, e ao ponto em que a pressão transpõe facilmente as restrições, estabelece o vínculo requerido entre a mônada e a personalidade, determinando certas características do novo ego que vem assim à existência.
  (...) Da grande massa de seres que foram individualizados em certo ponto da cadeia lunar, os que alcançaram a individualização gradualmente pelo intelecto, vieram a encarnar-se na Terra até há mais ou menos um milhão de anos; desde então o período médio entre encarnações tem sido de mil e duzentos anos.
  (...) Os grupos que alcançaram a individualização por uma instantânea expressão de afeto, ou da vontade, vieram à encarnação terrena ao redor de seiscentos mil anos, tendo tomado intervalos médios entre encarnações em torno de setecentos anos. As condições atuais de ambos os grupos são mais ou menos as mesmas”. (AEP)

  Todos os corpos do futuro homem terreno estão já preparados há eons para se manifestar através o auxílio das Hierarquias Criadoras. Desde o momento em que os átomos-mestres são atraídos e fixados no fio sutratma, um em cada plano, e vêm formar os conjuntos das tríades superior e inferior, o homem já está virtualmente nascido. Entretanto, ele somente respira pelas tríades enquanto passa pelas experiências elementais dos reinos e espécies. Quando uma tríade, representativa de uma só individualidade, elege um só animal para dele auferir do momento da passagem para o reino humano, se dará uma ativação conjunta entre o animal como espécime evoluído e a tríade como protótipo-vida de uma nova existência.

  Desse amálgama resultará a “alma” animal atar-se ao corpo causal da mônada e a ele ligar-se pelos seus esforços mentais, dissolvendo pela corrente da energia mental a essência elemental que envolvia e protegia aquele corpo. Desse modo, a mônada, por seus artifícios, se aloja num corpo causal agora ativado, ao mesmo tempo em que ganha definitivamente formações elementais mentais, astrais e atômicas deixadas pelo animal, que com a tríade e novos átomos permanecerão para construir os futuros corpos de manifestação em rudimentar alma do animal-homem que emerge para o mundo físico.

  A individualização do animal para animal-homem representa um dos grandes momentos de glória no Plano de Deus, sendo algo mágico e sensacional que a natureza pode oferecer para a criação. Entremos agora em algumas relações de carma entre os reinos animal e humano e raios de interações:

  “O primeiro ponto a evidenciar no que respeita à responsabilidade humana para com os animais é que o mundo animal personifica dois aspectos, dois princípios divinos, e que os dois raios maiores estão relacionados com a sua expressão e manifestação. Estes dois aspectos encontram-se também no homem e é ao longo destas duas linhas que este compartilha em uníssono com os animais onde se localiza a responsabilidade e trabalho do homem e através do emprego destes dois aspectos compreenderá a sua tarefa que concluirá.
  A mesma atividade e inata inteligência divinas encontram-se no aspecto-forma. Mas este terceiro Raio de Inteligência Divina funciona mais poderosamente no reino animal do que no homem. (...) O segundo raio está evidentemente na construção do aspecto-forma como no instinto de rebanho e também nas relações sexuais entre os corpos animais. Desempenha uma função semelhante entre os seres humanos e é ao longo dessas duas linhas de energia que se encontrarão os pontos de contato e as oportunidades de assumir responsabilidade. Contudo deve-se observar, que em última análise, os animais têm mais para dar aos homens que estes aos animais, no referente a esses pontos e funções particulares.
  (...) Além disso, à medida que o reino animal se submete à crescente influência humana e se faz sentir uma favorável tendência para a domesticidade, vemos surgir certa medida de propósito objetivo; um dos meios para lograr este fim está em dirigir o amor a atenção do animal para o seu dono.
  Nesta exposição está expressa alguma responsabilidade do homem para com o mundo animal. Os animais domésticos têm de ser adestrados para poderem participar na aplicação ativa da vontade. Parece que o homem considera agora o caso como sendo a vontade do animal em manifestar seu amor pelo dono, mas trata-se de alguma coisa mais profunda e fundamental que a satisfação do homem em procurar resposta à sua afeição. O verdadeiro e inteligente adestramento dos animais selvagens e a sua adaptação às condições de vida ordenada fazem parte do processo divino de integração do Plano, numa colaboração que expresse ordenada e harmoniosamente a intenção divina. É contudo pelo poder do pensamento que o homem eliminará a separação que existe entre o reino animal e o homem e isso deverá ser feito pelo pensamento controlado e dirigido à consciência do animal. Não se fará pela evocação do amor, do temor ou da dor. É preciso que seja um processo puramente mental e um estímulo unicamente mental.
  A relação entre o animal e o homem foi puramente física através dos tempos. Os animais matavam os homens para se alimentarem nos tempos em que o homem-animal pouco diferia deles. Esquece-se muitas vezes que houve uma etapa no desenvolvimento humano em que o homem-animal e as formas existentes da vida animal viviam numa relação mais estreita do que hoje. Depois só o fato da individualização os separou. Contudo, essa (individualização) era tão pouco desenvolvida que a diferença entre o animal estúpido (assim chamado) e a humanidade infantil era escassamente apreciável. Grande parte das ocorrências dessas épocas tão remotas perdeu-se no silêncio sombrio do passado. O mundo animal era então mais forte que o humano; os homens estavam abandonados entre os ataques violentos dos animais e a devastação feita por eles sobre os primitivos homens-animais; no meio da época lemuriana foi terrível e espantosa. Pequenos grupos nômades de seres humanos foram completamente exterminados durante idades pela poderosa vida animal da época, embora o instinto ensinasse o homem-animal a tomar certas precauções, mas era um instinto bem pouco superior ao dos seus inimigos. Foram precisos milhares de anos para que a inteligência e a astúcia humana começassem a afirmar e levasse a humanidade a ser mais poderosa que os animais e daquela situação passou-se por sua vez a devastar o reino animal.
  Há mais de duzentos anos a taxa extorquida de vidas humanas pelo reino animal nas florestas do continente ocidental africano, nas terras primitivas da Austrália e nas ilhas dos mares tropicais, foram incalculáveis. Há um fato frequentemente esquecido no sentimentalismo momentâneo, mas que está na origem da crueldade do homem para com os animais. Trata-se inevitavelmente de carma do reino animal que se está saldando.
  (...) Nos dias de Atlântida a relação puramente física era temperada pela relação astral ou emocional e, por essa altura, certos animais foram arrastados para a órbita da vida humana começando a ser domesticados e cuidados, assim começou a aparecer os primeiros animais domésticos. Uma nova era iniciou-se então na qual certos animais evocaram o afeto humano e começou uma nova influência a atuar sobre o terceiro reino da natureza. (...) Para neutralizar o medo existente em toda a humanidade (tanto quanto o reino animal tinha inquietado) os guardiões da raça ofereceram a oportunidade que levasse a uma mais estreita aproximação entre os homens e os animais devido a que um ciclo então se apresentava, por onde fluiria o amor e devoção através de todas as formas permitindo que uma grande parte do medo fosse eliminado. Desde então o número de animais domésticos aumentou consideravelmente. A relação entre os dois reinos agora é dupla – física e emocional.
  Para isto houve que se juntar, durante os últimos duzentos anos, uma terceira relação, a mente. O poder mental da humanidade será, em última análise, o fator controlador e será por este meio que os três reinos subumanos ficarão sob o controle do homem.
  É evidentemente claro que o efeito da interação existente entre o animal e o homem é conduzir o animal a dar aquele passo para o que se chama individualização. (...) Os esotéricos sempre disseram que a individualização é uma grande experiência planetária e quando foi instituída substituiu o método anterior utilizado na Lua que era tomado como impulso para alcançar algo para além (que se chama aspiração no caso do homem). Isto na realidade significa que quando a vida evoluindo na forma alcançou um certo grau no crescimento da sensibilidade e da consciência e quando o impulso interno foi suficientemente forte a vida esforçou-se para estabelecer contato com outra corrente de expressão divina com outro raio de maior manifestação.
  (...) Na atualidade os animais que chegam à individualização são, em todos os casos, os animais domésticos como são o cavalo, o cão, o elefante, e o gato. Esses quatro grupos de animais domésticos encontram-se atualmente no ‘processo de transfusão’, como se diz em sentido oculto, e as unidades de vida, uma por uma, são preparadas e conduzidas para o portal para esse peculiar processo iniciador que chamamos – na falta de melhor termo – individualização. Eles esperam nestas condições até que se pronuncie a palavra que lhes permita transpor o umbral para serem admitidas nele”. (AAB)

  A par de tudo quanto se diga sobre o reino animal, ou do porque de ter existido tantas espécies selvagens, gigantes e predadoras para depois haver desaparecido sob condições de que nada se sabe senão hipoteticamente, esse reino desempenhou um papel de grande relevância para a natureza do planeta. Sabemos que os diversos planos ou mundos intra-relacionados se caracterizam por diferentes qualidades de matéria segundo suas vibrações. A matéria é universal, de única raiz, no entanto possui características especiais em cada mundo de existência. Nos ciclos das eras pré-históricas as condições físicas, etéricas e astrais da matéria em seus respectivos mundos eram também primárias e os reinos tinham organizações recentes.

  Desse modo, seriam necessárias forças acentuadas no sentido de tirá-la de sua estabilidade inercial, possibilitar reações mais fervilhantes em seus átomos a fim de torná-la maleável para as vidas em seus muitos e necessários aspectos evolucionários. Isso foi projetado em grande parte pela ação inteligente da alma universal ao dotar os arquétipos dos reinos de características especiais a afim de que atuassem diretamente em diferentes gamas da matéria em seus subplanos. Os grandes animais, contudo, andavam pela Terra movendo as energias etéricas e astrais, rasgando o éter com seus rugidos, grunhidos, guinchos, urros e toda uma série de sons guturais de que o reino animal é capaz, fazendo-os também ecoar na matéria astral. Da mesma forma no ar e na água, os representantes das espécies, viventes nesses elementos em seus habitat naturais, realizavam transformações predatórios ou não, porém com efeitos diretos nas matérias referidas.

  No fechamento deste capítulo desejamos chamar a atenção dos leitores ao fato de que o surgimento de homens em encarnações na Terra nesta quarta ronda de nossa cadeia, constituindo-se em raças físicas ao longo dos milhões de anos, aconteceu basicamente em quatro principais processos. O primeiro, diz respeito à materialização lemuriana após o trabalho dos Pitris Lunares na anexação dos chhâyâs nas formações filamentosas dos futuros seres humanos das duas primeiras raças etéricas, a Polar e a Hiperbórea. O segundo processo, diz respeito, exatamente, ao método da individualização do animal em animal-homem já no período atlante, conforme aqui, em sínteses, abordamos. Quando os animais lunares se individualizaram na Terra, já entraram no mundo físico como seres humanos materializados a partir de etnias primitivas que puderam prover-lhes com corpos adequados às suas formações elementais e instintos animais. A humanidade herdada do reino animal daquele período hoje forma povos imaturos e classes baixas das sociedades em todo o planeta. O terceiro processo é o do desenvolvimento natural de egos da cadeia lunar que tendo cumprido suas etapas evolucionárias com sucesso, ou falhado, aguardam pelo momento adequado de entrar nas raças, segundo seus padrões vibratórios. O quarto processo prende-se às transmigrações de egos de orbes pertencentes às demais cadeias do sistema solar que identicamente aos egos da cadeia lunar, ao se adiantar ou se atrasar nos seus grupamentos originais, são trazidos para encarnações na Terra segundo também seus padrões vibratórios.

CAPÍTULO III
   CAMINHOS DAS INICIAÇÕES HUMANAS

  Vimos que os reinos da natureza passam por iniciações a fim de atingir status mais elevados no processo evolucionário do planeta. As ondas de vida, com sucessivas emanações, preenchem os reinos com seus dinamismos começando propriamente a atuar a partir dos reinos elementais, localizados nos mundos mental abstrato, mental concreto e astral. Os reinos dos mundos mental e astral representam ainda a descida do arco por onde transitam as ondas de vida, porém uma onda ao atingir o mundo etérico, passará a atuar sobre o reino mineral, vindo encontrar aqui seu nadir ou ponto mais baixo de descida. Neste ponto, os investigadores destacam o começo da luta espírito x matéria nos limites etérico-físico do reino mineral, acontecendo aí o aprofundamento e estabilização do processo de descida e a subjugação do espírito pelo poder cristalizador “tamásico”(4) da matéria. Este marcante acontecimento estabelece a natureza do processo em que os ocultistas-alquimistas mais adiante tratariam como o “solve” e “coagula”, nas escolas iniciáticas, em relação à necessidade de cada aspirante em criar intimamente um vínculo ou ponte entre a matéria e o espírito (5).

    (4) “A matéria (Prakriti ou Pradhâna) está constituída por três gunas (modos, modalidades, qualidades ou atributos), chamados respectivamente sattva, rajas e tamas, os quais não são meros acidentes da matéria, senão que são de mesma natureza e entram em sua composição. Podemos traduzir de maneira aproximada os três gunas como segue: Sattva: bondade, pureza, harmonia, lucidez, verdade, realidade, equilíbrio, etc. Rajas: paixão, anelo, atividade, luta, inquietude, afã, dor, etc. Tamas: inércia, apatia, tenebrosidade, confusão, ignorância, erro, etc. Os gunas estão universalmente difundido na natureza material: existem em todas as criaturas, determinando o caráter ou condição individual, na proporção em se acham reunidos em cada ser. Assim vemos que Sattva é a qualidade (guna) que predomina sobre as outras duas no mundo dos deuses. Rajas, é que dá proeminência à espécie humana. Tamas, é a que prevalece nos brutos e nos reinos vegetal e inorgânico. Assim, nada há (a exceção do espírito puro) que esteja completamente livre dos gunas, nem há um só ser e nenhum só ponto no universo onde não exista pelo menos uma mínima parte de cada um deles. Na matéria caótica ou imanifesta, os três gunas estão perfeitamente equilibrados entre si, então todas as potências e energias que aparecem no universo manifestado repousam numa inatividade  comparável a de uma semente, porém, quando se rompe uma forma, uma manifestação, e toda manifestação ou forma é um produto de Prakriti em que predomina um dos gunas sobre os dois restantes, Sattva e Rajas não podem por si sós entrar em atividade; requerem o impulso do motor e da ação (Rajas) para se por em movimento e desatar suas propriedades características. Por isto se tem dito que ‘o Sendero se estende deste Tamas até Sattva por meio da luta e aspiração – Rajas’ “.   (HPB)

     (5) Evidente que estamos nos utilizando de uma figura válida para chamar a atenção do leitor sobre fatos análogos maiores de cujas relações outros advieram. O Baphomet de Mendes detêm diversos simbolismos e analogias entre a divindade de Deus e o iniciado, o Micro e o Macro, entre as forças e energias que circulam na natureza e dentro do próprio homem e da necessidade de a elas trabalhar em níveis de transmutações espírito-matéria, matéria-espírito. Nas indicações de o solve e coagula destacam-se, ainda, o pensamento de Deus e o pensamento do homem; a intuição pura e a capacidade em formular um pensamento objetivo; a força consciente do iniciado em reunir e magnetizar e o trabalho de transformar os elementos químicos internos do corpo em ouro espiritual, etc. Dessa mesma relação de valores e qualidades entre espírito e matéria estamos nos apropriando para em âmbito das Forças Criadoras relacionar à ação vivificante do Segundo Logos ao afundar a fluidez de Seu Espírito e dissolver-se nas forças paralisantes e condicionantes da matéria, chamadas tamásicas. No entanto, por imperativo de um processo natural evolucionante permeado por leis regentes do movimento e ação, a matéria não pode eternamente aprisionar o espírito, senão por um período pré-determinado, enquanto o espírito por todo o tempo de submersão solve-se e frutifica a própria matéria”. (Rayom Ra)
      
  Após eons da existência em que a matéria externamente predomina sobre o espírito, ou seja, o negativo estabelece todas as suas bases como matéria densa e assim vive plenamente nas consciências obscuras dos reinos e mente humana, a pressão progressista do carma da natureza começa a se inverter e o processo de submersão, lenta e gradualmente vai perdendo suas forças para a libertação da luz dos grilhões da matéria. O arco de subida então passa a ser galgado pelas incursões da força interna do espírito que se acha invertido no seu polo diametralmente oposto, vindo descerrar uma a uma as cortinas que ofuscam a verdadeira história da criação gravada indelevelmente nas auras dos átomos da própria matéria.

  Durante os tempos em que a matéria predominava não teria sido talvez a história mais dolorosa da humanidade. A inconsciência prevalecia e o sofrimento suportado era somente físico. Do homem das planícies da Lemúria ao aprendiz atlante a alma humana não se rebelou, porém quando a alma começou a acordar de sua hibernação, a se dar conta de que era mais que uma simples vida em meio à natureza, o sofrimento maior acordou também; a dor física passou a dividir-se com os anseios não compensados, com os sonhos não realizados (no início tratava-se de uma tosca imaginação em vigília, porque o homem lemuriano não sonhava) e objetivos não alcançados. A raça humana passou a ser de duas ordens principais: a obediente que acatava os ensinamentos de seus mestres e a que povoava o mundo desejando domá-lo. Daí, multidões de homens e mulheres rolariam pelo tempo experimentando sempre crescentes e mais diversas doses do sofrimento. Muitas raças nasceram e se espalharam pelo mundo e o homem em todas elas, como o eterno moleiro, esteve sempre a amassar o barro, a moldar o sofrimento e pela dor obter suas mais profundas experiências. Conforme Deus dissera a Adão e Eva no paraíso, quando mostrara da árvore do conhecimento do bem e do mal e depois decretara do suor do rosto. A morte e a vida, a vida e a morte a partir dali viveriam opostas, mas inseparáveis, sempre imanentes na eternidade da Terra!

  O conhecimento do bem e do mal traria ao homem considerações cada vez mais inquiridoras e na medida em que ele evoluía, vinha-lhe a necessidade de respostas mais significativas aos seus íntimos dilemas. Já na Lemúria, Sanat Kumara e seus servidores iniciariam um trabalho de concentração na meta evolucionária direcionando a população lêmure no sentido de estimulá-la a trabalhar suas potencialidades naturais e idealizar uma sociedade. Foram milhões de anos despendidos na potencialização e exteriorizações dos elementos vocacionais do homem, na edificação gradual de sua personalidade, segundo suas necessidades evolutivas nos caminhos do aperfeiçoamento. Como sabemos, a personalidade é considerada a alma terrena transitória que ao término de cada reencarnação é diluída. Através de muitas encarnações experimentadas nas diversas situações da vida, o homem edifica valores cada vez mais consistentes que o ajudam a conhecer, reconhecer-se e a sobrelevar-se das dificuldades por méritos próprios. Conforme reconhecem os esotéricos, a personalidade humana somente é considerada edificada quando detêm a formação completa dos quatro corpos inferiores funcionando e devidamente treinados.  Antes disto, o homem é ainda uma entidade humana em formação, sendo unicamente o animal mais evoluído da natureza. O corpo causal do homem, localizado entre o corpo mental abstrato e o búdico, é o responsável em registrar os seus avanços e determinar, a partir dos valores armazenados, quais serão os desafios do ego numa nova interpolação terrena.

  O processo evolucionário das raças encarnadas na Terra, conforme vimos focando, iniciou-se propriamente com a raça lemuriana numa espiral ascendente na conformidade com os surgimentos das suas sete subraças. Os valores externos que necessitassem constantes apuros, como a constituir sociedades com melhores identidades culturais, edificar cidades para a proteção contra os ataques de animais ou de inimigos da própria raça, melhorar sempre o meio ambiente de suas atividades e outras ações, imprimiriam a conotação de iniciações aos povos lêmures, a partir, principalmente, de sua quarta subraça. E relativamente às suas consciências externas, de fato assim foram, como continuariam a ser noutros povos de emergentes civilizações, embora em certas etapas os povos começassem a avançar no pensamento reflexivo e na vida interior.

  Desse modo, as atividades urbanísticas, o desenvolvimento e aplicações coordenadas de áreas da ciência, as concentrações religiosas, os estudos filosóficos e de fenômenos ocultos, se constituíram durante alguns ciclos nas principais expressões culturais das espirais evolucionárias atlantes, propiciando-lhes crescentes qualidades para o ritmo de suas conquistas. Esse mesmo delineamento revelado aos povos de antanho se revelaria também para a humanidade do segundo milênio de nossa era, ao passar por novos momentos iniciatórios quando começou a manipular a eletricidade para diversos fins utilitários, transformando-a num instrumento essencial para o progresso material das nações, implementado com a iluminação elétrica em lares e cidades inteiras em todo o planeta. Do mesmo modo, a isso se seguiria à implantação do telefone que nos veio prover da intercomunicação imediata a curtas e longas distâncias, e quando o domínio do ar pela aviação foi consumado. No passado recente, houve também a transformação do ferro em longas linhas de trens, na fabricação de locomotivas e de pesados transatlânticos, o que proporcionaria novas realizações científicas e culturais.

  Se no lado positivo a eletricidade atraiu a lâmpada e a lâmpada inundou o planeta de luz, no lado negativo, nas sombras das consciências, provaríamos das desgraças e dores de duas grandes guerras mundiais, testemunharíamos as explosões hediondas de bombas atômicas sobre pacíficos e indefesos cidadãos de duas cidades japonesas, e registraríamos, nas últimas décadas, aos eclodimentos de novas guerras por conquistas: guerras étnicas e outras declaradas por diversos motivos ou alegações, além de se desencadearem sucessivas revoluções locais: todas, com poucas exceções, que matariam dezenas, centenas ou milhares, destruiriam propriedades e afetariam profundamente milhões em níveis físicos, emocionais e mentais.

  As duas grandes guerras acabariam por se constituir em veículos para o expurgo do carma dos povos envolvidos e embora espremendo os seixos no giro oposto da roda evolucionária, contribuíriam para acelerar experimentos e invenções que, apesar de almejados para o fortalecimento e superioridade dos contendores, serviriam muito mais ao aparelhamento científico e tecnológico das várias áreas das atividades humanas do que para outros objetivos quaisquer. Os implementos científicos modernos calcados nessas duas grandes introduções – a eletricidade e a comunicação telefônica (esta acontecida após o código Morse no telégrafo) – a exemplo do transporte sobre rodas equipado com motor à explosão ou combustão interna, e dos adventos do rádio, cinema, televisão, internet, celulares e de outras derivações, foram também efeitos sucessivos que a humanidade em massa experimentou e continua experimentando nas esferas da moderna tecnologia.

  São, sem dúvida, contextos iniciatórios globais, embora sejam para muitos de menores avanços conscienciais ou de nenhum, ao se tratarem de uso meramente domésticos ou de facilidades utilitárias. Mas uma vez trazidos para os domínios e manipulações industriais e técnicas, houve necessariamente metodologias aplicadas, algumas profissionalmente complexas exigindo longas jornadas de estudos e práticas, portanto de adestramentos mentais. Já as explorações dos recursos minerais de pedras em várias categorias, além de propiciar iniciações ao reino mineral, proveram o mundo de adornos e maior expansão do brilho exterior do ouro que veio ancorar definitivamente suas vibrações magnéticas externas do plano de Atma no mundo físico, beneficiando em maior número egos de individualizações mais recentes.

  Portanto, a partir da quarta subraça os lemurianos obteriam maiores avanços em seus processos civilizatórios, principalmente pela participação efetiva em suas vidas de representantes das Hierarquias Criadoras que entre eles encarnaram, como os Barhishads Pitris - os mestres lunares. Vejamos os seguintes tópicos a partir da quarta subraça:

  “Nessas últimas subraças os Barhishads tornaram-se reis – os Reis-Iniciados dos mitos – que foram mais verdadeiros do que histórias. Um Rei-Iniciado reunia um número de pessoas ao seu redor, formando um clã; então ensinava a esse clã algumas das artes das civilizações e o dirigia, auxiliando-o na construção de uma cidade. Uma grande cidade foi erigida sob tais instruções, onde agora é a Ilha de Madagascar, e muitas outras foram igualmente construídas noutras partes do continente lemuriano. O estilo da arquitetura era ciclópico, impressionando pela enormidade” (AEP)

       Nesse tempo, novos membros da Hierarquia dos Pitris já operavam em auxílio aos Manús, que eram responsáveis pelas transformações e evoluções físicas das raças, conforme anotado:

  “Enquanto a sexta subraça se desenvolvia, um grande número de Iniciados e seus discípulos foram enviados da Intra-Cadeia do Nirvana para a Terra a fim de auxiliar desde logo e para resultados futuros ao Manú da quarta Raça-Raiz, encarnando nos melhores corpos (lemurianos, naturalmente). (...) Existiu na Lemúria a Loja dos Iniciados que não foi primordialmente para o benefício dos lemurianos. É bem verdade que embora alguns deles estivessem suficientemente avançados tendo aprendido de Gurus Adeptos, os ensinamentos necessários a eles limitavam-se às explicações de fenômenos físicos, tais como o movimento da Terra em torno do Sol, ou às razões das diferenças nos aspectos que os objetos apresentavam quando observados alternadamente mediante as vistas físicas e as astrais. A Loja, embora estivesse estabelecida para aquelas entidades vinda de Vênus enquanto trabalhassem em favor da evolução da Terra, servia-lhes do mesmo modo para o seguimento de seus próprios desenvolvimentos evolucionários”. (AEP)

  O continente de Atlântida marcaria extraordinária evolução humana tanto no aspecto físico e emocional quanto na organização mental de suas subraças que começariam a ser formadas milhões de anos antes. Alguns povos atlantes conviveram com os lêmures ainda no continente da Lemúria, que se transformaria mais tarde na grande extensão continental dominada pelos atlantes, após as seguidas catástrofes que modificariam a geografia da Terra. Os atlantes foram de extrema importância para a sabedoria que hoje o homem manipula e detêm, pelo desenvolvimento mental que iniciaram e pelas iniciações que tiveram, tanto nos aspectos da ciência oculta quanto das ciências materiais.

  O processo evolucionário de um planeta requer fases distintas onde os reinos não humanos e o humano participem ativamente a fim de mover forças e energias e requalificá-las, resultando que matéria e espírito passem por experiências em diversos níveis. Os níveis se correspondem. Há uma inversão nas posições e funções dos planos que nos níveis acima e abaixo se situam. Os triângulos que se entrelaçam e se traduzem pelo axioma oculto “Quod Est Superius Est Sicut Quod Est Inferius” estabelecem justamente esta relação em termos de situações, porém não exatamente de qualidades. O triângulo que aponta para cima e o que aponta para baixo ao se entrelaçarem demonstrarão um resultado de equilíbrio das forças. Isso se dá com a natureza em seus mundos de diferentes graus de matéria e com o homem em seu processo de libertação sob as injunções do carma evolutivo obrigatório a que está submetido, quer ele aceite ou não. O homem através de suas iniciações no mundo material abrirá sempre fendas superiores pelas quais as forças e energias mais poderosas descerão, incitando-o a cada vez mais buscar no conhecimento a sua libertação. Esses passos representaram no passado a história iniciática dos povos, o conhecimento oculto e sacerdotal que lhes permitiu obrar sobre a anatomia, a medicina, a formulação de poções e remédios, e sobre cujas pesquisas e revelações superiores desenvolveriam a astrologia, a astronomia, a matemática, a física e a química oculta com a qual avançariam no conhecimento do átomo químico e nos átomos dos mundos superiores ao físico denso. Para os homens da modernidade, da ciência material, essa memória não existe: eles fingem não se dar conta de que o presente não existiria sem o passado, e que o homem nada teria conquistado sem a experiência pregressa gravada nas suas memórias celulares. Preferem mentir-se a si mesmos reafirmando que somente após a libertação da servidão das crenças e propósitos religiosos, e somente por isso,  teria unicamente o homem avançado em poucos séculos sob as asas dos experimentos científicos.

  Voltando ao passado, uma a uma desfilariam as sete subraças do continente atlante, avançando sempre no conhecimento do mundo, nas artes das guerras, movendo águas e terras. Sob as orientações de seus Manús, dos iniciados das Hierarquias Criadoras, a vida planetária viria se transformar através dos milhões de anos. Civilizações esplenderiam, cidades inteiras seriam edificadas com ornamentos em ouro e prata a fim de atrair poderosas energias sob as quais obrariam, e com essas energias aprenderiam a trabalhar e produzir na matéria e aprenderiam de suas almas em processos de perenes avanços do conhecimento. Em todas as subraças, os mestres do conhecimento introduziriam cultos às forças planetárias, ensinariam rituais, conduzindo os povos a desenvolver suas sensibilidades mediúnicas em correlações diretas com os sistemas de chackras. A Ilha Branca – a Shamballa – cidade construída no interior do planeta, com a chegada de Sanat Kumara, polarizava e dimanava novas e restauradoras energias para todos os reinos e civilizações humanas. De lá os mentores partiam sempre para ensinar e obrar junto aos atlantes, e também para guerrear com suas naves e armas especiais quando o mal incursionava contaminando os povos, ameaçando o equilíbrio das forças planetárias.

  As muitas histórias sobre os povos atlantes contam sobre guerras e destruições de civilizações. As trevas da matéria e as luzes do espírito estiveram em constantes lutas revestidos de mal e bem; essa herança a raça ariana também traria para sua época. Na realidade, o longo percurso civilizatório das raças jamais se apartou das lutas e sacrifícios uma vez que a natureza humana mergulhara na matéria e somente a luz do espírito poderia se antepor a fim de que desses choques e embates o carma retomasse suas porções de avanços e abrisse novos caminhos. O Plano da Criação possui um planejamento reto e objetivo; as etapas precisam ser cumpridas segundo os tempos em que o homem consiga maturar seu carma em diferentes experiências. A inevitável exposição de sua imaturidade diante das polaridades opostas o conduzem a tomar caminhos secundários ou divergentes, distanciando-o da meta principal. Assim, a humanidade palmilha vias sinuosas e se perde em desvios e em abismos de tentações; por isso, pela dor e sofrimento maiores, pela ilusão reconhecidamente não satisfeita, ela tende a buscar o caminho de volta e a retomar a trilha anteriormente traçada. Mas, novamente, sob a ação de suas próprias e desmedidas ambições, ela retoma os desvios. Essa é a sina das mentes vacilantes cheias de desejos ardentes, que nos grandes grupamentos humanos rolam sobre escombros de imperfeitas realizações, porém cedo ou tarde precisarão definitivamente segurar a ponta do fio de Ariadne.

  Assim foram os povos atlantes, assim são os povos arianos, assim sempre foi o maior percentual da humanidade. Os mentores raciais sabem disto, as Hierarquias Criadoras já trazem consigo o conhecimento da psicologia das massas em suas mais variadas etapas de crescimento da consciência, como já acontecido em diversos outros orbes de nosso sistema solar. Deste modo, a etapa atlante trouxe o planejamento do despertar das forças astrais. O homem lêmure na sua mais alta expressão evolucionada era ainda uma criança diante daquilo que a ele se destinava quando se albergasse em corpos atlantes. A tônica lemuriana foi do desenvolvimento do corpo biológico; a fase atlante se incumbiria de aperfeiçoá-lo na medida do surgimento das novas subraças, configurando formas mais bem delineadas em sua contraparte etérica, reproduzindo aparelhos físicos mais apurados. O conteúdo emocional do homem atlante foi mais destacado por que, justamente, as energias planetárias concorriam para esse desenvolvimento; por isso o mundo astral era inundado de formas elementais e egrégoras de todos os tipos, umas criadas pela vontade direcionada das Hierarquias Criadoras, outras pelas forças negativas estimuladas pelas mentes diabólicas que chegavam ao planeta e aqui estabeleciam sempre novas bases e hierarquias do mal.

  As sete subraças atlantes: Rmoahal, Tlavatly, Tolteca, Turaniana, Semítica Original, Acadiana e Mongol, por milhões de anos desenvolveriam as potencialidades astrais que marcariam o ego terreno com traços especiais. As iniciações se sucederiam de subraça a subraça diferentemente dos tempos atuais e de nosso passado recente. Em cada uma delas, em certos períodos, encarnavam grupos de iniciados das Hierarquias Criadoras, a fim de impulsionar-lhes o progresso, incrementando-lhes as vibrações através de seus equipamentos mentais avançados e corpos evoluídos, estimulando-os para valores mais importantes no tocante a organizações de sociedades, edificações de templos e iniciações à ciência de modo geral.

                                                                           CAPÍTULO IV
A IMPORTÂNCIA DAS RAÇAS

  O processo evolucionário das raças detém elementos bem mais criteriosos e elaborados pelas Hierarquias Criadoras do que supõem os estudiosos da antropologia em suas pesquisas materialistas. As raças até agora evolucionadas aos seus níveis, a lemuriana e a atlante - e a ariana em avanços mais recentes - conduzem a um contexto muito mais profundo, sequer suspeitado pela ciência moderna. O surgimento das raças não foi casual, nem espontâneo, nem pretensamente acontecido pela miscigenação étnica acidental ao longo das peregrinações do homem, como afirmam historiadores e autoridades acadêmicas da área. A verdade é bem outra conforme têm conhecimento os estudiosos do ocultismo e como estamos resumidamente procurando mostrar.

  Baseados nas falsas proposições de que não existem outros elementos comprobatórios de uma cronologia segura e confiável a fim de que a história do homem seja recontada senão somente a partir de antigos achados da arqueologia, pelas montagens antropológicas e por exames de velhos documentos selecionados, e partindo das premissas teóricas da evolução natural das espécies, concebidas por Charles Darwin, o materialismo vem reafirmando a inexistência de Deus, da alma, dos espíritos e negando causas e efeitos de leis naturais inferentes nos destinos da vida humana. O formalismo acadêmico por séculos vem enxertando os anais históricos com resenhas anotadas por especialistas e deferidas por institutos incumbidos em reunir elementos testemunhais concretos para oficializá-los, segundo regras que não podem ser transgredidas. Há documentos cujos textos-padrão são imutáveis, estando paralisados no tempo. Entretanto, há grande quantidade de fatos verídicos que foram sufocados, intencionalmente não compilados e de provas não consideradas. Além deste controle restritivo, houve no passado farta documentação perdida para sempre, destruída com as bibliotecas da antiguidade pelos vândalos conquistadores que hoje, provavelmente, ajudaria na montagem mais próxima dos fatos, ou na pior das hipóteses seria também desprezada e subjugada segundo os interesses, porém existiria em súmulas para futuras considerações.

  Felizmente, passando por cima daquela visão míope e caótica, fatos antigos vêm sendo aos poucos divulgados mediante novas coletâneas de provas da própria arqueologia oficial ou paralela e pela apresentação de elementos documentais rescaldados dos mais diversos tipos de achados, que tiveram suas linhas descritivas remontadas. Entretanto, de novo levantam-se barreiras e estabelecem-se fortes correntes de governos mundiais que pretendem outra vez sufocar essas provas emergentes que sacudiriam os antigos fatos cuidadosamente elencados, que, uma vez oficialmente reconhecidos, dariam outros rumos à história universal. Grande parte dessas omissões se relaciona a elementos agora constatados em todo o mundo sobre naves alienígenas, ou, por recentes descobertas através do super telescópio Hubble e por outros potentes telescópios, comprovando a presença extraterrestre em civilizações diversas desde tempos muitíssimo recuados. Essa moderna e avançada tecnologia, apesar de elaborada por cientistas desejosos de confirmar verdades concretas, acaba por armazenar inúmeras outras evidências e levantar incógnitas, diferentemente do que suspeitavam encontrar, mas ainda mantidas sob a cautelosa e incomunicável guarda de nossa milenar história.

   Há reconhecidas manobras para manter a história como está, pois se algumas importantes verdades amordaçadas através dos séculos, bem como todo o aparato montado pelas fábulas darwinistas fossem desmascarados de maneira inequívoca, haveria de imediato um prejuízo enorme ao edifício do monopólio materialista fortemente blindado nas suas insuspeitadas bases. No entanto, nada se guarda indefinidamente sem que um dia não venha a público. E com inusitada velocidade o mundo virtual e o real têm visto, ouvido e lido surpreendentes revelações acompanhadas de imagens comprobatórias da revolução que a tecnologia tem provocado sobre os fatos históricos e científicos até então aceitos.

   E por que existem tantas raças humanas e povos continuam a existir com tantas diversidades étnicas? Sob a visão ocultista há o desenvolvimento de um programa planejado em minúcias onde se inserem e fazem parte Hierarquias do sistema solar. As raças até agora esotericamente catalogadas seguem um cronograma original para o planeta Terra, para a cadeia a que o planeta pertence inter-relacionada com outras nove cadeias inexploradas pela Astronáutica; logo para nossos homens de ciência, inexistentes. Se há na Terra outros povos, outras humanidades e grupamentos anômalos cujas obscuras origens a antropologia biológica ou a antropogênese não conseguem amparar em seus catálogos, alguns deles efetivamente nunca fizeram parte do Grande Plano da Criação emanado da Inteligência do Logos Solar e de Seus Ministros Supremos. Mesmo as subraças lêmures e as duas primeiras do período atlante não deixaram elucidativa memória de suas epigêneses senão uns poucos e diluídos rastros nas subraças de sangue e genes mais poderosos, agora também em processos de extinção.

  Há registros nas mais variadas formas e tipos de um passado muito distante; há inscrições em pedras, murais, pergaminhos, papiros, cavernas, templos, pirâmides, obeliscos, estátuas e noutros veículos que nos fazem recuar no tempo, imaginar e buscar na intuição como teriam sido as nuances das ondas migratórias de povos e seus fenecimentos. Mas esses mesmos registros também demonstram a presença de deuses bons e maus vindo das estrelas e entrando nas filhas dos homens, portanto criando novos tipos étnico-raciais.

  Os povos da Suméria foram pródigos na memória pós-civilização; as mais de 24.000 tabuinhas de argila encontradas por arqueólogos em Nínive, guardadas na biblioteca do rei Assurbanipal, e outras 50.000 encontradas na cidade de Nipur, ao sul de Bagdá, somando-se a uma biblioteca na mesma Nipur contando 20.000 volumes sobre direito, ciência e religião, demonstram o poderio das reminiscências da antiga história. Esse fantástico acervo nos conta das histórias comuns e estranhas de suas civilizações; das gênesis de seus deuses, e de suas ciências que iam da astronomia aprofundada, alicerçada por inventos e observações do cosmos – impossíveis de serem realizadas senão sobrevoando os espaços – à mineração do ouro, prata, às edificações suntuosas de templos e cidades, e ao desenvolvimento da medicina e produção de remédios.

  Pesquisadores modernos contam que durante o período sumério, extraterrestres ali teriam estado e realizado experiências genéticas criando uma nova raça de homens somente para servi-los nas minerações na África. O que evidentemente concordamos em relação à presença alienígena, pela quantidade de provas arqueológicas encontradas, não somente ali como em outras partes do planeta. Uma prova disso nos dá um astrolábio sumério achado em perfeito estado, idêntico ao que se inventaria milênios depois, e peças metálicas cujas naturezas, ligas e conhecimento tecnológico não poderiam ainda existir para os diferentes povos da Terra. Isso há 8.000 anos ou talvez muito mais! Não cremos, porém, que esses extraterrestres aportados na Suméria fossem amistosos e tenham vindo para cá com a finalidade de também nos auxiliar. Teriam vindo de Nibiru – planeta real ou fictício – mas tendo eles aqui chegado, conforme registros mencionados, não foram ainda assim sob nenhuma hipótese os pais de nossa humanidade.

  As raças não escapam dos inflexíveis ciclos da natureza, impostos por suas leis de conservação e transformação aplicadas a todas as vidas ou grupamentos de vidas. Embora haja raças e muitos ramos originados de principais troncos produzindo vidas por milhões de anos, como no caso das subraças atlantes ainda em maior número no planeta, os ciclos de nascimento-crescimento-apogeu-decadência-morte, são inevitáveis, e trarão o final dessas expressões raciais transformando-as em ramos étnicos em extinção ou, antes disso, os dissolverão em amálgamas com subraças mais poderosas que ainda virão a surgir.

  Alguns dos objetivos impressos na memória das raças humanas permaneceram insondáveis durante muito tempo. Ocultistas, porém, sabiam que as raças detinham o papel principal de alojar almas a fim de que pudessem suas mônadas auferir da sabedoria da criação. Hoje é sabido que os corpos: físico, etérico, astral e mental do planeta relacionados com os planos inferiores do universo de nosso sistema solar, interagem com as vontades, desejos e ânsias das vidas dos três reinos não humanos num processo inconsciente e semiconsciente. Porém, em se tratando do quarto reino este alcança status superior e de toda a sorte realizador nos três mundos - o físico, o astral e o mental – porque neste reino o homem caminha para a autoconsciência.

  As almas humanas em formações ou treinamentos, submetidas obrigatoriamente às prisões dos corpos biológicos, a princípio se debatem às cegas num mundo de forças duais e opostas, para depois aprenderem a dominá-las e direcionarem seus propósitos para além das necessidades comuns e compensações materiais. Cada raça e subraça que se organiza e se espalha na Terra, traz um propósito subjacente para o melhor aparelhamento dos veículos organizados por bilhões de egos em composições de almas. Os embates espírito x matéria revolvem e requalificam a matéria dos mundos onde as almas vibram através de seus veículos de manifestação. Com isso, o próprio planeta passa por aprimoramentos e iniciações dos campos vibracionais de seus átomos em diferentes graus de organizações moleculares, e a inteligência imanente do Logos nos átomos que constituem a totalidade da matéria planetária também se requalifica com outras colorações.

  Temos assim que a raça lemuriana ao trabalhar sua própria matéria física auxiliou também o corpo físico planetário e sua contraparte etérica a entrar numa nova fase de apuramentos. O longo processo de articular o desenvolvimento emocional dos povos atlantes trabalhou simultaneamente o plano astral planetário. Do mesmo modo, o desenvolvimento dos variados aspectos dos corpos mentais inferiores dos povos atlantes e os aspectos superiores dos corpos mentais no desenvolvimento ariano, vieram trabalhar as respectivas matérias dos planos mental concreto e abstrato do planeta. Nesse quadro, bilhões de egos juntos, representam, proporcionalmente, partes da personalidade planetária e de sua alma. E os bilhões de espíritos entre emancipados do carma, que são em número menor, e os que avançam sobre seus carmas, em número bem maior representam juntos, proporcionalmente, partes do espírito planetário.

  O planeta Terra é uma entidade possuidora de corpos inferiores e superiores que nas proporções humanas o homem também possui. É também um ser em evolução que recebe em seus corpos o Logos Planetário – um dos sete Ministros do Logos Solar – que não somente encarna-se na Terra neste período, como é a principal referência de incorporações das forças e energias cósmicas para a cadeia onde a que pertence o nosso planeta. Seu papel é de muito maior relevância do que possamos suspeitar no processo evolutivo; ele é o Deus planetário sob cujas ações o planeta avança e realiza conquistas através de miríades de vidas e processos de energias e forças. Este ser foi durante milhões de anos, exatamente Sanat Kumara. Atualmente este honroso e poderoso cargo é ocupado pelo Senhor Buda Gautama, tendo Sanat Kumara se retirado, passando a ocupar outra função transcendente às posições hierarquicas espirituais da Terra.

  O homem passa, o ser humano passa, as raças passam, porque são meras formas num mar ardente de forças guiadas por uma Consciência Diretora que em cada um habita. A chama interna arde no homem e permanece ardente enquanto a consciência embrionária se desenvolve sufocada por muitos véus. Os véus são os estágios ainda ocultos pelos quais o homem precisa passar e ultrapassar para tornar-se conhecedor. A chama assiste, intui e guia até certo trecho do caminho, mas necessitará de combustível para continuar a arder; e se nada recebe não conseguirá ir mais além, pois na balança da natureza é necessário sempre doar-se para receber.

  A chama ardente ilumina e cresce no homem acendrado de modo incontido e depois de ter consumido todos os véus consumirá também ao próprio homem. O homem é vagante e transitório, um simples sopro. A vida terrena é transitória, o planeta e o sistema solar são transitórios, nada restará daqui a alguns bilhões de anos senão a chama trazida de volta ao seu lugar de origem. Deus é um Fogo Monumental, incontáveis são as chamas que O rodeiam e Dele se desprendem numa pequena fração de tempo, sem de fato se desprender, e a Ele retornam sem nunca terem partido, trazendo o que Ele desejou obter. Sua glória está nas chamas e as chamas são a Sua glória. Esse é o início e o fim do que sabemos, mas não o final de tudo porque se há um final nem as chamas ainda conhecem.

  Cada raça, portanto, cumpre o seu papel adrede programado pelas Hierarquias Criadoras. Nada é mais importante do que avançar e atingir a meta, pois a meta envolve a conexão de muitos fatores num conjunto em que nenhum átomo, próton ou elétron deixará de cumprir o que lhe está destinado. A raça lemuriana ao desenvolver o corpo físico e iniciar o desenvolvimento do corpo etérico, segundo o modelo estabelecido, iniciou também o trabalho de ativar seus próprios átomos. Os átomos são a base de todo o universo, Deus está no átomo. Quando o homem descobrir todos os segredos do átomo físico descobrirá um dos propósitos da criação, dos mundos, das cadeias planetárias, dos reinos, e da natureza como uma totalidade planetária. Devem, no entanto, os homens entender que o átomo sendo múltiplo na sua forma física é múltiplo também na sua realidade em todas as dimensões. Há sete tipos básicos de átomos na matéria dos sete mundos que se relacionam segundo leis da física e química ocultas. Os elementos constitutivos do átomo são capazes de se dissolver num determinado plano sob certas condições, se transferir e se reorganizar noutros planos em condições diversas de energia.

  Os homens da química acadêmica estão manipulando somente com as leis físicas onde o átomo se apresenta sob a forma projetada por uma possível definição ou suspeitada aparência. A cada tempo, no entanto, sob as pesquisas da moderna tecnologia, conseguem os cientistas rastrear outras possibilidades na constituição dos elementos do átomo e assim elevam cada vez mais o número de suas partículas constitutivas. As barreiras dessas constatações e pesquisas estão justamente nas dificuldades de aprisionar um átomo de forma absoluta, pois o átomo é energia pura organizada por elementos que rapidamente interagem, adquirindo novas aparências e qualidades, desdobrando-se em novos elementos ou desconhecidas energias. Os físicos das pesquisas quânticas começam a se aproximar de certas gamas dimensionais onde os elementos do átomo escapam e desdobram possíveis novas organizações, abrindo assim perspectivas de comprovações de mundos paralelos.

  O átomo físico realmente não existe como algo sólido, com geometria tridimensional, pois ele é supostamente ponderável somente enquanto agregado em massa, ao passo que massa é também energia e ambas interagem em condições duais enquanto os átomos estejam agregados. Quando a massa perde seu poder de coesão a energia concentrada se dispersa em células que rapidamente se desfazem em moléculas e voltam a se reduzir a unidades atômicas aparentemente isoladas, retornando ao reservatório da natureza. Os átomos conhecidos pela ciência material podem ser chamados de químicos e de tempos em tempos o poder do Terceiro Logos cria a possibilidade de novos átomos que o Segundo Logos modela e vivifica na natureza com qualidades recentes.

  No planejamento da criação das sete raças, houve um programa minucioso das Hierarquias Criadoras no sentido de que a cada ronda (*) fossem vivificados os elementos constitutivos dos átomos permanentes que formam as tríades superior e inferior organizadas para a manifestação da mônada na natureza. Como se sabe, nos encontramos na quarta ronda onde o trabalho das Hierarquias junto às raças é de prove-las de condições a despertar a quarta série das espirilas dos átomos-mestres ou permanentes. A forma estrutural do átomo na matéria das dimensões superiores ao mundo físico é diferente da estruturada no átomo químico, sendo aquele primeiro mais poderoso na capacidade de ser energia e transmiti-la.

  (*) Rondas são giros sistemáticos realizados por todas as vidas de todos os reinos em sete ondas de manifestações em sete diferentes oportunidades, durante incontáveis números de anos de nossa cronologia terrestre. Os giros percorrem a cadeia do planeta Terra constituída por sete planetas, incluindo a Terra, formados de matérias inerentes a cada dimensão onde, respectivamente, os planetas se localizam naquele momento. Cada ronda perdura por milhões, ou prováveis bilhões de anos somados entre a cronologia terrestre e a não terrestre de outras dimensões com parâmetros imensuráveis a nós humanos. Em seu total percurso pela cadeia, os produtos de todos os reinos vão a cada tempo, simultaneamente, se ancorando nos sete planetas da cadeia. Tendo um giro percorrido os sete planetas da cadeia, e depois de um período de descanso, novo giro é iniciado pela cadeia na mesma sequência do anterior. Atualmente, atravessamos a quarta ronda, estando a Terra vivenciando o desenvolvimento da quinta raça-raiz, a Ariana, com enfoque em sua quinta subraça, e aqui na Terra essa Raça-Raiz completará o seu total desenvolvimento após a passagem da sétima subraça. Então dará lugar à sexta raça-raiz, com suas sete subraças e por último virá a sétima raça-raiz em semelhante planejamento.

  As demais cadeias planetárias de nosso sistema solar também se desenvolvem em idêntico cronograma com seus sete planetas, todavia com tempos diferentes em relação às cronologias umas das outras e ordens numéricas de suas rondas, bem como das atuais raças em percursos.

  Assim, as raças são instadas a trabalhar pelo seu crescimento e desenvolvimento físico, emocional e mental, enquanto seus átomos-mestres recebem os impactos vibratórios e aceleram seus movimentos internos. Esse despertar segue um ritmo longo e demorado nos seus resultados para o homem não iniciado, uma vez que das sete séries de espirilas de seus átomos somente uma é despertada inteiramente a cada ronda. Desse modo tivemos nas três rondas anteriores de manifestação da vida uma série de espirilas desperta a cada ronda, sendo que a quarta ronda está destinada a despertar a quarta série de espirilas.

  A questão é: por que exatamente sete cadeias principais (as três outras não se configuram ainda num contexto maior no sistema solar), sete planetas, sete rondas, sete raças, sete subraças, sete séries de espirilas, etc.? Este fator é de origem cósmica, estando ligado a uma qualidade vibratória que pervaga e se imprime no oceano das energias de nosso sistema solar, sobrevindo de uma conjugação de fatores ligados aos sete sistemas solares dos quais o nosso é um deles. Provável também estar relacionado aos seis outros universos fora do nosso da Via Láctea, em que naqueles universos muitos bilhões de outros sistemas solares têm lá suas existências.

  Tanto os sentidos físicos estiveram sendo estimulados, quanto os sistemas de chackras que se distribuem nos corpos etérico, astral e mental do homem. No plano geral das raças cada um desses aspectos que foram trabalhados e intensificados na medida em que as subraças foram evolucionando, representaram iniciações ou novos estados de capacitação dos egos. Sabemos que as duas raças não humanas, a polar e a hiperbórea, iniciaram o desenvolvimento da audição e tato através dos milhões de anos que antecederam ao aparecimento da raça lemuriana. Os lêmures, por seu turno, foram trabalhados pelas hierarquias a dar ênfase ao desenvolvimento da visão, pois como se sabe, essa raça se manifestou inicialmente como ciclopes de um só olho localizado mais ou menos entre as sobrancelhas, vindo posteriormente desenvolver as vistas.

  A raça atlante foi treinada a desenvolver o sentido do gosto ou paladar, enquanto a raça ariana desenvolve o sentido do olfato. Devemos entender que esses sentidos, os animais também possuem, e os primitivos lêmures já os possuíam. No entanto, através dos tempos vem acontecendo o aprimoramento de cada um deles não somente no aspecto físico, como dos corpos sutis da humanidade. Os sentidos físicos, na realidade, concentram-se no cérebro etérico de onde tanto atuam no cérebro físico absorvendo impressões, quanto nele as imprimem a fim de que o cérebro identifique as formas materiais e as perceba segundo suas características. A natureza é a principal fonte de todas as coisas criadas no homem e todas as coisas se relacionam com planos ou mundos superiores que nos envolvem. As malhas de causas e efeitos que se desdobram maravilhosamente nos espaços vêm se materializar no mundo físico em veículos dos quatro reinos. A radiação do mineral, o magnetismo do vegetal, o instinto do animal, o intelecto do homem se direcionam todos a certas áreas dos quatro corpos humanos e todos vêm trazer aspectos relacionados aos seus órgãos físicos.

  De todos os modos, as emanações, princípios e características dos reinos influem nas presenças dos sentidos humanos porque as correntes arquetípicas atingem a todas as vidas que respondem segundo suas naturezas simples ou complexas no panorama natural, e as ligam. Os sentidos, que no ego ou personalidade humana individualmente manifestados atingem a perfeição, em conformidade com os avanços cíclicos das raças, ao início de tudo são identificados pelos orientais como elementos cósmicos chamados tanmâtras. Os tanmâtras são forças sutis veiculadoras dos cinco elementos ar, fogo, terra, água, éter que se correlacionam diretamente aos aspectos formadores dos cinco sentidos, e esses aspectos, nas suas ações mais largas, se transformam em propriedades ou qualidades características da matéria. Assim, os influxos das forças e energias inteligentes modeladoras dos protótipos ou arquétipos da criação fluem ininterruptamente pelos espaços e vêm encontrar as miríades de vidas concentradas nas formas, e em graus mais elevados aos corpos raciais, que precisam estar adequadamente formados para a recepção desses influxos e sobre eles reagirem materializando sempre qualidades. Na medida em que as mentes e emoções são exigidas a fim de estimular o trabalho dos átomos em seus corpos internos, o aparelho físico racial precisará responder adequadamente a fim de habilitar ao ego em formação a expandir as energias circulantes, externando-as em processos criativos ou de adaptações ao mundo físico.

  Havia a necessidade de criar na Terra, nos subplanos físico, astral e mental um campo vibracional onde pudessem ancorar-se sempre as energias renovadoras melhor qualificadas. O planeta em seu processo evolucionário necessita apurar sempre sua qualidade como uma entidade viva, e essas energias e forças o espírito planetário estimula, absorve e as caracteriza como sua própria personalidade. Ou seja, milhões de egos em trabalhos de edificação e alinhamento de uma personalidade em consonância com os seus protótipos, representavam nas primeiras raças as faces iniciais da personalidade em edificação, do espírito planetário. E esse é um dos motivos de as raças serem compostas, cada uma, de sete subraças uma vez que as energias e forças do universo necessitam encontrar ancoradouros em seus fluxos e refluxos e assim vir a interpolar, interligar e produzir avanços específicos. Neste particular, desde os evos lemurianos até agora, os avanços das raças se refletem nos avanços da Terra, na cadeia a que nosso planeta pertence e em âmbito maior no próprio sistema solar, segundo regras inicialmente impostas ao processo evolucionário. Vejamos o seguinte:

  O Objetivo Destas Regras:

  “Pode se dizer que para nosso propósito, as finalidades que perseguem estas regras são quatro, porém cada uma é possível expressar de muitas maneiras. Indicam simplesmente as quatro metas principais que os Trabalhadores do Plano nelas se tenham fixado. As enunciarei concisamente (...)
   
       1. O primeiro e principal objetivo radica em estabelecer, por intermédio da humanidade, um avanço da Consciência de Deus no sistema solar. Esta é uma analogia, “macrocosmicamente” entendida, da relação que existe entre um Mestre e seu grupo de discípulos. Ao reflexionar-se sobre isto se pode obter a chave do significado de nosso trabalho planetário.

       2. Estabelecer na Terra (como já foi indicado) uma usina de tal poder e um ponto focal de tal energia, que toda a humanidade possa ser um fator no sistema solar que produza trocas e acontecimentos de natureza excepcional na vida e vidas planetárias (e, por conseguinte, no sistema) e induzir a uma atividade interestelar.

       3. Fundar uma estação de luz, por intermédio do quarto reino da natureza, que servirá não somente a nosso planeta e a nosso sistema solar em particular, como também aos sete sistemas solares, dos quais o nosso é um deles. Esse problema da luz, ligado como está às cores dos sete raios, é por agora, uma ciência embrionária e seria inútil nos estendermos sobre isto.

       4. Estabelecer um centro magnético no universo, no qual o reino humano e o reino das almas (o quinto reino), unidos e unificados, constituirão o ponto de poder mais intenso, que prestará serviços às Vidas evolucionadas dentro do raio de irradiação Daquele de Quem Nada se Pode Dizer”. (Alice A. Bailey)

  Portanto, essas quatro regras seguem a um cronograma tão antigo quanto à criação do sistema solar, contrariando os postulados e axiomas da ciência materialista que entende o sistema solar como obra do acaso e o mecanicismo das leis gravitacionais dos astros sendo meramente acidentais, como é para eles tudo mais no infinito do universo.

  Nós esotéricos achamos incrível homens de raciocínio objetivo e concreto se apegarem a coisas tão ilógicas, como a um big-bang, origem e fim de tudo, sem a mente de um Criador a ordenar toda a existência e sem muitas outras mentes servidoras estarem a trabalhar para transformar e transmutar a matéria onde o espírito (energia, força, consciência, inteligência, vontade, etc) se manifeste como a essencialidade da própria Vida. No final de nossas reflexões, achamos que há cientistas de pensamento chumbado que realmente não conseguem se desprender de ideias ortodoxas acerca da criação do universo. Alguns se prendem ao orgulho pessoal ao terem defendido por toda a vida à inexistência de um Plano Inteligente e prévio ao surgimento do universo e agora mediante tantas provas em contrário não têm a humildade de recuar. Outros, simplesmente por estarem a serviço de grandes oligarquias mundiais são controlados.

  Os invencíveis grupos trabalham com o poder de astronômicas somas de dinheiro, e cujos planos não são os melhores para todas as nações. Com toda a certeza não haveria misérias, fome, insalubridades, tantas doenças e guerras com a aterradora e financiada tecnologia da destruição, se a ciência fosse realmente um patrimônio da humanidade sem outros interesses. Afinal, a ciência sempre existiu em civilizações passadas e existe em civilizações de outros planetas habitados, pois ela é um fator natural de desenvolvimento para tantas finalidades. Algumas dessas finalidades são de levar o homem a conhecer os extremos poderes da matéria, suplantar seus congelados axiomas e a herança de um pragmatismo que somente serviu para outras eras e, finalmente, levar a entender da verdadeira potencialidade acima da forma, da dualidade, conhecer a unidade, e assim nesses caminhos alcançar os preâmbulos da imensa ciência de Deus. A ciência de Deus é infinita, e quaisquer que sejam os avanços e conquistas que o homem de ciência atinja, ele será sempre um neófito.

                                                                               CAPÍTULO V
                                                                   RELIGIÕES E OCULTISMO

  Não somente ateus, também uma boa gama de estudantes do ocultismo critica as religiões e as desprezam pelo fato de suas histórias conflitantes caminharem exatamente de encontro ao que é ensinado. No ocidente, esse pensamento persecutório calca-se, principalmente, na trajetória da Igreja, mais precisamente nos desmandos e perseguições da Igreja Católica. As críticas se estendem ao protestantismo, às igrejas ortodoxas cristãs, às correntes religiosas de outras denominações e acabam entrando nas práticas do espiritismo, no judaísmo, atingindo o Islã e a todas as demais religiões espalhadas pelo mundo, mesmo aquelas orientais cujos ensinamentos são chamados de esotéricos.

  As religiões não são um mal nem um bem, mas necessárias. Algumas das religiões de um passado distante, bem anteriores aos tempos dos primeiros cristãos ou do budismo, deixaram somente rastros ou metafóricos estandartes ainda hoje segurados por uns poucos. Com os povos da Lemúria, conforme vimos, não houve propriamente qualquer tipo de devoção, porém ensinamentos rudimentares sobre as forças da natureza e movimentos dos astros. Já nos tempos das subraças atlantes, na medida em que os povos aprendiam de seus corpos astrais tornou-se necessário a elaboração de cultos onde eles pudessem exercitar suas melhores emoções em direção ao Alto. No entanto, o termo religião para identificar essas primeiras práticas atlantes não é correto, mesmo porque a etimologia do vocábulo traduz situações observadas posteriormente, já no período ariano, incorporadas com as noções de céu e inferno, agregadas às histórias mitológicas. Embora as cronologias dos surgimentos de povos atlantes e ários se misturassem e a partir dos ários as religiões começassem propriamente a ser cultuadas, voltando-se também aos povos atlantes, durante o ciclo de predominância daquela quarta raça não houve religiões. Os cultos anteriores das subraças atlantes organizados pelo Manú e seus oficiais foram desprovidos de um sentido filosófico, ao contrário das religiões edificadas para os povos ários.

  Da devoção ao Sol, aos elementos da natureza e ao átomo simbolizando o elemento imortal do universo onde o Criador se acha presente, esses tipos de cultos mostravam paralelamente às almas em formação, verdades correlatas ao universo e ao ser humano. Essas introduções, contudo, foram necessárias e faziam parte dos ciclos do emocional humano. Já a religião do fogo, no entanto, fundada por Zarathustra em 29.700 a.C. na Pérsia iraniana, no período do enfoque da quinta raça, deteve a finalidade não somente de consumir o carma como de ativar os átomos dos corpos astrais e mentais para a evolução futura.

  As crenças do passado visavam sempre à ativação das vibrações de forças naturais nos corpos dos seus adeptos, a fim de que a evolução pudesse ser continuada em harmonia com a natureza, como todas as coisas significativas e importantes coordenadas pela sapiência dos iniciados das causas e efeitos dos elementos na alma humana. Nesse mesmo teor, as mitologias mais tarde trabalhariam outros aspectos na psique das massas, abrindo canais da imaginação ao mesmo tempo em que faziam mergulhar, incorporar e polarizar energias trazidas dos arquétipos mentais-astrais formadores dos personagens míticos, anexados aos campos de forças ou egrégoras. Muitas alegorias e simbolismos mitológicos estiveram ligados e associados às forças da natureza, que uma vez manipuladas pela vontade ou por ritos evocatórios, produziam resultados visíveis e tangíveis tanto para o bem quanto para o mal, segundo as polaridades e finalidades a que se destinassem. A magia enveredada nos elementos mitológicos resistiu por milênios, passando de um povo a outro - a conquistados ou a conquistadores - mas não formou com suas práticas propriamente um edifício religioso coordenado, como depois o mundo conheceria.

  Povos da África herdaram algumas das idéias mitológicas levadas por personagens bíblicos ou absorvidas dos egípcios, anexando-as ao fetichismo e às práticas da magia animista. Os mistérios que se ocultavam detrás dos personagens e histórias mitológicas foram revelados aos iniciados nos templos da Terra por Sanat Kumara e seus Adeptos, diretamente de Shamballa de onde emanam as energias para nossa Fraternidade Branca que supervisiona o processo evolucionário de todos os grandes líderes e mentores da humanidade e seus núcleos de iniciados.

  Religião quer dizer religar, do latim religio, religo, religatus, ou seja, trazer de novo o homem para sua verdadeira origem. Esse significado somente pôde ser aplicado ao homem após sua monumental queda nos tempos de Atlântida e ao rolamento de seu destino em infindáveis ciclos de sofrimentos, guerras, misérias, doenças e de tantos flagelos que se alastraram pelo mundo em todas as raças, quer atlantes ou árias, mas que lhes serviram para um amadurecimento.

  O processo evolucionário tem duas principais vias: uma é a da obediência que conduz seguramente sobre as mazelas humanas; a outra é a da desobediência que atrai os desatinos, a desorientação, as dores, e as decepções e justamente por esses desencantos acaba por trazer de volta aos caminhos verdadeiros.
  
  A história das raças e povos é muito extensa, bem mais do que o academismo formaliza nas escolas. As relações do homem com o invisível faz parte indissociada da sua própria formação como personalidade. As raças atlante e ária, que se espalhariam pelo globo tiveram há milhões de anos o planejamento prévio para o desenvolvimento fundamental de elementos físicos e psicológicos, necessários ao processo evolucionário, quando nem ainda o globo terrestre estivera construído pelas forças hierárquicas. Os desvios verificados no período atlante e as incursões do mal vindas de fora de nosso planeta, seriam inevitáveis. 

  No entanto, se envidariam todos os esforços para que o mal não conseguisse se alastrar de maneira a destruir o trabalho da criação. Esta situação, sabiam as Hierarquias Criadoras, já tinha acontecido em alguns planetas de nossa galáxia. Os mestres do período lunar, que haviam alcançado iniciações superiores, ou que estivessem no caminho para essas consecuções, ao encarnarem-se na Terra abririam veredas não somente para as almas terrenas que avançavam adiante das demais, como para as massas que vinham mais atrás. Assim foi que o primeiro grande impulso nas vidas planetárias, se daria com a individualização dos animais do período lunar em animais-homens terrenos. Esse evento, conforme vimos em capítulo anterior, traria muitos milhões de seres para encarnações em etnias primitivas, o que demandaria um trabalho extenuante das Hierarquias a fim de coordenar suas evoluções e aprendizados em diversos aspectos. 

  Vyasa seria o mestre responsável por coordenar e administrar o trabalho de individualização. [O Vyasa original, a grande individualidade evocada pela invocação dos primitivos homens-animais, segue sendo mais que um nome, ainda que tenha saído de nosso esquema planetário há milhões de anos. Respondeu às invocadoras espécies superiores do reino animal, abrindo-lhes uma porta para o reino humano, e Seu trabalho deu lugar ao processo conhecido como Individualização - Los Rayos y Las Iniciaciones, Tomo V, página 433, edição de 1965, por Djwhal Khul]

  Milhões de anos depois surgiria Hércules, outro iniciado do período lunar, que abriria o caminho para o discipulado na Terra, simbolizando todas as etapas e iniciações menores através dos seus Doze Trabalhos, a fim de que o candidato chegasse à Primeira Grande Iniciação. 

  Krishna viria abrir as portas para a segunda iniciação, Buda iluminaria o caminho e Jesus o abriria para a terceira grande iniciação, embora ele próprio numa só encarnação, alcançasse a quarta e a quinta iniciações, e o Cristo junto com ele chegasse à sexta e à sétima iniciações. Essa breve referência dos caminhos do ocultismo serve para nos demonstrar que as vias da evolução - do conhecimento e sabedoria - estão a cargo de seres maiores, de uma vida iniciática começada anteriormente ao planeta Terra, e eles preparam o caminho para os que se adiantam bem como para as grandes massas mundiais que ainda seguem sem verdadeiramente enxergar.

 A grosso modo, logo em seguida às grandes catástrofes que destruiriam o continente atlante, os povos haviam se caracterizado em quatro principais grupos de temperamentos, a saber: o linfático, o bilioso, o nervoso e o sanguíneo. Esses grupos careciam de maior flexibilidade nas suas estruturas emocionais, embora sofressem influxos dos astros nas suas projeções astrológicas, e necessitassem se ajustar às naturais tendências dos signos. Com o avanço da raça ariana veio à necessidade de um trabalho mental melhor dirigido a fim de que a mente em desenvolvimento não buscasse unicamente a objetividade, o que trouxe o Manú e seus oficiais a trabalhar as subraças no sentido de dotá-las com elementos mentais-devocionais combinados com a intensa emocionalidade revelada. Surgiriam então ao longo do tempo, em grandes e menores civilizações, as religiões e as mitologias com duplo aspecto: o popular e o oculto, estendidas aos povos atlantes que ainda traziam em suas auras marcas da magia negra largamente praticada. As religiões foram sempre procedentes quando organizadas pelos mentores raciais por que seguiam a um trabalho inteligentemente elaborado. As práticas populares e principalmente aquelas conduzidas pelos sacerdotes iniciados que aos seus níveis de conhecimento realizavam ritos e rituais secretos, dimanavam energias poderosas revertidas para todo o conjunto religioso.

  Sabemos da importância das religiões para todos os impérios da antiguidade e dos grandes impulsos que a casta sacerdotal promovia nas diversas áreas de atividade dos povos. Inventos, medicina, arquitetura, urbanística, aquedutos, sistemas de esgotos, astronomia-astrológica, engenharia de guerra, navios e carros de combates, agricultura, comércio, enfim toda uma ordem de produções, produtos, insumos, técnicas e ciência era grandemente ingerida pela inteligência e participação dos sacerdotes conselheiros de reis e imperadores. Os deuses e heróis mitológicos se misturavam aos cultos religiosos populares, emergindo principalmente de um mundo simbológico onde suas reais e virtuais existências provinham de segmentos de forças não reveladas, e a realidade e finalidades de suas criações eram trabalhadas ocultamente. E devido a essa anexação ao popular, de personificações sobre-humanas, as lendas dos heróis e deuses se perpetuariam na memória das raças, podendo assim, milênios depois, ser resgatadas debaixo das alegorias e simbolismos para o entendimento oculto. 

  Os ensinamentos mitológicos se espalhariam pelo mundo antigo e se tornariam indissociados das vidas nas diferentes sociedades. Algumas civilizações foram mais destacadas e brilhantes que outras. Nesses parâmetros, embora a Grécia tenha trazido imensa luz e beleza ao mundo e o império romano tenha adotado sua mitologia e continuado muitos de seus cultos, espalhando-os pelos povos conquistados durante mais de 1000 anos de domínio, a vida religiosa e cronológica do Egito foi mais longa e profunda tanto em aspectos populares como esotéricos. Profetas citados no Antigo Testamento, como Abraão, Moisés, Ezequiel e Elias teriam se iniciado nos mistérios egípcios, em rituais no interior de templos e pirâmides, e da mesma maneira filósofos gregos como Platão, Aristóteles e Pitágoras.

  As riquezas mitológicas e religiões do passado tiveram muitos ciclos de grandezas, glórias e também destruições. Os ensinamentos e as forças que se anexaram tanto pelas práticas no âmbito popular como nas dirigidas pelos iniciados produziram grandes impulsos nas consciências dos povos, mas em contrapartida, seu mau uso provocou grandes rupturas nos caminhos evolucionários, detendo grande contingente de pessoas nas vias negativas em que enveredaram e no carma provocado. Como sempre, os ciclos se sucediam de uma a outra civilização e a permanente luta entre o bem e o mal jamais findava. A natureza humana sempre foi muito falha e volúvel e as forças negativas sempre se organizaram justamente em torno dessas fragilidades. Mesmo nos grandes momentos de glórias e esplendores de impérios, as lutas entre essas duas forças duais e opostas exigiam grandes recursos de conhecimento dos mestres e altos iniciados para manter o equilíbrio e o controle das situações. As permanentes incursões de forças negativas provindas de fora do planeta foram responsáveis por grande parte das dificuldades em se manter o processo civilizatório dos povos dentro dos planejamentos traçados e ordenados. 

  Quando as projeções astrológicas negativas em nosso sistema solar se configuram e se projetam sobre a Terra, oferecem oportunidades a que as organizações do mal se fortaleçam e inundem o mundo com suas malignidades. Também as forças cósmicas negativas de fora do sistema solar, em determinados períodos astrológicos se repetem, conjugando-se em suas projeções sobre a Terra, provocando situações de agudas desarmonias sobre as estruturas dos egos humanos, quando então eles se inclinam para a linha de menor resistência. Esses fatores reconhecidos por iniciados e astrólogos de todos os tempos sempre foram responsáveis por estimular as grandes rebeliões dos egos contra os seus mestres internos, fazendo-os negarem-se às lições sacerdotais ou iniciatórias, arruinando seus íntimos e desintegrando planejamentos habilmente estruturadas para os saltos de consciência nos propósitos evolucionários. Isso se aplica tanto às religiões mundiais, às pequenas organizações esotéricas independentes ou às grandes escolas de práticas ocultistas. Os planos internos de forças positivas e negativas são então estremecidos e as falanges malignas do astral da Terra, nessas ocasiões, veem-se muito mais reforçadas pelas presenças de seres extraterrestres que passam a dominar situações com seu conhecimento superior e a produzir os rompimentos. Essa é uma verdade sem idade; e foi uma das grandes lutas das Hierarquias no passado como ainda é no presente. E mediante a pequenez humana, as forças do mal ao final de tudo sempre deixam suas marcas de destruições, como no passado em que triunfaram, destruindo projetos e trabalhos de séculos ou milênios, ou conseguiram em meio à anarquia popular, implantar suas doutrinas e métodos iniciatórios que visavam e ainda visam unicamente expandir e fortalecer as práticas negativas disfarçadas em ensinamentos proveitosos.

  Neste particular, as organizações negativas desde tempos lêmures-atlantes também se organizavam em práticas do mal, onde se cultuavam, como modernamente ainda se cultuam, valores invertidos. Essa herança pode hoje ser facilmente constatada através das práticas de todos os tipos no mundo inteiro, independente de classes sociais. Existe, pois, a magia negra abertamente praticada por povos primitivos em todos os continentes através de horrendos rituais fetichistas, animistas e mediúnicos; há fraternidades de cultos esotéricos unicamente negros, satânicos e degradantes, de magias sexuais perversamente aberrativas; há ordens de lutas marciais assassinas, com símbolos negativos representando a morte e a disseminação da violência, há grupos racistas promovendo a morte e a discriminação social, como há também fraternidades budistas voltadas unicamente para a magia negra (6). Essas forças negativas ou destrutivas alastradas pelo mundo influenciam através de todos os veículos às áreas de atividades humanas, estimulando sempre às seguidas transgressões dos direitos alheios, às inversões de valores e ao caos moral das sociedades. São forças poderosas que cegam e incitam ao avanço da ambição material, do ódio e crime, desprezando o cultivo de valores necessários à consciência, mesmo independentes de religiões, seitas ou crenças.

   (6) “Dugpas, literalmente “barretes roxos”, uma seita do Tibet. Antes do advento de Tsong-ka-pa no século XIV, os tibetanos, cujo budismo, deteriorado por eles, havia sido horrivelmente adulterado com as doutrinas da antiga religião dos Bhons, eram todos dugpas. Desde aquele século, seja como for, e depois das rígidas leis impostas aos gelukpas (barretes amarelos) e da reforma e depuração do budismo (ou Lamaísmo), os dugpas se entregaram mais do que nunca à feitiçaria, à imoralidade e à crápula. Desde então a palavra dugpa veio a ser sinônimo de feiticeiro, adepto da magia negra e de toda a coisa vil. (...) Os Dugpas ou Bhons, a seita dos barretes roxos são tidos como os mais versados na feitiçaria. Habitam o Tibet Ocidental, o pequeno Tibet e o Butão. Todos são tântricos (gente que pratica a pior espécie de magia negra). É altamente ridículo ver alguns orientalistas que visitaram as fronteiras do Tibet, tais como Schlangintweit e outros, confundir os ritos e repugnantes práticas dos Dugpas com as crenças religiosas dos Llamas orientais os “Barretes Amarelos” e seus Narjols ou homens santos”. (HPB)

  Adolf Hitler teve contatos diretos com a magia negra tibetana, talvez com membros da seita “barretes roxos”, e suspeita-se que após a tomada da Alemanha pelas forças aliadas ele teria conseguido escapar para o Tibet. Outros afirmam que o Führer e alguns membros do III Reich fugiram para o pólo sul para o Neu Schawbenland, por cuja passagem para o interior do planeta, extraterrestres lhes teriam dado cobertura. Muitos fatos apontam para essa possibilidade, um deles e extremamente estranho, aconteceu quando forças americanas que para lá se dirigiram em 1947, em missão de combate, em que participou o Almirante Richard E. Byrd, tiveram rapidamente destruídos navios e aviões, e mortos mais de 1500 homens de várias nacionalidades, por desconhecidas armas e naves. Foi realmente fato verídico e algo constante dos relatos americanos de recente pós guerra, abordado em revistas americanas da época. Mais tarde, americanos explodiriam no local uma bomba atômica, cuja finalidade certamente seria destruir um possível reduto alien-nazi, não se sabendo de seus resultados. 
  
  Hitler, ao começo de seus discursos diante de platéias com milhares de pessoas, costumava iniciá-los brandamente, mas em certo instante tinha sacudimentos, seus olhos denunciavam um brilho de transe hipnótico e começava a gritar e gesticular, e por um forte magnetismo arrastava as platéias ao delírio. Ao final, tinha perdido de dois a três quilos. Com frequência apontava para o alto mencionando seus “superiores”. Hitler foi totalmente místico e ocultista, sem a menor dúvida iniciado na magia negra européia e talvez na tibetana, sendo extraordinário médium que serviu às forças negativas. (7)

  (7) 1. “Entre as sociedades secretas que pululavam na Alemanha após o fim da Primeira Grande Guerra Mundial, e de que acabamos de conhecer a variedade, existiam já algumas tipicamente representativas do que viria a ser a gnose nazi. E entre estas a Sociedade do Vril e o grupo Thulé, também chamado Thulegselischaft, parecem ser as que efetivamente geraram o movimento hitleriano. (...) A Sociedade do Vril possuía certas relações com várias seitas tântricas tibetanas; assim, logo que uma pequena colônia himalaica se instala em Berlim em 1925, surge uma personagem bastante estranha, monge tibetano, denominado por alusão à Sociedade dos Verdes, que tinha a sua origem no Tibet. Esse homem anunciou por três vezes na imprensa o número exato de deputados hitlerianos que ascenderiam ao Reichstag. Disse-se mesmo que ele recebia Hitler regularmente, pretendendo ser o possuidor das chaves que abrem o Reino de Agartha”. (Hitler et la Tradition Cathare – J.M. Angebert) ”. (Hitler et la Tradition Cathare – J.M. Angebert) ”.

  2. “ Um dia em que o Führer se encontrava de bom humor, uma mulher de seu séquito arrisca-se a fazer-lhe uma advertência – Meu Führer, diz ela, não escolhais a magia negra. Hoje ainda tendes a possibilidade de escolher livremente entre a magia branca e a magia negra. Mas desde o momento em que vos decidais pela magia negra, ela não mais sairá do vosso destino. Não escolhais a má via do sucesso rápido e fácil. Aquela que conduz ao império dos espíritos puros ainda se encontra aberta aos vossos passos. Não vos deixeis desencaminhar dessa boa via por pessoas que patinam no lodo, e que subtraem a vossa força criadora. (...) Esta mulher inteligente exprimia, à sua maneira, as apreensões que preocupavam todas as pessoas em contato com Hitler; apercebiam-se de que o Führer se abandonava à influências maléficas, e estava por estas possuído de tal modo que já não era ele o Mestre”. (Hitler et la Tradition Cathare – J.M. Angebert)”

  As práticas ocultistas e as religiões do passado estiveram sempre juntas porque representavam forças que se aliavam a objetivos que acabavam por se mesclar. A alma dessas organizações e o verdadeiro sentido delas existirem para as necessidades dos povos, somente os altos sacerdotes e iniciados responsáveis por instituí-las tinham conhecimento. Da religião do fogo fundada por Zarahtustra, aos mistérios orfeicos da Grécia, aos ensinamentos herméticos do Egito, a sabedoria oculta andou dissimulando os segredos esotéricos e popularizando o sentido exotérico. Também os mistérios eleusinos (8) os Vedas, a filosofia chinesa, os segredos naturalistas e ritualísticos essênios, a gnose grega e todas as demais escolas e fundações esotéricas ou filosóficas dos principais centros e civilizações da antiguidade, reconhecidamente profundas ou escolásticas, detiveram a aprovação e orientação da Fraternidade Branca através de seus mais ilustres iniciados, pelo menos por algum tempo. Os historiadores que somente se atem às formas, aos mitos e mitologias e ao que restou da memória desses eventos, contribuem para a análise superficial materialista, retirando-lhes o verdadeiro sentido iniciático que os permeou – que eles verdadeiramente não entendem - vestindo-os de um sentido pueril e de todas as formas de crenças absurdas, sem nada saber das suas razões verdadeiras e profundas, e das necessidades que os povos tiveram para se manter concentrados nesses centros geradores de energias. (9)

  (8) “Os Mistérios Eleusinos eram os mais famosos e mais antigos de todos os Mistérios da Grécia (exceção feita aos da Samotrácia), e eram celebrados acerca da aldeia de Eleusis, não longe de Atenas. Epifanio fez remontar ditos Mistérios aos dias de Inaco. (...) Tais Mistérios eram celebrados em honra de Demeter (a Ceres grega) e da Isis egípcia; o último ato que se celebrava referia-se a uma vitima expiatória do sacrifício e a uma ressurreição, quando o iniciado era admitido ao supremo grau de Epopto .” (HPB)

  (9) “As religiões são sustentáculos de energias que se ancoram de maneira tecnicamente possível, atraídas por fórmulas recitativas, oferendas, rituais, pregações ou práticas que necessitam estar todos os dias ativados. Essas energias em movimento se dão e se recebem através das mentes de seus praticantes, e cada religioso se torna responsável pelo teor-qualidade externado por sua religião”.  (Rayom Ra – O Monoteísmo Bíblico...)

 Grandes iniciados fundaram os movimentos que depois se tornariam grandes religiões. Os esotéricos sabem de os momentos cíclicos e de configurações astrológicas especiais em que devam esses movimentos se ter iniciado, recebendo o selo indelével das energias e forças com que avançarão pelo mundo de maneira irrefreável. Não importam os erros e os desmandos humanos que vemos com frequência acontecidos nas religiões, pois as escolas filosóficas, ocultistas, ritualísticas-iniciáticas, também falham e provocam danos às sociedades quando seus representantes se voltam para si mesmos. Há exemplos típicos de famosas escolas ocultistas que se dividiram, seus fundadores e membros mais importantes enveredaram por disputas de forças e poderes extraídos dos seus conhecimentos de magia, e alguns acabaram em lamentável estado moral por excessos praticados. A prática da magia por seus próprios fundamentos, sem um respaldo do serviço e da caridade, sempre provocou grandes estragos e destruições de personalidades que se auto-proclamavam poderosas. Os verdadeiros mestres do conhecimento, magos dominadores dos segredos das forças mágicas e de seus elementos, não convivem com personalidades extravagantes, orgulhosas e auto-centradas, pois o convívio com esses homens presunçosos nada traz de produtivo aos planos da Fraternidade Branca. (10) Os perigos então os rondam e quando caem em erros em que não deveriam cair, as poderosas forças negativas os envolvem e os dominam, por que tanto a luz quanto as trevas têm poderes distintos: a luz, para tornar homens em servos livres, e as trevas, para torná-los escravos acorrentados.
    
  (10) Ainda em relação à Hitler, observamos como parâmetro geral a questão das ordens criadas sem o fundamento essencial para servir a um processo evolucionário mundial para todas as raças, no que institui e ampara sua existência a Grande Fraternidade Branca Universal, também conhecida como a “Loja Branca”.

  “Se é certo que nos anos imediatamente anteriores à primeira Guerra Mundial, Hitler foi influenciado pelas ‘predições’ da revista Ostara e talvez afiliado à Ordem do Novo Templo, não é menos verdade e melhor se prova a ascendência da Thulegesellschaft sobre o partido nazista, nos seus inícios. Esta ‘sociedade secreta’ foi criada em agosto de 1918 pela iniciativa do barão Von Sebottendorf, personagem estranho que merece toda nossa atenção. O próprio Grupo Thulé não era mais do que a derivação de uma sociedade iniciatória muito mais importante intitulada Ordem dos Germanos (Germanen-orden) fundada em 1912 e da qual Sebottendorf tornou-se uma das ‘cabeças pensantes’, a ponto que lhe foi confiada em janeiro de 1918, a direção da ordem da província bávara. Contentemo-nos em lembrar que o ‘Grupo Thulé’, que apoiou Hitler até a tomada do poder pelos nazistas em 1933, era muito ligado à ‘Golden Dawn’ britânica, desvio racista da Rosa+Cruz, cujo mago negro Aleister Crowley, se afirmava o ‘predecessor de Hitler’. “(J.M. Angebert – Les Mystiques du Soleil)  

  Jesus, nos templos de Atlântida, era conhecido como Antúlio de Maha Ethel e foi eleito pelos mestres da Fraternidade Branca para ser o Avatar – O Enviado - da Era de Peixes que há pouco mais de 2000 anos se iniciava, segundo as configurações dos calendários astrológicos anunciadores desse evento. A Era de Peixes com período exotérico de 2160 anos, teve seu início anunciado ao acontecer as conjunções dos planetas Saturno, Marte e Júpiter, exatamente quando Jesus voltou ao mundo terreno. A religião cristã não reconhece das antigas religiões os princípios ocultos e iniciáticos, considerados esotéricos, e nem os populares ligados às mesmas fontes simbológicas, chamados exotéricos, embora a esses últimos os tenha adotado. Sem dúvida que a partir da crucificação de Jesus o mundo ocidental entrou numa decadência cultural sendo arremetido aos confins de suas próprias limitações ficando unicamente à sua sorte, cerrado por muitos véus obscuros. Enquanto perdurou o império romano nos primeiros séculos da era cristã, ainda destacou-se Juliano dentre os césares, por seus poderes pessoais de iniciado nos mistérios e pôde manter a chama da tradição oculta viva e acesa nas reuniões secretas dos templos oferecidos aos deuses. Juliano restabeleceu o paganismo em confronto aos avanços do cristianismo, recolocando os deuses em seus pedestais e readmitindo as louvações, homenagens, ritos e procissões.

  O cristianismo não era para ser mais uma religião. Seu destino, é bem provável, deveria ser tão glorioso quanto fora a vinda de seu Avatar Jesus. Se Jesus foi iniciado dentre os essênios, no Egito pelos altos sacerdotes e na Ásia pelos monges budistas e tibetanos, passou iniciações aos seus discípulos mais próximos e ensinou-lhes muitos dos mistérios - como muito bem demonstra trechos do “Pistis Sophia” - a oblação de seus discípulos e mais tarde seguidores, deveria conter o que prenunciara e instituíra o Mestre. Mas assim fizeram os primitivos cristãos em criptas, grutas, cavernas, sob o manto de força iniciatória do Nazareno com Sua Presença Espiritual, e em outros locais a salvo das incursões de fúria despótica dos romanos. O cristianismo surgiu sob a manifestação e força do sexto raio, que justamente estimula a devoção e o idealismo e ainda que a humanidade atravessasse o período ariano em que o enfoque da mente concreta fosse um dos principais objetivos para o trabalho das Hierarquias, esse movimento que no decorrer dos séculos e milênios se tornaria uma religião mundial, veio dar ênfase aos sentimentos e emocionalismos do corpo astral. (11) 

  (11) “O Sexto Raio da Devoção personifica o princípio de reconhecimento. Quero significar com isto, a capacidade de ver a realidade ideal que se encontra por detrás da forma; implica que se terá de aplicar, de maneira concentrada, o desejo e a inteligência, a fim de expressar a idéia pressentida. É, em grande parte, responsável pela formulação de idéias que têm conduzido o homem no seu avanço assim como na ênfase posta sobre a aparência que tem velado e ocultado esses ideais. Este raio – a medida que entra e sai ciclicamente da manifestação – prossegue no trabalho de saber distinguir entre aparência e qualidade, trabalho que tem o seu campo de atividade no plano astral. É evidente a complexidade do tema e a sutileza que implica o sentimento.” (AAB)

  Teria falhado o cristianismo na sua principal mensagem? Essa resposta somente o Cristo poderia dá-la com precisão pela sua visão ampliada. O que vimos a partir do nascimento do cristianismo, após Juliano e após a queda do império romano - o último dos grandes impérios que pela força militar e cultura enriquecida pelos seus grandes filósofos e homens de sabedoria prática dominou meio mundo - foi o final dos grandes cultos ligados às forças mitológicas, se assim podemos nos expressar, e o nascimento de uma religião que de maneira alguma deixou de acolher no seu seio vícios e crimes antes praticados por aqueles que a precederam. Se Jesus dissera que seu reino não era deste mundo, não haveria porque edificar-se e alicerçar a religião em monumentos faustuosos como haviam edificado o império romano, os gregos, os egípcios e babilônicos em tributo e honra de suas conquistas. Não haveria a necessidade da adoração a deuses, às estátuas e à memória de novos heróis que viessem a fazer parte de sua futura história. No entanto, enormes catedrais de cúpulas deslumbrantes e torres pontiagudas a desejar tocar o céu foram levantadas; monumentos extraordinários comemorativos à religião foram construídos e uma pequena cidade, grandiosa na sua significação, rica e imponente, surgiria para representar os pilares e a fundação de tão ampla instituição mundial. 

  “Não farás imagens de esculturas e não as adorarás”, eis a ordem que nunca foi cumprida, eis que se ostentam dentro do grande edifício do Vaticano enormes estátuas de papas, bispos e mártires a representar a grandeza da fé, a exaltar personalidades e não a demonstrar a natural e espontânea discrição humilde que o religioso deva exercer diante de seu Deus e do supernal e oniabarcante Cristo, o maior de todos!

  Para que não se perdesse completamente a iniciação do mundo ocidental, cujos portais para a humanidade foram abertos pelas mãos crucificadas de Jesus, teria o Cristo intercedido e inspirado seus seguidores a obrar no sentido de prover a religião de uma sustentação de forças místicas exotéricas? Que é a missa senão a reintrodução dos rituais gnósticos e egípcios, onde se invocavam Kresthos, Sophia, Osíris, Isis e Horus? Que é o vinho e a hóstia, senão a celebração de Baco, o Dionísio – o deus do vinho - nas festas dos mistérios eleusinos, quando a deusa Ceres ou Demeter era também homenageada, por fornecer o trigo que faz o pão, e quando gregos e egípcios já manufaturavam a hóstia? Que é o incenso senão a mesma resina queimada nos templos de Júpiter em Roma, na Grécia e nos santuários egípcios? (*) Que é o Amém, senão a corruptela de Amon chamado durante os rituais no mesmo Egito em intenção a Amon-Ra? Os sacramentos, a liturgia já não eram praticados antes da era cristã embora com outras denominações e com ligeiras diferenças? Todos esses atos nunca foram originais da igreja, senão tomados das religiões e cultos de outrora, que depois, hipocritamente, a igreja os condenaria por suas celebrações pagãs. Portanto, a priori, que trouxe de novo o cristianismo nesses implementos ritualísticos e instituições para sua liturgia, pois até a crença monoteísta por ela copiada de Akhenaton se desvirtua voltando-se em direção ao politeísmo gnóstico ao pregar a presença de Deus em três pessoas distintas e cultuar santos e milagreiros?
  
  A igreja errou em não reconhecer abertamente que o exoterismo das religiões antigas não sofreria solução de continuidade, por que representava cultos e simbolismos de verdades milenares. Porém, a força desses rituais traria para um mundo dividido em tantas crenças e seitas uma só direção pacificadora e unificante, que não seria exatamente como se pensasse, pois Cristo agora introduzia a luta e a divisão que não somente caberiam ao mundo ruidoso e cruel de disputas e guerras, como no íntimo de cada cristão que se aventurasse a seguir os seus passos. Desse modo, Cristo se voltava ao mundo a ensinar-lhe como o processo de união da alma com Ele precisaria antes de mais nada quebrar os elos com a Terra, com o mundano, e nos estertores do sofrimento lançar-se para a união com Sua Presença em cada um. Mas esse processo seria longo, muito longo mesmo para todos os povos onde suas mensagens pudessem chegar aos corações, não pelos padres pecadores de mãos sujas, de atos vis e mercantilistas, escravistas e assassinos, porém pelos exemplos e palavras dos verdadeiros cristãos e seguidores humildes que a nada aspirassem senão a servi-Lo. E Cristo veria sua Igreja quebrar-se ao meio, a se dividir, ser conquistada por bárbaros e muçulmanos, tremer, cair ante outros conquistadores temporais, ser vituperada e vilipendiada, mas com os bons e os maus prosseguir assim mesmo por que a missão de Cristo na Terra era seguir em frente até o final.
  
 O mundo teria sido melhor sem a religião cristã com suas diversas denominações, seus poderes políticos, corrupções, despotismos, vícios, ostentações, guerras e crimes praticados? Não fizeram também assim os antigos de quem os gnósticos, esotéricos e ocultistas herdaram e cultuam suas memórias, cuja sabedoria guardada em ordens herméticas é ainda hoje colocada em prática? Haveria muitas diferenças no corroimento de suas bases principais pelos homens fracos, ambiciosos e vendilhões? Recentemente para a história, muitos dos rituais religiosos greco-romanos e festas palacianas egípcias acabavam em bacanais e sodomias e não seria isso a degradação religiosa calcada nas inversões dos simbolismos fálicos? As cronologias históricas nos demonstram que esses percalços nas instituições de cultos dos sábios, traziam a degeneração popular justamente quando as civilizações já decaíam, para logo em seguida serem demolidas de seus soerguimentos por fatores diversos, principalmente pela invasão de povos bárbaros.  Akhenaton, de culto de um só deus solar não participava e nem aprovava as orgias lascívias; nem Moisés, nem Cristo, embora nem por isto a igreja deixasse de ter seus pecados pela repressão sexual ou pela prática sexual ilícita e reservada.

  As guerras empreendidas e alegadas pela igreja sob um frágil manto de flácidas mentiras e concupiscentes razões evocadas de Deus, mas que em verdade se motivaram por sobrevivência, disputas de poderes, hegemonias e perseguições a hereges e dissidentes, não foram, porém, tão mais díspares nem se apresentaram com maiores gravames comparativamente aos verdadeiros motivos que cercaram e levaram às guerras napoleônicas, às púnicas, às gregas, às egípcias, às de Alexandre Magno, às relatadas nos Vedas, às dos samurais, de Davi e tantas outras em que elementos religiosos e espirituais também estiveram presentes, e que, por chancelas imperiais, foram impostas aos derrotados como práticas de nova fé. Alexandre foi um iniciado profundamente místico para a época; também foram Julio Cesar e Napoleão, como foi Adolf Hitler. Todos esses propuseram mensagens recebidas dos deuses e forças superiores para justificar suas revoluções e atos guerreiros, embora escopos humanos formassem desfiles principais e até justos em muitas instâncias – agendados em primeira ordem e prioritários - estimulando e impulsionando para as armas. Em outras e mais fáceis palavras: em regra geral as guerras eclodiram sob diversas e clamantes razões de conquistas, e principalmente por necessidades materiais tangíveis, e nunca tão somente por motivações de fé espiritual, misticismos ou de abstrações mitológicas, que ninguém jamais conseguiu iludir ou esconder.
   
  Contudo, não cremos que o mundo teria sido melhor sem a religião cristã, conforme acusam os céticos e ateus, pois o que de melhor teriam esses ferrenhos negadores obrado se nada fizeram pelos tempos senão criticar e voltar-se unicamente para a materialidade blindada? No entanto, a religião perpetuou idéias erradas, blafesmou contra a sabedoria das idades, tergiversou muitas vezes da clara mensagem de Cristo, perseguiu a quem eventualmente deveria pelo menos ter ouvido pela coragem dos seus ideais, assassinou populações hereges, torturou e imolou acusados, enriqueceu, dominou governos através do terror, destruiu crenças nativas originais e saudáveis interferindo malignamente em seus processos étnicos e atávicos, escravizou, materializou a fé e manteve o homem acorrentado em seus dogmas enquanto pôde conspurcar. Mas a despeito de todas as contradições, fruto do estreitismo e corrupções clericais, o espírito solto e religioso de milhões sinceros espelhou-se nos exemplos lídimos de homens que se sacrificaram e morreram por Cristo, se purificaram em jejuns e orações, obraram em dores e mantiveram acesa a chama da vida espiritual; com isso, hoje os convictos se aproximam de uma nova realidade que o mundo dos materialistas jamais poderia oferecer – a vivência de uma verdade mais aprofundada pela elevação espiritual nesses tempos de colheita mundial, conforme prometera Cristo em suas parábolas!
 
  (*) Num passado mais distante, na Índia e Egito, a perfumada resina do Cedro-do-Líbano já era queimada em rituais religiosos para diversas finalidades. 

                                                                           CAPÍTULO VI 
                                                               A JUSTEZA DOS INICIADOS

  Os ocultistas sempre falam nos pequenos e grandes mistérios gregos, e as iniciações de outrora eram realizadas, principalmente na Grécia e Egito pelos sacerdotes chamados de hierofantes, e em Roma pelos grãos sacerdotes. Os povos asiáticos desenvolveram valores diferentes dos ocidentais, formando escolas e construindo templos das mais variadas filosofias segundo suas idiossincrasias. Nesse contexto, se destacaram em primeiro plano, a Índia, a China e o Japão, e após a instituição do budismo, também o Tibet. A classe sacerdotal iniciada era imensa, (12) com a distribuição de muitos cargos e deveres, porém os Grandes Hierofantes eram raros, porque, em princípio, deveriam ser representantes nomeados pela Grande Fraternidade Branca. Hierofante vem do grego hierophantes significando “Aquele que Revela”. O hierofante era o sumo sacerdote. No Egito era o conhecedor da cabala e de todos os mistérios e magias que se praticavam, e nas dinastias gloriosas podia ser o próprio Faraó. Gregos e egípcios formaram um corredor de cultura ocultista em que não se sabe ao certo, em determinadas épocas, quem mais influenciou quem, pois os grandes mestres dos mistérios gregos conheciam os mistérios egípcios e vice-versa. Tanto assim que Orpheu instituiu os sons iniciáticos na Grécia, em que os chacras eram atuados ou despertos pelas notas especialmente emitidas. E no Egito ele foi Thot ou Hermes onde era considerado um deus que alavancou as práticas e ensinamentos aos iniciados, instituindo lá no país de Menphis grande aparato de ciências ocultas.

  (12) “Os sons graves do hino sagrado enchiam o ambiente de vibrações melodiosas. Aqueles cantos sacros, executados com extrema perfeição por vozes soberbas, acompanhadas e sustentadas ao som de harpas, produziam sempre, no povo, impressão profunda e perturbadora; involuntariamente, as cabeças se curvavam, os joelhos vergavam e uma ardente aspiração para a divindade elevava-se de todos os corações. Após os cantores, vinham os padres de todos os graus, precedendo o naos (barca sagrada) da deusa coberto com um tapete ornado de flores e carregado por oito pastóforos; depois, os grandes dignitários do templo, tendo à frente o reitor dos matemáticos, precedido dos símbolos da música e dos livros de Thot; a seguir o Hierofante, grande mestre das ciências genetlíacas: o relógio e a palma eram os símbolos do seu cargo; a pena, a régua e o tinteiro, precediam o Escriba sagrado, grande mestre da ciência simbólica sob todas as formas, e da arte hierogramática; depois caminhava o grande mestre da justiça, com seus símbolos: o côvado figurando a igualdade perante a lei e o copo figurando a grande comunhão sacerdotal, com a vida espiritual do universo pela iniciação. Por fim, surgia a arca-santa, que continha os dez livros da iniciação suprema e, atrás dela, Potífera revestido das insígnias de sacerdote, tiara branca na cabeça, o peitoral formado de pedras simbólicas, cintilando ao peito, e seus emblemas: os pães da comunhão e a jarra de ouro”. ( O Chanceler de Ferro – J.W. Rochester )

  Candidatos vinham de longe para se preparar e ser iniciados no Egito, tal como teria ocorrido com os sábios gregos da gnose, os profetas hebreus, os caldeus e o próprio Jesus. Pela grande ciência que cercou as edificações das pirâmides e templos, pela posição ocupada pela grande pirâmide de Gizeh onde seu ápice está apontado para a direção de importantes constelações e estrelas moventes sob a ótica astronômica-astrológica, e estando a sua base exatamente sobre a imaginária linha que divide o planeta em duas frações iguais, sem dúvida o Egito representou o maior centro de estupendas forças da antiguidade, sendo celeiro de grandes almas e de esoterismo inigualável. Hoje se revelam a presença de deuses extraterrestres que no Egito teriam aportado instituindo suas lendas, artes, a ciência oculta e a utilitária, bem como noutras épocas de decadências, a direção do país e seu corpo sacerdotal estariam dominados por seres do mal, também extraterrestres. Muitas descobertas arqueológicas não permitem nenhum engano sobre as interpretações de figuras nos murais e templos, onde são mostradas naves, aviões comuns, helicópteros, astronautas e muitas outras imagens, perfeitamente iguais as que conhecemos no presente, bem como invenções avançadas para a época. Não duvidamos destes achados, mesmo porque não há como duvidar de provas tão incontestes, amordaçadas e sufocadas pelos donos das culturas mundiais, e somente reveladas por intrépidos homens de ciência e sérios pesquisadores que se arriscaram em divulgar verdades paralelas, contrárias aos interesses de grandes oligarquias. E esses achados são corroborados por novas descobertas noutras partes do planeta que vêm deixando os arqueólogos estarrecidos sobre as ingerências extraterrestres nas vidas de nossas civilizações.

  Se considerarmos ao fato de que desde tempos de Sanat Kumara viajantes do espaço nos visitam com a intenção de incrementar a evolução planetária e de nossa cadeia, não haverá o que estranhar, mesmo porque, conforme já antes mencionamos, iniciados maiores viajam para Sirius a fim de receber novas iniciações que aqui na Terra não são ainda possíveis. E de que maneira eles viajariam a tão distante constelação senão em naves? E se considerarmos também que a antiga arte egípcia e sua mitologia apresentam inúmeras características impares e magníficas para a época, enquanto as populações mundiais ainda repousavam sobre velhas crenças e sacrifícios, como se explicariam tão rápidas mudanças de uma época para outra e impulsos tão grandiosos naquela cultura?  A arte, a magia e a ciência com que o Egito deslumbrou a antiguidade, foram maiores do que o povo podia compreender; daí, mais tarde explicar-se às distorções e profanações do sagrado. Cremos não tardar a história ser passada a limpo sobre muitos relatos obscuros. Relativo aos extraterrestres, segmentos de governos já anunciam provas de suas existências e utilização de algo de suas avançadas tecnologias, ao passo que cientistas e homens da política já opinam sobre a legitimidade ou não de aceitarmos os seus contatos, o que há pouquíssimo tempo os céticos debochavam, tripudiavam e juravam de pés juntos que óvnis e extraterrestres eram produtos da imaginação desvairada de místicos e esotéricos. Quem continuar duvidando e pretender ainda ridicularizar-se a si mesmo precisa dar-se a humildade de ler livros modernos de pesquisadores da própria ciência onde há entrevistas e declarações de ex-funcionários e ex-astronautas da NASA, relatando encontros incríveis respaldados com fotos surpreendentes, além de existir coleções de vídeos com entrevistas e cenas inusitadas. Por oportuno, a NASA, não podendo mais omitir nem esconder a verdade, provavelmente pelo fato de sua concorrente européia abrir seus arquivos, vem de recentemente permitir que ex-astronautas e ex-chefes de setores governamentais de investigações sobre ufos, relatem tudo o que sabem, e é justamente o que eles vêm fazendo em livros e entrevistas.

  Conforme prometemos, não nos deteremos sobre o tema e somente aqui nos alongamos um pouco mais, por que era necessário justificar os processos iniciáticos dos antigos, com a participação efetiva dos extraterrestres, pois se comprova abertamente o auxílio instituidor dos deuses de outrora ou Hierarquias Criadoras, e não podemos omitir tão importantes registros antes de nos remetermos um pouco mais aos tempos das iniciações da antiguidade.

  As iniciações são bem distintas. Os grandes iniciados que desde a cadeia lunar vêm trabalhando sob a égide de Hierarquias para a evolução de nosso planeta, tinham alcançado na Lua iniciações superiores que os habilitaram a formar nos escalões mais adiantados na Terra. Ao mesmo tempo em que esses mestres vinham auxiliando os diversos setores da vida terrena, expondo-se a todas as situações de riscos, apuravam cada vez mais seus conhecimentos e avançavam na senda evolutiva. Esse é o caminho natural dos servidores que em seus ingentes trabalhos consomem seus carmas e de iniciação a iniciação vão se libertando do jugo da carne. No entanto, as iniciações que aconteciam nos templos das principais civilizações que estamos mais particularmente enfocando, abrangiam níveis diversos da casta sacerdotal, que eram as iniciações mais comuns.

  Os neófitos eram entregues aos sacerdotes para serem instruídos e preparados nas diferentes escolas para iniciar suas vidas religiosas nos níveis mais inferiores, contudo ao se tratar de alguém excepcional, sua trajetória seria bem mais rápida e sua missão maior. Portanto, o Egito, a Grécia e Roma, nesse aspecto religioso, realizavam normalmente as iniciações menores, e os iniciados aprendiam dos mistérios que lhes eram permitidos.  Essa norma sempre foi a mesma nos diversos centros de mistérios do mundo antigo e ainda é assim com as escolas da atualidade, com iniciados dos variados graus, segundo a filosofia de suas respectivas escolas. As iniciações maiores, relativas aos mestres do conhecimento, gurus da humanidade, responsáveis por missões de grandes relevâncias, não se prenderam e nem se prendem às escolas tradicionais ou a qualquer outra. Os nascimentos destes luminares guias já vêm cercados de condições especiais e no devido tempo são encaminhados para instrutores ou núcleos secretos no oriente ou ocidente, onde seus superiores novamente os iniciam, despertando suas maiores forças até então em repouso para as retomadas de suas grandiosas missões. No entanto, os hierofantes do Egito durante algum tempo estiveram qualificados a dar iniciações a grandes missionários, como realmente aconteceu.

  Repassemos a aventura de um candidato à iniciação no Egito, nos tempos gloriosos da grande pirâmide de Ghizeh:

       “O neoplatônico Jâmblico (que viveu no começo do século IV de nossa era) ao referir-se à iniciação, aos Mistérios do Egito, assegura que o neófito penetrava ao templo da iniciação pela porta localizada entre as patas da Esfinge que dava acesso ao corredor subterrâneo que se prolongava até o interior da Grande Pirâmide.

       Por muitos anos esta afirmação do célebre filósofo da Escola Alexandrina não gozou de indiscutível crédito, e nem quando se praticaram as primeiras investigações no interior do misterioso monumento de Kheops se descobriu algo que comprovasse de alguma forma a afirmação de Jâmblico.

       Posteriores escavações que deixaram à mostra quase por completo a parte anterior da Esfinge, evidenciaram que, definitivamente, entre suas patas existe uma porta e investigações ainda mais modernas demonstraram que a uns quarenta metros ao sul, estava escondido na areia um templo subterrâneo. Tudo isto parece corroborar a afirmação do célebre neoplatônico e não faltam egiptólogos que supõem que em breve se descobrirá o caminho que, partindo da Esfinge e passando próximo ao santuário, conduz ao interior da pirâmide de Kheops.

       Que estes lugares servissem para efetuar as misteriosas cenas da iniciação, nada teria de extraordinário. A porta de entrada aberta no peito da Esfinge de Ghizeh, não deixa dúvida de que indica a existência de uma passagem subterrânea. O templo das imediações, por sua construção elíptica e pela carência de hieróglifos nas paredes, evidencia que nunca serviu para o culto público. A disposição interior da Grande Pirâmide, se claramente se comprova que não era destinada para o enterro de nenhuma classe de múmia como se acreditava, de modo algum permite averiguar quais outros objetivos poderiam ter aqueles corredores e aquelas cercanias. É legítimo, portanto, o parecer que se lhes atribuem de haver servido para realizar provas iniciáticas, ainda que não se oponha uma sólida razão, apoiada em luminosos antecedentes capaz de demonstrar o contrário.

       Segundo outras versões, a entrada do lugar das provas estava na Grande Pirâmide, num tipo de janela que existe a altura da carreira número dezesseis da face norte. Este critério é o que segue um autor do século XVIII, o cura Terrasson, cuja obra descreve as cenas iniciáticas do antigo Egito. Afirma o autor que seu livro é somente uma tradução do manuscrito existente numa biblioteca, a que não menciona, e opina que o manuscrito foi redigido por um grego residente em Alexandria, na época de Marco Aurélio.

       Não é muito fácil averiguar de onde Terrasson tomou os detalhes iniciáticos que narra. O que é certo é que estão de acordo com o que é contado por diversas tradições, e se existe ou não o manuscrito que traduziu, as cenas resultam até agora perfeitamente admissíveis. Por isso, vamos resumi-las para dar satisfatória idéia dos obstáculos e dificuldades que precisaria vencer quem aspirasse conquistar os segredos do santuário.

       O herói do livro de Terrasson se chama Shethos, jovem, inteligente e intrépido, que a todo custo queria penetrar no recinto secreto dos iniciados. Seu mestre Amedes, fez com que viajasse para adquirir as condições que lhe assegurariam um lisonjeiro recebimento, pois antes de ser admitido pelos iniciados era indispensável que o neófito se instruísse e adquirisse um amplo saber recolhido de diversos países. Quando já está suficientemente preparado, uma misteriosa casualidade faz com que chegue junto a Grande Pirâmide à hora marcada no momento propício. Amedes diz a Shetos quando chegam ao pé do misterioso santuário:

       - Seus secretos caminhos conduzem aos homens amados dos deuses, a um término que sequer posso comentar. É indispensável que eles façam nascer em ti o ardente desejo de alcançá-los. A entrada da Pirâmide está aberta para todo mundo; porém compadeço dos que têm que buscar a saída pela mesma porta cujos umbrais franquearam-lhe a entrada, não havendo conseguido outra coisa senão satisfazer a curiosidade muito imperfeitamente e ver o pouco que lhes é dado referir-se.

       Semelhantes advertências, mais e mais avivam os desejos do discípulo que, ardentemente, insiste em seu propósito de receber a iniciação. Conscientes, Amedes precedendo a Shethos escalam o lado norte da Pirâmide até o lugar de uma portinhola quadrada que sempre está aberta. De reduzidas dimensões (três pés de base e outros três de altura) dá acesso a uma passagem não mais larga. Shetos e seu guia percorrem-na arrastando-se penosamente. Shetos vai adiante, levando à mão uma lâmpada e entra sozinho no caminho de provas.

       Ao cabo de angustiosos momentos que ao aspirante parecem séculos, chega a uma habitação de dimensões regulares. Ali o recebem dois iniciados a quem não deve fazer nenhuma pergunta. Ignorando a essa proibição trata de pedir-lhes algumas explicações, mas em seguida é informado de que não deve perder tempo, já que todas as suas perguntas ficarão sem respostas.

       Precedido pelos dois iniciados, entra num extenso corredor e de pronto vê interceptado seus passos pela boca de um poço profundo e insondável. Uma luz posta na borda somente lhe permite admitir o perigo de uma espantosa queda. Olhando com atenção, o aspirante distingue umas barras de ferro a guisa de degraus num dos lados do negro abismo, que não sem risco tornam possível a descida por elas aos homens de cabeça firme e ânimo imperturbável. Ante a alternativa de retroceder ou seguir o difícil caminho, o aspirante se decide e começa o trabalhoso descenso.

       A bastante profundidade terminam os escalões, porém olhando o fundo se vê que ainda falta muito para por os pés em terreno firme. Buscando ansiosamente a solução ao terrível problema, o aspirante encontra na parede uma abertura ou estreita janela que por ela pode entrar e passar a outro corredor, em plano inclinado, cuja extensão em descenso vai formando uma espiral não muito larga.. Ao final, o neófito se vê diante de uma porta gradeada cujos batentes cederam sem o menor esforço e sem produzir qualquer ruído, porém ao fechar-se atrás do neófito, chocaram-se duramente contra seus quícios, produzindo cavernoso fragor que lhe feriram desagradavelmente os ouvidos, transmitindo ao ânimo indescritível inquietude. Estava no fundo do poço de cerca de cinquenta metros de profundidade

       Shetos segue avançando e outra grade lhe corta os passos, mas o espetáculo que se oferecia por esta grade era mais tranquilizador que o primeiro. Através das barras, percebia-se uma longa série de arcadas ladeando o caminho e, dessas arcadas, saía uma forte claridade de lâmpadas e tochas. Ao longe ressoavam vozes de homens e mulheres, a luz e vozes humanas faziam renascer a calma no coração perturbado do discípulo. Esta álea conduzia a um templo onde os sacerdotes e sacerdotisas ofereciam todas as noites sacrifícios aos deuses e se entregavam a cerimônias iniciáticas; mas este não era o caminho que lhe permitiam seguir; não tinha ainda o direito de se confundir com as obras divinas, não era iniciado, não tendo sofrido purificações. Pois era o caminho das purificações que ele precisaria empreender; era uma senda de seis pés de largura, abobadada, e que se estendia em linha reta a seis pés sob a terra. Ao aproximar-se, vê mais adiante a continuidade de um estreito e baixo corredor sobre cuja entrada brilhava o seguinte letreiro: ‘”Todos os que percorrem este caminho a sós e sem nunca olhar para trás, serão purificados pelo fogo, pela água e pelo ar. Se conseguirem vencer o medo e a morte, sairão do seio da terra, voltarão a ver a luz e terão o direito de preparar sua alma para receber a revelação dos mistérios da grande deusa Isis ‘”.

       O neófito, pedindo amparo a todas as supremas energias da vontade, prossegue o caminho da iniciação, disposto a não retroceder ainda que lhe custe a vida. Mesmo que nada veja, não está desamparado, seus condutores o vigiam e, a menor mostra de debilidade de que lhe ocorra algo, acudirão pressurosos e, por outros corredores, o conduzirão à porta de entrada para que se reintegre à luz e à vida exterior, não sem haver jurado que a nada se referirá do ocorrido. É algo sabido de que terrível modo se castigavam estes perjúrios, fosse quem fosse o traidor.

       Decidido a tudo, Shetos prossegue seu caminho. Ao final do obscuro corredor, desemboca numa estância onde o esperam três iniciados que cobrem suas cabeças e rostos com a máscara de Anúbis. Aquela é, na iniciação, a porta da morte. Um dos mascarados diz ao aspirante:

       - Não estamos aqui para estorvar teus passos, podes prosseguir tua marcha se os deuses te concedem o valor de que necessitas. Porém, tendes por sabido que transposto este lugar, se em algum momento retrocederes, aqui estaremos para impedir-te que fujas. Até agora eras livre para desandar o andado, mas se prosseguires haverá perdido toda esperança de sair destes lugares sem obter a vitória definitiva. Ainda há tempo: decide-te. Se renuncias, ainda podes sair por este corredor sem volver tuas vistas para trás; se avanças segue o caminho que vês frente a ti e percorre-o sem vacilação. Escolha...

       Ao contestar que nada o arredará, os três guardiões deixam-no passar, fechando a porta, e outra vez se vê num largo passadiço em cujo extremo percebe um resplendor. À medida que se adianta a luz se faz mais intensa, chegando a ser deslumbrante. Logo alcança um local abobadado, onde, de um lado e de outro, ardem enormes piras cujas chamas se entrecruzam ao centro. O solo está coberto por um gradil incandescente. Os espaços apenas lhe permitem por o pé em lugar seguro sem queimaduras, ocorrendo que não era somente o perigo de perecer abrasado, mas também a ameaça de morrer asfixiado naquele ambiente irrespirável de elevadíssima temperatura. Fechando os olhos, Shetos penetra na ígnea habitação, porém – oh, incrível acontecimento! Ao tocar os pés no fino gradil, as chamas desaparecem, as fogueiras se apagam instantaneamente e ele passa entre elas tanto quanto possível sem nenhum temor de enfrentar uma morte espantosa.

       Seguindo depois por outras galerias, o neófito chega diante de um canal de água de mais de cinquenta metros de largura que invadia a todo o amplo subterrâneo e lhe impedia o caminho A água, derivada habilmente do curso do Nilo, entrava de um lado desta câmara subterrânea gradeada e saía por uma grade idêntica no outro lado. A massa de água escorria com um ruído terrível. Na margem oposta se distinguia uma rampa e ao final dela uma subida de escalões que se perdiam na penumbra. Era preciso atravessar o perigoso obstáculo, e o neófito, se desnudando rapidamente, coloca as roupas sobre a cabeça, toma numa das mãos a lâmpada acesa e atravessa este rio subterrâneo, usando a outra mão para nadar e vencer a corrente de agitadas águas. Chegando à outra margem, se veste, e após breve descanso, começa a subir a escada em cujo extremo existia um pequeno patamar de seis pés de comprimento por três de largura.

       O patamar era uma ponte-levadiça. Conduzia a uma porta que não apresentava nenhuma alternativa para abri-la diretamente. No lintel, achavam-se suspensos dois grossos anéis e era impossível ao aspirante, depois de ter experimentado abrir esta porta, não ter o pensamento de que estes anéis tivessem uma utilidade e que dissimulassem, talvez, qualquer segredo capaz de abrir a uma nova vida. Ao colocar neles as mãos, eis que se passa a última prova, a purificação pelo ar.

       Desde que tocara sobre os anéis, a ponte-levadiça ergueu-se e o neófito achou-se suspenso entre o céu e a terra. Restavam-lhe agora duas alternativas: recuar, ou avançar e ficar suspenso à espera da salvação por qualquer mão libertadora. Mas, neste momento, produzia-se a terceira eventualidade, sobre a qual não tinha domínio. O lintel que suportava os anéis levantava-se por sua vez, com o aspirante sempre pendurado na posição inquietante. A lâmpada que ele trazia, abandonada sobre a ponte-levadiça a fim de ter as mãos livres, virara, deixando nas trevas quem tinha tanta necessidade de luz. Um estrondo terrível elevou-se da ponte-levadiça, produzindo medo no coração decidido.

       Neste momento o ar fora violentamente agitado por uma tempestade desconhecida e o neófito, sempre pendurado sobre a ponte, tateava no vácuo e na obscuridade, devendo vencer por sua vez o legítimo terror e a fadiga de tão penosa posição. Mas no momento em que suas forças iam faltar-lhe, a ponte-levadiça desce, assim como os dois anéis, e o aspirante retomando o contato com a terra, quase sem consciência, vê, porém. o que se oferece aos seus olhos de natureza a apagar da lembrança as suas penas, reanimando-se com a força e a alegria que retornam prontamente. Tão logo descido, os dois batentes se abriram por si mesmos por meio de uma simples mola interior. A vasta sala de um templo cintilava diante de seus olhares deslumbrados. Sacerdotes formavam para acolhê-lo numa ala que ia da porta até ao fundo do santuário, ao degrau do altar. O grande sacerdote veio adiante, e ao mesmo tempo em que louvava a sua coragem e resistência, felicitava-o pelo sucesso, prodigalizando palavras mais benevolentes. Eram as boas vindas.

       Apresentava-lhe, em seguida, um copo de água pura, símbolo ao mesmo tempo da iniciação e da purificação.. Esta água consagrada lavava a sua alma das últimas manchas que poderia ainda conservar, desembaraçando seu espírito dos erros que ainda o obscurecessem. Então, era-lhe permitido prosternar-se diante da estátua tríplice de Osíris, Isis e Horus. No meio de solene silêncio, o sumo sacerdote pronunciava palavras que faziam do recém vindo um verdadeiro iniciado. Ele o votava à deusa, dizendo:

       - Isis, grande deusa dos egípcios, daí o vosso espírito ao novo servo que venceu tantos perigos e tantos trabalhos para se apresentar diante de vós. Tornai-o vitorioso do mesmo modo nas provas de sua alma que o tornarão dócil às vossas leis, a fim de que mereça ser admitido em vossos mistérios.

       O coro unânime dos sacerdotes repetia estas palavras. Em seguida, o novo iniciado recebia uma beberagem que daria a seu espírito a compreensão e a memória das lições de sabedoria que ele tinha ainda a receber de seus superiores. Havia chegado ao termo de suas experiências materiais. Como anunciava a inscrição lida no começo de suas laboriosas peregrinações, achava-se purificado pelo fogo, pela água e pelo ar. Ele tinha vencido o terror da morte. Tinha o direito de rever a luz. Podia preparar sua alma para as revelações esperadas. Era admitido nos mistérios de Isis. Fosse qual fosse o ensinamento desses mistérios, não podia deixar senão uma impressão no espírito e as boas sensações naquele que tinha pago tão caro. Por isso os Mistérios de Isis deixaram na literatura e nas artes gráficas um traço mais considerável do que qualquer outra iniciação. “Os juramentos feitos de não os revelar eram formidáveis e nós os aprendemos de diversos autores”. (Los Mistérios Iniciaticos/A Ciência Secreta – H. Durville)

  Essas provas pré iniciatórias não são mais possíveis, nem jamais foram idênticas em lugar algum como realizadas no interior da pirâmide de Ghizeh. Pelos tempos houve o esforço de lojas ocultistas em copiar este estilo egípcio, mas evidentemente as condições materiais estiveram distantes de permitir a reprodução exata. Sabemos de umas raras ordens esotéricas de menor porte que ensaiam provas dos quatro elementos e encenações de perigos como passadas no Egito, porém de maneira somente simbólica. Podemos, entretanto, garantir, que candidatos às iniciações em escolas tradicionais ou estudantes eventualmente sem vínculos com qualquer loja, fraternidade ou grupo, estando no caminho probacionário, sem dúvida alguma passarão por provas as mais variadas e sensíveis, a fim de receberem iniciações, e de novo virão portar os galardões que lhes foram de suas conquistas em vidas passadas, ou pela primeira vez experimentarão o sabor de uma iniciação, por menor que seja.
      
  As provas mais substanciais, no entanto, se passam no cotidiano do candidato, no enfrentamento de problemas circunstanciais em quaisquer locais de suas atividades e no seio familiar. Nos momentos de provações, que podem durar meses, o neófito sentirá que as emoções, desejos e pensamentos imperfeitos por ele trabalhados no sentido de tentar corrigi-los ou sufocá-los emergirão, voltando para a objetividade e enlaçando-o. Os pensamentos indignos virão pulular a todo instante na mente do candidato tentando ligá-lo ao passado, a provocá-lo para situações errôneas do presente, que ele, com sinceridade e honesto esforço, precisará evitá-los, enganando-os se possível, buscando não se ligar emocionalmente nem permitir-lhes que o remetam ao desânimo. Com frequência o candidato passa por situações agressivas, as dificuldades se agigantam, o desinteresse por sua própria sorte ameaça-lhe, as sensações de tristeza e impotência ressurgem, depressões súbitas o assaltam alternando-se com o desânimo, e o amargor invade-lhe ao íntimo.

  Embora passando por esses difíceis momentos e tendo a mente nublada, ele sabe intuitivamente o quanto está sendo testado – mil olhos o vigiam – sabe que precisa lutar, não devendo se abater, necessitando demonstrar a si mesmo que diante de todas as adversidades detêm ainda forças para de fato chegar à iniciação ou de novo recuperá-la. Precisa se tornar inofensivo em pensamento perante seus mais torturadores adversários internos e externos a fim de não atrair forças negativas ou entrar em demandas. Mas não duvida por um segundo sequer de que nada lhe acontecerá sem a permissão superior, muito menos qualquer mal. E apesar de todas as vicissitudes e forças contrárias – caindo e se levantando – ele precisa ainda assim ter coragem e disposição para enfrentar a todos os demais obstáculos, ser altivo, não se dobrar ao mal e jamais desistir.

  Nesse estágio de provas ele é guiado a se retirar, isolar-se do mundo o quanto lhe seja possível e o quanto os seus compromissos permitam-lhe; afasta-se, assim, temporariamente de seus amigos mais diletos, das diversões, e constantemente medita ou se instrui com obras esotéricas que necessita conhecer que lhe caem às mãos das mais variadas formas, ou que intuitivamente as busca em livrarias especializadas. Se for obreiro em qualquer área da espiritualidade ou da filantropia, necessitará continuar seu trabalho, doando-se em meio à incompreensão que lhe tolhe os pensamentos mais lúcidos.

  Há escolas que determinam um tempo para que essas provas tenham um final, outras não. Se o candidato é autodidata, não há tempo para que acabem e na maioria dos casos as provas somente terminarão quando ele tiver vencido a todas elas. Esse é o estágio consciente do candidato. Há outros estágios de provas que se passam inconscientemente no plano astral ou mental, dependendo do nível evolutivo do candidato e de que ele somente terá lampejos de vidências e rápidas conscientizações, mas cujas atitudes e decisões no decorrer das provas se refletirão de seu próprio ego, portanto dele mesmo. Nessa linha, adaptamos algo nos relatos de nosso livro ‘Enigma Eu’, e entramos um pouco mais na elucidação da contextura de tais provas na primeira parte do livro A Face Negra da Terra. Reafirmamos, não obstante, que os procedimentos pré iniciatórios nos planos internos não são absolutamente obras da imaginação. Aquelas provas podem variar, porém muitas reeditam em certas proporções e circunstâncias mais elásticas as provas do passado realizadas aqui na Terra. Então, findo um ou outro desses estágios de provas, ou ambos, o mestre do aspirante o guiará para mãos que o iniciarão aqui na Terra e de onde receberá instruções do que precisará fazer no mundo, liberando-o nalguns casos para que decida onde ou como começar. Para os afiliados de lojas ocultistas, as iniciações se darão segundo suas respectivas tradições.

  O esotérico não é pessoa comum, muito menos o iniciado. O mundo não o entende e os materialistas não o toleram. A natureza o provoca e constantemente ele se vê assediado pelas forças inferiores, quer invisíveis ou incorporadas em personalidades, mas com firmeza, concentração e fazendo uso de seus conhecimentos de ocultista ele as rechaça e as afasta de seus caminhos. Comumente a família se levanta contra ele e necessita de muita paciência, forças e ilimitada compreensão para superar todas as situações contrárias, precisando amar e perdoar sempre. Somente nesse exercício de autocontrole, trabalhando a calma interior e prosseguindo em suas obras, se tornará cada vez mais amado pelos seus guias, protetores e mestres espirituais e por aqueles que o entendem. Conforme mencionamos por nossas iniciais palavras na abertura dessa obra: a caminhada do esotérico nunca foi fácil e quanto mais vá palmilhando a estrada mais irá tendo consciência do quanto ainda precisará galgar para alcançar estágios que sua evolução atual lhe permita.
                          
CAPÍTULO VII
 ANTIGOS CONSELHOS PARA MODERNOS

  A escolha consciente por um caminho ocultista reflete sem dúvida necessidades íntimas de quem busca mais além do formalismo científico, das explicações religiosas, da realização no casamento ou vida profissional. O buscador, via de regra, já é alma experimentada nas centenas de interpolações que realizou nas diversas e imemoriais civilizações, nas etnias e raças que povoam ou povoaram o mundo e nos processos iniciatórios dos cultos, templos, religiões e filosofias esotéricas do passado. Uns terão maiores dificuldades do que outros para a retomada do caminho, por que depende do carma contraído no passado, dos erros cometidos e prejuízos dados ao próximo pelo mau uso dos conhecimentos que detinham ou por posições despóticas assumidas que redundaram em enganos, injustiças e até tragédias. Outros porque enfraqueceram seus organismos pelo uso e abuso do sexo, quer em orgias mundanas quer em ilimitadas conquistas amorosas, ou em práticas de magias sexuais quando o elemento principal deixou de ser considerado para dar lugar unicamente à sensação e a luxúria. Os rituais de magia sexual servem para uma faixa de aspirantes e iniciados, mas não servem para todos, que ao insistirem nas práticas somente incorrerão em perigosos erros. O passado demonstrou que o tantrismo tanto pode elevar quando bem direcionado e assistido, como pode também derrubar incautos ativando somente o lado nocivo que as forças negativas estimulam e aguardam para tomar para si mais um servidor. Além das generalidades, entre quedas e avanços, é certo que os sucessos do passado conduzem o candidato a atingir mais rapidamente o ponto em que dali precisará se lançar para os novos desafios.

  São muitos os cuidados e procedimentos que os candidatos à iniciação devam ter para demonstrar aos mestres do mundo espiritual sua real intenção de ser aceito no introdutório processo seletivo de provas e testes. Não importam as escolas, os grupos ou a fraternidades em que se encontre, desde que sejam organizações qualificadas pelas boas obras. Modernamente, muitos grupos de trabalhos esotéricos se antecipam aos processos formais pré iniciatórios das escolas tradicionais, aceitando obreiros sob critérios diversos menos rigorosos sem que noutras vidas se tenham qualificado por iniciações. Há grupos em que as iniciações não existem, entretanto os obreiros – muitos deles já iniciados do passado – são regularmente testados pelas cúpulas espirituais, passando por exames e provas nas suas vidas particulares, conforme exemplificamos no capítulo anterior.

  Tradicionalistas ou não, todos terão oportunidades de se instruir no mundo do esoterismo, nas linhas a que se inclinem e nos trabalhos práticos que realizem. Hoje o mundo marcha cada vez mais para as desmistificações de alguns dogmas ocultistas que atrapalharam as escolas, assustando e obstaculizando o ingresso e a evolução de muitos estudantes, ou negando-lhes definitivamente suas entradas na senda. Muitos operários espirituais iniciam suas vidas esotéricas em escolas de grandes portes, mas subitamente, por fatores aparentemente inexplicáveis e emergentes, se veem obrigados a interromper suas trajetórias nas lojas. São então levados a organizar seus próprios grupos ou fraternidades e polarizam forças que sequer conheciam, dando oportunidades a novos iniciados de rapidamente se vincular aos trabalhos espirituais e a desenvolver trabalhos assistenciais de boas qualidades e necessidades ao povo. Outros iniciados são conduzidos a simplesmente adentrar um desses grupos e nele trabalhar. As grandes vantagens desses grupos dirigidos por iniciados e assistidos pelos mestres da sabedoria, são a velocidade com que realizam os trabalhos para o povo e a maneira simplificada com que os membros são instruídos e preparados no plano espiritual, para cujas práticas lá realizadas a ênfase é dada ao desenvolvimento intuicional para possíveis soluções aos humanos.

  Longe de desmerecer ou desprezar as escolas tradicionais, que são partes de uma estrutura mundial de preservação da sabedoria iniciática milenar e ainda celeiros para formações de iniciados, mais as enfatizamos, pois conhecemos algumas. No entanto, não podemos negar que os grupos esotéricos e pequenas fraternidades independentes também se tornaram utilíssimas e modernas ferramentas dos escalões da Hierarquia nessa recém chegada Era de Aquários. A eliminação pelos grupos e modernas fraternidades de regras rigorosas e ciclos demorados para os avanços de candidatos, como é comum nas ordens tradicionais, permitiu a essas recentes organizações maiores possibilidades de logo aceitar, instruir e iniciar. Com isso, incontáveis trabalhadores têm maiores oportunidades de aderir ao esoterismo prático, rapidamente obrar e retomar as vias evolucionárias pelos serviços, melhorando suas condições cármicas e auxiliando aos irmãos do mundo. Ademais, as fraternidades e ordens tradicionais conservam o sentido restrito de seus ofícios, cultos e ritos de magia somente a portas fechadas, não abrindo ainda práticas de curas e de magia assistencial ao povo em geral.

  Em relação aos cuidados que o candidato à iniciação deva ter, vejamos ainda em aditamento os seguintes tópicos:

  “Quem, verdadeiramente, deseja tornar-se ocultista, deverá dirigir-se pelos seguintes conselhos:
  Ser humilde e modesto; ouvir e pensar muito mais do que falar, quando falar ser sincero; evitar tudo o que possa ferir o sentimento de outrem; acostumar-se a ouvir opiniões alheias, sem as contrariar; dar sua opinião, quando for pedida, mas não a impor nem por eloquência, nem por desejo de mostrar que sabe mais ou que é mais adiantado do que o outro; viver de modo que não se deixe iludir pela ambição, pelo desejo de êxito, ou pelo amor de glória ou distinção na sua atividade pessoal ou social, mas preferir sempre antes servir do que brilhar.
  Não deve dar grande importância aos bens materiais, mas deve usá-los com prudência, para os fins de utilidade sua e alheia, de conformidade com sua posição social. Deve dominar-se a si mesmo, e ser tolerantes aos erros dos outros. Deve conservar sempre a equanimidade, aconteça o que acontecer; viver no presente, e não se queixar do passado; esforçar-se sempre por ouvir, e cada vez mais clara, a voz da consciência, que lhe fala no silêncio, nunca esquecer que Deus se manifesta aos que são amigos da paz, harmonia, verdade e justiça.
  Um verdadeiro ocultista está sempre alegre e esperançoso; e com sua alegria, vence as tristezas que encontra, tanto em si próprio como em outros. Se cultivardes o dom de constante alegria no vosso coração, facilmente afastareis qualquer acesso de dor, melancolias ou perturbações; e a vossa presença, vossa palavra e vossa ação poderão acalmar as dores alheias.
  Nunca se deve dizer a um doente algo que diminua a sua coragem e esperança de sarar, pelo contrário, aconselhai-lhe que não se aflija, que não se perturbe, mas que tenha confiança em sua cura. Dirigi-lhes pensamentos sadios, generosos e esperançosos; se não for possível revestir tais pensamentos em palavras, dirigi-vos ao doente mentalmente nos momentos oportunos e principalmente quando ele estiver dormindo.
  Se vós mesmos sentirdes alguma enfermidade ou irregularidade nas funções de vosso organismo, concentrai-vos sobre o lugar afetado, respirai profundamente e ordenai, mentalmente, ao respectivo órgão que trabalhe normalmente; falai com vossos órgãos – mentalmente – como se falásseis com um empregado vosso, esforçando-vos para lhes expor a necessidade de funcionar bem, para a coletividade, que é a vossa personalidade; expressai vosso desejo que o sangue circule livremente; que os tecidos gastos sejam expelidos e substituídos por novos; que a harmonia geral seja restabelecida, etc. Depois de referirdes algumas vezes tais ‘“colóquios”’, afirmai (sempre mentalmente) que a saúde começa a restabelecer-se; que as dores estão diminuindo e desaparecendo; que o respectivo órgão recupera a força normal, e que, em breve, o corpo estará perfeitamente são.
  Onde for possível, fazei, ao mesmo tempo, passes magnéticos na respectiva região do organismo. Semelhante tratamento pode também ser aplicado para outra pessoa.
  Como diz A. Victor Segno, na sua obra A Lei do Mentalismo: nunca se dever permitir que permaneça no quarto a pessoa que não tenha pensamentos favoráveis para o restabelecimento do paciente. Se o paciente tiver vontade forte e confiança em si, não será tão afetado pelos comentários e pensamentos adversos, como a pessoa que tiver vontade fraca. Se o paciente tiver vontade forte apressará seu próprio cérebro. Na verdade, qualquer pessoa que tenha vontade forte viverá, embora passe por todos os acidentes e moléstias que matariam a outra de vontade fraca.
  Em casos de dor, como sejam câimbras, nevralgias, reumatismos, dores de cabeça, de dentes, ouvidos, etc., o Mentalismo será muito efetivo. Todas estas dores resultam de uma congestão que produziu inflamação dos tecidos e nervos. A circulação do sangue deve ser estimulada nas partes congestionadas para que a obstrução seja logo removida. A mente do paciente deve ser dirigida para as partes afetadas, com o fim de governá-las. Para que isto seja mais efetivo, deve colocar a mão sobre a área doente, fixando nela o pensamento com o fim de que a circulação aumente, dissolvendo a congestão e desfazendo a dor. Deve ter a mente firme na parte afetada, porém logo desviar o pensamento para outra coisa, dizendo-lhe: ‘a dor já passou e logo ficará bom’. Deve dizê-lo com confiança, para que o pensamento se grave na mente dele. Tendo conseguido isso, o paciente concordará que a dor passou e ficará logo bom.
  O ocultista deve cuidar sempre para que tenha boa saúde. Para esse fim, podeis, em momentos convenientes, fazer o seguinte tratamento preventivo:
  Tomando uma posição cômoda, respirai profunda e lentamente, e repeti algumas vezes o seguinte mantra: ‘Eu absorvo do Universal Reservatório da Energia, uma provisão suficiente de Energia Vital, para animar e fortalecer o meu corpo, dando-lhe mais saúde, mais vigor, mais atividade, mais energia e mais força. Aum!’
  Em seguida, concentrai a idéia sobre a grande provisão de Energia Vital (ou Prânica) do Universo, que está cheio dela. Elevai os pensamentos às regiões mentais mais altas, esforçando-vos por imaginar-vos dentro de um lago, onde, em algum lugar esteja ar puríssimo, e donde incessantemente desçam raios de Força Vital, banhando-vos e produzindo em vós uma sensação de agradável corrente magnética que vos enche de alegria, vigor e energia. Permanecei alguns momentos nesse estado e, em seguida, levantando-vos, agradecei a Deus, com as seguintes palavras:
  ‘Graças te dou, meu Pai, que me forneces, agora e sempre, as forças necessárias à conservação e restauração da minha saúde. Unido com as Tuas Forças, sempre serei sadio, a fim de trabalhar para o bem da humanidade. Amém’ “. (Lições Práticas de Ocultismo Utilitário – Francisco Waldomiro Lorenz).

  As iniciações do passado, como vimos tratando nos capítulos anteriores, elevavam os candidatos às classes sacerdotais e nelas eles permaneciam em seus cargos exercendo diversas funções sagradas e burocráticas. Iniciados recentes assessoravam aos sumos sacerdotes e aos de postos inferiores, nos serviços menores. Sacerdotes nem sempre eram elevados aos postos de maiores relevâncias nos esquemas de trabalhos das Hierarquias, entretanto, para muitos deles, foram dispensadas forças e poderes que os tornaram respeitados e até temidos. No entanto, ainda que iniciados nas magias realizassem alguns prodígios, eles os demonstravam aos níveis da personalidade. Suas forças e o conhecimento de como utilizá-las estiveram ligadas somente às leis físicas e aos seus efeitos objetivos. O magnetismo empregado em vários ofícios religiosos, a hipnose, as curas, os domínios dos arcanos e as materializações ocorridas nos rituais secretos egípcios, são alguns dos exemplos desses poderes consolidados pelos magos que atraiam forças sustenedoras das egrégoras pelas mentes de todo o corpo de iniciados de todas as categorias, direcionando-as à matéria. Essas manipulações de energias e forças fundamentadas sobre rituais, com auxílio de valiosos implementos mágicos em que a profunda ciência da magia era empregada, foram, sobretudo, supervisionadas pelos deuses - conforme seguidamente vimos nos referindo - que nada mais eram, em determinados ciclos, do que os iniciados de Vênus, auxiliares de outras hierarquias e mestres de graus superiores da Grande Fraternidade Branca fundada por Sanat Kumara aqui na Terra. Os iniciados que desde tempos imemoriais trabalham para a evolução da Terra, que se destacaram como fundadores de religiões, cultos ou ensinamentos de artes ou magia, normalmente se elevaram às duas primeiras grandes iniciações, mas somente após algumas eras puderam alcançar status mais significativos que os conduziriam a superar algumas de suas limitações e a exercer posições de maior realce nos quadros da Hierarquia do Mundo, obtendo, especialmente de Shamballa, superiores graduações.

  Prossigamos em mais comentários:
       
  “A iniciação, ou o processo de expansão da consciência, faz parte do processo normal do desenvolvimento evolutivo, encarado de um ponto de vista mais amplo e não do ponto de vista do indivíduo. Quando analisada do ponto de vista individual, passou a ser limitada até o momento em que a unidade em evolução definitivamente aprende que (em virtude de seu esforço próprio, auxiliado pelos conselhos e recomendações dos instrutores atentos da raça) alcançou um ponto em que possui determinada gama de conhecimentos da natureza subjetiva, do ponto de vista do plano físico. É na natureza daquela experiência que um estudante de uma escola compreende repentinamente, ter dominado uma lição e que a lógica de um tema e o método do procedimento lhe pertencem para seu uso inteligente. Esses momentos de assimilação inteligente acompanham a Mônada em evolução através da peregrinação. O que foi até certo ponto mal interpretado neste estágio de compreensão, é o fato de que, em vários períodos, a ênfase é posta nos diferentes graus de expansão e a Hierarquia sempre se esforça por conduzir a raça até o ponto em que as suas unidades terão alguma idéia do próximo passo.

  Cada iniciação representa a aprovação do aluno para um curso mais adiantado na Câmara da Sabedoria; marca o brilho maios intenso do fogo interior e a transição de um ponto de polarização para outro; possibilita a conscientização de uma crescente união com tudo que vive e a unidade essencial do Eu com todas as demais unidades. Resulta num horizonte que se expande continuamente até abarcar a esfera da criação; é uma crescente capacidade de ver e ouvir em todos os planos. Representa maior consciência dos planos divinos para o mundo e maior habilidade de penetrar naqueles planos e desenvolvê-los. É o esforço, na mente abstrata, para ser aprovado num exame. Representa a melhor turma na escola do Mestre, e está ao alcance daquelas almas cujo carma o permite e cujos esforços são suficientes para a consecução do objetivo.

  A iniciação conduz até a montanha donde se pode conseguir a visão, uma visão do eterno Agora, no qual o passado, o presente e o futuro, coexistem como uma unidade; uma visão do espetáculo das raças, como o fio dourado da linhagem transmitido através de inúmeros tipos; uma visão da esfera dourada que encerra, em uníssono, todas as inúmeras evoluções do nosso sistema, o dévico, o humano, o anima, o vegetal, o mineral e o elemental, e através dos quais a vida pulsante pode ser vista claramente, batendo em ritmo regular; uma visão do pensamento-forma do Logos no plano dos arquétipos, uma visão que cresce, de iniciação em iniciação, até abarcar todo o sistema solar.

  Na primeira iniciação, o controle do Ego sobre o corpo físico dever ter atingido um alto grau de consecução. “Os pecados da carne”, como diz a fraseologia cristã, devem estar dominados; a gula, a embriagues e a licenciosidade não devem mais ter influência dominante. O elemental físico não mais encontra suas exigências obedecidas; o controle deve ser completo e a tentação, morta. Uma atitude geral de obediência ao Ego dever ter sido atingida e a aquiescência em obedecer deve ser bem pronunciada. O canal entre o superior e o inferior se alarga e a obediência da carne é praticamente automática.

  O fato de nem todos os iniciados atingirem o nível deste modelo pode ser atribuído a várias causas; mas a nota que eles emitem deveria estar sintonizada com a retidão; o reconhecimento de seus próprios defeitos, que eles evidenciarão, será sincero e público e sua luta para ajustar-se ao modelo mais elevado será conhecida mesmo que a perfeição não tenha sido alcançada. Iniciados podem cair, e caem mesmo, e por isso ficam sujeitos à sanção da lei que pune. Eles podem através dessa queda prejudicar o grupo e prejudicam e, por isso, estão sujeitos ao carma da compensação, tendo de expiar o mal através de um serviço prolongado posterior, quando os próprios membros do grupo, mesmo inconscientemente, aplicam a lei; seu progresso será seriamente obstaculizado, perdendo-se muito tempo no qual eles devem esgotar o carma com as unidades prejudicadas.”
(AAB)

  Todas as experiências por que passarão os futuros iniciados lhes serão surpreendentes. O trabalho de criar uma consciência sobre valores espirituais ligados às várias frequências de energias, e poderes de forças, que a cada vida os iniciados aos poucos vieram experimentando, ajudaram-nos a ativar os seus corpos etéricos, astrais e mentais com maior profundidade do que acontecido com a humanidade em seu caminho natural. No entanto, nas fases em que os iniciados precisaram trabalhar mais intensamente seus valores internos, eles foram obrigados a se despir de algumas prerrogativas de uso consciente de forças. Nesses estágios, seus mestres os enviaram para renascer em civilizações, principalmente asiáticas, onde a introspecção, a meditação, a retidão absoluta e o desinteresse pelo mundo os levariam a isolar-se para conhecerem-se melhor e abrir canais etéricos e astrais para o melhor fluxo de energias superiores. No entanto, nas encarnações posteriores em que puderam fazer uso de alguns poderes, o perigo os rondou e tendo caído estancaram seus progressos, precisando encarnar-se outras vezes somente para corrigir os erros. Nestes casos, que infelizmente foram bastante comuns, o andamento da humanidade em seus próprios passos avançou proporcionalmente mais que eles nos seus atalhos pelos processos iniciatórios. Há iniciados que de fato pararam no tempo, precisando de seguidas encarnações ao longo dos anos, para conseguir reativar suas forças esotéricas, embora o mundo lhes tenha oferecido elementos com que pudessem também lapidar-se e crescer. O carma corrretivo foi sempre aplicado aos faltosos.

  Prossigamos:

  “ Em Pimander, (13) Hermes todavia incluído na categoria de discípulo, recebe os ensinamentos de Pimander, ou seja, a consciência superior diretora do homem quando se submete às ordens da inteligência soberana ou divina. Segundo essas orientações, primeiramente o discípulo precisa saber observar o espetáculo do mundo criado no qual cada ser é a imagem de uma realidade superior. Deve admitir a ciência para possuir maiores meios de cercar-se da inteligência infinita e aperfeiçoar-se no conhecimento. Deve estimar esse saber tão necessário acima de todas as alegorias materiais, e por isso há de ser sóbrio, há de depreciar os prazeres físicos que somente concedem satisfação vã e fugaz, que se paga bem caro com o entorpecimento da inteligência. A sabedoria, ao contrário, nos proporciona coisas inefáveis e nos conduz às alturas plenas de luz a que não podem atingir as pessoas comuns. Quando as paixões se quedam dominadas, mas falta no homem a precisa sensibilidade para saber sentir os males que outro homem sofre, o adepto deve abrir seu coração, buscar no alto um guia, um mestre de sua inteligência, e assim ajudado, saberá palmilhar os caminhos do aperfeiçoamento que conduzem a Deus.
  A primeira coisa a se fazer – diz Pimander a seus discípulos – é despir essas vestes que te cobrem, essa roupagens da ignorância, princípio e fundamento da perversidade, cadeia da corrupção, coberta tenebrosa, morta viva, cadáver sensível, sepulcro que contigo levas, ladrão doméstico, inimigo do amor, zeloso com o ódio; que te atraem para baixo, temendo que a percepção da verdade e do bem, te faça odiar a maldade de teu inimigo e descobrir os traidores laços que te envolvem, obscurecendo teus olhos para que não enxergues com clareza, lançando-te na matéria, fazendo que te embriagues com infames volúpias, tudo, em suma, para que tu nunca ouças o que aos teus ouvidos é conveniente ouvir e para que jamais vejas o que para teus olhos seja conveniente ver.
  No Pimander, se especificam as doze imperfeições de que o discípulo precisa se desembaraçar, antes de começar qualquer obra iniciática. A primeira é a ignorância, a segunda a tristeza, a terceira a intemperança, a quarta a concupiscência, a quinta a injustiça, a sexta a avareza, a sétima o erro, a oitava a inveja, a nona os procedimentos maliciosos, a décima a cólera, a décima primeira o temor, a décima segunda a maldade. Essas doze imperfeições governam outras mais numerosas. Pela prisão dos sentidos submetem ao homem inferior e o fazem escravo das paixões. Pouco a pouco se afastam de quem Deus olha com olhos piedosos e aqui está o que consiste o modo e a razão dos renascimentos.
  Em Asclépio encontramos igualmente outros conceitos de índole iniciática. Contém o discurso de Hermes na iniciação de seu discípulo. Hermes o inicia e o demonstra que, não obstante, a multiplicidade de suas manifestações e de suas imagens na teogonia egípcia, não existe mais que um só Deus e que somente Ele tem o direito de receber nossas adorações. Este Supremo Ser é Amon-Ra, a luz secreta, a energia universal.
  (...) Os documentos atribuídos a Hermes têm a imensa vantagem de nos dar a conhecer o valor, a importância da iniciação egípcia. “Todas as posteriores noutros países são muito mais um reflexo da faraônica que uma sucessão legítima e podemos dizer que do ponto de vista esotérico, o Egito finaliza o período iniciático da história do mundo que conhecemos”. (Os Mistérios Iniciáticos – H. Durville).

  (13) “Pymander – O pensamento divino, o Prometeu (14) egípcio e a personificação de NOUS ou luz divina, que aparece e assiste a Hermes Trimegisto numa obra hermética intitulada Pymander”. (HPB)
      
  (14) Prometeu – O Logos Grego que aportando na Terra o Fogo Divino (a inteligência e a consciência, dotou aos homens de razão e entendimento. Prometeu é o tipo helênico de nossos Kumaras ou Egos, aqueles que se encarnando em homens fizeram deles deuses latentes em lugar de animais. Os deuses (ou Elohim) opunham-se a que os homens chegassem a ser (Genesis 3/22) e conhecem . Por esta razão vemos em todas as lendas religiosas que estes deuses castigavam o homem por seu afã em saber. Como expressa o mito grego, por haver roubado do céu o fogo que aportou nos homens, Prometeu foi acorrentado por ordem de Zeus a uma rocha dos montes caucásicos. [O mito do Titã Prometeu tem sua origem na Índia, e na antiguidade era o maior mistério por seu significado]. A alegoria do fogo de Prometeu é outra versão da rebelião de Lúcifer, que foi precipitado ao ‘abismo sem fundo’ (nossa Terra), para viver como homem.  Desnecessário dizer que a igreja fez dele o anjo caído. Prometeu é um símbolo e uma personificação de toda a humanidade em relação com um fato especial que ocorreu durante seu nascimento, ou se já ao que é um mistério dentro do grande Mistério ‘prometéico’. O Titã em questão, doador do Fogo e da Luz, representa aquela classe de Devas ou deuses criadores, Agnichvâttas, Kumaras e outros divinos ,Filhos da Chama e da Sabedoria>, salvadores da humanidade, que tanto trabalharam do relativo ao homem puramente espiritual. Prometeu rouba o Fogo Divino para permitir que os homens procedam de um modo consciente na senda da evolução espiritual transformando assim o mais perfeito dos animais da Terra num deus potencial e o fazendo livre para . Daí a maldição que Zeus (Júpiter) lançou contra o rebelde Titã. Acorrentado numa rocha Zeus o castiga enviando um abutre que sem cessar o ia devorando às entranhas (alegoria dos apetites e concupiscência), até que Hércules, por fim, o livrou de tão cruel sacrifício. É um deus filantropo e grande benfeitor da humanidade, a qual elevou até a civilização e que a iniciou no conhecimento de todas as artes; é o aspecto divino de Manas que se estende até Buddhi e se funde com ele. É também o Pramantha personificado, e tem seu protótipo no divino personagem Mâtarizvan, estreitamente associado com Agni, o deus do fogo dos Vedas.  O nome Prometeu significa: , ”. (HPB)

  As imperfeições, sobre as quais todo e qualquer candidato à iniciação deve trabalhar positivamente a fim de eliminá-las, formam no seu conjunto o passado tenebroso do qual jamais se pode fugir. Necessitam ser enfrentadas e vencidas uma a uma. Esses elementos psicológicos ou vidas internas que no homem comum e escravo das forças mundanas se externam sem qualquer impedimento, no iniciado se mantém abaixo da linha de sua consciência, mas no iniciado avançado, não ainda completamente remido, algumas delas o torturam cruelmente. Tal desfile de imperfeições forma, sem dúvida, o edifício das nossas más obras consubstanciadas na virtual construção do elemental chamado pelos gregos de eidolon (ver Enigma Eu pgs.152, 153, 154,155 – 191,192) que se opõe ao elemental oposto e edificado pelas nossas boas obras e pensamentos, chamado nas religiões cristãs de o anjo da guarda, e reincorporados ao ego nascituro desde seus primeiros dias de nova encarnação.

  As religiões recentes tendo assimilado essas ideias dos antigos, não omitiram que as boas obras elevam ao seu Deus, ao passo que as más obras lançam os infelizes ao inferno. No Egito, essa região tenebrosa onde permaneciam os maus para os seus necessários expurgos e penas, era chamada de Amenti, enquanto nos mistérios gregos era conhecida como Hades. As noções tanto de inferno quanto de céu ensinadas pelos padres e sacerdotes cristãos serviram tão somente para aprisionar a consciência popular às religiões propagadoras deste tipo de vida pós matéria, lançando um terror às almas, e em muitas instâncias remorsos e complexos de culpa praticamente irremovíveis, pela força anímica empregada ao fortíssimo pensamento-forma. Como também atrasou em muito a compreensão de como se dão certos acontecimentos, que aos antigos lhes foram ensinados mesmo por alegorias e simbolismos, e aos religiosos de rasas consciências, durante a era negra da igreja, lhes foram negados. Talvez aos povos incultos, de muitas maneiras rudes e centrados unicamente nos sentidos físicos e em suas necessidades egocêntricas mais imediatas, as noções sobre céu e inferno os coibissem de praticar outros atos mais perversos, porém, nas eras gloriosas egípcias, gregas, romanas e de povos asiáticos, essas idéias foram com o tempo ampliadas e as noções populares ganhavam melhores interpretações, haja vista as festas religiosas homenagear os bons deuses pedindo-lhes venturas e nenhum sacrifício humano ou animal para aplacar-lhes a ira que não cogitavam. A decadência moral, no entanto, eivada pelos males das forças negativas conduziu parte dessas mesmas populações naquelas civilizações gloriosas, aos cadafalsos dos pecados, principalmente pelos desregramentos e inversões sexuais, que sempre foi o elemento fundamental das quedas de todos os povos do recente e mais afastado passado.

  De tal forma uma nova e poderosa energia escura e pesada sufocou na igreja às aspirações religiosas e aos ensinamentos mais lídimos que se pudessem conceber, que veio prevalecer o plano das inversões com perseguições eclesiásticas aos ocultistas, alquimistas e livres pensadores. Esses, ao invés de serem reconhecidos como pregadores do bem e da verdade, quando a isso se arriscavam como o ex-padre dominicano Giordano Bruno, nascido em Roma no século XVI, queimado vivo na fogueira dos inquisidores, por expor idéias do hermetismo - foram, ao contrário, sempre que presos, condenados, ou tendo escapado dos inquisidores foram anematizados para sempre como as encarnações do mal, pactuados com os demônios. Os ciclos de luz e trevas em todos os tempos se alternaram pela própria condição inferior da humanidade de pouca evolução mental. Felizmente, começamos de novo a atravessar uma nova e muito mais esclarecedora era dourada, em que insuspeitadas luzes nos iluminam e nos prometem um futuro melhor e quando as trevas do presente e passado estejam definitivamente dissipadas pela firme sabedoria e energia renovadora dos verdadeiros iniciados de diversas origens. Essa Nova Era virá reforçada pela massa humana esclarecida que, pelos caminhos do mundo e sem implicações esotéricas, mas guiadas pelos mestres ocultos, chegam a avançar em consciência com visão mais ampliada da vida.

                                                                          CAPÍTULO VIII
                                                                    INICIAÇÕES MAIORES

  Vamos entrar agora nos estudos sobre as iniciações maiores, cuja obra mais completa que conhecemos sobre o assunto intitula-se Iniciação, Humana e Solar, enviada ao mundo pelo Mestre Djwhal Khul através da grande iniciada Alice A. Bailey, de cujas exposições alinharemos adendos juntamente com trechos de outra obra dos mesmos autores.

  Que é mesmo iniciação, para que serve? Esse termo é restrito a certas condições especiais e ao mesmo tempo amplo para todas as circunstâncias da vida humana em suas áreas tecnológicas, científicas, culturais, esportivas, religiosas, esotéricas e outras onde se exijam estudos, práticas e metodologias, servindo para melhor preparo e adestramento técnico a quem nas áreas se inclui operativamente. A iniciação introduz estudiosos aspirantes para uma outra realidade melhor, estribada em leis e métodos, e os provê de outra visão mais ampliada de sua área e daquelas que com ela se intra-relacionem, possibilitando melhores parâmetros de observações da vida sob ângulos antes não observados. Consequentemente, oferece ao indivíduo a possibilidade de um alargamento de consciência que pode deter elementos principais negativos ou positivos, dependendo da inclinação pessoal, o que deixa a descoberto os fundamentos do bem e do mal e exemplifica aos esotéricos a questão das opções dos caminhos da magia branca e magia negra. Dizer-se que um indivíduo adestrado numa profissão que requeira conhecimentos técnicos, ou iniciado numa ideologia qualquer, que, por suas atitudes contrárias ao humanismo, seja alguém sem consciência, é pura bobagem. A consciência no bem ou no mal é a consciência que trabalha sempre com valores relativos, e esses valores, e os resultados que provocam, serão mais poderosos quando manipulados por uma vontade dinâmica firme e constante nos seus objetivos.

  Hitler foi mau para o mundo por que a conquista almejada a que se lançou destruiu vidas e instituições, porém sua consciência não o traiu embora seus objetivos – determinados pelos seus valores inteligentemente concatenados – fossem contra a raça humana ou não.
 
  Tesla e Einstein não foram considerados maus porque seus inventos vieram proporcionar tecnologia e conforto para bilhões, no entanto os inventos de ambos somados a outros, já produziram milhões de mortes direta ou indiretamente, ou sob as mais cruéis condições que a tecnologia no seu lado negativo pode exercer.

  A ciência e a tecnologia que todo o planeta hoje desfruta obtiveram incríveis impulsos e desdobramentos em poucas décadas, justamente pelos motivos que o ditador Hitler promoveu com tudo o que arrastou e sua máquina de guerra necessitou inventar. Racismos à parte, apesar de cidades transformadas em entulhos e vidas que a guerra consumiu, a ciência tecnológica desenvolvida pós guerra através do exército de cientistas nazis satisfez altamente e enriqueceu homens de todas as raças, credos e etnias, e nesse aspecto ninguém contesta e nem reclama, mas aproveitam, embora por um lado os ideais racistas de tais cientistas se mantivessem blindados em seus íntimos, e por outro lado o sentimento inconsolável, o ódio e a inextinguível mácula das perdas humanas persistam nas famílias de todas as pessoas afligidas.
      
   Portanto, a expansão da consciência humana naquilo a que se chama iniciação, seja ela em tempos de paz ou de guerras, ou em tensões e lutas sob o instinto de sobrevivência, não se mede unicamente por uma só polaridade, nem pela quantidade neste mundo de relativos, mas pela direção que entendemos os seus movimentos. Os resultados do arbítrio das consciências nos rolamentos de energias e forças é que virão gerar os benefícios ou malefícios, se a favor ou contra as perenes correntes evolucionárias da natureza em suas arrancadas periódicas mais intensas, segundo dualidades. Mesmo a intenção positiva mal alicerçada pode acarretar desastres, ou a intenção negativa bem alicerçada pode resultar em equilíbrio ou benefícios. Estas oscilações dualísticas precisam ser sempre ajustadas para determinar o equilíbrio dos contrários, porém isso nem sempre é possível senão através das compensações da própria natureza através da pressão incontrolável na psique e inconsciência de populações.

  Nestes aspectos, são raros os homens que saibam lidar corretamente com as polaridades contrárias segundo suas visões e consciências ao penderem ao equilíbrio, sem permitir que as forças revoluteantes busquem cegamente seus pontos de atração e ancoragem tanto para um lado como para o outro. Daí, alguns exemplos destacados de líderes mundiais estarem operando numa única polaridade, agindo muito mais através de suas inconsciências ao refluxo das forças, do que com suas visões ampliadas. E daí as muitas guerras incompreensíveis e inaceitáveis para intelectuais e por grande parte da massa humana, que clamam por soluções pacíficas, mas somente possíveis se a pressão das forças possa ser de alguma sorte sublimada ou direcionada consciente e coletivamente para escape, ou através de ações não destrutivas.

  E nesses casos, todas as vidas agrupadas direta ou indiretamente em torno daqueles momentos – não importando os limites geográficos nem suas origens étnicas, raciais ou nacionais – que tenham sido partícipes de acontecimentos gerados negativamente no passado, cujas consequências trouxeram grandes bloqueios e desvios ao presente, ou por haverem pendido por demais objetivamente na polaridade positiva alterando o equilíbrio dos fatores duais em seus andamentos progressivos, deterão também grandes ou menores parcelas de responsabilidade na lei de causa e efeito. Pois é sabido que se pode ferir essa lei em ambos os vetores e não somente pelo vetor negativo; assim, valores positivos levados estupidamente a extremos invertem ao negativo causando desordens, chamadas caos. O mesmo se pode exemplificar com o fenômeno de um foco de luz ininterrupta e extremamente intensa que não encontrando profundidade se torna negativamente destruidora. Eis por que a dualidade exige sempre luz e sombra como dias e noites.

  Tenhamos agora uma idéia mais aproximada de os fatores evolucionários conducentes a primeira e a segunda iniciações maiores, que nos interessam mais de perto pelo maior número de aspirantes das várias escolas das inúmeras atividades místicas, magísticas, esotéricas e científicas. Diz AAB:

  Hoje, à medida que entramos na Nova Era tem aplicação a simbologia da quarta iniciação, A Renúncia; os homens enfrentam a necessidade de renunciar aos valores materiais para substituí-los pelos espirituais. O fermento do processo iniciático continua minando o materialismo da raça humana, revelando cada vez mais a realidade subjacente no mundo fenomênico (único mundo reconhecido pelos lemurianos) e, ao mesmo tempo, proporcionando esse campo cultural de experiência, no qual os filhos dos homens que estão preparados para ele, podem passar pelas cinco iniciações, tecnicamente entendidas. Este é o fator importante, por conseguinte é nosso ponto de partida.

  O processo histórico pode revelar e revelará a entrada gradual da humanidade nas “zonas iluminadas” de consciência sempre em expansão; nas ditas zonas o caminho do desenvolvimento evolutivo tem conduzido a raça humana diretamente a etapa onde há muitos, muitos (milhões se considerarmos a humanidade – os que hoje estão encarnados e os que não estão por acharem-se nos planos internos) que têm podido sair do campo iluminado dos três mundos e penetrar noutra zona, onde a luz da mente pode fusionar-se com essa luz maior da alma. Eles têm passado ( em vidas anteriores ainda que não recordem) pela experiência e a iniciação do nascimento e, como resultado disto, aquilo que pode revelar o que a mente é incapaz de iluminar, está agora desenvolvendo e se fusionando dentro deles. A “luz da vida” já está disponível e num sentido muito mais literalmente verdadeiro do que se pode perceber na atualidade, e cada sucessiva iniciação demonstrará com mais clareza este fato.

  A iniciação do Nascimento seguiu-se sobre as experiências de muitos, e isto se demonstra efetivamente nas vidas dos que estão conscientes e voluntariamente orientados para a luz, vendo um mundo mais amplo que de seus próprios interesses egoístas; são sensíveis à vida crística e a consciência espiritual de seus semelhantes, visualizando um horizonte e panoramas de contatos não percebidos pelo homem comum; se dando conta de uma possível realização espiritual, que está escondida e não desejada por aqueles cujas vidas estão condicionadas inteiramente pelas emoções ou pela mente concreta inferior. Nesta etapa de desenvolvimento possuem um sentido de dualismo consciente, conhecendo a realidade da existência desse “outro algo” que não é o não-eu fenomênico, emocional e mental.

  A primeira iniciação poderia ser considerada a meta e a recompensa das experiências místicas; esta não é fundamentalmente uma experiência ocultista no verdadeiro sentido do termo, porque raras vezes é exatamente compreendida, ou se prepara conscientemente para ela, como é o caso das iniciações posteriores, razão pela qual as primeiras duas iniciações não são consideradas maiores. Na realização mística há, lógica e normalmente, uma ênfase posta sobre o dualismo, porém na nova zona do desenvolvimento – onde uma iniciação após outra são primeiramente visualizadas; logo se luta por elas e depois se logra – se obtém a unidade e desaparece o dualismo. Por tanto, os estudantes devem recordar o seguinte definido conceito esotérico:

  O caminho místico conduz à primeira iniciação. Tendo cumprido seu propósito, se renuncia a ele, então se segue o ‘caminho iluminado’ esotérico, que conduz às zonas iluminadas dos estados superiores da consciência.

  Como se vê, ambos os caminhos são essenciais; atualmente o caminho místico é o da maioria, e um grande e crescente número de místicos surgirá das massas humanas modernas; paralelamente a este, o caminho esotérico atrai cada vez mais aos intelectuais do mundo. Sua experiência é basicamente religiosa, tal como o clero ortodoxo compreende a palavra. O caminho da ciência é profundamente necessário para o gênero humano, como é o da religião, pois Deus se encontra igualmente em ambos. O caminho científico conduz o aspirante ao mundo das energias e forças, o verdadeiro mundo do esforço ocultista, revelador da Mente Universal e a atuação dessa grande Inteligência que criou o universo manifestado. O novo homem que chega ao nascimento na primeira iniciação deve pisar e pisará o caminho ocultista ou científico, que o conduz inevitavelmente fora do mundo do misticismo, levando-o à segura e científica percepção de Deus como vida ou energia.

  A primeira iniciação marca o princípio de uma vida e um modo de viver totalmente novos e assinala o começo de uma nova forma de pensar e de percepção consciente. A vida da personalidade nos três mundos tem nutrido durante eons o germe desta nova vida e tem fomentado a diminuta chispa de luz dentro da relativa obscuridade da natureza inferior. Este processo está chegando agora ao seu fim, ainda que nesta etapa não seja interrompido totalmente por que o ‘novo homem’ tem que aprender a caminhar, falar e criar; sem dúvida, a consciência se enfoca noutra parte. Isto conduz a muita dor e sofrimento, até que o iniciado venha tomar a decisão definitiva, regular uma nova dedicação ao serviço e se preparar para receber a iniciação do Batismo.

  Os membros do novo grupo de servidores do mundo deveriam estar na expectativa de quem dão sinais de haver passado pela experiência do ‘nascimento’ e ajudá-los a obter maior amadurecimento. Deveriam supor que todos que realmente amam seus semelhantes, se interessam pelos ensinamentos esotéricos e tratam de disciplinar-se para alcançar maior beleza da vida, são iniciados e passaram pela primeira iniciação. Quando descobrem quem busca a polarização mental e evidenciam desejo e aspiração para pensar e saber, conjuntamente com os sinais característicos de ter recebido a primeira iniciação, podem considerar com toda probabilidade, sem lugar a dúvidas, que tais pessoas receberam a segunda iniciação ou estão a ponto de tê-la. Então saberão com toda a clareza qual será seu dever. Mediante essa aguda observação por parte dos servidores do mundo, se vai ampliando a fila de novo grupo. A oportunidade e o estímulo hoje são tão grandes que todos os servidores devem estar alertas, desenvolvendo em si mesmos a capacidade de registrar a qualidade que deve ser buscada, ajudando e guiando de tal forma, que unirão num grupo cooperador estes discípulos e iniciados que devam preparar o caminho para Cristo.

  A primeira iniciação deveria considerar-se como instituindo uma nova atitude nas relações, que, todavia, não sucede. As relações reconhecidas até agora, falando de forma geral, foram instituídas, cármicas, física e emocionalmente, sendo, maiormente, objetivas e predominantemente concernem ao plano fenomênico, com seus contatos, deveres, responsabilidades e obrigações. Sem dúvidas, as novas relações que devem ser acrescentadamente reconhecidas são subjetivas e têm muito poucos indícios fenomênicos. Abarcam o reconhecimento de quem deve ser servido; envolvem a expansão da consciência individual até uma crescente percepção grupal; conduzem eventualmente a responder ansiosamente à qualidade hierárquica e a atração magnética do ashram.

  Este desenvolvimento, na identidade das relações, conduz finalmente ao reconhecimento da Presença de Cristo e não à relação com Ele. Não temos porque nos ocuparmos da relação do Logos Planetário e Seu reconhecimento. Todas estas relações começam no seu mais verdadeiro significado e com um objetivo corretamente entendido no nascimento do “novo homem’. Cristo se referiu a ele quando disse: ‘A menos que um homem nasça de novo, não poderá ver o Reino de Deus”. Emprego aqui a terminologia cristã, porém prefiro falar do ‘novo homem’ em vez da frase estritamente cristã ‘o nascimento do Cristo-menino no coração’. Mediante a pedra angular das relações, os servidores do mundo farão contato com os iniciados e os discípulos aceitos do mundo e descobrirão a esses aspirantes que podem ser ajudados e treinados.

  Chamarei a atenção sobre outro ponto. No mundo fenomênico do ser humano comum que não tenha passado a experiência iniciática do renascimento, a ênfase tem estado sempre no que está hoje sobre a relação dual dos sexos, dando testemunho delas as novelas, as obras de teatro, os filmes e os assuntos dos homens. A criatividade se expressa justamente na propagação da raça, efetuada pela relação masculina e feminina, ou pelos pólos positivo e negativo da família humana. Isto é correto e bom e forma parte do Plano Divino. Ainda que os homens hajam prostituído suas faculdades e envelhecido suas relações, o plano básico é divino e ideal. Depois da primeira iniciação, toda a relação sexual se transfere gradual e constantemente ao lugar que corresponde, como uma mera fase natural da existência nos três mundos e como um dos apetites normais e corretos, porém a ênfase cambia.

  A experiência e a analogia superiores e aquela do qual o sexo físico é somente o símbolo, se faz evidente. No lugar de masculino e feminino surge a relação magnética entre a agora negativa personalidade e a alma positiva com a consequente criatividade nos planos superiores. O centro coronário e o centro entre as sobrancelhas (ajna) são os agentes desta relação e eventualmente – por meio do corpo pituitário e a glândula pineal – condicionam a personalidade, permitindo sua fusão com a alma.

  Tenho ensinado que a atividade e a inatividade dos centros condicionam à personalidade, atuando por meio do sistema endócrino; que as energias canalizadas e as forças por elas geradas, podem ser controladas e dirigidas pela alma – o homem espiritual. Tenho dito também que a energia do centro sacro (o centro mais interior e ativo no momento da primeira iniciação) deve ser transmutada e elevada ao centro laríngeo, transformando-se assim o ato criador físico em processo criador que produz o bom, o belo, o verdadeiro. O abc do conhecimento fundamental é a transmutação do sexo. Nesse processo transmutador os homens têm cometido grandes erros e têm abordado o tema desde dois ângulos:

  1. Têm tratado de suprimir o desejo natural, esforçando-se por destacar o celibato obrigatório, desviando assim com frequência a natureza e submetendo ao ‘homem natural’ a regras e regulamentos que não estavam na intenção divina.

  2. Têm tratado de esgotar – no outro extremo – o desejo sexual normal por meio da promiscuidade, da libertinagem e perversões, prejudicando-se e sentando as bases para as dificuldades que se produzirão em muitas encarnações futuras.

  A verdadeira transmutação é, em realidade, o alcance de um correto sentido de proporção em relação a qualquer aspecto da vida humana e, no que respeita aos homens atualmente, têm particular referência ao centro sacro e às energias que o põe em atividade. Quando o devido reconhecimento do lugar que a vida do sexo deve ocupar na vida diária paralelamente à concentração mental no centro laríngeo, este centro automaticamente chegará a ser magnético, e atrairá para cima as forças do centro sacro através da coluna vertebral ‘ao lugar da construção criadora’; então a vida sexual normal não se atrofiará e estará regulada e recolocada no seu correto lugar, como uma das faculdades ou apetites comuns dos quais foi dotado o homem; a vida sexual é controlada quando não se tem um interesse direto e está subordinada a lei do país, com respeito a sua relação com o pólo oposto – negativo e feminino ou positivo e masculino.

  Para o aspirante isto se converte principalmente em agente que cria os veículos necessários para as almas que encarnam. Desta maneira, por força do exemplo, evitando todos os extremos, aplicando as energias corporais a coisas superiores e aceitando às leis do país de residência, as atuais desordens e o abuso do princípio sexual, cederá lugar a vida ordenada e ao correto emprego desta primordial função corporal.

  A vida física pode regular-se quando a personalidade suficientemente integrada e coordenada, e o centro ajna (o centro entre as sobrancelhas) estejam ativos e controlados pela alma. Isto tem um efeito imediato – automaticamente induzido – sobre a glândula vinculada a dito centro, que se converte numa parte equilibrada do sistema endócrino geral, evitando-se o desequilíbrio anterior. Simultaneamente o centro coronário se faz ativo, como resultado da percepção mental, a meditação e o serviço do aspirante, o qual põe em atividade a glândula vinculada, a pineal. Tudo isto é também o abc do ocultismo.

  Frequentemente se omite em consideração normal o fato de que a crescente atividade destes dois ‘pontos de luz na cabeça’, se relacionam basicamente com o que ocorre nos centros básico e laríngeo, enquanto prossegue o processo transmutador, e as energias do centro sacro se reúnem no centro laríngeo, porém sem retirar toda a energia do centro inferior. Desta maneira, se mantêm de forma apropriada sua atividade normal. Então entram em correspondente atividade os dois centros da cabeça, se afetam reciprocamente os elementos positivo e negativo e brilha a luz na cabeça; se estabelece uma linha de luz entre os centros ajna e coronário que permite a livre interação, portanto entre o corpo pituitário e a glândula pineal. Quando existe esta linha de luz e há uma relação desobstruída entre os dois centros e as glândulas, então ‘é possível a primeira iniciação’.

  Quando isto tem lugar não deve interferir-se por que a tarefa de transmutação, levada a cabo entre os centros inferior e superior e a relação entre os dois centros da cabeça está concluída e estabelecida plena e finalmente. A linha de luz segue sendo tênue e instável, porém existe. A energia liberada na primeira iniciação e distribuída aos centros sacro e laríngeo (por conduto do centro coronário em lento despertar) leva o processo de transmutação a uma conclusão exitosa e estabiliza a relação dentro da cabeça. Este processo pode consumir várias vidas de esforço, que se vai intensificando constantemente por parte do iniciado-discípulo.

  Deste modo se inicia o trabalho de reforma mágica, e é aqui onde exerce influência o sétimo raio (que rege a primeira iniciação); uma das funções deste raio consiste em unir a alma e o corpo, o superior e o inferior, a vida e a forma, o espírito e a matéria. Esta é a tarefa criadora que enfrenta o discípulo, empenhado em elevar as energias do centro sacro ao centro laríngeo e em estabelecer uma correta relação entre a personalidade e a alma. Assim como o antahkarana deve ser construído e estabelecido como ponto de luz entre a Tríade espiritual e a personalidade fusionada com a alma, também uma ponte similar ou analogia se estabelece entre a alma e a personalidade e, em conexão com o mecanismo do discípulo, entre os dois centros da cabeça e as duas glândulas dentro da cabeça.

  Quando esta linha de luz haja relacionado os aspectos espirituais superior e inferior, e quando os centros sacro e laríngeo estejam verdadeiramente alinhados e relacionados, o iniciado-discípulo se transforma num trabalhador criador de acordo com o Plano Divino e num ‘expoente mágico’  do divino trabalho de construção; então ele é uma força construtiva, que manipula conscientemente a energia no plano físico, criando formas como expressão da realidade. Este é o verdadeiro trabalho de magia.

  No trabalho criador, como podem ver, três energias são, portanto, levadas a uma atividade relacionada:

  1. A energia concentrada no centro ajna, que indica a vida da personalidade.
  2. A energia concentrada no centro coronário, como resultado da atividade da alma.
  3. A energia do sétimo Raio de Ordem Cerimonial ou Magia que torna possível a verdadeira atividade criadora de acordo com o Plano Divino.

  Nada de espetacular tenho a dizer sobre a primeira iniciação; o iniciado-discípulo segue seu trabalho na debilmente iluminada ‘caverna do nascimento espiritual’; deve continuar sua luta para revelar a divindade, principalmente no plano físico – para nós simbolizado na palavra ‘Belém’, que significa a ‘casa do pão’ ; deve aprender a função dual de ‘elevar até a luz as energias inferiores’ e, ao mesmo tempo, ‘fazer descer as energias superiores à expressão corporal’. Assim se converte num mago branco.

  Nesta iniciação vê, pela primeira vez, quais são as energias maiores que deve levar à expressão, e esta visão está resumida no Antigo Comentário, nas seguintes palavras:

  ‘Quando o Cetro da Iniciação desce e toca a parte inferior da coluna vertebral, se produz uma elevação; quando os olhos se abrem à luz o que deve descer à forma é então percebido. A visão é reconhecida. Assume-se a responsabilidade do futuro. A caverna se ilumina e aparece o novo homem’.”

  Retomamos o tema da inevitabilidade da iniciação. No aspecto esotérico de que estamos tratando, as iniciações são conquistas alcançadas pela consciente auto-aplicação de cada indivíduo nos caminhos de um aperfeiçoamento espiritual. Das longínquas terras de Atlântida até os solos de conquistas árias, os muitos percursos de suas personalidades o conduziram a deixar cada vez mais para trás seus atavismos animal-homem para exercitar outros valores encontrados em momentos gloriosos de religiões, cultos e comemorações de forças superiores, quando mal tinha saído da infância espiritual. Milênios são passados e os grandes que o conduziram até o momento em que ele tomará nova e importante decisão para sua realização pessoal, o observam.

  Desde os primeiros lampejos de uma nova consciência seus passos se tornaram mais largos e apressados, foram mais bem programados e sempre seguidos, a fim de que não se perdesse ou não fosse arrebatado definitivamente para o lado dos malignos que espreitam e seduzem. A pré-iniciação não é mais para ele vencer provas de resistência física e de coragem, e depois fazer juramentos de silêncio e obediência às regras da comunidade ou casta com que seguiu em muitas vidas, para então dedicar-se aos ofícios e viver em reclusão. O candidato agora avança para um despertar maior, um crescimento de consciência que o fará cruzar outro e mais importante portal, localizado nas vias internas de seu ser. Ele é consciente de que esse momento se aproxima para sua vida; nas escolas do conhecimento ou nas atividades espirituais a que se dedica ele é alertado para as provas do mundo. Ele sente as energias vivas a percorrer seu corpo, a sensação é verdadeira, a ânsia cresce e a custo é contida; a aspiração provoca-lhe, vez por outra, um gotejar de lágrimas que as domina, mas ele chora intimamente de gratidão e amor!

  Essa é a iniciação que milhões na humanidade alcançaram, não somente pelo caminho probacionário consciente e nem por esse tipo de reconhecimento devocional. Muitos avançam pelos caminhos naturais, pelos objetivos materiais da ciência e organização concreta do pensamento, pela concentração mental a objetivos de suas atividades profissionais e ao alcance de certos níveis da intuição. Outros milhões suplantam certas injunção do egoísmo atávico, quer sejam religiosos ou não, e buscam nas agruras das diferenças sociais suas relações de trabalhos, seus campos de atividades. E daqui emergem puros representantes da vontade popular por um mundo melhor, que imantam seus egos da energia do serviço e dedicação em primeiro lugar.

  Shamballa, principalmente, detêm total controle sobre as grandes religiões mundiais nos seus trabalhos de manter a humanidade necessariamente concentrada num propósito espiritual, bem como estabelece normas e condições para as instituições ocultistas, fundadas pelos mensageiros da Fraternidade Branca, vir a preparar candidatos para um crescimento de consciência, e, portanto, para colocá-los tanto quanto possível conscientemente, diante dos Portais das iniciações.

  (15) Nirmânakâya – (sanc.) Uma coisa inteiramente distinta, em filosofia esotérica, de significado popular que se dá a esta palavra e das idéias dos orientalistas. Alguns denominam o corpo nirmânakâya , no suposto, provavelmente, de que é uma espécie de condição nirvânica, durante a qual se conservam a consciência da forma. Outros dizem que é uma espécie de Trikâya (três corpos), com o ; e também que <é o avatar encarnado de uma divindade>, e assim sucessivamente. No ocultismo, por outro lado, diz-se que Nirmânakâya, ainda que signifique literalmente um transformado, é um estado ou condição. (...) Como Nirmânakâya, sem dúvida, o homem deixa para trás somente o corpo físico e conserva todos os demais princípios, exceto o kâmico (dos desejos R/R), porque o extirpou para sempre de sua natureza, durante a vida, sem que possa jamais ressurgir em seu estado post mortem.

  Assim, pois, ao invés de entrar numa bem-aventurança egoísta, elege uma vida de próprio sacrifício, uma vida que termina somente com o ciclo de vida, a fim de poder ajudar a humanidade de um modo invisível, porém sumamente eficaz. Portanto, um Nirmânakâya não é, como se crê vulgarmente, o corpo senão aquele que seja um chutukta ou um khubilkhan, um adepto ou um yoguî durante a vida, que se tenha convertido desde então num membro daquela Hoste invisível que sem cessar vela pela humanidade e a protege dentro dos limites cármicos. (...) Nirmânakâya – literalmente – “corpo, envoltura ou vestidura livre do egoísmo” (HPB)

  Prossigamos com AAB:

  “A Iniciação, ou processo de expansão da consciência, faz parte do processo normal do desenvolvimento evolutivo, encarado de um ponto de vista mais amplo e não do ponto de vista do indivíduo. Quando analisado do ponto de vista individual, passou a ser limitada, até o momento em que a unidade em evolução definitivamente aprende (em virtude de seu esforço próprio, auxiliado pelos conselhos e recomendações dos Instrutores atentos da raça) e alcançou um ponto em que possui determinada gama de conhecimentos de natureza subjetiva, do ponto de vista do plano físico. É na natureza daquela experiência que um estudante de uma escola compreende, repentinamente, ter dominado uma lição e que a lógica de um tema e o método do procedimento lhe pertencem para seu uso inteligente. Esses momento de assimilação inteligente acompanham a Mônada em evolução, através de sua longa peregrinação (...).

  Cada iniciação representa a aprovação do aluno para um curso mais adiantado na Câmara da Sabedoria; marca o brilho mais intenso do fogo interior e a transição de um ponto de polarização para outro; possibilita a conscientização de uma crescente união com tudo e a unidade essencial do Eu com todas as demais unidades (...).

  A iniciação conduz até a montanha donde se pode conseguir uma visão do eterno Agora, no qual o passado, o presente e o futuro, coexistem como uma unidade; uma visão do espetáculo das raças, com o fio dourado da linhagem transmitido através de inúmeros tipos; uma visão da esfera dourada que encerra, em uníssono, todas as inúmeras evoluções do nosso sistema, o dévico, o humano, o animal, o animal, o vegetal, o mineral e o elemental, e através do quais a vida pulsante pode ser vista claramente, batendo em ritmo regular: uma visão do pensamento-forma do Logos no plano dos arquétipos, uma visão que cresce, de iniciação em iniciação, até abraçar todo o sistema solar (...).

  A iniciação envolve cerimônia. É este o aspecto que foi enfatizado nas mentes dos homens, talvez excluindo um pouco o verdadeiro significado. Basicamente envolve a capacidade de ver, ouvir e compreender e de sintetizar e correlacionar o conhecimento. Não abrange necessariamente, o desenvolvimento das faculdades psíquicas, mas proporciona a compreensão interna que vislumbra o valor subjacente das formas e reconhece a finalidade das circunstâncias ambientais. É a capacidade que percebe a lição a ser aprendida em qualquer ocorrência e acontecimento e, através destas compreensões e reconhecimentos, a leva ao crescimento e à expansão, a cada hora, semana e ano. “

  São nove as grandes iniciações a que se destinam os que avançam nos caminhos da humanidade. As duas primeiras, denominadas respectivamente de Nascimento e Batismo, usando-se a terminologia cristã, não são, no entanto, consideradas grandes iniciações, porque, conforme antes mencionado, se atém muito mais ao aspecto forma ou personalidade em processo de controle pelo Ego ou Alma. Portanto, as sete seguintes são as iniciações consideradas as grandes e a terceira passa a ser a Primeira, e todas são assim colocadas em três principais grupos:

  “1. Cerimonial Efetivo, baseado na exteriorização.
  Primeira Iniciação - O Nascimento
  Segunda Iniciação – O Batismo

  2. Representação Simbólica, baseada na visualização espiritual.
  Terceira Iniciação  - A Transfiguração
  Quarta Iniciação    - A Renúncia
  Quinta Iniciação    - A Revelação

  3. Iluminação por Meio da Revelação, baseada na Luz vivente.
   Sexta Iniciação    -  A Decisão
   Sétima Iniciação -  A Ressurreição
   Oitava Iniciação  -  A Transição
   Nona Iniciação    -  A Negação.

  “Nas primeiras duas iniciações, o Hierofante é o Cristo (aquele que estará presente – R/R), o Instrutor do Mundo, o Primeiro Nascido entre muitos irmãos, um dos primeiros de nossa humanidade a atingir a iniciação”.
         
  Sobre o discípulo:

  “Um discípulo é alguém que, acima de tudo, está empenhado em três coisas:
  1. Servir à humanidade.
  2. Cooperar com o plano dos Grandes, tal como o vê, e da melhor maneira possível.
  3. Desenvolver os poderes do Ego, expandir sua consciência até que ela possa funcionar nos três planos, nos três mundos e no corpo causal; seguir a direção do Eu Superior e não os ditames de sua manifestação tríplice inferior (a personalidade – R/R)”.

  Sobre a Transição da Humanidade:

  “Na era pisciana que está finalizando, a juventude de todos os países tem sido educada sob a influência de três idéias fundamentais. O resultado obtido pela aplicação de tais idéias poderia ser expresso por meio das seguintes interrogações:

  1. Qual será minha vocação para poder obter do mundo material tudo o que meu estado social e minhas necessidades exigem?

  2. Quem são as pessoas superiores a mim? A quem posso dirigir-me? A quem devo admirar? Quem são inferiores a mim na ordem social e até onde posso ascender à escala social e me beneficiar?

  3. Desde minha infância tenho sido ensinado que minha inclinação natural é fazer o mal, ser perverso, ou (se o meio ambiente é estreitamente ortodoxo) que sou um miserável pecador e indigno de obter a felicidade futura. Como posso escapar das consequências de minhas predileções naturais?

  (...) A raça deve se livrar, em seu devido tempo, dessas tendências distorcidas e ideais retrógrados. A compreensão disto tem levado a que algumas nações ponham demasiada ênfase sobre o bem racial e nacional e sobre o Estado como entidade, o que tem socavado a estrutura hierárquica da ordem social (...).   Não falo aqui no sentido político nem em defesa de nenhum sistema de governo. Uma atividade forçada e uma responsabilidade imposta relegam, à maioria de quem está assim preparada, à etapa infantil, ou estado de infância, quando, em realidade, a humanidade deveria estar alcançando a maturidade, carregando voluntariamente a responsabilidade e com o exato sentido do verdadeiro valor das normas da vida. O sentido de responsabilidade é um dos primeiros sintomas que indica que a alma do indivíduo está despertando. A alma da humanidade, na atualidade, está também despertando massivamente, daí os seguintes indícios:

  1. O aumento de sociedades, organizações e grandes movimentos para a melhoria da humanidade.

  2. O crescente interesse do povo para o bem estar geral. Até agora, unicamente as altas esferas sociais se tem interessado por ela, seja por razões egoístas de auto-proteção ou por um paternalismo inato. Os intelectuais e os profissionais têm estudado e investigado ao bem estar público desde o ponto de vista mental e do interesse científico, baseando-se no geral e material, e a classe media inferior tem estado, como é natural, envolta nos mesmo interesses, porém desde o ponto de vista dos lucros financeiros e comerciais. Atualmente esse interesse tem descido às profundezas da ordem social e todas as classes estão agudamente despertas e alertas para o bem estar geral, nacional, racial ou internacional. Isto é muito bom e por sua vez um sinal alentador.

  3. Os esforços humanitários e filantrópicos estão no seu apogeu, a par das crueldades, ódio e anormalidades, qua a separatividade, as ideologias nacionalistas excessivamente acentuadas, a agressividade e a ambição, têm engendrado na vida de todas as nações.

  4. A educação está se convertendo rapidamente num esforço massivo e as crianças de todas as nações e de todas as classes sociais estão se equipando intelectualmente mais do que nunca. Este esforço tende, em sua maior parte, a permitir-lhes que enfrentem as condições materiais e nacionais, que sejam úteis ao Estado e não gravitem economicamente sobre eles. O resultado geral está, sem dúvida, de acordo com o plano divino e, sem a menor dúvida, é bom.

  5. O crescente reconhecimento por parte das autoridades de que o homem da rua está se convertendo num fator importante nos assuntos mundiais. A imprensa e o rádio chegam até ele, e hoje tem a suficiente Inteligência para formar sua própria opinião e tirar suas próprias conclusões. Isto se acha ainda em estado latente, porém os sintomas de esforço que realiza, saltam à vista, por isto estão controladas a imprensa e o rádio (e todos os demais meios de comunicação mais atuais – R/R) de uma maneira ou de outra, em todos os países, pois nunca será possível evadir permanentemente a estrutura hierárquica que subjaz em nossa vida planetária. Este controle se divide em duas categorias principais:
  1. Controle financeiro, como nos Estados Unidos.
  2. Controle governamental, como na Europa e Gran Bretanha.

  Ao povo se diz unicamente o que lhes é conveniente; a reserva e a diplomacia secreta matizam as relações de governos com as massas e é lamentável a impotência do homem da rua (ante a autoridade das esferas políticas, decisões condicionantes tais como a guerra e a paz, imposições teológicas, assim como questões econômicas) ainda que não esteja tão grave nem tão definida como estava antes. A alma da humanidade está despertando e a atual situação pode ser considerada como temporária.

  Os futuros sistemas de educação terão por objetivo preservar a integridade individual e promover o sentido de responsabilidade individual; estimulará o desenvolvimento da consciência grupal no que se refere às relações básicas individuais, nacionais e mundiais, enquanto se exteriorizam e organizam a capacidade, o interesse e a aptidão. Ao mesmo tempo, se procurará intensificar o sentido da cidadania, tanto no mundo esterno tangível do plano físico como no Reino de Deus e das relações entre as almas (...).

  Trataremos de enumerar certos fatos sobresselentes, ainda que sejam considerados como tais pelos esotéricos, exceto para o mundo em geral, porém estamos trabalhando ou tratando de trabalhar como esotéricos, esses fatos são:

  1. Existem certas idéias básicas que tem aparecido no transcurso do tempo e têm levado a humanidade a sua atual etapa de evolução. As idéias constituem a substância do impulso evolutivo.

  2. Existe um controle oculto que tem persistido através das épocas, que se pode entender do plano que está surgindo definidamente, que diz respeito à consciência do homem.

  3. Todo crescimento se realiza através da prova, da luta e da perseverança; a isto se deve o moderno cataclismo atual. Significa um empuxo até a luz, a luz do mundo, como também ao antahkarana grupal.

  É evidente que grande parte do que me é possível dar nestes ensinamentos não terá aplicação imediata, porém se pede aos leitores que reflitam e pensem sobre as linhas que posso indicar-lhes, porque somente dessa maneira se irá formando um núcleo de pensadores que responderão às novas idéias educativas, então será possível à Hierarquia Espiritual de Mestres obter os resultados esperados em Seu trabalho para levar adiante o Plano de Deus”.  

  Vamos então para as apreciações de AAB sobre a segunda grande iniciação, a qual já mencionamos:

  “A Segunda Iniciação – O Batismo no Jordão. A iniciação que vamos estudar é, quiçá, uma das mais importantes, por que concerne nesse aspecto da personalidade o que apresenta maior dificuldade para todos: o corpo emocional ou astral. Atualmente a massa humana é arrastada pelas emoções e por uma resposta sensória às circunstancias; não é impelida geralmente por uma reação inteligente à vida, tal como é. A reação normal e geralmente violenta serve só para aumentar a confusão e as correspondentes dificuldades, produzindo vórtices de energia, miragem e ilusão incontrolados. Ainda que ao mesmo tempo possa produzir um aspecto salvador em alguns casos, a violência da prova astral e a potência da tentação astral (como podia também chamar-se), conduzem a uma esfera de sofrimento grandemente acrescentada. A isto pode agregar-se a inclinação materialista da maior parte das soluções apresentadas, atraindo a força de Maia mundial e complicando grandemente o problema.

  Por mais penoso que possa ser tudo isto e ainda que signifique o fim desta era e a cessação da vibração e qualidade atlantes, levada a cabo tão poderosamente neste ciclo ário, sem dúvida, indica o alcance de uma oportunidade definidamente racial. A humanidade – numa escala relativamente ampla – enfrenta a segunda iniciação, ou a Iniciação do Batismo. (quando se alcança uma iniciação já se insere aos parâmetros pré iniciatórios da iniciação seguinte; é o caso da humanidade, atualmente na sua primeira iniciação – R/R).

  O conceito de batismo está sempre associado com o da purificação. A água tem sido sempre um símbolo da purificação e também do plano astral, com sua instabilidade, tormentas, intranqüilidade, dominadora reação emocional e sua flexibilidade, que a faz um agente muito proveitoso para a faculdade que possui o homem não remido de construir formas mentais enganosas. Reage a cada impulso e desejo e a toda ‘atração’ magnética possível, provenientes do aspecto material ou substancial da natureza-forma. Em seus ciclos de tranquilidade, reflete também o bem e o mal; portanto é o agente do engano quando é manipulada pela Loja Negra, ou de reação aspiradora quando é influenciada pela grande Loja Branca, a Hierarquia Espiritual de nosso planeta. É o campo de batalha entre os pares de opostos; o problema se complica porque os homens devem aprender a reconhecer esses opostos antes de estar em condições de fazer a correta eleição que conduz à vitória espiritual.

  Atualmente, o desejo de paz a qualquer preço, de alimento adequado, de calor e vivenda, de restabelecimento da estabilidade e seguridade, e de cessação da ansiedade, controla o conjunto das reações humanas e fazem que o plano astral seja de tanta importância para os homens e para as decisões mundiais. Isto é tão predominantemente assim que o conhecimento que a mente poderia revelar, e do qual os intelectuais são os custódios, se perde de vista e tem pouca influência.

  Na terceira iniciação se estabelece finalmente o controle da mente iluminada pela alma, assumindo esta a posição dominante e não a forma fenomênica. Então se transcendem todos os limites da natureza-forma. A visão desta transcendência é comunicada no momento da segunda iniciação sob o simbolismo de uma purificação levada a cabo positivamente.

  Aqui não faço apologia sobre o relato bíblico desse processo purificador, o qual resume simbolicamente a natureza aquosa do plano astral e é ‘lavado pela água’ do iniciado. Expresso a forma puramente atlante do processo iniciático, dando-nos um conceito do descenso na água e a ascensão fora da água, em resposta a uma Palavra de Poder desde o alto. A presença ária a esta mesma iniciação não tem sido, todavia, plenamente compreendida.

  A segunda iniciação – tal como se leva a cabo agora -  é até certo ponto uma das mais difíceis. Envolve a purificação, porém a purificação pelo fogo, simbolicamente compreendido. A oculta ‘aplicação do fogo e água’ produz resultados muito sérios e devastadores. A água, sob a ação do fogo ‘é reduzida a vapor’, sendo o iniciado submergido nas névoas e miasmas, nas ilusões e nas brumas. O iniciado deve sair do estado de névoa e ilusão e das atuais brumas dos assuntos humanos sairá também eventualmente a humanidade. O êxito do iniciado individual é a garantia do destino racial. As complicações que produz a conjugação da água e fogo nesta época ária, são muito maiores que as produzidas totalmente pela água na época atlante; a era atual é kama-manásica (desejo-mente) e não simplesmente kâmica ou estritamente astral. Portanto, recordem quando lerem essas palavras, porque falo simbolicamente. Hoje o fogo da mente deve considerar-se em conjunto com a água do desejo, daí a maioria dos problemas da humanidade. Devido a isso a segunda iniciação é uma das mais difíceis pelas que o discípulo moderno deve passar.

  Sem dúvida, o resultado do processo iniciático moderno é de ordem muito superior. Esta afirmação tem relação com o evidente fato de que a Hierarquia e seu pessoal, que está em processo de reunir-se, será de uma ordem superior a anteriormente responsável de guiar a humanidade. Uma humanidade mais avançada exige uma Hierarquia e uma supervisão hierárquica também mais avançadas; isto tem sido sempre assim. O processo evolutivo abarca tudo o que é. Até Sanat Kumara aprende e progride de uma relativa imperfeição para a perfeição.

  Este batismo de fogo (ao qual se faz referência nas Escrituras Ocidentais) contém em si inevitavelmente a aceitação da dor, num grau até agora desconhecido. Uma vista superficial aos assuntos mundiais revelará a verdade desta afirmação.

  Portanto, que sucede realmente e quais são os principais fatos envolvidos? Muito dependerá de minha resposta e da interpretação que a dêem. Por conseguinte, lhes pediria considerar cuidadosamente minha resposta a estas duas perguntas.

  Sob a influência do ciclo pisciano, que está por finalizar, o Sexto Raio do Idealismo ou Devoção tem estado predominantemente ativo. É o raio da determinação centralizada e – desde certo ângulo – o raio do cego proceder. O indivíduo, o grupo, ou a humanidade, vê unicamente um só aspecto da realidade num determinado momento (a causa da etapa atual do homem em processo evolutivo), sendo por geral o aspecto menos desejável. Tudo mais é uma incógnita para eles; veem só uma imagem; seu horizonte se limita a um só ponto do compasso (falando esotericamente). Para a massa humana, o aspecto visualizado da realidade, pelo qual os homens viveram e morreram, foi o mundo, a comodidade, as posses e as empresas materiais; isto hoje o testemunham incontroversamente os movimentos laboristas e as tendências evidentes nas Nações Unidas. Para um grupo relativamente pequeno de seres humanos, o mundo da inteligência aparece como algo primordial e o regente desejado ou o fator controlador é a mente concreta. Portanto, tudo permanece dentro da zona de controle e dos interesses materiais.

  O centro plexo solar é, em consequência, o fator dominante, porque – mesmo no caso dos intelectuais – o desejo de bem estar material, de posses territoriais e de decisões materiais governamentais e econômicas planejadas, controla e move ao indivíduo, ao grupo e à nação. Esses não são necessariamente errôneos, porém (no conceito atual emoção-desejo) se os situa numa posição destacada e se os considera como de natureza causal, sendo sem dúvida, de natureza fundamentalmente secundária; sua natureza essencial produz efeitos, pondo a ênfase sobre a palavra ‘efeitos’. A humanidade mesmo em seus estratos avançados não pode, todavia, pensar em níveis causais.

  Qual é a meta básica do iniciado que tenha recebido a segunda iniciação? Pedir-lhes-ia apartarem-se conscientemente do conceito de absorção de esforços no processo de iniciação e reconhecer o conceito de que seu efeito é iniciático e assinala um começo e não uma culminância. Portanto, que tem diante de si o iniciado que tenha penetrado na água purificadora, melhor dizendo, no fogo? Ao que se terá consagrado? Que sucederá dentro da ‘zona de vivência’ (quisera que se familiarizassem com esta frase), e que resultados terão lugar dentro do mecanismo com aquele que se aproxima do lugar da iniciação? Estes são fatores e também aspectos importantes dos processos da vida que devem condicioná-los. Ao finalizar o processo iniciático certas energias e aspectos divinos devem ser reconhecidos por ele, pois desempenham agora uma parte de seus pensamentos e propósitos – energias que até então (ainda que presentes) estavam passivas e não controlavam.

  O iniciado tem diante de si a terceira iniciação da Transfiguração. O enfrenta uma grande transição desde o enfoque aspiracional emocional a outro enfoque inteligente e pensante. Desprendeu-se, teoricamente pelo menos, do controle do corpo e natureza astrais; tem, todavia, muito por fazer; antigos desejos, velhas reações astrais e emoções habituais seguem sendo poderosas; porém, trabalhou uma nova atitude perante elas e uma nova perspectiva ante o corpo astral. A água, o fogo, o vapor, o visionismo, a ilusão, a má interpretação e a contínua emotividade, seguem significando algo específico e indesejável para ele. Agora é negativo a seus chamados e positivo para o exigente enfoque superior. O que é agora ama e anela, deseja e planeja: se acham noutra dimensão superior. Por estar disposto a receber a segunda iniciação assentou o primeiro golpe em seu egoísmo inato e tem demonstrado sua determinação de pensar em términos mais amplos e includentes. O grupo começa a significar para ele mais que ele mesmo.

  O que sucedeu, falando tecnicamente? As energias do centro plexo solar são transferidas desde o centro principal de distribuição abaixo do diafragma no centro cardíaco. – um dos três centros principais ao qual devem ser transferidas todas as energias inferiores. Na primeira iniciação se lhe concedeu a visão de uma criatividade superior, e a energia do centro sacro começou sua lenta ascensão ao centro laríngeo. Na segunda iniciação se lhe concede uma visão de um enfoque superior e seu lugar no todo maior começa lentamente a revelar-se. Uma nova criatividade e um novo enfoque são suas metas imediatas, e a vida para ele não pode voltar a ser a mesma. As antigas atitudes e desejos físicos podem às vezes assumir o controle; o egoísmo pode seguir desempenhando uma parte importante em sua expressão de vida, porém – subjacente neles e os subordinando – haverá um profundo descontentamento acerca das coisas tal como são, e angustiosos sofrimentos de fracassos. Neste ponto o discípulo aprende a utilizar o fracasso e a reconhecer certas diferenças fundamentais entre o natural e objetivo e o sobrenatural e subjetivo.

  A exposição destas ideias converteu o conceito da iniciação em algo útil para vocês? Qualquer iniciação que não tenha sua interpretação nas reações diárias prestará pouca utilidade e basicamente será irreal. A irrealidade de sua apresentação tem conduzido na atualidade que a Sociedade Teosófica seja rechaçada como agente da Hierarquia. Anterior e previamente a seu ridículo ênfase posto sobre a iniciação e iniciados e a seu reconhecimento dos discípulos probacionários como plenos iniciados, a Sociedade fez um bom trabalho. Sem dúvida falhou ao não reconhecer a mediocridade nem a compreender que ninguém ‘recebe’ a iniciação nem atravessa essas crises sem a prévia demonstração de uma ampla utilidade e uma capacidade treinada e inteligente. Talvez não seja assim no que concerne a primeira iniciação, porém a segunda iniciação envolve como antecedente, uma vida útil e consagrada, e uma manifesta determinação de entrar no campo do serviço mundial. Também deve haver humildade ao expressar o conhecimento da divindade que existe em todos os homens. Nenhum dos assim chamados iniciados da Sociedade Teosófica (exceto a senhora Anny Besant) se ajustou a esses requisitos. Eu não teria chamado a atenção sobre sua orgulhosa demonstração, não fosse essas mesmas pretensões e ilusões terem sido apresentadas ao público. Agora considerarei o problema da liberação das limitações da matéria e apresentarei o tema de forma prática.

  Talvez haja uma opinião definitiva de que o reino das emoções e da susceptibilidade às reações emocionais, constituem a principal limitação humana – tanto do ângulo individual como do nacional. Sabe-se, por exemplo, que o demagogo exerce domínio em todas as partes da opinião pública, sendo uma pessoa que atua enfaticamente sobre as emoções humanas como também sobre o egoísmo humano. A medida que a raça progrida até uma expressão mental, essa influência destoante será cada vez menos importante e uma vez que as massas (constituída de milhões dos assim chamados “homens da rua”) comecem definitivamente a pensar, o poder do envolvimento demagogo terá desaparecido. A luta principal no mundo atual é da liberdade do cidadão comum para pensar por si mesmo e chegar assim às suas próprias conclusões e decisões. Aqui se encontra a principal disputa entre a Grande Loja Branca e a Loja Negra.

  É uma batalha na qual a humanidade mesma é o fator decisivo, razão pela qual a Loja Negra vem atuando por intermédio do grupo que controla o destino da Rússia e também por intermédio do movimento sionista (16) Os líderes da União Soviética trabalharam inteligente e poderosamente contra a liberdade humana e, particularmente, contra a liberdade do pensamento. O comunismo em si não tem tal objetivo; a política totalitária dos governantes nacionalistas é desastrosa, além de sua ambição e ódio pela verdadeira liberdade. O sionismo representa hoje a agressão e o emprego da força, sendo a nota chave e outorgamento para permitir arrebatar quanto se queira, sem ter em conta os demais povos e seus direitos inalienáveis. Esses pontos de vista se opõem à posição adotada pelos líderes espirituais da humanidade e, portanto, os líderes do movimento sionista e o grupo que dirige e controla a política russa, vão contra a política da Hierarquia Espiritual e do bem perdurável do gênero humano.

  A liberdade do espírito humano, a liberdade de pensar, governar, adorar a Deus como dita o inato instinto e humano desejo, sob a influência do processo evolutivo, e a liberdade de decidir sobre a forma de governo e religião requeridas – são justas prerrogativas do gênero humano. Qualquer grupo de homens ou forma de governo que não reconheça esse direito inato, vai de encontro ao princípio que rege a Grande Loja Branca. A ameaça da liberdade do mundo reside na conhecida política dos governantes da União Soviética e nas duvidosas e falsas maquinações dos sionistas. Em nenhum destes dois grupos há uma verdadeira potência espiritual, e ambos estão condenados ao fracasso, ainda que tenham êxito no aspecto da aquisição material; do ângulo espiritual estão condenados. (17) Os condutores da empresa russa contra a liberdade do indivíduo também o estão, por que inerentemente o homem é livre e fundamentalmente divino, e se assegura (desde uma visão de largo alcance) que as massas humanas na Rússia e nos seus ‘estados satélites’, com inclinações comunistas, inevitavelmente reagirão em forma divina e potente.

  A verdadeira plataforma comunista é sã; é a fraternidade em ação, e não vai – na sua plataforma original – contra o espírito de Cristo. O comunismo intelectual e oficial imposto por um grupo de homens ambiciosos e às vezes maus, não é saudável; tão pouco se adere à verdadeira plataforma comunista, senão que está baseado em ambições pessoais, amor ao poder e interpretações dos escritos de Lênin e Marx, que também são pessoais e contrários ao que quiseram significar ambos os homens, assim como os teólogos da igreja interpretam as palavras de Cristo de forma tal que não têm relação com Sua intenção original. Os governos da Rússia não trabalham verdadeiramente para o bem do povo, como não faz o sionismo acadêmico, nem levam a cabo seus projetos por razões humanitárias. Porém, o triunfo final está nas mãos do povo, por que o coração do povo em todas as nações é basicamente são, fundamentalmente bom e inclinado para Deus. E a isto, desprezam os governantes do regime comunistas.

  Os condutores do movimento agressivo sionista constituem um verdadeiro perigo para a paz mundial, e o desenvolvimento humano e suas atividades têm sido apoiados pela política de conveniência dos Estados Unidos da América e em menor grau pela Gran Bretanha, devido à influência dos Estados Unidos. Os sionistas têm desafiado às Nações Unidas rebaixando seu prestígio, e têm feito que sua posição seja tanto negativa como negligente para o mundo. Os sionistas têm perpetrado o maior ato agressivo desde a fundação das Nações Unidas e têm sido bastante hábeis para obter o apoio das Nações Unidas, transformando a ‘recomendação’ original das Nações Unidas numa ordem. A lei da força, da agressão e da conquista territorial pela força das armas está hoje demonstrada pelos sionistas na Palestina, assim como pelo poder do dinheiro para comprar governos. Estas atividades vão de encontro a todos os planos da Hierarquia Espiritual e marcam um ponto de triunfo das forças do mal  - temporariamente detidas pela derrota do maligno grupo que Hitler reuniu ao ser redor – envolto a organizar seu ataque sobre o desenvolvimento espiritual da humanidade. (18)

  (16) “Acreditamos que essa mensagem aconteceu durante a segunda grande guerra mundial, portanto, antes da fundação do Estado de Israel, ocorrida oficialmente através dos dispositivos da ONU em 29 de novembro de 1947. Estamos mantendo a integralidade do comentário embora os governos tenham mudado e hoje a situação mundial se encontre muitas vezes mais complicada. No entanto, os princípios de liberdade esposados pela Loja Branca são sempre os mesmos em qualquer época e todas as manifestações em contrário ou usurpações dos direitos humanos estarão contra a livre expressão do espírito e do pensamento, estipulados no Plano de Deus para toda a criação” (R/R).

  (17) “A alusão aqui destaca o fato de que o mundo é governado pela Hierarquia Oculta que busca sempre coordenar a evolução das raças segundo a projeção do Grande Plano do qual essa Hierarquia é tutora. No entanto, desde passadas civilizações, as raças se têm desviado seguidamente dessa projeção e a Hierarquia sempre trabalha nos ajustes que conduzam todos os destinos ao objetivo principal. Para que haja sentido nas situações cármicas de grupos e nações, há que existir a implantação de forças espirituais que possam manter os povos nos seus rumos evolucionários segundo suas necessidades materiais, científicas, filosóficas e inclinações religiosas e psicológicas. O papel de liderança dos povos precisa ser desempenhado por verdadeiros homens intuitivos e obstinados a seguir o leme das conquistas dentro dos padrões disponíveis e oferecidos aos diversos carmas nacionais. Nesses casos, a despeito de todos os problemas internos ocorridos nas vidas dos povos, as forças da Grande Loja Branca estarão presentes. Em contrapartida, quando há a usurpação de forças contrárias às situações estabelecidas pela Hierarquia Oculta, esses líderes da via esquerda carecerão das forças inerentes dos padrões arquetípicos evolucionários, liberados para os povos.

  Em consequência, pelos princípios regulados a que estão submetidas todas as nações, os revoltosos usurpadores tomam a cruz cármica sobre seus próprios ombros, sem o auxílio e dispensação inteligente de forças da Grande Loja Branca; logo estarão fadados ao fracasso mais cedo ou mais tarde. Cremos que isso veio suceder com a antiga União Soviética, cuja dissolução foi sintomática, e começa a acontecer com a China embora num enfoque diferente e com maiores razões de sucesso material, o que não significa, exatamente, que está tudo resolvido e o objetivo final vá ser naturalmente alcançado, pois as discrepâncias, os privilégios, as injustiças e crimes étnicos e a falta de um verdadeiro programa de amparo social ao povo pelas agências do governo, são ainda extremamente aberrantes e demandarão muitos anos para serem corrigidos ou nunca. Israel jamais teve um minuto de paz, e jamais terá pelas mesmas razões, enquanto do mesmo modo não se esforçar por corrigir seus erros passados”. (R/R)
      
  (18) “Não é de hoje que se demonstra que as forças do mal influenciam e dominam governos para fins de controle da população mundial e essas forças conduziram para a segunda grande guerra, onde Adolf Hitler seria somente uma peça a mais no tabuleiro das maquinações. Os nazistas tomaram a culpa sozinhos pela terrível catástrofe da segunda guerra que assolou vários povos e etnias. Atualmente se denuncia uma rede muito mais profunda e extensa do que antes se supunha abrangendo num único segmento mais recente, desde os primeiros planos do embrionário movimento sionista anterior a primeira guerra mundial, que a teria fomentado, bem como à facilitação para a tomada do poder por Hitler, depois ao financiar fortemente a Alemanha a fim de que se preparasse para guerra, e ao financiamento dos países do lado oposto para que se endividassem com eles, ao fomento da revolução russa, ao estabelecimento do comunismo para se opor à democracia vigente e ao domínio das finanças mundiais pelo estabelecimento de grandes bancos internacionais, o controle financeiro dos bancos centrais das nações, bem como da ONU e do FMI, dentre outras organizações.

  Estas ações, alinhadas com a Loja Negra, estariam agora reforçadas por extraterrestres do mal – cujas provas testemunhais de suas ações e ingerências no planeta já são muitas, reconhecidas por vários governos, e agora reforçadas pelas declarações e provas incontestes de ex-astronautas e altos funcionários aposentados dos setores principais da NASA, à despeito das sistemáticas negativas céticas e suas peculiares ironias e deboches robotizados pelas forças contrárias. Calcula-se que de cada dez cidadãos americanos cinco já teriam sido abordados por extraterrestres do mal e sofrido algum tipo de abdução, que absolutamente não é nada inconcebível para os ocultistas e místicos que percebem as presenças extraterrestres através dos inter-planos quando aqueles invasores buscam agir com suas intenções malévolas”. (R/R)
      
  O mundo de hoje está, não obstante, dividido em pessoas de más intenções e de grande poder e suas vítimas, além das reações negativas das nações restantes. Nenhuma nação pertencente às Nações Unidas tem tratado de desviar a onda do mal, alinhando-se com outras nações a favor da liberdade. Há somente grupos de homens não iluminados que tratam de controlar os destinos nacionais. Existe, todavia, uma reação emocional de indivíduos nacionais, que não são emotivos, porém estão mentalmente convencidos de que devem seguir certas linhas de atividades conducentes a seu próprio bem individual, ainda que – de modo geral – não sejam boas para os povos envolvidos (19)

  (19) “Conforme vimos nos referindo, atualmente muitas coisas tomaram novos vultos e direções mais complicadas, e por força de reações dos homens lúcidos do mundo - muitos que vieram para encarnações nas últimas décadas - as nações já se esforçam no sentido de tomar providências conjuntas, firmando e celebrando acordos de ajudas mútuas, como no combate ao narcotráfico e às outras ações criminosas internacionalmente organizadas. No entanto, paralelamente aos esforços de controle e saneamento, as forças contrárias estão sempre alertas e buscam sempre enfraquecer essas tentativas e providências, corrompendo os próprios homens de governo através de suas políticas viciadas. Não devemos nos enganar, pois é notório o grande poderio dessa rede maligna que continua a se infiltrar em todas as áreas de atividades humanas sem quaisquer exceções, inclusive a religiosa”. (R/R)
        
  Portanto, voltamos aos problemas do plano astral, ao nível emocional de consciência e a segunda iniciação. Essa iniciação libera os homens do controle emocional e lhes permite trasladar suas consciências aos níveis mentais e controlar, desde o ponto mais elevado de enfoque, suas atitudes emocionais normais e bem integradas. Se lerem novamente as páginas 282-283 (Tratado Sobre Los Siete Raios – Tomo V), encontrarão as três notas chaves para a segunda iniciação e sua técnica. Quisera chamar-lhes a atenção sobre elas, porque nos dão a chave para os problemas mundiais e indicam, ao mesmo tempo, a solução e o caminho de saída do atual impasse. Essa três palavras são: Dedicação. Ilusão. Devoção.

  A dedicação do aspirante invoca o fogo. Temos aqui um enunciado de muita importância. O aspirante nos níveis superiores do plano astral é impelido pelo ’fogo da dedicação’. Isso centraliza imediatamente sua vontade, se estiver manifestada no plano mental. Então o ‘fogo’ atua imediatamente e a primeira reação (como assinalamos anteriormente) é a ‘reunião do fogo e da água’ e, portanto, a produção da névoa, bruma, miragem ou ilusão. Estas quatro palavras devem ser compreendidas simbolicamente. As miragens assim induzidas dependem do raio e da etapa da evolução do indivíduo e da nação. É essencial aprender a pensar em términos mais amplos possíveis. Não me ocuparei deles. Os indivíduos estão descobrindo rapidamente a natureza de suas ilusões, uma vez que têm determinado sua ‘intenção espiritual’; também a ilusão nacional é reconhecida pelos observadores, ainda que raras vezes o façam as nações envolvidas. O fator que conduz à dissipação da ilusão é a devoção, devoção a um indivíduo, a um Mestre (como ensina a Sociedade Teosófica) ou a um projeto idealista. E, finalmente, a ilimitada devoção a seguir o Caminho, a palmilhar o Sendero a qualquer custo e a indesviável adesão ao serviço, considerada como a técnica principal do Sendero.

  A dedicação dá por resultado a ilusão, que é dissipada pela devoção – estas são as notas chaves da segunda iniciação. Não duvidem que o nacionalismo seja o resultado da dedicação a uma posição nacional e particular e produz as miragens que conduzem às dificuldades mundiais.

  Esses três aspectos do desenvolvimento evolutivo devem ser reconhecidos por todo aspirante; sua existência determina o lugar que ocupa no Sendero, a iniciação para a qual se está preparando e a natureza de seu serviço para a humanidade. E qual será o resultado da combinação destes fatores em nossa própria vida? Principalmente dois:

  1. O centro plexo solar é levado, antes de tudo a um estado de atividade quase violenta e impulsiva. Esta atividade é induzida pela dedicação, produzindo inevitavelmente ilusão.

  2. As violentas energias do centro plexo solar serão eventualmente controladas pela qualidade da devoção. Esta qualidade transforma o centro plexo solar num grande centro de distribuição de todas as reações emocionais e todas as ilusões, convertendo-o temporariamente na causa do desastre, conflito, dor e angústia.

  Como resultado de ambos, se põe em movimento uma grande agência transformadora, mediante a qualidade da devoção, e o plexo solar não somente chega a ser um centro distribuidor, senão o fator principal na elevação das energias ativas, tanto físicas como emocionais, desde abaixo do diafragma ao centro cardíaco. Diz-se (e efetivamente é verdade) que o período maior entre iniciações é da primeira para a segunda. Esta verdade deve ser enfrentada, devendo-se, ademais, recordar-se que de nenhum modo é o período mais árduo. O período mais difícil para o aspirante sensitivo e sensível se encontra entre a segunda e terceira iniciações.

  Este é um período de intenso sofrimento, de castigo, por haver aplicado os fatores da miragem e ilusão, ao ver-se envolto pronunciadamente em situações que, durante largo tempo não se aclaram, e o assediado aspirante avança firmemente adiante o melhor que pode, impelido por uma correta orientação e determinação espirituais. Geralmente deve fazê-lo na obscuridade trabalhando sob a ação da mente lógica e compreensiva, porém raras vezes sob a influência da inspiração. Não obstante, o bom trabalho contínua. As emoções são controladas e, necessariamente, o fator mente assume uma importância acrescentadamente correta. A Luz – vacilante e até então incerta e imprevisível – aflui ocasionalmente desde a alma, via a mente, aumentando com frequência as complicações, porém produzindo eventualmente o controle necessário que conduzirá à liberdade.

  Reflita-se sobre essas coisas. A liberdade é a nota chave do indivíduo que enfrenta a segunda iniciação e seu corolário – preparação para a terceira iniciação. Liberdade é atualmente a nota chave do discípulo mundial, e a humanidade exige hoje liberdade de viver, liberdade de pensar e liberdade de saber e planejar.

  A iniciação da Transfiguração, (...) é a mais importante de todas. De um ângulo particular, está particularmente relacionada com a quinta iniciação – a Revelação – e com a sétima iniciação – A Ressurreição.  As três são concernentes à liberação; liberação da personalidade, liberação da cegueira, ou liberação dos sete planos de nossa existência planetária – planos que se denominam às vezes os da evolução humana e super-humana. Terão observado que ultimamente tenho posto ênfase sobre um aspecto da iniciação poucas vezes mencionado até agora – o aspecto liberdade. O Sendero da iniciação tem sido às vezes denominado o Sendero da Liberação e sobre este aspecto essencial do processo iniciático trato de chamar a atenção. Tenho assinalado continuamente que a iniciação não é em realidade essa curiosa mistura de auto-satisfação, cerimonial e reconhecimento Hierárquico, como apresentam os principais grupos ocultistas. É muito mais um processo de trabalho excessivamente árduo, durante o qual o iniciado se converte no que é. Isto pode encerrar um reconhecimento hierárquico, porém não da forma geralmente imaginada. O iniciado está acompanhado por aqueles que o precederam e não é rechaçado por eles, senão visto, considerado e estimulado a trabalhar.

  Esta série graduada de liberações que dão por resultado o sucesso de uma acrescentada liberação do que tenha ficado para trás em sua experiência, leva consigo a permissão (dada ou endossada pela alma) para prosseguir adiante no CAMINHO. Ditas liberações não são resultado do Desapego, Desapaixonamento e Discriminação. Ao mesmo tempo, a disciplina fortalece e torna possível o árduo trabalho, requerido para passar na prova. Estas quatro técnicas (pois essas são) vão precedidas de uma série de desilusões que, quando são compreendidas e captadas, não deixam ao aspirante outra alternativa senão seguir adiante até a luz maior.

  Quisera que estudasse a iniciação do ângulo da liberação, considerando-a como um processo de liberdades alcançadas com grande esforço. Este aspecto básico da iniciação, quando é compreendido pelo iniciado, vincula sua experiência numa firme relação com toda a humanidade, cuja luta fundamental é a obtenção dessa liberdade ‘pela qual a alma e seus poderes podem desenvolver-se e os homens liberar-se devido a liberdade alcançada individualmente”.

  Fizemos questão de reproduzir 99.9% da íntegra dessas duas digressões e incursões de AAB sob a orientação do mestre D.K., pelo fato de que as iniciações vistas pelos olhos humanos levam a considerações vinculadas ao emocionalismo e ilusões criadas pela personalidade, que é fator grandemente envolvido pelo processo, senão aquela que nas primeiras experiências iniciatórias seja o objetivo principal. Do ponto de vista do alto, a visão dos mestres é bem outra porque o processo iniciatório envolve mudanças de consciências, porém, os resultados que essas mudanças irão gradualmente acarretar na vida do ocultista, este não conhece, o que lhe pode trazer inúmeras dificuldades e demora nos passos sobre o caminho pretendido, devido ainda a viver rodeado pelas sombras de Maia podendo cair nas suas teias.

  Esse trabalho do mestre D.K., não vem desnudar o oculto para mostrá-lo diretamente ao iniciado, porque isso por muitos fatores não é possível e nem contornável. Além disto, mesmo que a senda seja uma, os meios que o iniciado irá deles lançar mãos para arregimentar luz e forças serão vários, dependendo de sua pessoal inclinação, serviços, determinação, vontade e criatividade – nesse ponto a regra é bastante flexível, não sendo possível ser conciso numa só direção. É importante considerarmos e meditarmos sobre as exposições de D.K., por que ele é o mestre sob cuja guarda e de seus discípulos avançados estão justamente às orientações, ensinamentos e supervisões dos conteúdos de provas e cerimônias de iniciações do ocultismo nas fraternidades não sectárias e verdadeiros grupos da Nova Era, de cunhos realmente esotéricos.

  O fato de dedicarmos unicamente espaço para a primeira e segunda iniciações vem do momento evolucionário que atravessa a humanidade tanto na realidade dos homens da ciência e daqueles que com ela levam adiante a renovação dos métodos de ensino e profissionalização, como dos próprios esotéricos, antigos servidores sacerdotais da humanidade. Inúmeros esotéricos não têm formação acadêmica superior nem especialização em nenhum ramo da ciência experimental e laboratorial, mas observam o mundo sob dois planos – o material e o espiritual - e deles emergem para o conhecimento mais aprofundado ao desenvolvimento ativo de uma consciência mais ampliada. A diferença básica e fundamental entre os iniciados do mundo, se assim podemos nos referir, porque sua grande maioria é ainda inconsciente do processo de graduação de valores de consciência sob a ótica de um caminho previamente elaborado pela Hierarquia Planetária, e o discipulado esotérico, é que a primeira classe trata unicamente dos fenômenos da matéria, e ainda terão alguns milênios pela frente para conseguir entender sua realidade intra-dependente de um mundo que começou no espírito do Criador. A segunda classe, dos ocultistas, contudo, já sabe disto e investiga cada vez mais as origens das energias e forças ocultas ligadas diretamente à natureza e aos seus efeitos diretos ou indiretos nos corpos das personalidades e nas suas consequentes ligações com a alma. Os esotéricos sabem que lutam pela libertação de seus carmas e por suas evoluções individuais, mas de todas as formas contribuem para o coletivo da grande irmandade do mundo – a humanidade num plano geral da existência – e a partir desses esforços e concentrações de energias a humanidade também virá auferir de benefícios nas suas lutas por um mundo melhor.

  A primeira e a segunda iniciações são, portanto, as que mais de perto nos interessam, principalmente no ocidente, por isso ficaremos nessas explanações, fechando o tema com um breve quadro elaborado por D.K/AAB que nos traz, em sínteses, os significados a que incorrem os candidatos nas iniciações, quando lhes é dado o momento de por elas passar:

  Primeira Iniciação – O Nascimento. Liberação do controle do corpo físico e seus apetites.

  Segunda Iniciação – O Batismo. Liberação do controle da natureza emocional e da sensibilidade egoísta do eu inferior.

  Terceira Iniciação – A Transfiguração. Liberação do antigo autoritarismo da tríplice personalidade, marcando um momento culminante na história de todos os iniciados.

  Quarta Iniciação – A Renúncia. Liberação do próprio interesse e renúncia da vida pessoal em benefício do todo maior. Até a consciência da alma deixa de ter importância e é substituída por uma percepção mais universal próximo da Mente Divina.

  Quinta Iniciação – A Revelação. Liberação da cegueira que permite ao iniciado ter uma nova visão. Essa visão concerne à Realidade que está mais além de qualquer outra, sentida ou conhecida até agora.

  Sexta Iniciação – A Decisão. Liberdade de escolha.

  Sétima Iniciação – A Ressurreição. Liberação do aprisionamento da vida fenomênica nos sete planos de nossa Vida planetária, sendo, na realidade, a “elevação fora do plano físico cósmico, ou sobre ele”.

  Oitava Iniciação – A Transição. Liberdade da reação da consciência (tal como compreendem essa palavra) e liberação até um estado de percepção, uma forma de reconhecimento consciente que não tem relação com a consciência, segundo se compreende dito término. Poderia considerar-se  como a total liberação da sensibilidade, havendo, sem dúvida, pleno florescimento dessa qualidade que denominamos inadequadamente “compaixão”. Mas não posso dizer.

  Nona Iniciação – A Negação. Liberação de todas as formas de tentação, particularmente no referente aos planos superiores. Deve recordar-se constantemente (daí minha constante reiteração) que nossos sete planos são os sete subplanos do plano físico cósmico. 
   
                                                                 Por Rayom Ra

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Obras Consultadas:

- Iniciação Humana e Solar.
- Os Raios e as Iniciações (tomos de I a V)
- O Discipulado na Nova Era (I e II).
- Tratado Sobre Los Siete Raios (tomos I a IV)
- A Treatise on Cosmic Fire
- La Educacion en La Nueva Era
   (todos acima de Djwhal Khul  e A.A. Bailey)
- Glossário Teosófico – H.P. Blavatski
- El Cuerpo Causal Y El Ego – A.E.Powell
- The Solar System – A.E.Powell
- Lições Práticas de Ocultismo Utilitário – F.W. Lorenz
- Lês Mystiques du Soleil – J. M. Angebert
- Hitler et la Tradition Cathare – J.M. Angebert
- Os Chackras – C.W. Leadbeater
- A Ciência Secreta – Henri Durville
- Los Mistérios Iniciáticos – Henri Durville
- Conceito Rosa Cruz do Cosmos – Max Heindel
- Dogma e Ritual da Alta Magia – Eliphas Levi
- O Chanceler de Ferro – J.W. Rochester
- Enigma Eu – Rayom Ra
- O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação – Rayom Ra
- A Bíblia

  Esta obra pode ser reproduzida sem alterações. Solicitamos anotarem os créditos.

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