sábado, 27 de julho de 2024

As Duas Revelações - Parte II

A Revelação da Visão

  Estando o iniciado face a face com o Uno com o qual, por eras sem conta, teve a ver e, tendo despertado em si uma consciência inabalável na unicidade da vida fundamental, tal como ela se manifesta através de todas as vidas inferiores, a momentosa revelação seguinte é aquela da visão. A primeira revelação relaciona-se com aquilo que é indefinível, ilimitável e (para mente finita) infinito em sua qualidade abstrata e absoluta.

  A segunda revelação relaciona-se com o tempo e o espaço e envolve o reconhecimento, pelo iniciado - por meio do sentido da visão oculta recentemente despertada - do papel que ele representou e tem de representar no plano e, mais tarde, do próprio plano, no que diz respeito a:

          a. Seu Ego.
          b. Seu grupo egóico.
          c. Seu raio grupal.
          d. Seu Logos Planetário.

  Nesta apreensão quádrupla o leitor terá retratada a gradual conscientização do iniciado, durante o processo das quatro iniciações que precedem a liberação final.

  Na primeira iniciação ele se torna definitivamente consciente do papel, relativamente imperceptível, que tem de representar em sua vida pessoal, desde o momento da revelação até a conquista da segunda iniciação. Isto pode envolver uma vida ou muitas mais. Ele sabe a direção que elas devem tomar, conscientiza parte de sua contribuição ao serviço da raça, vê o plano como um todo, no que tange a si mesmo, um diminuto mosaico dentro do padrão geral; ele se torna consciente de como - com seu tipo particular de mente, agregado de dons mentais e de outros tipos, e de suas capacidades variadas - ele pode servir, e o que deve ser realizado por ele antes que possa, novamente, se apresentar perante a Presença e receber uma revelação ampliada.

  Na segunda iniciação, o papel que o seu grupo egóico representa no esquema geral lhe é mostrado. Ele se torna mais consciente das diferentes unidades grupais com as quais está intrinsicamente associado; percebe quem são suas personalidades, as encarnadas, e vê algo das relações cármicas entre grupos, unidades e ele próprio recebe uma noção do propósito específico do grupo e sua relação com outros grupos. Ele agora pode trabalhar com segurança adicional e seu intercâmbio com as pessoas, no plano físico, se torna mais certo, ele pode ajudar a ambos, aos outros e a si próprio, no ajustamento do carma e, portanto, conseguir uma aproximação mais rápida da libertação final.

  Relações grupais são consolidadas e os planos e propósitos podem ser levados avante mais inteligentemente. Conforme prossegue esta consolidação das relações grupais, ela produz no plano físico aquela ação ajustada e a sábia unidade de propósito que resultam na materialização dos ideais superiores e na adaptação de força, no adiantamento sábio dos fins da evolução. Quando isto atingir certo estágio, as unidades que formam os grupos terão aprendido a trabalhar juntas e assim se estimularem reciprocamente; elas podem agora prosseguir até uma expansão adicional de conhecimento, resultando numa capacidade adicional de ajudar.

  Na terceira iniciação é revelado ao iniciado o propósito do subraio do raio a que ele pertence, aquele no qual se encontra seu Ego. Todas as unidades egóicas estão em algum subraio do raio monádico. Este conhecimento é conferido ao iniciado de modo a capacitá-lo, e achar por si mesmo (segundo a linha de menor resistência) o raio de sua Mônada. Este subraio carrega, em seu fluxo de energia, muitos grupos de Egos e o iniciado passa a ter ciência, portanto, não só de seu grupo egóico e respectivo propósito inteligente, mas de muitos outros grupos, semelhantemente compostos, cuja energia unificada está trabalhando na direção de uma meta claramente definida.

  Tendo aprendido algo sobre as relações grupais e tendo desenvolvido a capacidade de trabalhar com unidades em formação grupal, o iniciado agora aprende o segredo da subordinação grupal para o bem do agregado de grupos. Isto se demonstrará, no plano físico, como uma capacidade de trabalhar sábia, inteligente e harmoniosamente com muitos tipos diversos e de cooperar em grandes planos e exercer grande influência.

  Uma parte dos planos do Logos Planetário lhe é revelada e a visão inclui a revelação do plano e do propósito no que concerne ao planeta, embora a visão esteja ainda obscurecida quanto àqueles planos de sua relação planetária. Isto traz o iniciado, por meio de uma série de conscientizações graduais, até os portais da quarta iniciação. Por meio do relaxamento completo de todos os grilhões que retém o iniciado nos três mundos e do rompimento de todos os vínculos do carma limitante; a visão desta vez se expande grandemente e pode-se dizer que, pela primeira vez, ele se torna consciente da extensão do propósito e do carma planetários dentro do esquema.

  Estando agora ajustado o seu próprio e insignificante carma pessoal, ele pode dedicar sua atenção à exaustão do carma planetário e aos planos de grande alcance daquela grande Vida Que inclui todas as vidas menores. Ele não só alcança um pleno reconhecimento dos propósitos e planos para todas as evoluções em seu próprio esquema planetário, a Terra, como aquele esquema que é o complementar de nossa Terra, ou o seu oposto polar, também oscila dentro o raio de sua compreensão. 

  Ele se conscientiza da interrelação existente entre os dois esquemas e o vasto propósito dual lhe é revelado. É-lhe mostrado como este propósito dual tem de se tornar um plano único unido e, daí em diante, ele submete todas as suas energias à cooperação planetária, à medida que ela é promovida pelo trabalho com e através das duas grandes evoluções, a humana e a dévica, em nosso planeta. 

  Isto se relaciona com o desenvolvimento dos ajustamentos e da aplicação gradual de energia nos estímulos dos vários reinos da natureza, de tal maneira que, através da combinação de todas as forças da natureza, a interação da energia entre os dois esquemas pode ser acelerada. Deste modo, os planos do Logos Solar, à medida que vão sendo executados por meio dos dois Logos planetários, podem ser consumados.

  Portanto, a manipulação da energia solar, numa escala reduzida, é agora seu privilégio e ele é admitido, não só às câmaras do conselho de sua própria  Hierarquia, como também lhe é permitida a entrada, quando agentes de outros esquemas planetários estão em conferência com o Senhor do Mundo e com os dois grandes chefes de departamentos. 

  Na quinta iniciação a visão lhe traz uma perspectiva ainda mais ampla e um terceiro esquema planetário é visto, formando com os outros dois esquemas um dos triângulos de força necessários à evolução solar. Da mesma maneira que toda manifestação prossegue, através da dualidade e da triplicidade, de volta à síntese final, assim estes esquemas, que são apenas centros de força no corpo de um Logos Solar, trabalham, primeiro como unidades separadas, vivendo sua própria vida integral, depois como dualidades, por meio de interações de forças entre dois esquemas quaisquer, desta maneira, ajudando, estimulando e complementando-se e, finalmente, como um triângulo solar, fazendo circular força de ponto a ponto e de centro a centro, até que a energia seja fundida e sintetizada e os três trabalhem juntos em unidade.

  Quando o adepto da quinta iniciação pode trabalhar alinhado com os planos dos três Logos envolvidos, cooperando com Eles com uma capacidade sempre crescente, à medida que o tempo passa ele se torna apto para a sexta iniciação, a qual lhe dá admissão a conclaves ainda mais elevados. Ele se torna um participantes dos propósitos solares e não meramente dos planetários.

  Nesta sexta iniciação, ele alcança a mais maravilhosa visão de toda a série. Ele vê o sistema solar como uma unidade e obtém uma breve revelação que abre à sua compreensão atônita, o propósito fundamental do Logos; pela primeira vez ele vê os planos como um todo em todas as suas ramificações.

  Na sétima iniciação, sua visão penetra além do "círculo não se passa" solar e ele vê aquilo que há tempos conscientizava como um fato teórico básico: que o nosso Logos Solar está envolto nos planos e propósitos de uma Existência ainda maior e que o sistema solar é apenas um dos muitos centros de força, através dos quais se expressa uma Entidade cósmica, vastamente maior que o nosso próprio Logos solar. Um grande propósito forma a base de todas essas visões interiores que, quando conhecidos, tenderão a dirigir o iniciado ainda mais completamente para a linha de serviço auto abnegado e que farão dele alguém que trabalha para a síntese, para a harmonia e para uma unidade básica.

  Durante a cerimônia de iniciação, a abertura dos olhos do iniciado, para ver e conscientizar, divide-se em três etapas que são, contudo, partes de um processo uno:

  1. O passado se desenrola rapidamente à sua frente e ele se vê representando muitos papéis, todos eles compreendidos como sendo apenas um trazer gradual de suas forças e capacidades, para o ponto no qual ele pode ser de utilidade para seu grupo e através dele. Ele se vê e se identifica - de acordo com a iniciação particular - com:

          a. O ponto, em muitas vidas anteriores.
          b. Seu grupo, em anteriores grupos de vida.
         c. Seu raio egóico, conforme este flui através de  muitos  ciclos de tempo.
         d. Seu  Logos  Planetário,  conforme  Ele  funciona  no passado  através de muitas evoluções e reinos no esquema inteiro.

  E assim por diante, até que se tenha identificado com o passado de vida una, fluindo por todos os esquemas e evoluções planetárias no sistema solar. Isto produz nele a resolução de exaurir o carma e o conhecimento (pela visão de causas passadas) de como isto deve ser realizado.

  2. O presente. O trabalho específico a ser feito durante o ciclo menor, no qual ele está imediatamente envolvido, lhe é revelado. Isto quer dizer que ele não vê somente aquilo que lhe diz respeito em uma vida qualquer, mas ele sabe o que deve ser a pequena porção imediata do plano - envolvendo talvez vários de seus diminutos ciclos chamados vidas - que o Logos Planetário procura ver consumado. Pode-se então dizer que ele conhece o seu trabalho acima de qualquer controvérsia, e pode aplicar-se à sua tarefa com um conhecimento claro quanto ao porquê, ao como e ao quando.

  3. O Futuro. Então para o seu encorajamento, lhe é concedida a visão de um quadro de consumação final, de uma glória acima de qualquer descrição com alguns pontos proeminentes indicativos dos passos maiores que este. Ele vê, por um breve segundo, a glória, como ela será, e o caminho da beleza radiante que brilha sempre mais e mais até o dia perfeito. Nas etapas iniciais ele vê a glória de seu grupo egóico aperfeiçoado; mais tarde, a irradiação que se derrama de um dos raios, que carrega em seu íntimo os filhos aperfeiçoados dos homens de uma cor e tipo particulares; mais tarde ainda ele consegue um vislumbre da perfeição daquele grande Ser que é o seu próprio Logos Planetário, até que, finalmente, a perfeição de toda a beleza e a irradiação que inclui todos os outros raios de luz são reveladas - o sol brilhando em sua força, o Logos Solar no momento do propósito consumado. 

Rayom Ra
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Ver Parte I - https://arcadeouro.blogspot.com/2024/07/as-duas-revelacoes-parte-i.html

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