terça-feira, 23 de abril de 2024

O Astro Intruso - [03] - [R]


CAPÍTULO 5
A TERRA ATUAL

  PERGUNTA: Grandes cataclismos e pequenos cataclismos. Um dos carmas da Terra é conviver com eles?

  RAMATIS: Os  pequenos  cataclismos,  que  se  apresentam  nos  desmoronamentos  localizados,  erupções  vulcânicas,  enchentes  regionais,  incêndios  florestais,  entre  outros,  são  meios  da  humanidade  recordar  de  que  ela  está  vivendo  em  um  mundo  de  provas. 

  Eles  fornecem, momentaneamente, uma fotografia do que foi o passado, o último Apocalipse, assim como será o próximo. Entretanto, poucos homens sentem o que isso representa. A maioria tenta ignorar  os  fatos,  descartando-os  por  não  estar  vivenciando-os  de  perto,  e,  quando  muito  sendo  solidários  à  distância  com  as  vítimas.  Outros  tentam  fechar  seus  olhos,  porque    passaram  por  cataclismos  que  estão  registrados  no  subconsciente,  situação  inconveniente  que  os  amedronta.  Porém,  o  principal  não  ocorre,  que  é  a  meditação  sobre  uma  vida  de  provações e os significados destas.

  PERGUNTA:  Então,  isso  que  os  homens  denominam  de  “atos  de  Deus”,  o  descontrole  da  Natureza, são, na prática, provações que os alertam para o pior?

  RAMATIS:  O  que  os  homens  denominam  de  “atos  de  Deus”,  na  realidade,  são  atos  das  imperfeições  humanas,  plasmados  sobre  o  equilíbrio  divino  que  lhes  foi  concedido  pela  Natureza. O negativo não acontece se nenhuma força o gerar, e o que a humanidade herda são seus próprios gestos, considerando que Deus não promove o negativo, nem sustenta o desequilíbrio.
 
  PERGUNTA: Essa sua assertiva demonstra que os homens provocam suas próprias catástrofes?

  RAMATIS:  Tanto  as  individuais  quanto  as  coletivas.  Esse  tem  sido  o  fruto  do  livre-arbítrio  que  amorosamente  Deus  lhes  permite.  A  Natureza  é  o  palco  onde  os  atores  da  vida  desempenham seus papéis críticos sobre eles mesmos. Ninguém conseguirá, na realidade da evolução, desempenhar papel relativo a outro, porque a verdade é intransferível nesse caso. E, além de não serem atores com bom desempenho, os homens ainda se prestam a destruir o teatro que os abriga.

  PERGUNTA:  O  forte  ciclone  ocorrido  em  março  de  2004  no  sul  do  Brasil,  o  qual  foi  classificado  por  alguns  de  furacão  do  tipo  I,  pode  ser  entendido  como  uma  prévia  anunciadora dos efeitos do astro intruso?

  RAMATIS: À medida que o astro intruso se aproxima da órbita de um planeta, mesmo ainda que  de  certo  modo  distante,  ele  emana  suas  vibrações  negativas  para  aquele  orbe,  acentuando  as  imperfeições  dos  habitantes  locais  e  gerando  acidentes  climáticos  como  o  furacão mencionado. Quanto mais ele se aproxima, mesmo ainda a duas ou três centenas de anos, começam a acontecer no planeta precipitações climáticas e geográficas inéditas, como abalos  sísmicos  em  lugares  onde  não  ocorriam,  fortes  ressacas,  tornados  e  furacões,  entre  outros.  Tais  vibrações  se  constituem  não  apenas  em  prévias  dos  processos  que  detonarão  futuramente o cataclismo, mas também em correntes magnéticas que já começam a associar a sintonia do astro com seus potenciais ocupantes que ainda vivem na Terra.

  Verifica-se,  ainda,  o  enfraquecimento  do  magnetismo  em  torno  da  Terra,  de  modo  que,   em   termos   espirituais,   as   emanações   benéficas   do   Logos   se   tornem   também   amortecidas, gerando a expansão do materialismo e dos desvios de toda ordem. Enquanto, em termos físicos regiões, diversas, como a do Atlântico Sul, por exemplo, se tornem mais vulneráveis   ainda   às   radiações   cósmicas,   trazendo   o   superaquecimento   e   inúmeros   transtornos  climáticos  como  o  furacão  no  Sul  do  Brasil,  e  outras  perturbações  que    vêm  ocorrendo como fortes ondas no oceano, violentas tempestades de gelo, e distúrbios no que tange à vegetação à beira-mar.

  PERGUNTA: A Terra, então, fica desprotegida contra meteoritos e outras partículas?

  RAMATIS:  Sim,  principalmente  quanto  às  partículas  elementares,  ou  subatômicas,  que  se  originam de explosões solares no Universo, na Via Láctea ou em outras galáxias, e que são lançadas  à  velocidade  da  luz,  ou  quase,  bombardeando  o  planeta  continuamente.  São  partículas de tamanho bastante reduzido, porém com alta carga energética, as quais causam danos  sérios  à  camada  de  ozônio,  da  mesma  forma  que  os  meteoritos  e  similares,  que  atravessarão com mais frequência a atmosfera na forma de pequenas bolas de fogo.

  PERGUNTA: E isso faz recrudescer a violência humana, gerando crimes, guerras e suicídios?

  RAMATIS:  Os  valores  negativos  afloram  nos  espíritos,  de  modo  que  aqueles  que  não  conseguem  conter  suas  imperfeições  deixam-nas  fluir  como  um  rio,  que  segue  seu  curso  normal.  As  limitações  impostas  pelas  relações  familiares  são  ignoradas  com  enorme  facilidade,   como   se   fossem   fios   tênues,   gerando   assassinatos   intrafamiliares.   Pais   assassinam filhos e vice-versa; homens educados, com bom nível social e de boa aparência tornam-se criminosos por causas fúteis; moças se prostituem para alimentar vícios; jovens apelam para a violência, ou deixam-se tragar pela marginalidade. Tudo parece estar errado ou confuso, como se as pessoas não se entendessem mais, e, numa escala maior, surgem as guerras,  o  terrorismo,  os  escândalos  financeiros  nas  grandes  corporações,  que  quebram  deixando  milhares  de  operários  e  funcionários  desempregados,  sucedendo  o  suicídio  de  muitos corruptos ou de desempregados em desespero.

  A  tudo  isso  se  somam  problemas  de  saúde  causados  pelos  raios  cósmicos  que  ingressam   na   atmosfera,   reforçando   as   emanações   do   astro   intruso,   e   alterando   sobremaneira os genes. São provocadas mutações que trazem doenças celulares e ósseas de modo  geral.  Também  atacando  o  hipotálamo  e  o  sistema  nervoso  no  contexto  dos  neurormônios, o que causa doenças como pânico e depressão, entre outras mais graves. 

  PERGUNTA: Em livro de sua autoria, existe um texto profético. Considerando ter sido o livro publicado em 1956, parece bastante atual: resumidamente o texto diz que no Apocalipse, os agentes nefastos da política, das ciências e da religião se apresentarão sob a alegoria de três espíritos semelhantes às rãs, tendo em vista que esses homens abomináveis se parecem com os  répteis  asquerosos  do  charco,  e  que,  devido  à  pele  escorregadia  que  lhes    a  proteção  desonesta, escorregam e escapam das mãos da Justiça.

  RAMATIS: Nada mais a acrescentar. Os fatos atuais demonstram o que ocorre, pois todos os dias as manchetes dos jornais e das revistas mencionam a palavra corrupção. Os homens de bem   não   aguentam   mais   ouvir   sobre   tanta   deturpação   moral   associada   à   tamanha   impunidade.  As  leis  existentes  são  fabricadas  para  atender  aos  intermináveis  recursos,  ou  aos   decursos   de   prazo   que      servem   para   proteger   os   criminosos,   fazendo   da   marginalidade uma profissão rendosa, e da injustiça o resultado da Justiça. E os que podem mudar  essas  leis  agem  priorizando  itens  absurdos,  postergando  o  desenho  de  uma  Justiça  mais  rápida  e  eficiente.  Todos,  sem  exceção,  criminosos  e  seus  cúmplices  passivos,  terão  que prestar contas à justiça divina, e essa eles não podem corromper.

  PERGUNTA: A corrupção elevou-se em níveis preocupantes.

  RAMATIS: Quando falo de corrupção não estou me referindo apenas àqueles que desviaram grandes   somas   dos   cofres   públicos,   ou   que   receberam   propinas   ligadas   às   obras   governamentais  contratadas  em  licitações  forjadas,  mas  também  aos  que,  nos  sistemas  jurídicos e empresariais, se prestam a tornar reféns aqueles que deles precisam. São homens que,  para  realizar  seus  trabalhos,    o  fazem  mediante  comissões  extras  e  presentes,  recebidos  na  calada  da  noite.  Caso  contrário,  tornam-se  impassíveis  perante  seus  deveres,  prejudicando  muitos  que  acabam  por  ser  vítimas  dessa  omissão  maldosa.  É  a  venda  de  favores  ilícitos,  seja  no  âmbito privado  ou  no  governamental,  que  leva  firmas  à  falência,  homens  de  bem  ao  desespero  por  ver  suas  firmas  ruindo  perante  concorrências  desleais,  funcionários  ao  desemprego  e  famílias  dos  corruptos  a  viver  sob  o  signo  das  reparações  morais e monetárias, bem como da humilhação.

  PERGUNTA:  Jesus  veio  e  deu  grande  impulso  ao  amor  no  planeta,  porém  as  imperfeições  continuaram. Ele não seria uma nova alternativa ao astro intruso?

  RAMATIS: A missão de Jesus não foi obrigar ou impor, mas ensinar aos homens sobre o uso adequado  do  livre-arbítrio.  Não  somente  como  liberdade  de  ação,  mas  também  como  liberdade  do  próprio  espírito,  quebrando  os  grilhões  das  imperfeições.  O  resultado,  entretanto, todos sabem. Se Jesus reencarnasse nos dias atuais, seria acusado de impostor a terrorista,  além  de  outros  títulos  comuns  hoje  em  dia  para  as  pessoas  que  não  agradam  e  que de alguma forma, devem ser afastadas.

  Apenas não seria novamente crucificado porque ele  mesmo  deu  o  exemplo  do  que  significou  sua  morte  bárbara,  mas  seria  atirado  nas masmorras  da  maledicência,  das  acusações  infundadas  e  do  falso  testemunho,  sendo  ridicularizado  nos  jornais  e  nos  programas  de  televisão.  Jesus    é  honrado  por  muitos  homens  porque  viveu  no  passado  e  cada  um  desses  falsos  cristãos  conta  a  história  dele  conforme  interesses  políticos,  para  justificar  atos  absurdos  no  presente. 

  Por  esse  motivo  a  presença de Jesus seria incômoda para a grande maioria da humanidade nos dias atuais, e por isso também fazem tantas guerras e massacres em seu nome, pois ele não está presente fisicamente na Terra para explicar a verdade.

  Jesus  foi  martirizado  por  homens  que  pisotearam  seus  ensinamentos  de  amor  e  de  paz.  E  não  cabe  mais  que  o  planeta  continue  recebendo  outros  cristos  para  serem  martirizados  em  prol  de  uma  humanidade  cética  e  lasciva,  a  qual  pouco  aprende  com  o  sofrimento alheio. Chegou então o momento crucial para essa parte da humanidade, aquela que escolheu a esquerda do Cristo. Ela também terá o seu martírio, visto que a chance dada com o martírio de Jesus e de muitos outros não foi entendida ou aceita, pois foi o caminho das  provas  que  essa  humanidade  insensível  escolheu  e  que  se  transforma  em  sua  opção  cármica de sofrimento, apesar de ter tido inúmeras chances de se redimir. Nunca os homens poderão acusar Deus de impaciência, ou de ser vingativo, tendo em vista que atravessaram séculos  em  encarnações  sucessivas,  praticando  os  mesmos  atos  equivocados,  desprovidos  de amor ao próximo. 

  PERGUNTA:  Entre  esses  homens  à  esquerda  do Cristo,  existem  aqueles  que  se  deixaram  contaminar pelo mal. Como isso ocorre com tanta facilidade?

  RAMATIS:  Sendo  a  Terra  um  planeta  de  provas  e  de  expiações,  os homens  deveriam,  ao  passar pelo sofrimento, meditar sobre o acontecido, de forma a tirar lições construtivas para a  vida.  A  reflexão  conduz  à  autocrítica,  onde  eles  poderão  encontrar  a  raiz  de  muitos  de  seus  problemas,  corrigindo  erros  e  redefinindo  seus  comportamentos  perante  o  próximo  e  aos estímulos do cotidiano, que ditam as questões da existência.  

  Entretanto,  ao  invés  disso,  os  homens  acomodaram-se  no  patamar  das  quimeras  repetindo  seus  próprios  erros  e  agravando  carmas  ao  copiar  os  maus  exemplos,  que  passaram   a   ser   contemporizados   e   ajustados   ao   argumento   de   uma   sociedade   presumivelmente normal. A partir dessa situação ficou fácil criar o desrespeito e o desamor, camuflados de instrumentos para uma competição necessária à sobrevivência.

  O que se tornou complexo e difícil de ser esclarecido foi o conceito de atos normais na  vida,  pois  cada  um  pode  ver  o  normal  de  uma  maneira,  a  exemplo  do  corrupto  que  considera  normal  praticar  suas  ações  daninhas  e  ainda  olhar  a  sociedade  como  sendo  um  conjunto de néscios por ele enganados, ficando, assim, solidificado um conceito amplo que carece  de  definição  plena,  como  aceitável  para  justificar  o  comportamento  humano  inconsequente,  desdenhando-se  a  importância  do  equilíbrio  e  da  responsabilidade  sobre  atos  e  conseqüências.  A  violência  em  seus  vários  ângulos  tornou-se  tão  normal  quanto  a  serenidade.

  PERGUNTA: Como o fenômeno da vasta comunicação em tempo real, que hoje se observa na Terra, pode influir por ocasião da passagem do astro intruso?

  RAMATIS: Vamos partir de outro ponto. O homem criou a moeda com o intuito de utilizá-la como  instrumento  de  troca  e,  com  ela  a  vida  se  tornou  mais  fácil,  permitindo-se  o  acesso  rápido  aos  bens  e  serviços  que  circulam  na  economia.  Assim,  a  moeda  é  um  instrumento  importante  para  a  evolução  planetária,  desde  que  bem  utilizada  e  dentro  dos  princípios  morais  elevados.  Entretanto,  o  que  se    na  Terra  é  a  ambição  desenfreada,  que  cobiça  a  moeda  para  financiar  prazer  e  luxúria.  Os  repetidos  casos  de  corrupção  parecem  não  ter  fim,  fazendo  com  que  um  instrumento  tão  útil  se  torne  o  motivo  da  perda  da  razão  e  dos  excessos emocionais. 

  O mesmo acontece com a comunicação em tempo real. Trata-se de instrumento que permite  tornar  a  vida  mais  fácil  em  termos  de  aproximações  humanas,  realização  de  negócios,  troca  de  informações  em  tratamentos  médicos,  bem  como  estimular  o  lazer  saudável, e divulgar os estudos e as pesquisas científicas, mas também se tornou o veículo da tecnologia armamentista, das fraudes eletrônicas, da difusão da pornografia e de ataques pessoais.  O  que  deve  unir  a  humanidade,  na  esfera  do  bem,  está  se  tornando  também  um  meio dos homens ficarem cada vez mais longe uns dos outros, porque eles se ocultam atrás de   avançadas   formas   de   comunicação,   que   permitem   gestos   e   consequências   reais,   mantendo-os, entretanto, sob o manto da mera presença virtual, a invisibilidade física.

  Esse   estado   de   possibilidades   crescentes   seduz   muitas   mentes,   que   antes   se   mantinham  limitadas  quanto  aos  atos  escusos,  temendo  exporem-se  ao  risco  de  serem  descobertas, punidas ou criticadas. Ou seja, torna-se cada vez mais fácil estar à margem da lei, ser corrupto ou inconsequente sem se sentir como tal. Pois, os resultados das aberrações cometidas  não  são  percebidos  devidamente  por  aqueles  que  as  praticam,  dissimulados  em  emissões de refinados instrumentos eletrônicos. O planeta, assim, torna-se um campo fértil de  idéias  conturbadas,  seguidas  de  atos  irresponsáveis,  conduzidos  por  indivíduos  ocultos  em sistemas virtuais, como se não existissem.

  E   da   mesma   forma   que   a   moeda   tem   sido   mal   utilizada   pelos   homens,   a   comunicação em tempo real também, aumentando não somente carmas individuais como os coletivos.  Com  o  agravante  de  que  a  vibração  negativa  originária  da  comunicação  eletrônica atravessa o espaço com maior rapidez e intensidade, permeando o éter com sua carga  pesada  que  se  multiplica  velozmente,  de  forma  a  atuar  sistematicamente  sobre  diversos campos do cérebro humano. Notadamente provocando ruídos perturbadores sobre a  glândula  pineal,  que  se  constitui  em  verdadeira  antena  humana  ligada  com  o  astral  superior,   fato   que   acentua   o   desequilíbrio   de   inúmeros   indivíduos   que      vinham   desenvolvendo  problemas  psíquicos,  carregados  de  patologias  espirituais.  Dessa  forma,  o  mau uso da parafernália eletrônica gera enorme carga de atração negativa, que intensifica a conexão com o magnetismo contraproducente do astro intruso.

  PERGUNTA:  No  caso  da  comunicação  em  tempo  real,  podemos  contabilizar  mais  ganhos  positivos do que negativos?

  RAMATIS: Devemos avaliar os aspectos qualitativos. Minha preocupação principal não é com os benefícios trazidos para a humanidade em termos financeiros, ou em números globais, os quais devem ser encarados como ganhos naturais do progresso científico. A questão central é com o mau uso desse progresso e com a rapidez do seu efeito multiplicador na sociedade.

  Os  homens  precisam  ficar  atentos  ao  fato  de  estarem  se  tornando,  muitas  vezes,  vítimas  voluntárias  de  algo  que  não  sabem  usar  devidamente.  No  momento  que  perdem  horas,  dias  e  meses  conversando  através  de  computadores,  sobre  assuntos  irrelevantes,  ou  se  excedendo  mesmo  em  assuntos  relevantes,  deixam  também  de  viver  no  senso  da  participação no cotidiano, lembrando que justamente a vida equilibrada em sociedade é que lhes  permite  desenvolver  a  sabedoria  do  amor  e  do  perdão,  de  justiça  e  de  compaixão. 

  Como  podem  descobrir  e  sustentar  sentimentos  de  tal  natureza,  através  de  máquinas  que  lhes  possibilitam  apertar  botões  e  disparar  irracionalmente  palavras  em  tiros  de  longo  alcance, sem mesmo verem quem estão atingindo? A questão assim não é com a existência do  meio  de  comunicação  em  si,  que  é  altamente  produtivo  desde  que  usado  de  modo  racional, abominando-se os excessos de qualquer natureza.

  É  claro  que  em  termos  globais,  a  comunicação  em  tempo  real  traz  para  o  planeta  benefícios  incalculáveis.  Mas  também,  por  força  de  sua  bipolaridade,  ela  possibilita  equívocos  preocupantes  que  despertam,  por  exemplo,  exageros  em  torno  do  sexo,  bem  como nas possibilidades de atos anônimos, no despertar de valores duvidosos que acabam por se solidificar na índole dos indivíduos, criando “alguém” aparentemente equilibrado no mundo  real,  mas  transformando-o  em  sem  limites  do  mundo  virtual. 

  Nessa  questão  o  homem esquece que ele é um só, seja utilizando ou não uma máquina, que de modo algum pode encobrir ou responder pelas consequências de seus atos. Daí vermos regularmente o aumento de casos envolvendo equipamentos eletrônicos como  instrumentos  a  serviço  do  crime,  mas  também  ao  alcance  de  indivíduos  até  então  equilibrados  e  sensatos,  mas  que  se  deixam  levar  pela  tentação  do  anonimato.  E  esse  é  o  efeito  multiplicador  sobre  o  qual  lhes  falei  antes,  que  atinge  velocidade  e  amplitude  preocupantes,   dinamizando   cargas   negativas   individuais   e   coletivas   perfeitamente   compatíveis com as vibrações do astro intruso.

  PERGUNTA:  Poderia  elucidar  um  pouco  mais  sobre  de  que  modo  o  mau  uso  da  eletrônica  compromete o desenvolvimento espiritual? 

  RAMATIS:  Vou  exemplificar  o  adolescente  encantado  com  as  maravilhas  da  eletrônica,  as  quais  ele  descobre  no  exato  momento  que  atravessa  uma  fase  ímpar  em  sua  vida.  A  adolescência não é apenas a idade da transformação de uma criança para o ciclo adulto, mas também  o  período  que  sua  memória  etérea  fornece  com  mais  intensidade  indícios  de  sua  missão    na    Terra,    tênues    sinais    de    encarnações    passadas,    e    emanações    sobre    responsabilidades e compromissos espirituais. Por essa razão trata-se de fase tão complexa, não apenas em termos materiais, mas espirituais.

  Entretanto,  a   comunicação   de   um   ser   encarnado   com   o   mundo   espiritual,   principalmente   antes   da   fase   adulta,   costuma   ser   lenta   e   dependente   de   diversos   aprendizados, que lhe despertarão certos princípios que cabem ser desenvolvidos, entre eles o do   trabalho   mediúnico   quando   for   o   caso.   Isso   significa   que   interferências   contraproducentes vindas de uma comunicação eletrônica dinâmica, acelerada por qualquer instrumento  como  computadores  ou  programas  de  televisão,  podem  desviar  sua  atenção  para  questões  inadequadas  na  construção  da índole.  Tornando  seu  perfil  psicológico  complexo, pleno de dúvidas e de contradições perniciosas.

  Cria-se, desse modo, um embate decisivo entre o mundo espiritual, invisível, etéreo e  que  respeita  o  livre-arbítrio,  ciente  do  tempo  de  cada  homem  no  aprendizado,  com  o  mundo material da comunicação em tempo real. A grande maioria dos agentes deste último não está preocupada com as consequências de seus atos, que são premiados na Terra pelas respostas  monetárias. O cuidado  que  envolve  as  consequências  dos  fluxos  de  informação  descarta a edificação de seres voltados para Deus. Esse ponto é plenamente desprezado em sua essência, o que gera apelos decisivamente mal propícios, objetivando as descobertas do adolescente,  principalmente  nas  questões  sexuais,  cujos  exageros  não  apenas  conduzem  a  riscos  de  doenças,  mas  também  ao  apego  à  matéria,  drogas,  preocupações  fúteis,  e  formação  de  gangues.  De  modo  a  associar  posse  do  dinheiro,  e  poder  pela  violência,  aos  caminhos das conquistas amorosas.

  Portanto, volto a afirmar que a comunicação em tempo real não é perniciosa em sua estrutura,  mas  quanto  ao  seu  mau  uso,  a  exemplo  de  outros  assuntos  que  apresentam  bipolaridade aflorada.

  PERGUNTA : Seu exemplo abordou adolescentes. E o caso dos adultos?

  RAMATIS: A grande maioria dos adultos passa pela vida jogando fora as chances espirituais. A  transcendência  não  é  observada,  de  modo  que  a  matéria  se  torna  o  limite,  a  grande  barreira que esconde Deus. Os homens não percebem que na própria matéria também está o caminho até o Criador, e justamente através dela, em encarnações nos mundos físicos, pelas provações,  é  que  os  espíritos  começam  a  compreender  melhor  sobre  seus  estados  de  aprendizado. 

  Se normalmente já é difícil para a maioria compreender isso, como foi visto, e com a comunicação entre o homem e a espiritualidade sendo lenta, o mau uso da tecnologia da informação  na  Terra  provoca  ruídos  muitas  vezes  irreversíveis  nos  campos  psíquicos,  dificultando   aprendizados   e   desviando   rumos.   A   rapidez   das   comunicações,   e   a   possibilidade  do  anonimato  virtual  acendem  em  muitos  a  tentação  de  agir  sem  serem  descobertos. Surgem então os grandes escândalos nas empresas e nos governos, os golpes virtuais, a  divulgação  em  larga  escala  de  imagens  de  pedofilia  com  o  envolvimento  de  religiosos, e outras mazelas que crescem assustadoramente pela irresponsabilidade humana, provocando consequências verdadeiramente brutais, que levam seres ao desespero, famílias à desagregação, rancores estigmatizados pelas gerações, e vinganças cruéis. Um simples ato de  cobiça  pode  desencadear  tudo  isso,  formando  na  atmosfera  denso-etérea  da  Terra  as  vibrações negativas que anunciam o final dos tempos na Terra para muitos que aqui estão.

  PERGUNTA:  Mas  a  comunicação  em  tempo  real  também  não  informa  em  tempo  real  sobre  aqueles que fazem mau uso dela?

  RAMATIS: É o que parece acontecer, porém não em tempo real, mas de maneira defasada e que acaba por cair em um antigo problema da Terra, o esquecimento humano. Os homens têm por hábito lembrar apenas o que lhes interessa, descartando rapidamente fatos que lhes molestam  o  ego,  justamente  pelo  esquecimento  que  conduz  à  impunidade,  as  crises  e  as  aberrações  se  repetem.  Desafiam  os  poderes  constituídos  na  Terra  de  modo  irreverente,  criando-se  sobre  os  atos  descobertos  e  reprovados  as  raízes  de  novas  ações  malignas,  muitas vezes com a anuência desses próprios poderes constituídos. Isso demonstra estarem os homens mais preocupados em aprimorar suas capacidades abusivas do que em despertar no íntimo as considerações divinas da evolução espiritual.

  Os homens esquecem até que são mortais,   agindo   como   se   Deus   fosse  infinitamente   paciente   para   vê-los   cometendo   estorvamentos pela eternidade. A “paciência” divina sabe então quando deve mudar o ciclo das chances evolutivas, o que justifica a aproximação do astro intruso.

  PERGUNTA: A comunicação em tempo real se assemelha à comunicação entre os espíritos?

  RAMATIS: Os eventos tecnológicos na Terra são cópias do que existe nas inúmeras moradas espirituais. O que se copia dos planos de luz decorre da autorização divina, considerando os benefícios  que  podem  advir  para  a  evolução  planetária.  Entretanto,  são  reproduções  ainda  carentes  de  perfeição,  tendo  em  vista  as  influências  negativas  que  ocorrem  sobre  a  humanidade,  ainda  não  preparada  para  o  uso  integral  de  certos  instrumentos  altamente  desenvolvidos. 

  Da  mesma  forma  que  as  barbáries  que  acontecem  nos  umbrais  inferiores  também  são copiadas ou repetidas, mas desta feita com maior acuidade, atentando que pelo estágio dos  homens  é  mais  fácil  ser  influenciado  pelos  rumos  da  destruição  e  dos  vícios  do  que  atender  aos  princípios  da  boa  vontade,  que  desperta  criações  divinas. 

  Reparem  que  a  história  da  Terra  é  marcada  por  inovações  tecnológicas  relevantes,  mas  ainda  aquém  das  necessidades  da  humanidade.  Inúmeras  doenças  vencem  a  medicina  e  vírus  surgem  em  epidemias  avassaladoras,  ao  mesmo  tempo  em  que  os  homens  levam  horas  para  se  locomover entre cidades.
 
  Por  outro  lado,  a  tecnologia  da  destruição  assume  papel  de  ponta  na  indústria,  patrocinando  guerras  e  desviando  recursos  de  combate  à  fome,  retardando  ainda  as  pesquisas médicas. Isso porque os homens sabem copiar o mal com traços mais nítidos. É muito mais cômodo destruir sem pensar do que construir pensando e disso se aproveitam as trevas para enviar ao planeta seus representantes, que incitam os homens ao desvario.

  Se  a  comunicação  em  tempo  real  cria  os  desvios  anteriormente  mencionados,  pelo  seu  mau  uso,  ela  gera,  assim,  forte  possibilidade  de  intervenção  de  vibrações  dos  planos  inferiores,  transmitindo  para  o  planeta  tudo  o  que  ele  menos  precisa:  a  ignorância.  É  a  transferência  maciça  de  fluidos  negativos  que  contamina  as  comunicações  e  planta  o  caos  nas mentes desavisadas, que retransmitem inseguranças e vícios, e a contrapartida disso se alcança   com   a   meditação,   a   autocrítica,   a   humildade,   qualidades   que   despertam   a   consciência  cósmica  e  levam  à  precisa  comunicação  em  tempo  real. 

  Aquela  que  se  faz  presente no astral superior, onde não existe tempo e as distâncias são abolidas gradualmente pelo  entendimento  da  onipresença  divina.  Pensar  é  ser  ou  estar.  Essa  é  a  verdadeira  comunicação,  para  a  qual  os  homens  deveriam  estar  voltados,  desfrutando  dos  infinitos  benefícios que partem da alma.

  PERGUNTA: Suas afirmações são preocupantes, no sentido de que dão a entender que as trevas estão vencendo o embate com a espiritualidade de luz.

  RAMATIS: Precisamos  ver  pelo  prisma  de  que  não  são  propriamente  as  trevas  que  vencem,  mas  os  homens  é  que  perdem.  Pois  estão  se  permitindo  levar  pelo  livre-arbítrio  carregado  de  imperfeições.  O  qual  não  consegue  afastar  as  tentações  que  os  deixam  cada  vez  mais  apegados  à  matéria.  As  trevas  utilizam  sutilmente  veículos  fáceis  de  serem  revelados  e  percebidos, trazendo ganhos materiais imediatos, que enchem os olhos de seres que lutam pela  sobrevivência  num  mundo  cada  vez  mais  competitivo  e  difícil. 

  Não  quero  aqui  dizer  que  os  homens  devam  se  desapegar  totalmente  da  matéria,  pois  estariam  prejudicando  sobremaneira a própria condição na Terra, gerando dificuldades que acabariam por afastá-los cada vez mais da espiritualidade. O caminho não é esse. O  que  deve  ser  levantado  é  que  razão  e  emoção  precisam  estar  em  equilíbrio,  justamente  para  que  espiritualidade  e  matéria  também  estejam,  e  não  sejam  cometidos  excessos.  Isso  conduz  à  precondição  dos  atos,  que  é  a  avaliação  das  consequências.  Mas,  como  ser  consequente  se  a  razão  é  perturbada  pelas  canalizações  contraproducentes,  que  vagam continuamente no orbe terrestre?

  Nesse ponto é que surge o convite ao bom senso, de  entender  que  ganhos  na  matéria  a  qualquer  preço  têm  um  custo  elevado,  denominado  perda da paz e consciência intranquila, e que essas condições espalham-se pela vida com a mesma facilidade com que chegaram, trazendo a punição realizada pelos próprios homens, desgostos e remorsos, a ruína da credibilidade e a vergonha para as famílias envolvidas.

  Os  homens,  desse  modo,  ainda  não  perceberam  bem  a  importância  de  seu  próprio  trabalho  na  construção  do  espírito.  Da  mesma  forma  que  se  edifica  no  sentido  da  luz,  também  se  constrói  no  rumo  das  trevas,  dependendo  das  prioridades  estabelecidas  pelo  livre-arbítrio.  Assim,  os  homens  se  derrotam  aceitando  as  propostas  inferiores,  que  lhes  concedem apenas prazer, poder e riquezas temporários, porém mais efêmeros até do que a vida na Terra. 

  PERGUNTA: E a espiritualidade de luz não reage?

  RAMATIS: O livre-arbítrio é intocável, deve ser respeitado  incondicionalmente.  Todos  aqueles  que  se  voltam  para  Deus  sabem  disso,  apesar  da  recíproca  não  ser  verdadeira  por  parte  daqueles  que  escolhem  as  trevas.  E  quando  estes  começam  a  agir,  impondo  sobre  terceiros  suas  premissas  malignas,  tentando  interferir  no  livre-arbítrio  alheio,  então  a  espiritualidade de luz interfere, afastando-os quando for essa a vontade de Deus.

  Assim   entendemos   a   função   do   astro   intruso.   A   Terra   não   pode   ficar   indefinidamente ao capricho de espíritos ignorantes, que impedem o progresso dos demais preocupados  com  a  evolução.  Se  o  astro  não  passasse,  as  trevas  continuariam  no  planeta  gerando o   caos   crescente   entre   os   homens   ad   infinitum,   impedindo-os   de   evoluir   pacificamente, ou seja, intervindo fortemente no livre-arbítrio deles.

  Vamos  também  levantar  outra  questão  importante.  Exemplificando,  um  terrível  criminoso  que  não  se  furta  a  cometer  as  maiores  atrocidades  quando  bem  deseja,  que após  ser  aprisionado,  receberá  tratamento  condizente  com  os  direitos  humanos,  que  descarta  a  tortura  e  a  pena  de  morte.  Nem  assim,  no  entanto,  ele  muda  sua  mente,  e  na  primeira  tentativa  bem  sucedida  de  fuga  volta  a  cometer  as  mesmas  faltas  que  o  conduziram  ao  cárcere.  E  às  vezes  o  faz  de  dentro  da  própria  prisão,  ordenando  seus  comparsas  que  se  encontram em liberdade. O que demonstra nesse caso que um lado mata por não conhecer Deus,  porém  é  mantido  vivo  pelo  outro  lado  que  aceita  Deus.  E  esse  que  mata,  apesar  de  todas as chances que teve em inúmeras encarnações, continua agindo na direção do mal de modo  irrecuperável.  Não    na  esfera  densa  do  planeta,  como  também  no  plasma  etéreo,  espalhando   suas   vibrações   trevosas   entre   encarnados   e   desencarnados,   causando   sofrimentos  onde  muitas  vezes  eles  não  mais  cabem. 

  Como  tudo  isso  tem  limite,  será  encaminhado para o astro intruso, imantado pelas próprias energias negativas, iniciando seu período reencarnatório como um renascer cósmico.

  PERGUNTA:  A   transcomunicação   instrumental   seria   uma   resposta   da   espiritualidade   à   comunicação em tempo real na Terra?

  RAMATIS:  Embora  em  estágio  avançado,  a  tecnologia  da  informação  ainda  não  obteve  sucesso  nas  transmissões  isentas  de  ruídos,  fato  que  não  ocorre  nas  comunicações  nos  planos  de  luz  da  espiritualidade.  Basta  verificar  os  chamados  grampos  eletrônicos  que 
vigiam  telefonemas,  a  difusão  em  larga  escala  dos  vírus  de  computador,  interferências  de  tempestades   magnéticas   fruto   de   explosões   solares,   linhas   cruzadas,   equipamentos   obsoletos,  bem  como  erros  operacionais  cometidos  pelos  próprios  homens. 

Podemos  considerar  como  preocupantes  não  apenas  a  frequência  com  que  ocorrem,  mas  também  a  frequência de intervenção em termos de intensidade e de amplitude, a qual estabelece erros de transmissão e de recepção fora dos limites toleráveis.

  Temos,  assim,  duas  situações  inteiramente opostas.  A  primeira,  nos  planos  de  luz  onde  a  comunicação  tem  a  sua  origem,  transmissão  e  recepção  plenamente  identificada  e  não sujeita a deturpações dos campos mentais envolvidos.

  A  segunda,  os  meios  de  comunicação  na  Terra,  sujeitos  às  dificuldades  físicas  que  envolvem   os   próprios   aparelhos,   os   problemas   de   interpretação   e   de   entendimento,   resultantes  de  indivíduos  mal  informados,  farsas  e  boatos,  sem  contar  a  interferência  de  entidades espirituais vindas de umbrais inferiores que provocam ruídos de várias naturezas, tanto  magnéticos  quanto  agindo  sobre  o  mental.  Dessa  forma,  comunicações  sujeitas  ao  processo entrópico negativo, a configuração da desordem.

  Ora,  se  homens  com  toda  a  tecnologia  de  que  dispõem  enfrentam  tais  questões  de  difícil   solução,   então   teriam   enormes   dificuldades   de   conduzir   a   bom   termo   a   transcomunicação instrumental em larga escala. Mais do que o aspecto técnico, eles seriam passíveis de um problema maior, a credibilidade das transmissões e das recepções.

Considerando ainda que da mesma forma que alguns desejam sintonizar imagens ou sons  originários  de  planos  de  luz,  outros  desejam  também  sintonizar  imagens  e  sons  de  umbrais inferiores, cujas entidades certamente promoveriam programas voltados para sexo, vícios e violência, atraindo o grande público em canais de televisão na Terra.

  Seria o caos da realidade sendo difundido pelo caos das comunicações. Sendo  assim,  o  problema  do  embate  na  comunicação  em  tempo  real  permaneceria sem solução, pois não importam os instrumentos utilizados, mas os objetivos para os quais eles são utilizados, e por quem eles são utilizados.

  PERGUNTA: Sua posição então seria contra a utilização da Transcomunicação Instrumental?

  RAMATIS: Os homens precisam estar preparados para usar devidamente a Transcomunicação Instrumental. Caso contrário, ela se torna uma ferramenta também a serviço das trevas e da propagação  do  ceticismo,  considerando  que  grande  parte  da  humanidade  a  considera  uma  farsa.  No  momento  pesquisas  devem  ser  conduzidas,  mas  o  grande  problema  pode  ser  a  divulgação  e  a  utilização  em  larga  escala  dos  resultados  dessas  pesquisas.  Lembrando,  também, que as armadilhas do misticismo são muito comuns nessa área.

  PERGUNTA: É possível que espíritos obsessores utilizem equipamentos elétricos e eletrônicos para atuar sobre suas vítimas?

  RAMATIS:   Esse   é   o   grande   perigo,   por   exemplo,   da   utilização   descontrolada da Transcomunicação Instrumental. Os homens esquecem que estão vivendo em um mundo de provas  e  de  expiações,  onde  a  maldade  se  manifesta  com  a  mesma  intensidade  do  bem. 

  Deixam de se acautelar, imaginando que suas escolhas e práticas religiosas lhes protegem. Devem  lembrar  que  a    é  importante,  mas  também  é  fundamental  a  construção  e  o  fortalecimento  dessa  mesma    pela  vigilância.  Como  foi  dito,  “livra-te  dos  ares  que  te  livrarei dos males”.

  Espíritos  de  índole  negativa  e  obsessores  poderiam  se  valer  da  Transcomunicação  Instrumental  para  reforçar  suas  práticas.  Mas  cabe  também  abordar  outro  aspecto  dessa  questão, no que se refere ao uso comum de aparelhos elétricos e eletrônicos por obsessores. Vamos  lembrar  que  um  aparelho  dessa  natureza  é  neutro  no  sentido  de  sua  utilização.  Ele  não  tem  vontade  própria,  mas  é  usado  por  alguma  consciência  visando  qualquer  objetivo.  É  o  caso  da  televisão  ou  do  rádio,  que  são  meros  veículos  para  a  canalização de imagens e de som, transmitidos a partir de uma fonte emissora distante. E o usuário  desses  dois  produtos,  do  som  e  da  imagem,  sintoniza  na  frequência  que  deseja. 

  Existem,   portanto,   duas   consciências   atuantes,   o   emissor   e   o   usuário,   os   quais   se   manifestam através de um ponto comum que é o aparelho de difusão do som e da imagem. Naturalmente  um  obsessor  pode  agir  através  do  aparelho  eletrônico  de  várias  maneiras. Uma delas é intuindo o obsedado a sintonizar determinada estação que apresente um  programa  que  estimule  vícios  e  negatividades  que  ele  não  consegue  vencer.  Enquanto  assiste ao programa, o obsessor age pela sintonia mental, reforçando os estímulos emanados pelo  programa.  É  o  mesmo  que  colocar  uma  garrafa  de  vinho  na  frente  do  alcoólatra  e  o  incentivar a beber.

  Outra  forma  é  a  de  aproveitar  o  campo  elétrico  existente  no  aparelho  ligado  e,  mesmo  quando  ele  está  em  repouso,  através  de  seu  campo  eletrostático,  difundindo  vibrações por meio dos momentos magnéticos. Em outras palavras, o obsessor direciona o seu  magnetismo  não  através  da  carga  elétrica,  mas  da  corrente  magnética  existente  em  torno dela, com a finalidade de aumentar seu potencial de ação sobre o obsedado, em uma espécie  de  momento  magnético  induzido.  Com  isso  o  obsessor  potencializa  sua  ação  nefasta.  Por  essa  razão  não  se  deve  dormir  perto  de  aparelhos  de  rádio  e  de  televisão,  principalmente  estando  ligados.  Tais  aparelhos  são  veículos  formais  para  a  ação  dos  obsessores.

  PERGUNTA:  Por  que  é  comum  então  que  a  presença  de  obsessores  em  residências,  por  exemplo,  cause  constantes  problemas  sobre  lâmpadas  que  queimam  com  frequência,  máquinas  e  aparelhos  domésticos  com  curtos  e  outros  problemas  na  rede  elétrica,  se  o  obsessor se vale apenas do campo magnético e não do elétrico?

  RAMATIS: Porque ao induzir com seu magnetismo etéreo o fluxo magnético denso existente em  torno  do  campo  elétrico,  o  obsessor  produz  um  novo  campo  magnético,  variável,  que  por sua vez resulta em um campo elétrico induzido, afetando a fonte elétrica primária. Ou seja,  um  campo  elétrico  que  foi  induzido  magneticamente,  criando  uma  relação  simétrica  com  a  fonte  elétrica  do  aparelho  doméstico  ou  da  lâmpada,  numa  espécie  de  corrente  de  refluxo.

  Assim,  ao  atuar  sobre  o  campo  magnético  do  aparelho,  interferindo  com  o  seu  magnetismo  destrutivo,  o  obsessor  gera  campo  elétrico  que  afeta  também  de  forma  destrutiva  as  fontes  elétricas  dos  aparelhos  numa  sobrecarga,  e  o  resultado  final  é  a  ação  magnética danosa sobre o obsedado e uma forma elétrica eversiva sobre os aparelhos.

  PERGUNTA: Ao agir sobre o obsedado, através de campos magnéticos, o obsessor pode afetar também outras pessoas no recinto?

  RAMATIS:  Os  campos  magnéticos  são  propagados  em  todas  as  direções,  sendo  ortogonais –  ou perpendiculares – às cargas que os geraram. Assim, eles não seguem na mesma direção do  movimento  dessa  carga,  havendo  o  espalhamento,  sendo  produtos  vetoriais.  Por conseguinte,  pessoas  que  se  encontram  no  mesmo  ambiente  do  obsedado  sentem  muitas  vezes a ação do obsessor. Essa é a razão pela qual algumas pessoas dizem não poder ficar perto de outras por sentirem peso estranho ou mal-estar.

  PERGUNTA: Percebe-se em suas respostas afirmações incisivas no que diz respeito ao fato de grande  parte  dos  homens  estar  alienada  com  a  sua  própria  existência,  dando  valor  a  riquezas efêmeras e descuidando-se da eternidade do espírito, em termos de proteção e de evolução. É isso?

  RAMATIS:  A  sobrevivência  na  matéria  tem  norteado  os  homens  através  do  tempo,  dando  vazão  a  pulsões  quase  animalescas.  Vejam  o  exemplo  dos  corruptos,  que  fazem  dessa  atividade  um  desafio  ao  próprio  ser.  Quanto mais  desviam,  mais  querem,  a  ponto  de  depositarem em bancos somas vultosas, que ali permanecem congeladas por anos, como em verdadeiras cavernas de Ali-Baba. Esconde-se o produto do furto para não ser descoberto, e abrem-se  as  portas  do  desespero  para  aqueles  que  deveriam  usufruir  dessas  riquezas,  através  de  atos  governamentais  em  prol  dos  hospitais  públicos,  das  filas  angustiadas  por  transplantes  de  órgãos  e  do  combate  à  fome. 

  Alega-se  déficit  financeiro  para  não  ser  implantados  programas  sociais  em  larga  escala.  Os  recursos  assim  são  desviados  de  mãos  necessitadas,    seus    verdadeiros    donos,    que    padecem    moral    e    fisicamente pela irresponsabilidade de poucos que se tornam torturadores e assassinos indiretos. A situação ainda se torna pior quando os que deveriam coibir tais fatos ou promover a  justiça  deixam-se  envolver  pela  sedução  maligna  dos  desonestos,  tornando-se  parte  da  quadrilha.  Diretamente  quando  compartilham  de  seus  atos,  ou  de  forma  comprometedora  quando  fecham  os  olhos  para  eles.  Ou,  no  caso  de  militares  que  desviam  armas  para  malfeitores, em atitude que desafia as próprias corporações,  colocando  em  risco  a  vida  de  companheiros honestos e leais ao bem, que serão alvo desses mesmos malfeitores, situação ue em tempo de guerra seria considerada de alta traição. Mas que, em tempos de paz, têm sua  gravidade  amenizada  por  leis  arcaicas,  que  favorecem  os  réus  em  detrimento  das  vítimas. 

  Os  legisladores  sabem  que  tais  leis  são  inadequadas  e  injustas,  mas  utilizam  seu  tempo  em  disputas  políticas  pela  vaidade  de  reeleições,  despreocupados  com  o  destino  de  seres  humanos,  tratados  apenas  de  eleitores  e  arrebanhados  em  currais  por  votos. 

  A  vida  perdeu  o  seu  valor,  e  os  atos  de  cobiça  são  valorizados  de  forma  cruel.  Sustentados  por  seres que agem como animais que, guiados somente por instintos, atacam suas vítimas para a  sobrevivência  numa  selva  sem  razão.  É  o  ápice  da  inconsequência.  Os  homens  estão  alienados,  mentindo  para  a  própria  consciência,  esquivando-se  da  verdade  que  chegará  inexoravelmente para todos.

  PERGUNTA: Ainda há tempo para a reforma espiritual desses homens insensíveis?

  RAMATIS:  Nosso  bem  amado  irmão  Gandhi  uma  vez  disse  “viva  como  se  fosse  morrer  amanhã,  mas  aprenda  como  se  você  fosse  viver  para  sempre”.  Os  homens  na  maioria  inverteram  esse  conceito,  vivem  como  se  nunca  fossem  morrer,  e  aprendem  para  viver  apenas   o   presente,   fazendo-se   obscurecidos   pelas   tramas,   mentiras,   corrupção   e   manipulações  ilícitas.  A  reforma  espiritual  não  é  um  passe  de  mágica,  onde  o  desejo  impera. Justamente o desejo deve ser esquecido nessa hora, por ser um hábito desgastante e inoportuno.  A  força  da  reforma  está  no  entendimento  da  alma,  na  compreensão  de  que  o  espírito  é  a  maior  riqueza  do  homem,  a  qual  deve  ser  preservada  pelo  amor  contínuo  e  incondicional,  desvinculando-o  de  máculas.  Mas,  para  se  chegar  a  esse  estágio  não  é  simples.  Não  se  trata  apenas  de  atravessar  uma  ponte,  porém  inúmeras  vidas  na  matéria.
 
  Entender provações e os seus ensinamentos, além de perceber a matéria como uma morada provisória para se partir para o Universo infinito, e fazer do agora a eternidade.

  O homem perdeu a vergonha de ser o que deveria abominar, tornando-se vítima de seus próprios atos, e  procurando  a  piedade  e  o  arrependimento  somente  quando  descoberto  e  exposto  à  publicidade  de  seus  atos.  Isso  não  é  reforma  espiritual,  mas  uma  tentativa  inútil  de  se  preservar da justiça dos homens, esquecendo-se da existência da justiça de Deus. A reforma espiritual,  assim,  é  uma  tarefa  árdua  que  exige  forças  que  a  maioria  não  sabe  nem  onde  buscar.

  PERGUNTA:  Isso  é  um  desafio  à  humanidade?  E  quem  não  está  voltado  para  a  esfera  espiritualista  através  de  qualquer  religião,  como  promover  essa  reforma?  Isolar-se  das  tentações?

  RAMATIS: A vida em si já é um desafio constante. Cabe ao homem retirar da complexidade do  plural  o  essencial  para  fazê-lo  crescer  em  sua  unidade,  através  do  aperfeiçoamento  da  percepção  dos  fatos  do  cotidiano.  Mas,  para  isso  deve  estudar,  meditar,  trazer  para  seu  íntimo o foco das preocupações que antes eram vistas como problemas existenciais alheios.

  Ser  consequente,  entendendo-se  como  participativo  em  ambientes  onde  identidades  ou  disjunções vibratórias se verificam. O isolamento voluntário não é solução para as dúvidas sobre  o  espírito  porque  não  existe  receita  monolítica  que  responda  as  questões  da  humanidade. Até a unidade de Deus apresenta-se em dinâmica integral. A resposta surge da convivência e da interatividade, que permite ao homem rejeitar princípios descabidos com sua  moral,  para  desenvolver  a  força  necessária  e  negar  a  tentação. 

  E  desse  fortalecimento  surge  a  sede  pelo  crescimento  do  espírito,  impondo-se  questões  que  exigem  respostas  íntimas, decorrentes de experiências e da dinamização da inteligência, vendo que causas e consequências ensinam a viver. 

  PERGUNTA: Entretanto, em alguns casos não é necessário o afastamento de situações de risco ou constrangedoras? Por exemplo, manter o alcoólatra longe das bebidas?

  RAMATIS: Existe uma diferença entre se afastar do perigo e se afastar do todo. Lembrem-se da flexibilidade sobre a qual lhes falei no início. O homem precisa da sociedade não apenas como  vínculo  que  lhe  permita  interagir  com  os semelhantes,  mas  também  para  discernir  sobre  o  certo  e  o  errado.  O  alcoólatra  pode  ficar  longe  das  bebidas  em  princípio  de  tratamento,  mas  não  por  toda  a  vida,  cabendo  a  ele  ser  forte  o  suficiente  para  rejeitar  o  próprio vício, que só pode ser vencido dessa maneira.

  E o mesmo acontece com as drogas em geral ou com a corrupção. Como alguém se pode dizer longe da corrupção se a rejeita pelo simples fato de temer ser descoberto? E se o anonimato fosse garantido, qual seria seu comportamento?  Assim,  os  homens  devem  estar  atentos  às  suas  próprias  condições  de  interpretar  o  certo  e  o  errado,  não  apenas  pelo  lado  da  relatividade  das  percepções,  mas,  principalmente,  sob  o  prisma  das  consequências  sobre  terceiros  e  sobre  ele  mesmo. 

  Caso  contrário,  estará  cultivando  para  sua  vida  a  melancolia  espiritual,  por  não  se  conhecer  devidamente,  e  se  questionar  sobre  seus  próprios  atos  perante  uma  possível  tentação.  A  dúvida criará em seu espírito a incerteza no que tange às respostas que deverá dar, por não ter  construído  a  firmeza  da    em  Deus,  principalmente  para  os  momentos  decisivos  da  vida.

  PERGUNTA:  Tudo  o  que  foi  visto  aqui  até  agora  deixa  nas  entrelinhas  um  aspecto  macabro  que  evidencia  ser  cada  vez  mais  atuante  no  planeta,  que  é  a  obsessão.  Parece-me,  salvo  melhor juízo, que os homens estão se descuidando da vigília sobre essa questão.

  RAMATIS:  Vigiai  e  orai,  essa  é  a  grande  recomendação.  O  jargão  “o  preço  da  liberdade  é  a  eterna vigilância” também deve ser considerado, mas não no âmbito político ou militar, que tolhe  as  liberdades  individuais,  porém  no  sentido  de  que  parte  de  nosso  tempo  deve  ser  ocupado  com  a  vigília  sobre  os  nossos  próprios  atos,  para  que  possamos  então  ser  racionalmente livres. A ação de obsessores não se dá apenas de forma direta, mas também indiretamente,   pelos   pequenos   acontecimentos   da   vida   que   estimulam   grandes   atos   impensados,  com  fortes  consequências  que  causam  o  arrependimento  tardio.  O  homem  mesmo é capaz de se obsedar, criando seus próprios fantasmas em forma-pensamento que o agridem. 

  PERGUNTA: Numa  obsessão  espiritual  clássica,  é  possível  o  obsessor  levar  o  obsedado  à  condição de verdadeira marionete?

  RAMATIS: A fonte de toda obsessão é o carma plantado pelo próprio obsedado, e a obsessão, na  prática,  é  uma  provação  pela  qual  ele  passa.  O  registro  de  suas  dívidas  passadas  se  encontra  em  seus  kamarupas,  ou  corpos  dos  desejos  e  das  paixões.  O  nome  deriva  de  kamma que em sânscrito significa o mesmo que carma, e de rupa que expressa forma dos eventos ligados ao espírito. Por conseguinte, a forma dos carmas do espírito.

  Todo  espírito  tem  um  kamarupa  para  cada  encarnação  vivida.  E  cada  kamarupa  é  uma cópia fiel dos corpos densos, com os registros cármicos daquela vida. À medida que o espírito resgata seus carmas, então os kamarupas vão sendo gradualmente extintos.

  No  entanto,  enquanto  permanecem  arquivados,  os  kamarupas  transmitem  para  o  duplo etérico do encarnado as informações sobre os carmas a serem vividos na encarnação presente. E, atuantes no corpo etéreo, esses registros ou informações são transferidos para o corpo  denso  gradualmente  como  provações,  incluindo  doenças,  canalizadas  através  do  fígado.  Este  órgão  é  a  grande  porta  de  passagem  das  energias  e  das  patologias  do  duplo etérico para o corpo denso.

  Por essa  razão,  o  fígado  é  a  principal  escolha  dos  obsessores  em  suas  atividades  parasitárias  ou  vampirescas.  Além  de  sugar  as  energias  vitais  por  ali  transmitidas,  os  obsessores têm acesso às fraquezas do obsedado, conhecendo e intensificando os carmas.

  Uma  das  práticas  mais  comuns  também  é  o  trabalho  maligno  de  certos  obsessores  que  transferem  algum  kamarupa  localizado  no  astral,  podendo  ou  não  ser  do  obsedado,  colocando-o  junto  ao  seu  corpo  etéreo.  Isso  revive  não  somente  as  pulsões  existentes  naquele kamarupa, como pode provocar o desencarne do obsediado, da mesma maneira que duplo etéricos   podem   ser   transferidos   de   indivíduos   recém   desencarnados   e   também   colocados   junto   ao   duplo etéricos   de   obsedados   ainda   encarnados,   em   processo   de   amálgama, provocando os mesmos efeitos do kamarupa. E esses tipos de situação derivam de terríveis magias negras.

  As grandes ações dos obsessores, no entanto, são exercidas sobre os chakras e como se sabe, são sete os principais, regulados a partir do plexo da coróide, localizado na faixa da nuca  na  medula  cervical,  na  altura  da    vértebra.  Esse  ponto,  quando  negativamente  influenciado ou vibrado pode desregular fortemente a sincronia dos chakras, que passam a funcionar   como   peças   de   uma   máquina   quebrada   ou   desajustada,   causando   o   enfraquecimento do obsedado, não apenas no campo físico, mas também nas esferas mental e emocional.

  Sendo os chakras equivalentes a centros de força energética, o reequilíbrio começa com a vibração que transmita fluidos vitais pelo do plexo da coróide. Tanto que as falanges médicas em certas ocasiões fazem aplicações intensas nesse mesmo ponto, como parte dos tratamentos espirituais.

  De  qualquer  forma,  os  chakras  produzem  magnetismo  específico  e  este  também  pode ser afetado pela atividade obsessora. Todos os  chakras  podem  ser  atingidos,  mas,  da  mesma maneira que os obsessores têm preferência pelo fígado no vampirismo, também têm preferência  pela  atuação  sobre  o  chakra  coronário,  interferindo  na  região  do  cérebro,  especialmente sobre a glândula pineal.

  Essa glândula é a principal ligação do encarnado com o seu corpo superior também denominado de Átmico, ligado à alma, que não tem carmas, e que referencia a divindade na eterna caminhada do espírito que, por sua vez, tem carmas.

  Os   fatos   que   ocorrem   no   meio ambiente   e   os   acontecimentos   vividos ou presenciados pelo encarnado são encaminhados para a glândula pineal pelo chakra frontal, pelo terceiro olho, também chamado de “olho de Shiva”. Essa primeira ligação gera assim uma reta, um canal do chakra frontal até a pineal.

  A  pineal  então  também  canaliza  as  informações  pertinentes  do  corpo  Átmico,  interagindo com este pelo caminho mais curto, o formado pela reta. Assim, as retas chakra frontal-pineal e pineal-corpo Átmico desenham um ângulo de 90º,  os  catetos.    a  hipotenusa  é  formada  por  cada  evento  externo  percebido  e  que  se  estende  em  uma  reta  direta  até  o  corpo  Átmico,  a  representação  divina.  Isso  demonstra,  pelo Teorema de Pitágoras, que a pineal é o centro das percepções espirituais, alimentando o livre-arbítrio. O homem pode ou não, em cada instante percebido ou vivido, interagir com as  manifestações  divinas,  exigindo  dele  esforço  e  mérito  através  do  “olho  de  Shiva”  até  a  pineal e, depois, desta até o corpo Átmico.

  Sabendo   disso,   os   obsessores   agem   de   maneira   intensa   sobre   a   pineal,   interrompendo  a  interação  do  encarnado  com  o  seu  corpo  Átmico,  que  é  substituído  pela  ação do obsessor, que passa a atuar no campo mental do obsedado. É a intervenção sobre o livre-arbítrio. O   resultado   disso   são   descontroles   da   razão   e   das   emoções,   egocentrismo   exacerbado,   ceticismo   quanto   às   coisas   do   espírito,   dificuldade   de   se   relacionar   pacificamente,  tonteiras,  dores  de  cabeça,  anorexia  ou  bulimia,  compulsões,  reações  similares às do mal de Parkinson e outras situações angustiantes e deprimentes.

  O magnetismo assim gerado em torno da pineal faz com que o obsessor controle o obsedado  à  distância  numa  espécie  de  robotização  do  encarnado,  por  comandos  mentais  que equivalem a um controle remoto ou à transmissão de pensamento.

  PERGUNTA:  Pode  dissertar  mais  sobre  a  relação  entre  o  livre-arbítrio  e  o  Teorema  de  Pitágoras?

  RAMATIS: A premissa é que todos os eventos, que são percebidos pelo homem, representam inputs do  sistema  que  rege  o  seu  processo  decisório  no  cotidiano.  Considerar  que  as  informações  geradas  pelos  eventos  sejam  transmitidas  diretamente  à  glândula  pineal,  sem  referenciá-las como o Átmico, seria impor ao homem as circunstâncias que ele presencia ou percebe, numa assimilação autocrática.

  No momento que lhe é permitido referenciar com a perfeição existente na alma, ele se torna analítico, avalia as informações e de que modo elas podem ser melhor utilizadas no caminho da perfeição, tomando decisões com menos incertezas. Dessa forma, se o caminho para a alma é interrompido ou esquecido, o homem fica vulnerável aos desejos de terceiros, ou pratica atos inconsequentes, tornando sua existência um verdadeiro jogo de sorte ou de reveses, com probabilidades iguais de ocorrência. São maiores os riscos e as incertezas.

  PERGUNTA:  E  se  o  ângulo  reto  fosse  formado  não  na  pineal,  mas  junto  ao  chakra  frontal  e  indo direto ao corpo Átmico?

  RAMATIS: Na topologia do microcosmo isso não seria adequado, pois a referência não estaria no  sentido  da  alma,  mas  longe  dela,  no  campo  do  inconsciente  coletivo.  O  homem  assim  estaria se referenciando não por sua alma, mas pela grande confusão de várias naturezas em torno  do  planeta.  E  esse  erro  é  uma  armadilha  na  qual  caem  inúmeros  homens,  que  se  ajustam não pela perfeição da própria alma, no livre-arbítrio consciente, mas pelo o que os desejos  e  paixões  da  coletividade  determinam,  pelo  livre-arbítrio  inconsequente. Nesse  último  caso  a  alma  acaba  sendo  equivocadamente  questionada,  e  não  o  inconsciente  coletivo, esquecendo-se que este sim está sob o crivo da razão plena.

  PERGUNTA: Significa então que o livre-arbítrio sempre é permitido por Deus?

  RAMATIS:  Esse  é  um  ponto  interessante  que  demonstra  a  extrema  bondade  de  Deus. 

  Reparem que os canais chakra frontal-pineal, e pineal-corpo Átmico, formam entre si retas perpendiculares.  Da  mesma  forma  que  pineal-chakra  frontal,  e  chakra  frontal-inconsciente  coletivo,  formam  também  entre si  retas  perpendiculares. E  retas  perpendiculares  são  ortogonais,  ou  seja,  não  são  correlacionadas  entre  si,  apresentando  tangente  zero,  o  que  demonstra que é dada ao homem a chance de escolha sem influências discricionárias, pelo livre-arbítrio. Apenas no primeiro caso, a referência é divina em esfera superior, enquanto, no  segundo,  a  referência  é  imperfeita  baseada  em  energias  plasmadas  pelos  próprios  homens e armazenadas na aura planetária. 

  PERGUNTA: Como se manifesta o inconsciente coletivo?

  RAMATIS: Uma resposta simplória estaria carente de inúmeros valores de suma importância. Mas,   no   caso   mencionado   anteriormente,   apenas   como   exemplo   para   uma   rápida   compreensão,  o  inconsciente  coletivo  agrega  idéias,  pulsões,  anseios,  desejos,  fantasias,  símbolos  e  formas-pensamento  plasmados  através  da  história  da  humanidade,  desde  os  primórdios, os quais se concentram na aura do planeta em forma de plasma etéreo. Como a Terra é um plano de inúmeras imperfeições, os desejos e as paixões materiais se formam de maneira  mais  intensa,  gerando  pesada  complexidade  etérea,  de  onde  emergem  raízes  e  frutos plantados em todas as épocas, como o desejo de poder, a sexualidade exagerada e a violência. Mesmo a intenção de um ato terrorista ainda em planejamento é imediatamente incorporada  ao  inconsciente  coletivo  e  quando  muitas  mentes  se  manifestam  da  mesma  forma  quase  simultaneamente,  são  gerados  plasmas  que  atraem  os  pensamentos  em  torno  dessa  idéia,  dando-lhes  força  para  serem  concretizados  na  prática. 

  No  momento  em  que  o  homem   não   referencia   suas   decisões   na   perfeição   da   alma   e   se apoia   apenas   no   inconsciente  coletivo,  muitas  vezes  ele  desconsidera  o  amor  próprio,  para  identificar  valores  que  o  façam  participar  da  herança  deixada  por  todos  os  mentais  que  existem  ou  existiram  na  Terra  e  em  torno  dela,  na  espiritualidade.  Os  quais  podem  representar  uma  interminável  sequência  de  equívocos,  em  um  verdadeiro  círculo  vicioso,  perpetuando  graves imperfeições.

  Portanto,  é  necessário  entender  que,  em  termos  de  vida  material,  o  inconsciente  coletivo pode tornar o homem menos egoísta, interagindo com o pensamento de bilhões de outros  homens  e  espíritos  de  forma  homogênea.  Porém,  em  termos  espirituais,  ele  pode  tornar-se  extremamente  egoísta  por  assumir  posturas  baseadas  em  erros  históricos  que  se  repetem, que sempre desprezaram o amor ao próximo, o altruísmo e a caridade.

  E  o  que  tem  direcionado  a  humanidade  no  sentido  do  caos  e  da  violência  é  justamente  o  desequilíbrio,  que  considera  e  imortaliza  modismos  anacrônicos,  racismos,  compulsões  e  falsas  verdades,  em  detrimento  da  perfeição  da  alma,  o  cerne  divino  do  espírito, que se torna esquecida.

  PERGUNTA: É possível alguém chegar ao inconsciente coletivo e prever acontecimentos, por exemplo?

  RAMATIS:  Sendo  os  desejos  plasmados  do  campo  etéreo,  é  possível  sim  que  várias  pessoas  percebam  o  que  está  para  acontecer,  em  processo  que  permite  a  interação  de  suas  mentes  com o que está sendo plasmado como intenção de outros no inconsciente coletivo.

  PERGUNTA:  E  esses  plasmas  que  circundam  a  aura  planetária,  constituindo  o  inconsciente  coletivo serão higienizados pelo astro intruso?

  RAMATIS: Exatamente, pois os pensamentos se aglutinam conforme sintonias que emanam e, no caso da Terra, o inconsciente coletivo está contaminado por terríveis ódios, vinganças e outras imperfeições. Se esse plasma não for retirado pelo astro intruso, permanecerá na aura planetária, transmitindo para o  novo   ciclo   as   mesmas   negatividades   que   existem   atualmente, e que tendem a piorar. Isso não teria sentido, pois o novo ciclo deixaria de ser novo para ser uma mera continuação dos problemas anteriores.

  PERGUNTA:  Em  relação  ao  uso  do  kamarupa  de  um  encarnado  para  ser  usado  como  magia  negra sobre outro encarnado, poderia esclarecer mais? E como o duplo-etéreo de um recém desencarnado pode ser aproveitado também com essa finalidade?

  RAMATIS: Os kamarupas são os registros existentes no astral sobre os carmas adquiridos por determinado espírito em cada encarnação que ele viveu. Assim, cada kamarupa existirá até que os carmas daquele espírito sejam extintos no que tange àquela determinada encarnação, esteja  ou  não  o  espírito  encarnado.  O  kamarupa  sendo  retirado  de  seu  arquivo  e  colocado  junto  ao  duplo-etéreo  do  espírito  encarnado, faz  com  que  suas  paixões  passadas  sejam  reacessas  no  duplo-etéreo,  levando  o  espírito  encarnado  ao  estímulo  de  reviver  faltas  cometidas em outras encarnações.

  Quando  isso  é  feito  com  o  kamarupa  de  outro  espírito  encarnado,  cria-se  uma  triangulação, ou seja, o autor da magia negra, o obsessor, retira um kamarupa qualquer de um determinado espírito e o coloca junto ao duplo-etéreo de outro encarnado, trazendo para este  último  as  pulsões  existentes  no  kamarupa  utilizado.  E  isso  funciona  se  houver 
afinidade  vibratória  entre  esses  dois  espíritos,  o  que  em  geral  ocorre,  pois  o  obsessor  conhece as fraquezas do obsedado e seus pontos mais vulneráveis em termos morais.

  Isso  cai  na  esfera  do  karmarambhaka,  que  em  sânscrito  significa  o  carma  que  em  seu curso produz outros carmas. Uma situação em que o obsedado é vítima de um karmana, magia, às custas do kamarupa de outro encarnado, que também entra na linha da provação.

  Em situação que pode ser descrita como duryodhana, ou difícil de ser vencida, porque caso não tratada, não apenas pode desencarnar as vítimas, como deixá-las em estado de torpor no plano espiritual.

  Quanto à magia negra com o duplo-etéreo, obedece ao similar que ocorre, em magia branca,  quando  um  monge  budista  desencarna,  e  através  de  um  processo  tipo  amálgama  fornece  o  plasma  de  seu  corpo  mental  para  um  encarnado,  e  o  plasma  de  seu  corpo  emocional  para  outro  encarnado,  numa  situação  permitida  pelas  partes  envolvidas,  sem  o  comprometimento  forçado  dos  respectivos  livres-arbítrios. 

  Com  isso,  os  corpos  etéreos  doados  acrescentam  sabedoria  e  equilíbrio  aos  receptores  que    desenvolviam  com  o  monge grande afinidade de atos e de pensamentos. Numa continuidade capaz de despertar valores elevados. Por essa razão a procura por um monge reencarnado leva às vezes a mais de  uma  criança,  pois  uma  é  o  espírito  do  próprio  monge,  uma  outra  conduz  seu  corpo  mental, e outra o seu corpo espiritual.

  No caso da magia negra o processo de amálgama também funciona. Os obsessores se  apoderam  do  duplo-etéreo  contaminado  por  doenças  e  paixões  de  alguém  que  está  desencarnando,  o  conserva  em  procedimento  químioetéreo,  e  posteriormente  realizam  o  amálgama deste duplo-etéreo com o do obsedado, causando a este último enorme carga de sofrimento.

  PERGUNTA: É possível ainda que os obsessores utilizem instrumentos eletrônicos etéreos, ou melhor, o equivalente aos aparelhos eletrônicos da Terra, implantando-os em obsedados?

  RAMATIS:  Vamos  recordar  o  que  foi  dito  antes  sobre  a  formação  dos  planetas.  Cria-se  primeiro,  a  partir  de  fortes  mentalizações  dos  engenheiros  siderais,  a  aura  planetária  em  campos  inferiores  à  adesão  da  matéria,  para  depois  então  ser  plasmado  o  corpo  celeste  denso.

E o que vem a existir na Terra ou em outros planetas em termos de bens materiais a serviço  dos  homens,  como  aparelhos  de  comunicação,  veículos,  e  equipamentos  médicos,  por exemplo, são cópias do que já existe em várias moradas no astral.

  Entretanto,  os  homens  não  copiam  por  meio  de  intuições  apenas  o  útil  que  conduz  ao progresso, mas também o que nasce em umbrais inferiores. Como a atuação de entidades espirituais  ignorantes  e  negativas  é  muito  intensa  no  planeta,  os  homens  ficam  sujeitos  a  desenvolverem  inúmeros  instrumentos  que  levam  a  patente,  podemos  assim  dizer,  dos  umbrais inferiores.

  Cabe nesse ponto então um dado importante sobre ignorância espiritual e sabedoria no uso de bens materiais, a qual pode ser para o bem ou para o mal. Pois da mesma forma que se  evolve  para  o  bem  espiritualmente,  também  se  adentra  no  mal  quanto  ao  uso  da  matéria  de  modo  inadequado.  A  prova  disso  é  que  os  homens  no  início  fabricavam  pequenas armas, evoluindo a ponto de construírem a bomba atômica.

  Uma das atividades dos espíritos trevosos que se voltam para pesquisas nos umbrais inferiores é justamente criar equipamentos e instrumentos etéreos a serviço do mal, para ser copiados  intuitivamente  na  Terra,  seja  em  termos  de  idéia  ou  de  produto  acabado,  ou  até  para ser utilizados no plano espiritual agindo sobre os encarnados.

  Esse é o caso do vampirismo eletrônico, ou obsessão controlada à distância, quando o obsessor produz   ou   utiliza   aparelhos   eletrônicos   etéreos,  tipo  chips nem   sempre   isométricos, implantando-os no duplo-etéreo justamente na área óssea do plexo da coróide, reguladora dos chakras como vimos, para que, de forma contínua atue sobre o equilíbrio do encarnado.  Esse  aparelho  age  dentro  da  mesma  filosofia  dos  cavalos  de  Tróia  que  fluem  pela Internet, e que possibilitam aos hackers o controle à distância de um computador.

  A  inserção  desses  aparelhos  no  duplo-etéreo  se  faz  de  muitas  maneiras,  como  por  exemplo,  durante  uma  cirurgia  material  pela  qual  o  obsedado  tenha  passado  sob  efeito  de  anestesia,  ou  mesmo  com  as  viagens  astrais  durante  o  sono.  Nessas  ocasiões  o  espírito  momentaneamente  fora  do  corpo  denso  é  retido  nos  umbrais  inferiores,  enquanto  o  obsessor atua sobre seu duplo-etéreo.

  O referido aparelho ou chip funciona de modo a recolher sinais externos que partem do obsessor como sendo pulsões estimulantes, através de verdadeira radiofrequência. Com isso  o  obsessor  tem  a  capacidade  de  atuar  sobre  os  chakras  do  obsedado,  causando  problemas no corpo denso, notadamente o descontrole dos circuitos do sistema nervoso no âmbito  da  glândula  pineal,  o  que  provoca  enorme  sofrimento  e  elevado  desequilíbrio  dos  movimentos.

  Embora  essa  não  seja  uma  prática  de  obsessão  muito  difundida,  é  bastante  séria. Certos chips obedecem a regras específicas só  conhecidas  pelo  obsessor,  que  é  o  único  capaz de retirá-lo sem causar danos no obsedado ou mesmo o seu desencarne. O obsessor, assim,  estabelece  uma  regra  similar  à  da  codificação,  em  situação  idêntica  a  de  certos  problemas  de  análise  combinatória  em  que  somente  o  autor  da  questão  sabe  resolvê-la.  E,  por  outro  lado,  por  analogia,  esse  sistema  de  codificação  não  se  baseia  em  campos  pseudo aleatórios, limitados  por  intervalos  conhecidos,  como  acontece  na  Terra  devido  às  fronteiras  impostas  pela  matéria,  mas  a  parâmetros  teoricamente  infinitos,  situados  no  microcosmo do próprio obsessor.
 
  Alguns desses  chips,  entretanto,  mal  colocados  podem  ser  anulados  por  simples  passes  magnéticos,  enquanto  outros  colocados  em  certos  indivíduos  podem  ser  rejeitados  naturalmente,  em  rejeição  do  tipo  hiper aguda  ou  imediata,  devido  à  incompatibilidade  plasmática. Da mesma maneira que um órgão humano transplantado pode ser rejeitado.

  Mas os que permanecem e que dependem da codificação estabelecida pelo obsessor exigem a presença deste, que é atraído, numa cirurgia espiritual realizada no corpo estéreo do obsedado. De outro modo, podem ser estabelecidos severos danos sobre o equilíbrio do obsedado, como já foi mencionado antes, e até o seu desencarne.

PERGUNTA:  Apenas  voltando  ao  caso  da  codificação,  é  por  essa  razão  que  em  muitos  trabalhos de exorcismo o médium ordena ao obsessor que retire o que foi colocado junto ao obsedado?

  RAMATIS: Esse é o motivo pelo qual o exorcista age desse modo. O obsessor tem uma série de  artimanhas  que  somente  ele  pode  desfazer.  No  caso  ele  pode  usar  inúmeras  opções  de  códigos,  através  de  valores  alfanuméricos,  sons,  cores,  vibrações,  entre  muitos  outros.  Inclusive  com  o  uso  de  palavras  mantrâmicas  que  simbolizam  sequências  numéricas,  a  exemplo do que ocorre com a utilização do alfabeto Devanagari, uma espécie de derivação do sânscrito muito usada com esse propósito de codificação.

  PERGUNTA:  O  que  pode  ser  entendido  como  chips passíveis  de  serem  anulados  por  passes  magnéticos, como anteriormente foi mencionado?

  RAMATIS:  Alguns  obsessores  colocam  os  engenhos  em  áreas  fáceis  de  serem  localizados,  junto  à  pele,  numa  ação  similar  à  epidermoplastia  ou  a  algum  tipo  de  enxerto,  ficando  o  aparelho  ao  alcance  dos  passes  magnéticos,  que  funcionam  como  restauradores  das  condições  ideais  do  paciente  obsedado,  anulando  a  ação  do  chip. 

  Os  passes,  assim,  têm  o  caráter também de uma dermatoplastia etérea, cirurgia de recuperação em algum ponto do corpo etéreo equivalente à derme.

  PERGUNTA: Esse tipo de chipé colocado sempre na região do plexo da coróide?

  RAMATIS: Essa região é mais influente em relação a centros vitais do obsedado, porque além de  coordenar  a  ação  dos  ckakras,  é  também  caminho  energético  da  coluna  vertebral  por  onde  passam  os  nadis,  que  conduzem  energia  ao  cérebro,  principalmente  a  energia  do  kundalini. Mas, conforme o objetivo do obsessor podem ser colocados nas proximidades de chakras  específicos  do  obsedado,  lembrando  que  além  dos  sete  principais  chakras,  cada  encarnado tem dezenas de outros médios e centenas de pequenos chakras espalhados pelo duplo-etéreo.

  PERGUNTA:  Os  tratamentos  e  cirurgias  para  a  retirada  desses 
chipspodem  ser  feitos  pela  Apometria?

  RAMATIS:  É  um  caminho  viável.  Entretanto  desejo  lembrar  que,  qualquer  tratamento  espiritual  conduzido  na  Terra,  sejam  tratamentos  tradicionais  em  centros  espíritas  e  espiritualistas  com  passes  magnéticos,  ou  mesmo  a  Apometria,  precisam  contar  com  médiuns  realmente  preparados. 

  Temos  visto  inúmeros  casos  na  prática  em  que  indivíduos  compram material didático sobre o assunto, interpretam à sua maneira e começam a aplicar sem  qualquer  base  de  conhecimento  para  tal.  Inclusive  sem  o  tão  necessário  suporte  espiritual e proteção em torno do local onde se desenvolve o tratamento.

  Esse tipo de problema ocorre muito com o Reiki, que requer muito estudo e trabalha com  vibrações  sobre  os  chakras,  mas  que  por  algumas  vezes  está  sendo  conduzido  por  indivíduos que são verdadeiros curiosos sobre o assunto. 

  O  resultado  de  inconsequências  nessas  áreas  é  a  reciprocidade  energética  entre  aplicadores e pacientes, de modo que alguns deles recebam a carga energética nem sempre saudável  do  outro.  Em  geral,  o  aplicador  é  mais  atingido,  surgindo  doenças  como  câncer,  ou sérios desequilíbrios energéticos e emocionais de longa duração e de difícil tratamento.

  PERGUNTA: Poderia  esclarecer  um  pouco  mais  sobre  a  reciprocidade  energética  que  ocorre  quando  um  aplicador  de  passes  sobre  os  chakras  o  faz  sem  os  devidos  cuidados  e  conhecimento?

  RAMATIS: Ao  trabalhar  na  atividade  dos  chakras,  através  de  passes,  o  médium  age  como  operando  um  centro  de  força  dinamizado  pelo  movimento  da  suástica,  o  milenar  símbolo  budista do crescimento e da força espirituais. Ele assim projeta sobre os chakras do paciente a suástica que atua em movimento no sentido horário. Na prática é isso o que ocorre, embora esse valor simbólico canalizado pela força   mental   do   médium   não   seja   conhecido   pela   grande   maioria,   que   o   aplica   inconscientemente.

  Entretanto, se o paciente está acometido de graves problemas, e o médium também, a suástica projetada é atraída pelas forças similares criando a reciprocidade energética entre o  aplicador  do  passe  e  o  paciente,  porém  com  um  detalhe  importante.  A  suástica  vai  do  aplicador  para  o  paciente  no  sentido  horário, mas  volta  do  paciente  para  o  aplicador  no  fluxo anti-horário, na forma negativa denominada de sovástica, que é a forma da destruição e do padecimento físico.

  Foi inclusive o que aconteceu com os nazistas, que usaram a suástica conhecendo a força do símbolo, mas de forma errada, a sovástica, o que trouxe mortes em larga escala e sofrimento em todo o planeta.

  Dessa  forma,  o  trabalho  sobre  os  chakras  bem  como  os  usos  da  suástica  exigem  grande   conhecimento   mediúnico,   equilíbrio   físico-emocional,   proteção   e   vigilância   espiritual no ambiente.

  PERGUNTA: Então o uso da suástica requer grandes cuidados?

  RAMATIS: Isso deve ser visto como um alerta para todos aqueles que cultuam a suástica seja em   atividades   espirituais,   esotéricas   ou   materiais.   O   uso   adequado   baseado   no   conhecimento real do símbolo, pode trazer força espiritual como fazem os budistas e outras correntes religiosas orientais. Mas quando utilizado na direção do mal e de imprudências traz grandes dificuldades e mesmo patologias físicas.

  PERGUNTA:  Mas  os  próprios  médiuns  ou  dirigentes das sessões não são capazes de distinguir aqueles que estão momentaneamente impedidos de aplicar os tratamentos?

  RAMATIS: Vocês devem ler nas mensagens psicografadas que as expressões amor, caridade e humildade aparecem com frequência em primeiro lugar. E logo depois estudo, persistência e disciplina, porque o médium precisa estudar muito para ter consciência do que faz. Caso contrário,  ele  tende  a  cair  em  inúmeras  ciladas  das  trevas,  que  provocam  distração  e  dispersão   mental   durante   as   sessões,   pouca   ou   nenhuma   concentração   quanto   à   aproximação  de  entidades  obsessoras,  entre  outras  questões  de  suma  importância  para  o  bom desempenho da mediunidade.

  Se o médium não estuda, restringindo-se apenas a participar de sessões, ele não terá condições de avaliar nem mesmo sua situação, quanto mais de outros que ali comparecem.

  PERGUNTA:  Tudo  isso  significa  que  não  é  todo lugar  que  pode  aplicar  certos  tratamentos  espirituais?

  RAMATIS: Eu pergunto da mesma forma: todo hospital da Terra é capaz de tratar de todas as doenças?  Evidentemente  que  não.  Por  isso,  existem  as  especialidades  médicas,  tanto  em  termos  de  profissionais  quanto  no  que  diz  respeito  às  instituições.  O  tratamento  espiritual  funciona  da  mesma  forma.  Certos  casos  podem  ser  tratados  com  simples  passes  em  instituições  kardecistas.  Outros  casos,  que  envolvem  a  presença  de  larvas  em  centros  que  exigem  trabalho  mais  pesado,  com  grande  presença  de  médiuns,  outros  em  centros  especializados em Apometria, outros na Umbanda, assim por diante.

  É preciso entender que alguns  centros  são  ambulatoriais,  outros  são  clínicas  de  cirurgia  etérea,  enquanto  outros,  verdadeiras CTIs para a retirada de cargas vibratórias mais densas.

  PERGUNTA: Sua observação anterior a respeito do estado de ânimo ou de saúde do médium dá a entender que isso precisa obedecer a certos cuidados.

  RAMATIS:  É  evidente.  Muitos  médiuns  tornam-se  obcecados  pelo  trabalho  espiritual  em  qualquer circunstância, pensando estarem auxiliando. Por analogia, é a mesma situação de um  médico  com  forte  gripe  e  febre  que  é  chamado  a  realizar  uma  operação.  Além  de  não 
trabalhar devidamente, fruto de seu estado, corre o risco de cometer sérios erros. Ele ainda pode piorar em relação ao seu quadro clínico e mesmo contaminar o paciente, e o desastre seria total.

  O  médium  quando  se  encontra  enfraquecido  fisicamente,  deve  evitar  o  trabalho  na  sessão,  pois  seu  ectoplasma  não  será  de  boa  qualidade,  além  do  que  estará  perigosamente  receptivo às influências que partem do paciente. Será uma troca de fluídos com manifesto teor  de  vibrações  inadequadas.  A  espiritualidade  protege  os  médiuns,  mas  tudo  tem  um  limite, cabendo uma ação conjunta entre o médium e o seu guia. Cada um faz sua parte, e o médium  tem  o  dever  de  se  resguardar  para  trabalhar  em  melhores  condições,  tendo  parcimônia em seus atos fora ou dentro das sessões, sem excessos e atitudes que o possam comprometer física e espiritualmente. 

  PERGUNTA:  É  sabido  sobre  a  manifestação  da  bipolaridade  e  sendo  assim  cabe  perguntar  se  existem também chips colocados por entidades de luz com objetivos de cura?

  RAMATIS:  O  chip é  de  consistência  denso-etérea  e,  no  caso  visto  anteriormente,  um  instrumento  grosseiro  utilizado  por  entidades  espirituais  ignorantes  que  objetivam  o  controle dos obsedados.

   A antítese dos  chips dessa  natureza  é  o  livre-arbítrio,  livre  como  o  seu  nome  diz,  porém  aprimorado  pela  evolução  do  espírito.  Portanto,  no  lugar  do  chip a  espiritualidade  consciente  e  consequente  emana  primordialmente  luz  aos  encarnados.  A  luz  contem  as  informações que subsidiam as decisões do livre-arbítrio e, tomando decisões voltadas para o  amor,  a  caridade  e  o  progresso  do  espírito,  o  homem  cura  suas  patologias  pelo  próprio  mérito e sabedoria, sem a necessidade de intromissões da espiritualidade em sua liberdade de escolha.

  PERGUNTA:  Sua  resposta  inclui  a  palavra  primordialmente.  Então  é  possível  a  existência  do  chip de cura?

  RAMATIS:  Os  homens  são  curiosos.  Gostaria que tivessem  também  bastante  curiosidade  sobre  os  termos  e  os  caminhos  da  evolução  do  espírito.  A  resposta  é  sim,  é  possível  a  utilização  de  chips de  cura,  que  são  de  tamanho  reduzido  e  muito  sutis,  mas  aplicados  apenas  com  o  consentimento  do  espírito  que  está  sendo  tratado. 

  Esse  é  o  motivo,  muitas  vezes, que leva alguns pacientes que se encontram em coma há anos, ou sofrendo de algum tipo  de  surdez,  cegueira,  paralisia,  ou  outra  deficiência  física  voltarem  ao  estado  normal,  recobrando as funções vitais. Tudo também depende do mérito do paciente, e os chips são colocados no duplo-etéreo durante cirurgias espirituais, como se fossem marcapassos. Mas repito, tudo depende do mérito do beneficiado.

  PERGUNTA:  O  que  se  pode  ver  então  é  que  o  vampirismo  assume  inúmeras  feições,  se  considerarmos  que  pode  ser  direto  com  o  obsessor  absorvendo  energias  do  obsedado,  como também indireto, à distância, com o obsessor esgotando energeticamente sua vítima.

  RAMATIS:  E  também  não  ocorre  somente  entre  obsessor  e  vítima  encarnados.  Mas  também  entre  protagonistas  desencarnados,  pois  é  muito  comum  falanges  de  umbrais  ficarem  esperando  a  morte  física  de  espíritos  voltados  para  o  mal  para  sugar-lhes  a  energia  no  momento   do   desencarne.   São   aqueles   casos   de   indivíduos   que   durante   a   vida   desempenharam papéis negativos na sociedade, e mesmo praticantes de suicídios, que são sorvidos  energeticamente  ao  extremo,  de  modo  que  fiquem  completamente  inativos  logo  após  a  ação  das  falanges  obsessoras. 

  Trata-se  de  um  sofrimento  terrível,  que  deixa  o  espírito  recém  desencarnado  à  mercê  de  grupos  dos  umbrais  inferiores,  podendo  inclusive  ser  escravizado  ou  ser  usado  como  agente  de  magias  negras,  aumentando-lhe  a  carga  cármica.

  PERGUNTA: E nesses casos como o espírito pode ser salvo?

  RAMATIS: Pelo  desenvolvimento  da  consciência  cósmica. Só  o  próprio  espírito  poderá  solicitar  e  aceitar  o  socorro  para  ser  retirado  dessa  situação,  com  a  ajuda  dos  grupos  de  auxílio fraterno que partem dos planos de luz. E por essa razão é imperativo que os homens não  se  preocupem  apenas  com  o  que  ocorrerá  com  eles  após  a  morte,  mas  também  com  o  que  fazem  durante  a  vida  material.  O  comportamento  nesta  é  decisivo  para  a  futura  vida  espiritual.

  PERGUNTA: Gostaria agora de fazer algumas perguntas sobre o seu método de transmissão de idéias. Por que seus livros são formatados com perguntas e respostas, e não texto corrido?

  RAMATIS:  Para  dar  chance  às  dúvidas.  O  texto  corrido  teria  o  aspecto  de  certa  imposição  sobre  temas  tão  polêmicos  como  os  que  são  tratados  aqui.  A  função  da  espiritualidade  é  esclarecer, mas também permitir que as dúvidas aflorem, pois os homens, ao construír suas questões, refletem sobre suas existências e seus respectivos comportamentos.

Além disso, muitas vezes os encarnados não sabem nem o que perguntar e, pelo tipo de questionamento apresentado, posso perceber outras dúvidas latentes, dando respostas no sentido   de   que   essas   dúvidas   sejam levantadas,  como   fruto   da   meditação   e   do   desenvolvimento do raciocínio.

  PERGUNTA: Percebe-se grande preocupação de sua parte no sentido de mostrar o lado fatalista do espiritualismo.

  RAMATIS: O fatalismo no caso não é a difusão do pessimismo, mas a realidade daqueles que habitam  em  mundos  de  provas,  convivendo  com  atuações  malignas  dos  arquitetos  das  trevas, que defendem estilos ardilosos. Torna-se mister aos homens não somente vislumbrar o  amor,  mas  também  conhecer  o  desamor  que  os  ameaça  de  maneira  contínua,  podendo,  desse   modo,   defender-se   das   tentações   que   emergem   dos   umbrais   inferiores   e   dos   obsessores.

  A  pureza  do  espírito  pode  conduzi-los  à  inocência  frente  ao  perigo,  tornando-os  vulneráveis à maldade. Porém, se conhecerem como a maldade se comporta terão maiores condições  de  desprezá-la  e  de  se  defender,  o  que  os  faz  fortes  para  a  vida  na  senda  da  evolução.

  Além disso, aquele que abraça o espiritualismo precisa estar ciente de que não está apenas sendo conduzido pelo sopro divino, tornando-se passivo frente à religiosidade. Pois religião   é,   antes   de   tudo,   ação   determinada   na   busca   da   evolução   do   espírito.   O   espiritualista  verdadeiro  é  aquele  que  passou  a  entender  sobre  seus  deveres  perante  a  própria  evolução,  trabalhando  incansável  e  disciplinadamente  pela  remissão  de  seus  carmas, compreendendo que somente ele poderá fazer isso.

  PERGUNTA:  Outro  aspecto  interessante  é  seu  linguajar,  que  em  cada livro utiliza  palavras  diferentes sobre o mesmo tema, enquadrando-os em religiões diferentes.

  RAMATIS: Esse  é  um  dos  passos  para  mostrar  que  muitos  problemas  abordados  por  várias  seitas  e  religiões  são  similares  ou  idênticos,  mudando  apenas  a  nomenclatura.  Trata-se,  portanto, de uma questão de dialética e de incentivo à heurística. É um caminho para unir as religiões em torno de um mesmo objetivo: caminhar em direção a Deus.

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Rayom Ra

 

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