domingo, 6 de novembro de 2016

Os Dez Mandamentos

         Não há dúvidas de que os dez mandamentos expressam um código veiculador de regras sócio religiosas. Tem sido, sobretudo, na Bíblia, um guia moral subscrito não por uma autoridade temporal, mas pela divindade absoluta revelada aos judeus e reconhecidamente severa, disciplinadora e até iracunda.

  Nas suas origens não seria elemento alternativo, opcional, evocativo de uma liderança humana. Viria de todo do Deus IHVH, por conduto de Moisés, seu maior representante na Terra, imposto para obrigatória observação. Assim também afirma e reafirma a tradição rabínica. E é desta maneira que o Livro do Êxodo nos passa a transmissão dos dez mandamentos pelo Deus dos hebreus no Monte Sinai.

  Sinai ou Horeb seria o lugar, o monte ao pé do qual o povo hebreu acamparia enquanto o líder Moisés subiria para encontrar Deus. As tantas e assustadoras lendas acerca desse monte mantinham os viandantes afastados. Diziam haver nele fumaça, fogo e espíritos que caminhavam.

  Em 1904 o egiptólogo inglês Flenders Petrie chegaria ao Sinai da Arábia Saudita, com o intuito de explorá-lo. Subiria. E o que descobriria pouco tempo depois de iniciadas as escavações? Enigmática edificação egípcia, estendendo-se por santuários anexos, túneis e câmaras perfeitamente escavados. Encontraria fornos e inúmeros objetos de variados portes e formatos, concluindo que no passado, nesses locais, se teriam realizadas intensas atividades. O exame das esculturas e representações murais remeteria às datas anteriores ao êxodo hebreu, havendo inclusive referências coincidentes ao tempo em que Moisés teria vivido no Egito.

  Não seria de estranhar a razão de os egípcios terem assentado bases num monte no deserto da Arábia, pois em sucessivas incursões em busca de ouro e especiarias quando subjugavam os semitas da Mesopotâmia e Palestina e transformavam muitas de suas metrópoles ou cidades-estados em estados-tributários, costumavam sair de suas principais rotas e avançar por outras regiões. E o Monte Sinai da região saudita não distava muito das terras egípcias.

  Duas principais questões avocadas na ocasião da descoberta seriam: Moisés teria subido o monte com a única expectativa de tentar falar com IHVH?  E o Deus IHVH, de fato, nesse lugar, lhe teria passado as leis que na sua essência não seriam tão diferentes das regras morais já existentes para sumérios, caldeus, egípcios, gregos e outros povos da antiguidade?

  Arriscamos-nos a dizer que é temerário acreditar irrestritamente em linhas históricas delineadas pelos arqueólogos, como também o é, da mesma forma, aceitar a tradição religiosa sem reflexões ou discussões. Assim, para entrarmos na discussão histórico-religiosa dos dez mandamentos necessitaremos novamente vir fazendo pequenos retrospectos sobre a vida e personalidade de Moisés, hoje de existência e feitos tão contestados por correntes de historiadores cada vez mais céticos.

  Conforme vimos, Moisés supostamente participaria de rituais secretos nos templos e pirâmides egípcias e seria o escolhido para nova tentativa de estabelecer o monoteísmo, visto o pensamento de Akhenaton ter também desaparecido com sua morte. Em assim sendo, e para o cumprimento dessa grande missão, Moisés necessitaria do auxílio e sabedoria dos sacerdotes adeptos do monoteísmo. Os mandamentos gravados em primeira vez em madeira e em segunda vez em tábuas de pedra, poderiam perfeitamente ter sido talhados por oficiais artesãos. Nada inverossímil nessa suposição, uma vez que, mais adiante, a Bíblia diz que IHVH mandaria Moisés chamar os artesãos Bezalel e Aoliabe bem como colocaria habilidades noutros homens para que construíssem a arca em ouro e fabricassem todos os demais aparatos do templo no deserto.

  Há polêmicas acerca da origem e interpretações dos dez mandamentos. Para alguns, seu conteúdo seria Asseret Hadibrot que significa as Dez Falas ou os Dez Ditos.

  Não é novidade os povos terem cultuado deuses e divindades com diversas e variadas conotações politeístas. Mas sumérios e caldeus, por exemplo, já cultuavam também deuses trinos. Por vezes, a expressão criadora de um deus se desdobrava a quatro, como nos ensinamentos dos próprios sumérios e indus que mais tarde, no século II de nossa era, com idêntico pensamento, seria reafirmado pelos ofitas do Egito. O nome Elohim não foi originário do vocabulário hebreu e veiculava mais do que uma força divina, porém um coletivo de deuses criadores. Eloha, no singular, era para sumérios e caldeus unicamente um dos Elohim.

  Em nosso idioma o vocábulo Deus denota plural por sua própria formação morfológica. E se Deus era Elhim ou Elohim, reconhecido pela antiga cabala hebraica rabínica como sete poderes criadores, a origem do politeísmo já começaria no próprio Deus.

  O Gênesis nos dá provas deste coletivismo deífico quando descreve as etapas da criação, mencionando inicialmente o Deus Criador como uma só expressão. Mais adiante, no versículo 26 do Capítulo I do Gênesis, a mensagem é outra, como segue: “Também disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança.” Indubitável a revelação no texto pluralizando forças criadoras.

  A ideia da tríade os sumérios representavam com Bel, Ea, Anu; os egípcios com Osíris, Isis e Horus; os indus com Brahma, Vishnu e Shiva ou Sat, Chit e Ananda; os parsi com Ahura-Mazda, Spento (Angro-Main Yush) e Aramaiti e os babilônicos com Talmus, Marduk e Baal. Entretanto, o monoteísmo introduzido por Moisés aos hebreus não falaria de tríade e nem de trindade, pelo menos o Livro do Gênesis a nada disto se refereria, apesar de deixar misteriosas pistas acerca de Eloha-Elohim. Nem posteriormente, na decorrência do êxodo, haveria qualquer citação a esse respeito por parte de Moisés, o que indubitavelmente nos conduz a uma mensagem principal e proposital acerca de um Deus único, sem qualquer outra conotação de pluralidade, semelhante ao solitário Aton, Deus-Sol egípcio, divinizado por Amenophis IV.
     
  Precisamos considerar que o primitivismo cultuou certas ideias religiosas que com o tempo sofreriam algumas transformações. Se os caldeus-sumérios desenvolveram uma civilização altamente utilitária há mais ou menos 6.000 anos na Mesopotâmia, segundo a história oficial, foram realmente exceção junto às tribos semitas ali viventes. Não foi sem motivos que rapidamente suplantaram as tribos vizinhas imprimindo-lhes sua adiantada cultura. E de onde teriam adquirido tal cultura e por qual razão a trariam para a Mesopotâmia?  A história oficial sabe muito pouco dos sumérios, que seriam um ramo dravidiano da Ásia Central que por motivos desconhecidos se fixariam na região dos rios Tigre e Eufrates na Caldéia.  

  A influência suméria modificaria o pensamento religioso das tribos mesopotâmias e palestinas e introduziria, além do religioso, novos elementos básicos culturais extensivos também aos gregos e egípcios e a outros povos da África. No entanto, a ligação suméria com o oriente mais afastado, onde na Índia os dravidianos possivelmente praticariam ensinamentos védicos, não está clara para a história. Se os dravidianos tivessem trazido da Índia para a Mesopotâmia e Palestina todo o pensamento védico lá ensinado, naturalmente o teriam implantado in totum e seria também assimilado pelos povos semitas, o que não aconteceu. Embora a cosmogonia entendida pelos sumérios não fugisse à idéia central da criação do universo e sistema solar, e o gênesis de deuses e homens, conforme ressaltado nos ensinamentos arianos, sua filosofia de vida era eminentemente prática, voltada para a transformação utilitária da matéria e de seus elementos. Os indus, ao contrário, destacaram sempre e basicamente um pensamento religioso místico – contemplativo e meditativo – no intuito de sobrepor-se às clamantes necessidades físicas e materiais. A religiosidade indu edificou-se sempre sobre atitudes de purificação, desapego e negação à concentrada atividade para a posse material.

  Os sumérios dravidianos, contudo, contrariando alguns dos preceitos religiosos da Índia, desenvolveriam as aptidões de transformar a matéria através de grandes conhecimentos da física, astrologia, química, matemática, medicina, arquitetura, mineração e de outras ciências afins, usufruindo do utilitarismo e conforto tecnológico que com o tempo grassariam parcialmente para povos vizinhos. Esses fatos tão visíveis e destacados no mundo antigo nos levam a concluir que a civilização suméria teria começado na Mesopotâmia com a cultura dravidiana trazida do oriente distante, mas sofreria um impulso fantástico pouco tempo depois deles ali se terem estabelecido.

  Portariam também fundamentos morais que os adaptariam, conforme já analisados, e os aplicariam ao cotidiano, que tal como suas atividades científicas, seriam identicamente absorvidos em proporções bem menores pela vizinhança semita. Alguns destes fundamentos remontam há mais de 10.000 anos, desde a tradição védica oral, quando os arianos pregavam regras disciplinadoras da vida social.

  Os ensinamentos védicos são extremamente amplos, que, como dissemos, os dravidianos deles teriam também absorvido. Parte deles é aplicada excelentemente à psicologia religiosa esotérica. São hinos, cantos, rituais, devoções, sacrifícios e conhecimentos compilados em quatro textos principais, chamados Rig-Veda, Sama-Veda, Yajur-Veda e Atharva-Veda. A palavra veda deriva da raiz sânscrito vid que é conhecimento. As escriturações dos textos védicos datam de mais ou menos 1500 anos a.C. As origens da tradição oral, entretanto, perdem-se nas noites do tempo remontando talvez há mais de 20.000 anos.

  Dos Vedas, podemos destacar os “Aforismos de Patanjali”, do Livro II, atitudes, que nos parecem assemelhar-se aos mandamentos bíblicos. Os cinco primeiros mandamentos estabelecidos são:

1. Inofensividade                    4. Continência
2. Verdade                                5. Não avareza.
3. Não roubar

  Esses mandamentos são regras básicas aos candidatos desejosos de levar vida asceta e àqueles portadores de intensa devoção religiosa, não recolhidos ao ascetismo. Cabem também ao povo. No entanto, se flexibilizam diante da impossibilidade da absoluta conciliação com os afazeres da vida material e familiar, atenuando assim as observâncias em alguns aspectos.

  Outros cinco mandamentos são essencialmente devocionais de obliteração ou negação à vida material, mas principalmente de práticas sacerdotais:

          1. Purificação interna e externa       4. Estudos espirituais.
2. Gozo (satisfação, alegria)              5. Devoção a Ishvara.
 3. Aspiração ardente                            (o Deus Criador Indu)

  Inegável a presença do pensamento sumério nos povos do Oriente Médio e Egito. Os egípcios, por oportuno, influenciariam gregos que em contrapartida influenciariam egípcios nos períodos de certas dinastias. Mas por trás das cenas estaria a originalidade suméria, mesmo nos períodos de domínios caldeu-sumério, acádio-sumério, assírio-sumério e babilônico.  

  Houve, desse modo, diversos amálgamas religiosos, ajustes, influências idiossincráticas, novos conceitos e novas práticas, mas nada tão absolutamente diferente que por milênios as religiões deixassem de possuir em traços comuns. Nas destacadas civilizações o povo praticava as religiões abertamente enquanto os sacerdotes as praticavam ocultamente sob certos cuidados e segredos.

  O Egito, embora se situasse na África, não produziu um povo com raízes unicamente africanas. Sua situação geográfica favoreceu a miscigenação com etnias nômades dos vários ramos raciais distintos de fora do continente, e mais tarde com semitas do Oriente Médio e grupamentos indo-europeus que chegavam em sucessivas ondas em busca de água e alimentos.  Apesar desse caldeamento, o Egito conseguiu isolar a casta real, a nobreza, a classe sacerdotal, os oficiais militares e os altos funcionários de administração, destacando-os dos emergentes de camadas inferiores do povo representados por trabalhadores, artesãos e escravos.

  As sucessórias investiduras da emblemática divina faraônica representavam para muitos reis os cargos de sumo ou altos sacerdotes, e essas proeminências facilitavam a implantação e conservação das ideias religiosas politeístas, muito embora existissem sempre disputas e cisões sacerdotais, principalmente entre as capitais Tebas e Mênfis do alto e baixo Egito.

  O Egito, ao longo das dinastias, pôde produzir sua própria nomenclatura simbológica, riquíssima mitologia e três linguagens próprias de comunicação, a par de desenvolver adiantada ciência para a época, que em alguns aspectos era cercada de mistérios, como, por exemplo, as técnicas empregadas para as mumificações. E sob essa pulsante sabedoria, Moisés se instruiria e viria se preparar para introduzir no mundo semita o pensamento monoteísta. A isso se seguiria imediatamente um código moral disciplinador, sócio religioso, chamado de os Dez Mandamentos. O motivo pareceria evidente, não sendo outro senão a mudança das conceituações politeístas já extenuadas após milênios de práticas.

  A longa caminhada humana, ao reinado de tantos deuses terrestres e extraterrestres, estaria assim aos pródromos de um novo rumo para um Deus unificador. Os períodos histórico-religiosos dos politeísmos seriam, a partir dessa aceitação, pouco a pouco soterrados pelo novo e sintetizador ciclo que se apresentava. Permeava-se de uma só crença e varreria em definitivo das mentes semitas as múltiplas interpretações do passado motivadoras de absurdas idolatrias.

  Os dez mandamentos, contudo, como todas as grandes e importantes revelações bíblicas e marcantes eventos, trariam com o tempo interpretações diversas e polêmicas. Mas para o povo a quem se destinariam naquele momento, e por conter claras coibições, os mandamentos se encaixariam básica e literalmente às necessidades de severa e necessária disciplina. Foram, na maior parte, imposições imperativo-negativas embora, mais adiante, nas revelações do Livro do Deuteronômio, Moisés introduzisse novas e disciplinadoras regras e comentasse sobre os deveres e cuidados acerca das ordens divinas.

  Os dez mandamentos, em síntese, viriam traduzir as seguintes primeiras regras disciplinadoras:

1.  Não terás outros deuses diante de mim.
         2.  Não farás imagens de esculturas e não as adorarás.
3.  Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.
4.  Guardarás o dia de sábado para O santificar.      
         5.  Honrarás a teu pai e tua mãe.
6.  Não matarás.
7.  Não adulterarás.
8.  Não furtarás.
9.  Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
      10. Não cobiçarás a mulher do teu próximo nem os seus  pertences.

       O texto bíblico discorre sobre seis dessas regras e, sem dúvidas, é um breve discurso reconhecido como os dez ditos ou dez falas. 

[Capítulo VI do Livro "O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação" por Rayom Ra]
Texto revisto em 06-11-2016.

Rayom Ra
     http://arcadeouro.blogspot.com.br  

Os Patriarcas que a História não Reconhece

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  Neste capítulo vamos procurar analisar aspectos históricos dos patriarcas judeus e suas relações sócio-culturais formadoras da inicial infra-estrutura do Velho Testamento. Os aspectos religiosos foram no passado relativamente aceitos sem muitas discussões, muito embora sem provas concretas suficientes, mas com os historiadores dando crédito material aos textos bíblicos quando identificavam cidades ou locais fisicamente conhecidos ou não.

  Hoje, porém, esta visão mudou e conturbou completamente uma possível coerência no processo histórico, sob cujos desdobramentos os textos bíblicos em diversas ocasiões convergiriam. O que mais causa divergências e cisões entre arqueólogos, sociólogos, historiadores e pesquisadores são as diferentes constatações de que as culturas dos povos se teriam desenvolvido em períodos não coincidentes com aqueles asseverados pelos textos bíblicos. Em alguns casos, se afastam de tal forma dos relatos religiosos que robustecem ainda mais a colocação dos argumentos díspares de quem diverge. Mesmo o Egito não escapa do esquadrinhamento de fatos imprecisos ou inexistentes e que produzem hiatos na sua memória arqueológica, por não existir elos sequenciais de elementos concretos corroborantes com as narrativas bíblicas.

  De Adão historicamente nada se pode comentar, exceto que o texto bíblico descreve propositalmente o paraíso no lugar onde existiu a antiga Mesopotâmia. O que Adão teria realizado não é cabal nem procedente, mesmo porque quase nada é dito de seus hábitos em comum com Eva no Jardim do Éden. A única trilha a seguir no contexto religioso é aquela deixada por seus descendentes até Noé. Não há, portanto, conteúdo em Adão e Eva como personalidades, sobre as quais se pudessem analisar e inferir racionalmente como a história necessita.

  De acordo com nossos cálculos, o começo da povoação da terra com Adão e Eva teria acontecido há aproximadamente 6046 anos, cifra esta, reafirmamos, insignificante perante os anais universais e cronologia humana. Aventamos, porém, que o cálculo judaico de 5769 anos (em 2009), dessa mesma distância de polos humanos, possa ser explicado pela sabedoria milenar cabalística. A data popularmente fixada do início de seu calendário é a de 07 de outubro de 3760 a.C., e como já nos referimos, apesar da diferença de 277 anos, não muda a espinha dorsal de nossos cálculos, pois alcançaria os 653 anos que Adão ainda viveria até atingir 930 anos de idade. Porém, a cabala caldeu-hebraica mantém tradições herméticas onde se guardam explicações mais profundas não só dos sistemas numéricos relacionados com as forças divinas, como crônicas e livros sagrados de uma sabedoria antiquíssima. Esse assunto não abordaremos nesta obra.

  Teria sido a Mesopotâmia realmente o Jardim do Éden? Que a Mesopotâmia foi o berço da civilização dos povos do oriente médio não há dúvidas. Muito embora ramos étnicos semíticos tivessem alargado o círculo de seus grupamentos nômades para mais além do Tigre e Eufrates, é inegável a influência por eles recebida dos povos culturalmente adiantados viventes na Mesopotâmia. Todavia, o Gênesis bíblico ao prefaciar o Velho Testamento com a criação da natureza terrena e humana em poucas linhas, sob uma cosmogonia bastante resumida, não explicaria o necessário, deixando aos historiadores e pesquisadores modernos uma única saída a fim de tentar entender a razão e o sentido de tal revelação. E como os operadores da ciência material são na prática inerentemente agnósticos ou ateus, o concretismo é a única via de suas pesquisas. Mesmo reconhecendo no ser humano uma psique reveladora de sensações, pensamentos e toda a sorte de emoções, não é competência da ciência anelar filosoficamente algo imaterial sobrepondo-se ao material. Nem atribuir um Deus invisível e intangível a quem a psique, anima, ego ou superego instintivamente reverencia, se dobra e oferece segundo sua cultura. Na realidade, permeia-lhe – à ciência concreta – a alma física do anacronismo que procura exorcizar com esforço racional e tecnológico. E não obstante, um inevitável paradoxo a obriga a seguidamente reconhecer um paradigma invariável, persistente e inexplicavelmente constante com a inclinação humana, que vem revelar sempre na alma dos povos a imorredoura certeza a algo invisível e superior a todas as demais vidas e formas da natureza.
     
  Dessa maneira, partindo das crenças de genealogias dêiticas de povos pré-existentes aos judeus, a pesquisa procurou analogias e paralelos para entender a cosmogonia bíblica. E não foi difícil encontrar coincidências no Gênesis bíblico com os relatos mitológicos sumérios.

  Evidenciava-se que os sumérios tinham chegado à Mesopotâmia antes do povo judeu, subjugando com suas milícias e adiantada cultura os semitas ali viventes, conforme já vimos. Alguns registros históricos apontam 6.000 anos de existência da civilização suméria; outros levantam suspeitas e suposições de que esse tempo possa ser maior, puxando a lenda do Jardim do Éden para um período ainda mais recente. Os cananeus, que anteriormente viviam pela região da Mesopotâmia, seriam antes da invasão suméria pequenas e esparsas tribos semitas que não podiam representar uma influente cultura. Mas somente após o êxodo do Egito, e com a civilização suméria decaída e fragmentada, que os judeus teriam chegado a Canaã dos cananeus na Palestina com sua força militar e religião monoteísta, lá se instalando. Admite-se que os cananeus, nessa época, já utilizavam o termo hebreu para designar seu ramo étnico, que os judeus somente após a conquista de Canaã absorveriam e adotariam. Portanto, hebreu antes do êxodo, não seria somente epíteto de especial ramo semítico israelita conforme atribuíam a Moisés e ao povo judeu escravo no Egito.

   Além disso, o hebraico é um idioma muito mais antigo, originário da África e lá existente há mais ou menos 8.000 anos a.C., levado para a Ásia e depois falado tanto por fenícios como por cananeus. Sua forma escrita, mais tarde trabalhada pelos rabinos judeus que lhe introduziriam sinais massoréticos, estabelece similitudes com o aramaico falado por Jesus e alguns povos da antiga Palestina e Mesopotâmia. Desse modo, os sumérios teriam sido muito anteriores aos judeus do Velho Testamento e não poderiam de forma alguma se revestir com um proselitismo judaico, senão o oposto visto a cultura politeísta suméria, durante milênios, ser a mais forte e assimilada forçosa ou casuisticamente pelos povos espalhados desde a Síria Oriental até a Mesopotâmia.

  No capítulo do Gênesis bíblico há a referência ao Deus Criador de todo o universo trabalhando durante seis dias e descansando no sétimo dia. Jehovah, IHVH (IEVE), Jah-Eva ou Jah-Hovah, tornou-se o Deus único formador do credo religioso hebreu monoteísta. Esse Deus, destarte, é muitas vezes mencionado como Eloha, IHVH Alhim ou Jeovah Elohim. Segundo os hebreus, Elohim eram deuses conhecidos como co-criadores do universo, da natureza e dos homens. Seriam as próprias forças criadoras, tantas vezes mencionadas no politeísmo sumério e por outros povos da Ásia.

  Essa relação, ao invés de tergiversar dos textos bíblicos, vem reforçar a antiga ideia da concepção cósmica por deuses criadores que o Deus dos judeus sozinho encarnaria e assumiria com o objetivo de estabelecer uma visão cosmogenética mais simplificada, que terminaria por não acontecer, visto o relato de o Gênesis ser abreviado, confuso e aparentemente sem nexo.

  Por outro lado, a arqueologia não encontrou ainda meios para definir uma data precisa, ou o mais aproximado possível, de quando definitivamente o dilúvio teria ocorrido, se de fato ocorreu conforme diz o Velho Testamento. Cientistas são categóricos em afirmar que pelos estudos dos solos, acidentes geográficos e condições ambientais de muitas regiões dos continentes, até o momento não há indícios de que há milênios tenha de fato acontecido uma inundação daquela magnitude.

  Estudos acurados indicam também que seria impossível a natureza provocar inundação de uma só vez em todo o planeta, cobrindo montanhas, oceanos, mares e rios em somente quarenta dias de chuva. Mesmo chovendo mais do que quarenta dias, se verificaria aumento de volume ínfimo de água por toda a Terra, embora para nós esse mesmo volume viesse a se revelar assombrosamente grande. Ademais, segundo ainda afirmam homens da ciência, a natureza, além de tudo, não reúne condições de formar tanta elevação de nuvens que possa precipitar uma inundação em escala planetária.

  O Noé bíblico, tanto quanto Abraão, Jacob, José e Moisés, são reconhecidos e respeitados pelo Islam que, principalmente, consideram Abraão um muçulmano da maior envergadura. Esta atribuição se deve por sua aceitação e fé a um Deus único, pois nos tempos dos patriarcas não existia ainda cristianismo ou islamismo.

  Noé é frequentemente citado nas prédicas muçulmanas com elementos adicionais não encontrados no Velho Testamento, como ilustra uma passagem em que se volta a Deus para lamentar a morte de seu filho, afogado durante o dilúvio. Deus, no entanto, o consola dizendo que ele verdadeiramente não era seu filho, pois o procedimento dele era pecaminoso.

  Já Ismael, outro filho de Abraão, é considerado ancestral da linhagem de Maomé, profeta do Islam, e devido a isso os muçulmanos reclamam totais direitos sobre a Palestina. Os muçulmanos advertem que os judeus perderam o direito às terras por que as tribos de Israel haviam mergulhado no pecado ao adotar cultos politeístas pagãos em Canaã, e por se terem degradado. Deus então os castigou com o cativeiro da Babilônia e depois os fez dispersar em diásporas pelo mundo, sem país nem pátria.

  Sabe-se que o movimento sionista sediado nos Estados Unidos e Europa, afirmava ter os judeus o direito de voltar as suas origens na Palestina. Baseavam-se nos argumentos de que eram injustamente perseguidos no mundo inteiro, principalmente na Europa por autoridades da igreja processadoras dos progroms, que eram execuções de judeus não convertidos.  O movimento de retomada judaica, com ajuda do barão de Rothschild no final do século XIX, já providenciaria assentamentos judeus em primeiras colônias agrícolas na Palestina. A partir de 1917, os sionistas construiriam assentamentos rurais e urbanos restabelecendo a cultura hebraica na terra. Em 1933 os judeus já eram mais de 20% da população palestina.

  Em 29 de novembro de 1947, a ONU aprovaria o retorno dos judeus à Palestina que como estado judeu teria 14000 km2, indo de Haifa à Telavive e do deserto de Neguev até o Golfo de Acaba, incluindo-se nesta partilha parte da Galiléia. Os árabes teriam um estado com 11500 km2, da Cisjordânia à faixa de Gaza. Jerusalém seria elevada a uma posição de destaque internacional. Essa divisão desagradou os árabes e gerou a guerra que se estendeu entre os anos 1948 e 1949.

  Terroristas judeus promoveriam muitos ataques contra os colonos palestinos que resistiam à invasão, matando famílias, queimando suas propriedades e obrigando a enorme contingente de colonos emigrar para países árabes. Aproximadamente 300 mil palestinos, que insistiriam em permanecer, passariam a viver em condições sociais inferiores, sem muitos direitos de cidadãos livres, ou em situações de pobreza em acampamentos. Estas ações terroristas israelenses são conhecidas como o massacre de Doir Yassin.

  A genealogia bíblica estabelece em duas ocasiões, a cada dez gerações, o aparecimento de um patriarca. A exceção fica por conta de Jacob – filho de Isaque o primogênito de Abraão – nascido gêmeo de Esaú. Noé representa a décima geração a partir de Adão, e Abraão é também a décima a partir de Noé. Porém, há dúvidas quanto à data do nascimento de Abraão na cidade de Ur, na Caldéia, como acontece com as datas de eventos que incluem personagens bíblicos. O nascimento de Abraão estaria condicionado ao período entre os anos 2000 a.C. a 1500 a.C. (pelos nossos cálculos teria nascido em 2091 a.C.), e nesse mesmo período se registraria a reunificação do império sumério após a expulsão dos guti, povo nômade originário dos montes Zagros, no Alto Tigre. Esses nômades tinham se infiltrado nas cidades-estados sumérias em 2230 a.C., quando os sumérios vinham minando o domínio acádio com constantes rebeliões. Os acádios, por seu turno, povo também nômade provindo do deserto da Síria conquistariam aos grupos, antes dos guti, as cidades-estados sumérias entre 2350 a.C. e 2340 a.C.

  Apesar de alguns historiadores serem cautelosos num julgamento definitivo sobre a realidade ou não da existência dos patriarcas bíblicos, outros demonstram o mais profundo ceticismo quanto ao fato. Grande número de pesquisadores no mundo inteiro, no entanto, está interessado unicamente em comprovar a veracidade dos relatos bíblicos sem preconceitos. Achados arqueológicos têm sido para uns a via única comprobatória de falhas e inverdades dos relatos do Velho Testamento. Duas conhecidas correntes de estudiosos, nos Estados Unidos e na Europa, divergem em vários pontos sobre critérios interpretativos dos elementos arqueológicos coligidos. A Maximalista se apresenta não radical, comedida, postulante da aceitação de fatos bíblicos como sendo históricos desde que não possam ser contestados nem sejam comprovadamente falsos. Já a corrente Minimalista desconsidera e julga falsos os fatos onde não haja evidências possíveis de comprovação.

  A nós parece-nos haver grande precipitação dos Minimalistas em julgar fatos bíblicos dessa forma, pois dificilmente há consenso ou absoluta certeza de uma amostra arqueológica ou documento histórico serem eminentemente comprobatórios de mentiras e enganos, ou suficientes de per si para conclusões definitivamente verdadeiras. Há que haver maiores estudos.

  Dúvidas levantadas quanto à existência de Abraão e, por conseguinte, de outros patriarcas, decorrem também da instituição de novos hábitos adotados por eles que não seriam nem originais e nem da mesma época de seus clãs. No caso de Abraão, descobriu-se que hábitos de tribos semitas idênticos aos esposados ou instituídos por esse patriarca, segundo a Bíblia, já existiam desde o primeiro milênio da era anterior à Cristo. Um caso discutido é o modelo de um contrato achado em escavações e atribuído a pertencer a Abraão, que mais tarde se descobriria ser de data muito anterior ao patriarca e de prática comum entre antigos semitas. Outro caso é o da circuncisão instituído por Abraão, a mando de Deus como prova de aliança entre Deus e sua descendência, mas cuja origem e referência histórica recuam milênios ao continente africano onde já era hábito de primitivas etnias. Mesmo na Palestina, os cananeus a praticavam e da mesma maneira os egípcios entre os períodos do Bronze Médio (2200 a.C. - 1550 a.C.) ao Bronze Recente (1550 a.C. - 1200 a.C.).

  Uma história não bíblica conta que Abraão respeitante ao Deus único, veio ter com Melquisedeque que o abençoou, fortalecendo-lhe a mensagem de que seus descendentes povoariam a terra como as incontáveis estrelas se espalhavam no céu. Algumas vezes, os relatores de textos antigos confundiam Melquisedeque, rei de Salém, com o próprio Deus. Desse modo, Abraão teria falado pessoalmente com Deus encarnado.

  Jacob seria o patriarca a realizar propriamente as promessas feitas a Abraão pelo Deus único, relativamente ao povo judeu. Isaque geraria dois filhos gêmeos por Rebeca – sua mulher –  chamados Esaú e Jacob. Esaú nasceria primeiro, vindo Jacob segurando seu calcanhar. Mais tarde, estando Isaque a morrer, pretendia dar a benção ao primogênito Esaú. Jacob, sabedor de que seu pai não enxergava bem, e seguindo orientação de Rebeca, vestiu-se com a roupa do irmão cobrindo o pescoço e as mãos com a pele de cabritos, recebendo de Isaque a benção.

  Jacob teria tido doze filhos que constituiriam as doze tribos de Israel, porque Deus trocara o nome de Jacob para Israel. José, seu décimo primeiro filho, acabaria vendido por seus irmãos a mercadores nômades, sendo levado ao Egito onde um rico comerciante chamado Putifar o compraria. Mais tarde, interpretaria os sonhos do faraó reinante na cidade de Mênfis, que segundo a história seria hicso – povo asiático semita invasor do Egito – onde os hicsos permaneceriam durante a 15ª. E 16ª. dinastias, sendo depois expulsos. José, já como chanceler do Egito, mandaria buscar toda a sua família e descendentes, que entrariam no Egito livremente, mas permaneceriam escravos por 430 anos contados após a morte de José, sendo finalmente libertos por Moisés.

  Neste ponto começa a maior das polêmicas envolvendo a criação da Bíblia. A tradição sacerdotal (a mesma que religiosa) atribui a Moisés a autoria dos cinco primeiros livros. Investigadores rechaçam a existência de Moisés, sua origem hebraica e todos os seus atos fantásticos praticados no Egito e fora dele, obedientes à vontade do Deus de Israel. Os fatos concatenados pela arqueologia e pesquisadores não sequenciam uma relação histórica conducente ao libertador hebreu.
      
  A história argumenta que havia constantes emigrações de povos semitas ao Egito em busca de água, alimentos ou trabalho assalariado muito antes do período bíblico do êxodo. Em épocas turbulentas, ou quando o governo egípcio necessitava de mão-de-obra, os estrangeiros eram proibidos de sair do país, sendo feitos escravos. Os egípcios, já antes de Moisés, mantinham possessões nas regiões da Palestina e Mesopotâmia cobrando impostos nas cidades-estados, e realizando toda a sorte de comércio. Portanto, era comum o intercâmbio egípcio com povos semitas e povos de outros países distantes, como a Grécia. Os gregos, por oportuno, gozavam de respeito e prestígio no Egito.

  Quanto a José, sua possível existência é admitida pelos historiadores pelo fato de terem encontrado provas arqueológicas identificadoras de hábitos ou de acontecimentos da vida egípcia, coincidentes com as descrições bíblicas à época em que José lá teria vivido. Mas quanto a Moisés, afirmam, nada comprova sua existência, sendo também pouco provável ter existido um Moisés egípcio ou hebreu, ou mesmo parte egípcio parte hebreu. Ademais, não há qualquer referência nos anais egípcios identificadora da ocorrência das dez pragas relatadas no livro do Gênesis. Na época da partida do povo israelita muitos outros semitas lá permaneceriam, e somente mais tarde viajariam ou não de volta para seus grupamentos étnicos de origem, em pequenos êxodos, como sempre acontecia. Porém, em existindo de fato aquele êxodo espetacular narrado no Velho Testamento, de seiscentos mil homens israelitas além de mulheres e crianças, teriam também se misturado aos israelitas, os caldeus, danus, filisteus, arameus e tilkers, visto a Bíblia deixar subentendida a não permanência no Egito de nenhum outro escravo semita após o êxodo, senão unicamente os livres nativos egípcios.

  A história não desata e os religiosos somente repetem a Bíblia ou ressaltam manuscritos apócrifos. Neste ponto, as duas correntes são inconciliáveis, mesmo por que o religioso crê, imagina e se satisfaz. A história, ao contrário, manuseia, tange, rearticula e procura comprovações sem o que nada pode guardar, afirmar ou restabelecer.

  São muitas as lendas de um hebreu que teria nascido no Egito de mãe judia e lançado ao Nilo com três meses de idade. Esse ato extremo o teria realizado a mãe de Moisés por que o faraó antes determinara que todos os recém-nascidos varões, filhos de Israel, fossem mortos pelas parteiras hebreias Sifra e Pua. Visto os meninos judeus continuarem a nascer porque as parteiras não os matando mentiam ao faraó, dizendo chegar sempre atrasadas aos partos, o faraó mandou seu povo lançar ao Nilo todos os meninos hebreus recém-nascidos.

  É dito em êxodo 2; 1 a 5, sobre o nascimento de Moisés:
  “Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma descendente de Levi. E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e vendo que era formoso, escondeu-o por três meses. Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche, e, pondo nele o menino largou-o no carriçal à beira do rio. Sua irmã ficou de longe para observar o que lhe haveria de suceder. Desceu a filha do faraó para se banhar no rio, e as suas donzelas passeavam pela beira do rio; vendo ela o cesto no carriçal enviou a sua criada e o tomou.”

  Moisés seria criado por sua própria mãe descoberta nas proximidades do rio, e mais tarde, já grande, iria ter com a filha do faraó que a partir de então o criaria como filho. A tradição religiosa afirma ter Moisés realizado coisas grandiosas no Egito antes da saída israelita do cativeiro. A corrente de desconfiados historiadores continua negando aqueles feitos e a origem hebraica do salvador.

  Neste particular, inferimos que historicamente o termo hebreu poderia perfeitamente ter sido adotado pelos judeus no Egito, uma vez que os cananeus, como vimos, assim se denominavam há milênios, antes mesmo da conquista suméria na Mesopotâmia. Povos semitas já mencionados emigravam aos grupos para o Egito em constantes e temporárias viagens, podendo alguns grupos cananeus ter lá permanecido também escravos, e se misturado aos israelitas. Consoante a regra comum de trocas e absorções culturais de ramos étnicos na convivência simples ou estreitada, e consoante ao caldeamento étnico que forçosamente acontece nesses casos, ocorreriam também no Egito semelhantes fatos. Assim, adicionamos esse ingrediente às discussões históricas, quando entendem que a designação de povo hebreu se incorporou idiossincraticamente aos israelitas somente no retorno judeu à Canaã, tendo existido o êxodo ou não.

  A propósito da discussão sobre o êxodo, decorrem muitas outras dúvidas da existência de locais, povoações e cidades na época desse grande acontecimento. Os 40 anos de peregrinação pelo deserto, sob penitência imposta pelo Deus IHVH, são da mesma forma postos em dúvida, e também devido ao fato de Josué não ter escrito o sexto livro na sua totalidade, embora não tenha havido maiores preocupações durante séculos para esclarecer o fato. Uma das evidências constatadas nas investigações sobre Josué, reside nos diferentes estilos empregados nas narrativas com datas diversas. Os textos mostram os pronomes “nós” e “nos” revelando que mais de uma pessoa testemunharia os acontecimentos e colaboraria na manufatura do livro. Outra evidência ocorre nas descrições dos acontecimentos que teriam lugar após a morte de Josué, como as conquistas de Hebrom e Dã por Otoniel. Sobre isto, defende o Talmude, o livro sagrado judeu, que os últimos versos do livro de Josué teriam sido escritos por seu filho Pinkbas.

  Por outro lado, cidades como Ai, Gabaon e Jericó, segundo comprova a arqueologia, ainda não existiam no século XIII a.C., logo não poderiam ter caído em mãos israelitas conforme atestam os textos bíblicos. A existência do próprio Israel como entidade histórica e a maneira soberba como vem descrita é fartamente contestada. Os historiadores e arqueólogos sugerem que ao invés do grande êxodo, Israel teria emergido dos cananeus e a nomenclatura Israel atribuída às doze tribos de Jacob, também surgiria na antiga Canaã sob influência egípcia, não sendo, portanto, primazia do patriarca judeu a originalidade do mencionado epíteto quando Deus substituíra seu antigo nome. O império egípcio, como vimos, estendia-se além de suas naturais fronteiras alcançando cidades-estados palestinas e mesopotâmias. Daí, influenciar cananeus, e, neste caso, israelitas. Os cananeus, tribos árabes provindas da Ásia à época de suas migrações da Mesopotâmia para a Palestina, se infiltrariam e se instalariam em locais diversos. A teoria dos historiadores admite que os israelitas, mediante os extorsivos tributos egípcios, teriam se afastado da antiga Canaã migrando para as montanhas do Efraim, lá se espalhando por diversas regiões constituindo outros povoados. Por outro lado, o nome Israel é uma aglutinação epônimo de Isis (mãe natureza ou alma universal), Ra (deus solar, pai) e El (sufixo designativo de majestade, poder ou senhor), todos do panteão de deuses egípcios.

  Mais tarde, se verificariam pequenos êxodos dos nômades israelitas de volta à Canaã, devido aos seguidos conflitos com os primitivos moradores do Efraim, com ocupação gradual e pacífica das cidades-estados cananeias, sem existir, portanto, a tomada à força através de guerras, conforme afirma o Livro de Josué. Desse modo, os israelitas teriam voltado às suas origens por outros motivos, tendo continuado o culto da circuncisão, bem como mantido a proibição do consumo de carne suíno. Reafirmam, assim, os pesquisadores, que esses mesmos hábitos sócio-religiosos, os israelitas já os possuíam antes das migrações a Efraim, por que teriam sido passados pelos egípcios aos cananeus.

  Todos estes fatos descaracterizariam um preâmbulo ao aparecimento dos reinos de Davi e Salomão, pois as provas arqueológicas vêm alinhar elementos concretos de negação ao estabelecido nos livros bíblicos, reforçando antigas e profundas dúvidas históricas e desconfianças, que fragilizariam os mitos da existência dos patriarcas e narrativa do êxodo hebreu. Ao mesmo tempo, assomam cada vez mais certezas de que o conteúdo do Velho Testamento não seja outra coisa senão uma fábula ou grande ficção, aliado aos fatos adicionais de que Samaria e Jerusalém, nas épocas dos reis Davi e Salomão, seriam cidades com populações insignificantes, portanto não dignas de representar tão majestosos e faustuosos impérios. Entretanto, a polêmica continua.

[Capítulo IV do Livro "O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação" por Rayom Ra]
Texto revisto em 06-11-2016.

Leia também o Capítulo V de "O Monoteísmo Bíblico e os Deuses da Criação":
Clique em" 1.  -Arca de Ouro: A Montagem da Bíblia (A)

                      2. -Arca de Ouro: A Montagem da Bíblia (B)

 
Rayom Ra
     http://arcadeouro.blogspot.com.br 

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Crescendo em Mestria - (LXI)

      HARMONIZAR OS CORPOS FÍSICO, EMOCIONAL E MENTAL
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  Amados mestres, quando estão sintonizados com as frequências de Luz da quarta dimensão média, vocês abandonam a ideia de ser humano conforme conheceram no passado. É um momento do surgimento da consciência da Alma, à medida que vocês permitem que ela se torne a influência reinante em sua vida. Isso quer dizer que vocês começam a escutar a sabedoria do seu Corpo Elemental e os sinais que ele envia quanto ao que é apropriado para o seu bem-estar físico e emocional. O seu DNA e as células do seu corpo começam a integrar as frequências mais elevadas da Luz, e, aos poucos, vocês começam a vibrar e a entrar em sintonia com a energia refinada da Nova Era.

  Este período do processo de transformação pode ser comparado a uma morte da sua antiga autoconsciência, que é realmente o processo de remoção dos véus da ilusão. À medida que integram cada novo nível da sua Superalma/Eu Superior, vocês absorvem a sabedoria e a iluminação dessa Faceta do seu Ser mais amplo. Vocês estão no processo de desprender as múltiplas camadas da densidade que absorveram em seu campo áurico através das muitas eras da experiência terrena. O ditado: “A Luz vos tornará livres” é uma afirmação verdadeira, porque a Luz está desfazendo camadas após camadas da negatividade que vocês carregaram por um tempo muito longo.

  Vocês começam a funcionar dentro de um campo áurico de Luz refinada de sua criação, conforme vocês se voltam para o seu interior e aprendem a ficar concentrados em seu Coração Sagrado, no poder do momento do AGORA. Com o tempo, vocês, como os Transformadores da Luz, começam a atrair e integrar a quantidade máxima das Partículas Adamantinas da Luz do Criador, e, em seguida, irradiam o restante, de modo consciente, para a humanidade e para o mundo.

  Quando atingem a um determinado nível de harmonia interna, vocês abrem os acessos, ou portais, do corpo físico, para as dimensões superiores: O chacra da Ascensão ou a Medula Oblonga (bulbo raquidiano) e o Nervo Vago, na base do crânio, e também o portal posterior do Coração Sagrado e da Mente Sagrada. Esses são os principais passos do processo de Ascensão. Quando esse processo é consumado, vocês estão satisfatoriamente em seu caminho para obter acesso ao primeiro subnível da quinta dimensão, onde a sua Tríade Sagrada, do nível de entrada, os está aguardando para dar-lhes as boas-vindas.

  O CORPO ADÃO/EVA KADMON é o seu Átomo-Semente do Eu Divino original e individualizado, em forma de um Corpo de Luz plenamente consciente, criado pelos Elohim (Senhores/ Construtores da Luz) como o arquétipo da humanidade. O Adão Kadmon incorpora a natureza original, completa, divina e espiritual do homem/mulher. Não é o mesmo que o seu Corpo de Luz da Superalma pessoal, que, por si mesmo, evolui para a Consciência Divina.

  Os seus Eus Superiores, o seu Corpo Espiritual/Superalma, e as suas Tríades Sagradas são Facetas refratadas do seu Eu Divino, o seu Corpo de Luz original.

  O Corpo de Luz Kadmon possui a capacidade de assumir qualquer forma necessária para criar e experimentar todas as formas de Criação no plano do seu Deus Pai/Mãe para este Universo. O Adão/Eva Kadmon é uma criação física-espiritual, que encarna nos mundos planetários durante todos os ciclos da Criação Divina.

  CORPO FÍSICO: No começo do processo de despertar, há um desejo de voltar-se para dentro e escutar a “sabedoria interior da Alma”. Essa conscientização da Alma envolve o seu Corpo Elemental, o Átomo-Semente da Memória, que contém o perfeito modelo da sua Forma de Luz original Adão/Eva Kadmon.

  CORPO EMOCIONAL: Primeiramente, vocês se conscientizam de que as emoções os controlam por meio da sua vontade, necessidades e desejos, que a longo prazo não lhes trazem uma sensação de felicidade ou satisfação. Vocês começam a interiorizar-se e a questionar suas escolhas de vida, perguntando: “Qual tem sido o resultado de suas ações?” Vocês começam a buscar respostas para o sofrimento e a insatisfação em sua vida. A voz da sua mente superconsciente fica mais forte, à medida que vocês gradativamente ficam atentos e seguem a orientação de sua Alma. Conforme se tornam confortáveis, e começam a confiar nessa voz da sabedoria superior, o corpo de desejo egóico, aos poucos, abandona o controle, e o Eu da Alma se torna o diretor e a influência que orienta a sua vida. Vocês começam a alinhar a sua vontade com a Vontade do Eu Superior, porque vocês vêm aprendendo, de modo gradativo, a confiar nos pensamentos inspiradores e intuitivos da sua Mente Sagrada.

  Finalmente, vocês começam a considerar todos os eventos interativos em sua vida a partir de uma perspectiva superior. Vocês desenvolvem a isenção emocional por meio de uma visão mais refinada das interações humanas. Ao ter experimentado a maioria dos importantes testes das emoções, vocês desenvolvem uma melhor compreensão da natureza emocional humana. Novamente, vocês aprendem a seguir o fluxo e a considerar os testes e desafios como dádivas e oportunidades para o crescimento. Vocês aprenderam a fazer as pazes com o passado e a programar o futuro, à medida que se empenham em viver e se concentrar no momento do AGORA. Progressivamente, com o tempo, os padrões vibratórios do Corpo Emocional são elevados para além da atração magnética do reino físico.

  O CORPO MENTAL: Vocês começam a se dar conta das limitações das suas mentes subconscientes e conscientes, e percebem como vocês foram enrijecidos, limitados e aprisionados pela estrutura de crença da consciência de massa.

  Vocês voluntariamente iniciam um processo de autoanálise, em que reavaliam suas atitudes, julgamentos e conceitos programados.

  Vocês começam a sentir um desejo ardente de expandir o seu conhecimento para além da sua realidade física, enquanto buscam aprender por que estão aqui na Terra, e qual é o maior significado da vida.

  A sua mente instintiva cede espaço à sua mente intelectual superior, e, aos poucos, vocês obtêm acesso à sua Mente Sagrada/Intuitiva.

  À medida que o Eu da Alma se torna o diretor do seu destino, a vida começa a mudar radicalmente para melhor; em seguida, a fé e a confiança se tornam uma certeza inata de que tudo está acontecendo na ordem divina. Vocês também sabem, com certeza, que estão em um caminho que segue em espiral ascendente para uma realidade mais refinada, harmoniosa e amorosa. Tudo o que vocês têm que fazer é permanecer no momento, e dar um passo de cada vez, conforme o CAMINHO se abre diante de vocês.

  UM MESTRE DE SI MESMO É: AUTODETERMINADO, AUTOCONDICIONADO, AUTOCONSCIENTE, CONSCIENTE DA ALMA. Um mestre de si mesmo é sensível ao meio circundante, enquanto é o observador das experiências mundanas a partir de uma perspectiva superior. ESTAR NO MUNDO, MAS NÃO FAZER PARTE DELE. Um dos eventos mais profundos é quando vocês primeiro experimentam a abundante energia amorosa e a alegria irradiando-se de dentro do seu Coração Sagrado e de sua Alma. A NATUREZA DA ALMA É O AMOR, enquanto residirem nas limitações do ambiente de terceira e quarta dimensões, é por intermédio do Eu da Alma que vocês se conectam à Essência do Amor do seu Deus Pai/Mãe.

  Um mestre de si mesmo permanece firmemente centrado no Coração Sagrado, no meio do caos e da mudança, apegando-se à sabedoria da Mente Sagrada, enquanto reúne as forças de nosso Deus Pai/Mãe, à medida que as ilusões das dimensões inferiores lentamente desaparecem.

UM ADEPTO:

  Um adepto é uma pessoa que está firmemente centrada no Caminho da Luz, e cujo ponto focal está na Mente Sagrada e no Coração Sagrado.

  Ele/ela equilibrou, harmonizou e integrou todas as facetas do Eu da Alma, de dentro dos planos da consciência da terceira e quarta dimensões. Ele/ela está agora diretamente conectado(a) à sua super-iluminada Tríade Sagrada, que reside, pelo menos, no nível de entrada da quinta dimensão. A fim de alcançar essa etapa, um aspirante deve ter concluído a primeira das quatro ETAPAS da iluminação e ter alcançado   a automestria das primeiras quatro dimensões. ESTE É O NÍVEL DE ASCENSÃO ABERTO À HUMANIDADE NESTE MOMENTO, E PODE E SERÁ REALIZADO POR MUITAS ALMAS CORAJOSAS, ENQUANTO NO VEÍCULO FÍSICO.

UM DISCÍPULO:

  Um discípulo é uma pessoa que tem prestado atenção aos sussurros do Eu da Alma e que está buscando ativamente a iluminação, a sabedoria e a autorrealização e finalmente, a Automestria.

MENTE SAGRADA/MENTE SUPERIOR:

  A Mente Sagrada humana é um Átomo-Semente etérico, cristalino, dentro da parte superior e posterior do seu cérebro. Há uma membrana de Luz protegendo o seu acesso ao portal que leva ao conteúdo da sua Mente Sagrada, até que vocês tenham elevado as suas frequências para o nível apropriado da quarta dimensão superior. A sua Mente Sagrada contém uma versão condensada do seu passado histórico e uma parte da sabedoria e da informação vital, que vocês integraram durante as suas muitas vidas passadas neste Universo. Tornar-se um Mestre de Si Mesmo na Terra envolve obter acesso e integrar a parte indispensável dos atributos, qualidades e talentos guardados em sua Mente Sagrada.

 O aspecto mental do Eu Superior, ou a sabedoria, a que vocês se conectam, quando entram em contato com as muitas Facetas da sua Superalma mais ampla, irá conectá-los, finalmente, à sua Presença Eu Sou/Raio Divino/ÁTOMO-SEMENTE DIVINO, que tem acesso à sabedoria do seu Deus Pai/Mãe, ou a inteligência coletiva deste Sub-Universo.

MENTE DIVINA:

  A Mente Divina é a totalidade do seu Átomo-Semente Divino em um nível cada vez mais elevado: em última instância, as Mentes Sagradas de nosso Deus Pai/Mãe. Para melhor compreensão, pode-se dizer que a Mente Superior é uma frequência refinada da sua consciência, e que vocês obtêm os níveis da consciência mais elevada a cada download de uma Faceta de sua Superalma/Eu Superior.

  À medida que percorrem o Caminho da Ascensão e acessam um espectro aceitável de Luz e sombra, o seu objetivo é desenvolver a capacidade de permanecer centrados em sua Mente e Coração Sagrados. Vocês aprendem a manter conscientemente uma perspectiva mais elevada acerca do que está acontecendo ao seu redor, enquanto expressam compaixão e amor incondicional para todos. Esta é a meta de um Mestre de Si Mesmo.

  Conforme entram em sintonia com as frequências mais elevadas de Luz, vocês vão se acostumar com o fluxo da Respiração do Fogo Sagrado, que foi chamado de Rio da Vida/Amor/Luz, ou Antakarana, nos ensinamentos antigos. Existe uma poderosa corrente radiante e oculta de conhecimento codificado nesse Rio da Vida. É um código do gênio criativo; todavia, vocês precisam conectar-se à sabedoria da Mente Sagrada e ao seu Eu da Alma a fim de acessar esse poder inato.

  Vocês são chamados de “Sementes Estelares” por um motivo: porque à medida que vocês retornam à Automestria, vão dar início ao processo de criação dos cristalinos Átomos-Sementes do Código da Vida, um processo evolutivo novo e avançado, que finalmente será utilizado pelas formas de vida na próxima e disponível Galáxia Dourada.

  Solicitamos-lhes que estudem o que revelamos e se empenhem em obter o diagrama esquemático universal, que criamos firmemente em sua mente, de modo que vocês compreenderão a próxima etapa dos maravilhosos eventos cósmicos que estão se desenrolando diante de seus olhos. Como Portadores da Luz, vocês prometeram ser nossos representantes na Terra. Internamente, vocês têm tudo o que precisam para completar a sua jornada terrena, através do remanescente dos reinos da quarta dimensão. Conforme as dúvidas surgirem, lembrem-se, todas as suas experiências do passado, quer tenham sido bem sucedidas quer aparentemente fracassadas, deram-lhes uma riqueza de experiências a que recorrer. Amados, deixem brilhar a sua Luz para que todos vejam. Invoquem-nos e iremos ajudá-los de todas as maneiras possíveis. Saibam que eu estou com vocês sempre, e que vocês são amados profundamente.

EU SOU Arcanjo Miguel.


  OS TRÊS PLANOS DA CONSCIÊNCIA SUPERIOR EVOLUEM CONFORME SEGUE:

  A PONTE PARA A CONSCIÊNCIA SUPERIOR É O CHACRA CARDÍACO.

  OS SENTIDOS DO CORPO EMOCIONAL EVOLUEM POR MEIO DA ALMA/CENTRO DO CORAÇÃO SAGRADO.

  A CONSCIÊNCIA DO CORPO MENTAL EVOLUI POR MEIO DA MENTE SAGRADA E DA CONSCIÊNCIA DA ALMA.

  A CONSCIENTIZAÇÃO ESPIRITUAL SE TORNA O TERCEIRO COMPONENTE POR MEIO DA ALMA, E O ATUAL RESIDENTE, A SUPERALMA/EU SUPERIOR.
(POR RONNA)

Fonte Original: www.RonnaStar.com 
Tradução: Ivete Brito - adavai@antares.com.br

                                             Veja também: Crescendo em Mestria - (I)
                                                                   Crescendo em Mestria - (II)
                                                                   Crescendo em Mestria - (III) 

                                                                   Crescendo em Mestria - (IV) 

                                                                   Crescendo em Mestria - (V)
                                                                   O Retorno da Deusa, Nossa Mãe Divina - (VI)
                                                                   Crescendo em Mestria (VII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (VIII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (IX)
                                                                   Crescendo em Mestria (X)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XI)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XIII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XIV)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XV)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XVI)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XVII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XVIII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XIX)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XX)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXI)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXIII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXIV)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXV)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXVI)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXVII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXVIII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXIX)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXX)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXXI)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXXII)
                                                                   Crescendo em Mestria - XXXIII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXXIV)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXXV)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXXVI)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXXVII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXXVIII)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XXXIX)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XL)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XLI)
                                                                   Crescendo em Mestria - (XLII)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (XLIII)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (XLIV)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (XLV)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (XLVI)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (XLVII)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (XLVIII)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (XLIX)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (L)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (LI)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (LII)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (LIII)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (LIV)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (LV)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (LVI)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (LVII)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (LVIII)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (LIX)
                                                                                    Crescendo em Mestria - (LX)
                                                                                               Rayom Ra
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