Figura
1
"Uma
consciência incondicionada está representada por uma luz no topo da Árvore da
Vida, em hebreu chamada Ain Soph Aur. Aquela presença significa “luz
ilimitada”, que em sânscrito é Amitabha. É a luz de todos os Buddhas, a mais
alta luz da divindade que se projeta e dá vida a todas as coisas. E trazemos esse
potencial de luz em nós. Cada coisa viva pode se tornar numa incorporação
daquela luz".
EXISTEM
INFINITOS NÍVEIS DE CONSCIÊNCIA
Estivemos conversando com um homem há poucos
dias, que nos disse: “meditação é a coisa mais difícil que podemos fazer”. Essa
é uma perspectiva compartilhada por muitas pessoas. E não é exatamente acurada.
A meditação real é um estado de consciência.
Na verdade, o estado de meditação é o estado natural da consciência quando
incondicionada. O estado de meditação não se encontra separado de nossa
verdadeira identidade. Quando acessamos o estado de meditação estamos acessando
o que realmente somos. O estado de meditação nele mesmo não é “difícil” ou
“árduo” – seria como se disséssemos que é difícil para a água ela ser molhada,
ou para o fogo ele ser quente.
A consciência em seu incondicionado estado
original é feliz, serena, sábia, amorosa, diligente, interiorizada, alegre e
capaz de enxergar a realidade. Esse estado fundamental de consciência é o que
chamamos “o estado de meditação”. Uma vez que a consciência originalmente é
incondicionada, ela existe exatamente agora daquele modo, dentro de cada um,
porém, infelizmente, se encontra nublada, velada, condicionada, obscurecida.
Imaginemos um copo com água em que a água esteja
suja, cheia de impurezas. A água pode parecer escura, mas a água limpa original
está ainda lá: está exatamente nublada, obscurecida. Todos sabemos que é
possível remover as impurezas e a original e prístina água perfeita venha ser
recuperada e revelada. É esse, exatamente, o caso com nossa consciência.
Então, a dificuldade reside em recuperarmos
aquele estado original de consciência uma vez que precisamos mudar e, conforme
sabemos, ninguém quer mudar.
Nós nos tornamos de tal modo condicionados
por fatores psicológicos que perdemos o acesso àquele estado natural. Temos
demasiada raiva, luxúria, ganância, gula, inveja, preguiça; demasiado orgulho e
muitas outras condições psicológicas que filtram nossa consciência: e aquelas
qualidades [negativas] nos impedem do acesso ao estado de meditação. O que é de
fato árduo é mudar aquelas qualidades. A meditação nos parece difícil por causa
desses condicionamentos que nos impedem acessá-la.
A meditação nela mesma não é o que seja
difícil, mas nossos condicionamentos é que nos fornecem as dificuldades. É essa
verdadeiramente a principal diferença.
Isso fica mais evidente quando sabemos que a
consciência não é um ponto de vista de teorias nem de crenças ou de expressões
que lemos num dicionário ou, ainda, do que pessoas nos disseram, mas vem de
nossa própria experiência.
CONFIRMANDO
OS FATOS SOBRE A CONSCIÊNCIA
Em termos de fatos e experiência pessoal: o
que é a consciência? Respondendo a essa pergunta: é o ponto inicial para uma
efetiva vida espiritual. Espiritualmente, pessoalmente, pela experiência,
necessitamos saber: quais são os fatos? O que podemos observar? O que podemos
confirmar? O que podemos repetir?
Aqui entramos numa conjetura científica. Não
estamos procurando alguma coisa simples em que acreditar ou aspirar; algo a nos
envolver como um cobertor seguro a fim de nos protegermos dos terrores do
mundo. Ao invés disso, procuramos por algo que seja confirmável, que seja real,
que possa ser experienciado e conhecido, não em futuro, mas hoje, agora.
O estado de meditação é uma realidade que
pode ser experienciada. A consciência é uma realidade que pode ser
experienciada.
Começamos de nossa imediata experiência,
observando os fatos que dela nos advém e aprendemos como muda-la; e da mudança
aprendemos novos fatos. Se não houvesse a possibilidade da mudança não haveria
esperança. Porém, sabemos que podemos mudar. Temos esse poder. Então, começamos
da posição do conhecimento dos fatos sabendo que podemos mudar, operando sobre
uma via fundamental, em direção a objetivos realizáveis, objetivos realísticos.
Se ao invés começarmos com mentiras que
contamos a nós próprios, com mentiras que ouvimos de outros, mas acreditando
nelas assim mesmo, acreditando em coisas que não podem ser provadas, então não
temos a menor ideia para onde nos estarão levando. Não temos a menor ideia do
que resultará de nossas ações.
Este é um ponto de vista fundamental que
enfatizamos repetidas vezes: crenças não importam. Realmente, não nos
preocupamos com o que vocês acreditam. Acreditem no que quiserem. Falemos de
fatos experienciados, confirmáveis, prováveis.
Primeiramente, um fato deve ser observado.
Observação é uma percepção, não uma ideia,
interpretação, pensamento, julgamento ou análise. É simplesmente observação, a
percepção de algo, de alguma coisa que seja real. É aqui onde devemos começar
se quisermos aprender a real meditação e termos de fato uma verdadeira e
efetiva vida espiritual.
Percepção é uma ação da consciência. A
consciência provê o poder da percepção.
Se podemos perceber, então temos consciência
de alguma coisa.
Aqui temos o que vários dicionários dizem
sobre consciência:
1. O estado de sermos conscientes;
conhecimento de nossa própria existência, condições, sensações, operações
mentais, atos, etc.
2. Imediato conhecimento ou percepção da
presença de qualquer objeto, estado ou sensação.
3. Um estado de alerta cognitivo no qual
somos conscientes de nós próprios e nossa situação.
Estas três definições descrevem alguma coisa ativa,
em movimento, algo que está se movendo e mudando.
Consciência é a base da vida. Cada coisa viva
tem consciência ao seu nível.
Nós, como seres humanos, temos a consciência
de um ser humano. Animais têm consciência ao nível de um animal. Eles percebem,
têm alguma consciência ou cognição de estarem vivos, e respondem a outros seres
conscientes. Eles possuem inteligência aos seus níveis. Plantas também percebem.
Elas respondem ao seu meio ambiente, respondem às condições. Elas têm
consciência aos seus níveis. A consciência existe em todas as coisas vivas:
moléculas, células, mesmo abaixo do nível atômico.
Os cientistas têm provado que mesmo os quanta
– partículas de luz – têm consciência. Elas fazem escolhas, tomam decisões,
elas respondem ao seu meio ambiente, aos seus níveis.
Consciência também pode ser encontrada em
níveis mais elevados que os nossos. Pensamos de alguma forma que somos o
pináculo de todas as coisas conscientes. De algum modo, a humanidade
desenvolveu a arrogância de pensar que somos o maior desenvolvimento na
natureza, o pináculo, o pico de todas as coisas vivas. Estamos absolutamente
errados sobre isso, pois exatamente como existem seres conscientes em níveis
abaixo do nosso, também existem os mais desenvolvidos que nós. Muita gente têm
crenças sobre “seres superiores”, porém não estamos aqui tratando de crenças.
O nível humanoide está realmente muito abaixo
na escala de seres existentes, pois nossa consciência é de tal modo limitada e
condicionada que não percebemos este fato. No passado, antes de nos tornarmos
tão degenerados quanto somos hoje, podíamos perceber seres com mais
desenvolvimento que nós, sendo por isso que temos tradições que nos descrevem
deuses, deusas, grandes mestres e profetas; lembremos de Adão e Eva andando e
falando com a divindade. Perdemos isso devido ao nosso condicionamento mental.
Agora o que temos são exatamente crenças.
Os círculos que vemos no mapa abaixo
representam dimensões, mundos, níveis de sutileza na natureza.
Figura
2
O mundo físico em hebreu é chamado Malkuth,
que significa o reino. É a esfera mais baixa. É nela que vivemos. Todos os
demais mundos acima são de níveis mais sutis que interpenetram este. Eles não
estão sobre as nossas cabeças, não estão fora em algum lugar do espaço. Eles
estão aqui, justamente agora, porém são mais sutis que nosso reino físico. São
todos populosos. Todos eles são habitados por seres que vibram naqueles níveis
na natureza.
Ao mesmo tempo há níveis mais densos de vida.
São chamados reinos do inferno. Eles estão exatamente aqui, no exato agora, e
os experienciamos segundo o estado de nossa mente. A maioria da humanidade já
está psicologicamente no inferno.
Nosso corpo físico é verdadeiramente um navio
para nossa experiência psicológica, ela está mapeada aqui neste gráfico. Nossa
experiência psicológica muda na medida da condição de nossa psique.
Algumas pessoas vivem suas vidas que são um
verdadeiro inferno. Quantas pessoas neste planeta estão em constante
sofrimento, aflitas com constante raiva, luxúria, vício, desejo insatisfeito,
inveja e medo? Consideremos a dimensão do sofrimento psicológico não exatamente
sofrimento físico. Isso é o inferno que estamos experienciando através de
nossos corpos físicos. Esse inferno está representado nessa sombra mais baixa
da Árvore, chamado Klipoth, que em hebreu significa “concha vazia”. Esse inferno
não está em outro lugar qualquer, mas aqui. É um reflexo de nossa psique.
Alguém que não tenha consciência está numa
“concha vazia”. A consciência é aquela última fração remanescente da Consciência
que é incondicionada, inalterada, capaz de reconhecer o bem do mal. Uma “concha
vazia” não tem consciência nem humanidade, somente defeitos, vícios, desejos,
crueldade, etc. Vemos inúmeros desses tipos de pessoas por todo o mundo. Basta
olharmos as notícias diárias. Podemos facilmente localizar pessoas que não têm
consciência. São facilmente inclinadas a matar, estuprar, roubar, aleijar,
mentir. São conchas vazias. Elas têm corpos físicos, mas psicologicamente são
demônios. Não são humanas porque não têm consciência. Assim sendo, demônios não
são seres fantásticos: parecem-se conosco, comem como nós, falam como nós, mas
não têm consciência. Não podemos dizer quem seja um demônio por sua aparência
ou maneiras. E demônios amam parecer doces, bondosos, inteligentes, belos.
Essas pessoas não sabem que são demônios. Acreditam-se boas pessoas. Estão em
todos os lugares entre nós, aguardando o momento de fazerem o mal, e se
divertem com isso.
Inversamente, há seres com altíssimas e muito
puras qualidades caminhando junto a nós, ainda que não consigamos perceber tais
qualidades nessas pessoas, devido ao condicionamento de nossa consciência. E assim nós, tão aflitos com desejos e
traumas, somente vemos o mundo através de nosso condicionamento.
Todas essas coisas, anjos e demônios, mestres
e diabos, não importa do que os queiramos chamar, têm eles consciência aos seus
níveis, possam ter ou não corpos físicos. E todos esses compartilham com a
consciência. Isso é universal entre todas as coisas vivas. O que é importante
em tudo é que temos isso também, o que significa termos o potencial em nossa
consciência para nos elevarmos ou decrescermos. Isso é feito simplesmente pelas
vias onde nos comportamos, como agimos, como usamos a consciência
O problema é que, de modo geral, não somos
conscientes em como usar isso. De modo geral somos o exato auto-piloto,
seguimos automaticamente através dos movimentos de nossa vida, perseguindo
nossos desejos, vivendo o dia a dia até que finalmente morremos. Não utilizamos
os poderes de nossa própria consciência. Não estamos despertos do estado de
nosso Ser, não somos perceptíveis de possuir um estado de alerta cognitivo. Assim,
seguimos exatamente de um momento a outro, dia após dia, fazendo o que achamos
necessário fazer, sem estarmos conscientes daquilo, sem sabermos como aquela
energia está sendo usada por nós. É precisamente por isso que estamos cercados
por nossos problemas. Para mudarmos esse estado de coisas necessitamos aprender
sobre a consciência, o que fazer. A consciência tem alguns poderes básicos que
são universais a todas as coisas vivas.
Os seguintes termos são muito técnicos, mas não
os usamos leve ou vagamente, então é importante sabermos exatamente o que
significam.
PODERES
BÁSICOS DA CONSCIÊNCIA
1. Conscientização: Larga percepção de espaço
2. Atenção: Percepção especificamente
focalizada
3. Observância: Reconhecida continuidade
4. Visualização: Imaginário não-físico
1.
CONSCIENTIZAÇÃO
O
primeiro poder da consciência é simplesmente conhecimento. Atualmente muitos
falam sobre conhecimento. Todas as conversas mostram que estão falando do
conhecimento como se fosse algo novo. Conhecimento é o portal para a maioria
dos níveis de jardim de infância da espiritualidade.
Conhecimento é simplesmente a percepção de
que é grande e largo aquilo que se expande em torno de nós. Conhecimento é como
a luz solar: espalha-se por tudo. Quando chegamos a um novo lugar, podemos ser
conscientes de tudo quanto nos cerca através da visão, do olfato, do toque e da
audição. Todas as coisas vivas têm conhecimento em diferentes graus.
2.
ATENÇÃO
Toda atenção é direcionada e específica. Está
focada em alguma coisa. Conhecimento e atenção se complementam, mas diferem.
Conhecimento é como uma luz radiante que se espalha para todas as direções.
Atenção é como um projetor ou laser iluminando uma só coisa. Ambos funcionam ao
mesmo tempo independentes um do outro. Isso é realmente importante para
entendermos como a meditação trabalha. Precisamos compreender a diferença entre
elas e como usá-las. Por exemplo: vocês podem estar conscientes desta sala, da
cadeira na qual se sentam, da temperatura, de como estão se sentindo no geral,
porém sua atenção está na audição, naquilo que estou explanando. Esta é a
diferença. É simples, mas precisa ser claramente entendida.
3.
OBSERVÂNCIA
Observância é outra palavra lançada muitas
vezes a esmo, de modo vago, e as pessoas ficam confusas sobre seu real
significado. Observância é estar cognizante da continuidade da consciência.
Observância é estar consciente do que se está fazendo a todo o momento.
Quando estamos atentos ao que fazemos somos
plenamente conscientes de nossas ações. Infelizmente, não aprendemos como usar
essa habilidade da maneira como devíamos.
Quando nos sentamos para assistir TV podemos
estar cônscios de termos adentrado a sala, estarmos sentados no sofá, ligado a
televisão. Podemos estar cônscios de termos feito todas essas coisas. E nossa
atenção estará direcionada para a TV. Então nos absorvemos na história ou no
que esteja acontecendo na televisão e perdemos a consciência da sala e da
televisão, permanecendo “ligados” no programa. Esquecemo-nos de nós próprios.
Isso não é uma experiência universal? E queremos essa “imersão”, certo?
Queremos esquecer nossos problemas e de nós próprios.
Porém, na verdade, isso é um estado negativo
da consciência, uma vez que não estando atentos a nós próprios adentramos num
estado de hipnose, num estado de sono, de sonho. Hipnotizados pela história,
envoltos pelas emoções, pelo drama, esquecemos a realidade. Nos tornamos
absortos pela ilusão e esquecemos a realidade. A maioria de nós acha que não há
nada de errado nisso. Mas, na verdade, isso nos cria um monte de problemas.
4.
VISUALIZAÇÃO
O quarto poder da consciência é visualização,
que é a habilidade em perceber o imaginário não físico. Esse é um poder da
consciência muito importante que nos dias de hoje muitos grupos de meditação
descartam completamente; na realidade, dizem-nos para evita-la.
A percepção do imaginário não físico é um
poder básico da consciência. É natural, é normal e necessário. Na verdade é
impossível sem ele o desenvolvimento espiritual.
Falaremos mais sobre esses quatro poderes
através de palestras. Estamos exatamente introduzindo esse assunto.
DESPERTANDO
O POTENCIAL DA CONSCIÊNCIA
A chave para compreendermos
isso é assim: “...A consciência tem o potencial para incrementar a um grau
infinito”. – O 14º Dalai Lama.
É isso o que a Árvore da Vida representa: o
potencial infinito da consciência. O potencial infinito da consciência depende
de sua condição. Ter o potencial para fazer algo não é a mesma coisa de
faze-lo. Somente acreditar naquilo não faz sentido.
Em nossa moderna sociedade todos falam em
possuir sonhos acerca do futuro, e encorajamos nossas crianças a terem sonhos,
a perseguirem seus sonhos. O que não percebemos é que sonhos são ilusões. Na
medida em que os vamos deixando de lado como meros sonhos eles não representam
mais nada. Verdadeiramente, não são nada. Se temos um sonho de nos tornarmos um
Buda, um mestre ou um anjo: um sonho de irmos para o paraíso pode ser um belo
sonho, porém nada significa.
A real experiência no desenvolvimento
espiritual é completamente diferente em relação aos nossos “sonhos”. Se hoje,
em fatos e eventos mensuráveis, não estivermos experienciando o progresso da
alma em direção aos reinos superiores, então não estaremos acessando como
deveríamos e não conseguiremos fazê-lo se continuarmos a nos comportar como
agora.
O avanço espiritual não pode estar
acontecendo por estarmos sonhando com ele. Esqueçamos os sonhos. Descartemos
crenças e teorias.
O desenvolvimento da consciência não ocorre
em futuro. Ocorre aqui e agora, no momento.
A consciência se encontra no momento
presente. O futuro não existe, nem o passado. Porém, vemos quanto do nosso
tempo e energia são gastos ao nos projetarmos para as imagens do passado, e em
sonhos para as imagens do futuro, e quão raro, ativamente, é percebermos o
momento presente. Isso significa vivermos nossas vidas em estado de sonho,
sonhando sobre o passado, sonhando sobre o futuro, sonhando sobre o que
queremos e o que não queremos. Enquanto isso não fazemos nada, unicamente
existimos. Isso é realmente triste. Mas esses são os fatos do estado da
humanidade. Estamos aqui falando sobre fatos. Todos sonhamos em irmos para o
paraíso. Entretanto, quem estará realizando mudanças no condicionamento da consciência
a fim de alcançar isso?
O desenvolvimento espiritual proporciona um
resultado mensurável. Não produz um resultado futuro. Não podemos medir o
futuro uma vez que o futuro não existe. O desenvolvimento espiritual é medido
na observância de fatos. Que são os fatos de nosso nível espiritual, exatamente
agora?
No budismo tibetano é dito que se quisermos
saber o que acontecerá quando morrermos, devemos olhar para o que nos acontece
ao cairmos em sono noturno, uma vez que no reino em que entrarmos quando
morrermos será exatamente o mesmo reino em que entramos quando sonhamos. Assim,
se esta noite quando formos dormir não tivermos a noção de quando caímos no
sono, entrando naquele mundo, e nem tivermos a noção do que acontece quando
estamos lá, o mesmo irá suceder ao morrermos. Não teremos consciência disso.
Então, nosso renascimento será como acordar pela manhã, conscientes de estarmos
num corpo e desejando saber onde nos encontramos. Isso é mensurável,
experiência fatual que milhares, dezenas de milhares dentre centenas de
milhares de praticantes confirmaram como fato. E podemos confirmar esse fato.
Podemos desenvolver a habilidade de deixar o corpo físico cair em sono – que é
a sefira Malkuth – para a consciência sair do corpo e sonhar na quinta
dimensão, que está ao nível das sefirotes Hod e Netzach na Árvore da Vida.
Podemos fazer isso despertos, com consciência, e confirmar – é real. Algumas
pessoas chamam a isso de sonho lúcido, sonho Yoga, projeção astral; existem
muitos nomes para identificar.
Transferimo-nos para aquele mundo a cada
simples momento em que caímos em sono fisicamente. A consciência sai do corpo e
vagueia em torno, mas não se dá conta de que está lá, uma vez que estamos
sonhando do mesmo modo que sonhamos quando estamos em corpo físico. Entretanto,
se começarmos acordar em nosso corpo físico, estando conscientes de nós
próprios a cada momento durante todo o tempo, começaremos a fazer aquilo na
vida exterior de nosso corpo todas as noites. Começaremos a lembrar mais de
nossos sonhos, a estarmos cientes deles, a confirmamos a realidade de que não
estaremos em nosso corpo físico.
Somos a consciência. Saímos do nosso corpo
todas as noites. Há outra vida inteira fora do corpo físico, que sem dúvida é
mais real que esta vida no mundo denso. É mais vibrante, mais viva e isso pode
ser confirmado por qualquer um.
O que estamos explicando aqui é que há graus
de consciência. O Dalai Lama disse haver infinitos graus de consciência. É
difícil falar sobre infinidade, então vamos diminuir a escala um pouco de modo
a entendermos o que isso significa.
DESPERTO
OU ADORMECIDO?
Mais importante de tudo é precisamos entender
a diferença entre estarmos despertos e adormecidos.
Pessoas espiritualistas sempre espalham essa
noção de “estar desperto”. Alguém está “desperto”, eles dizem, porém poucas
pessoas sabem o que isso significa.
Estar desperto não é algo extraordinário ou
supernal. Primeiro, é simplesmente estarmos aqui e agora e cônscios disso. É
termos a consciência totalmente engajada no momento presente, na completa
capacidade que tenhamos. E realmente usarmos isso.
Lembram-se dos quatro poderes da consciência?
1. Conscientização: Larga percepção de espaço
2. Atenção: Percepção especificamente
focalizada
3. Observância: Reconhecida continuidade
dessas percepções
4. Visualização: Imaginário não-físico
Juntos, eles formam a experiência do estar
aqui e agora, despertos de onde estamos em nosso corpo, observando-o
ativamente, sentindo-o, percebendo-o através de todos os sentidos, engajados no
momento, realmente cônscios do que estamos fazendo.
Atenção é aquela parte da consciência que
realmente está olhando para o que estamos realizando. Então somos cônscios de
andarmos por aí, mas prestando atenção no que estamos dizendo. Há também a
percepção sequencial, que é estarmos atentos na continuidade momento a momento,
não deixando que nada nos escape. Alguns de nós prestam atenção e se mantêm
concentrados por um, cinco ou dez segundos. Então se distraem por pensamentos,
sentimentos, memórias, aborrecimentos ou preocupações caindo em sono outra vez.
Essa é a distinção: desperto x adormecido. Estar desperto é estar aqui e agora,
estar presente. Mas nossa capacidade de estarmos despertos é completamente
diferente da capacidade que tem um mestre.
Alguém como Jesus, por exemplo, é
extremamente desperto. São assim pessoas como Buda, Krishna, Moisés. Há muitos
exemplos de grandes mestres que têm grande despertar, significando possuir um
poder de consciência que é como comparar nossa pequena chama de vela com um
Sol. Para nós é assim inimaginável o
quanto de poder flui através de suas consciências – de suas habilidades em
perceber. Pois eles não veem onde estejam fisicamente do modo como nós fazemos.
Conforme vemos, nossa consciência mal pode
perceber o corpo físico. Fazemos esforços para estarmos presentes no momento,
tentando observar coisas. Todavia, isso nos requer esforços e nossa amplitude é
muito limitada, mesmo quando realizamos imensos esforços. E assim mesmo não
conseguimos manter uma continuidade, a completa atenção naquilo que estamos
realizando em momentos sequenciados.
Desse modo, talvez no aqui e agora da classe,
estudando, possam vocês por breves períodos estarem atentos, como agora quando
dou-lhes uma palestra. Porém, provavelmente, vocês se encontrarão distraídos em
determinados momentos perdendo a continuidade daquilo que eu esteja falando. E
quando vocês se darem conta da falta de atenção, pensarão novamente: “Oh,
espere, do que mesmo ele está falando agora?”. Passarão cinco ou dez minutos e
não estarão exatamente conscientes de quanto tempo estiveram novamente distraídos.
Em outras palavras, vocês não estiveram mesmo por aqui. “Estiveram em algum
outro lugar”. Então, para nós há períodos em que estamos ligados e períodos em
que estamos desligados. Isso se demonstra por fatos em que nossa completa
atenção não é forte.
Ademais, a escala de nossa percepção é
limitada. Mal percebemos o corpo físico e pelos nossos sentidos muito menos
qualquer coisa noutras dimensões. Um mestre pode perceber múltiplas dimensões
não só fisicamente. Não faz diferença acreditarmos nisso ou não. Pode ser
feito. Se trabalharmos no despertar do aqui e agora podemos confirmar isso.
Assim, a consciência pode estar desperta ou
adormecida, ativa ou passiva
Esses são estados gerais, mas cada um detém
muitos níveis. É como uma luz que pode estar acesa ou apagada. Ademais,
conforme sabemos, a luz pode ser branda ou incrivelmente brilhosa. Do mesmo
modo, o escuro pode ser suave ou tão negro de tirar a respiração. Com o estado
de nossa consciência dá-se o mesmo.
CONDICIONADA
OU INCONDICIONADA?
Se ativa ou passiva, a
consciência é também condicionada ou incondicionada. O mesmo com a luz que pode
ser pura ou filtrada- colorida.
Quando a consciência
está condicionada significa que nossas percepções estão filtradas. Quer dizer:
não enxergamos a realidade.
Se usarmos lentes coloridas tudo o que vermos
estará filtrado por aquelas cores. Não veremos o que realmente está ali. É isso
que nos está acontecendo psicologicamente: nossas percepções estão filtradas
por muitas condições.
No nível mais fundamental, nossa consciência
se encontra filtrada por estar num corpo físico. Estamos percebendo através dos
sentidos do corpo e esses sentidos se estabelecem numa escala limitada. Os
olhos podem somente ver a luz que os olhos físicos conseguem ver. Sabemos
cientificamente que existe muito mais luz que a luz visível; na verdade, a luz
visível é somente uma fração da luz que nos cerca durante todo o tempo. Porém,
nossos olhos físicos não conseguem ver mais daquilo que conseguem ver. A mesma
coisa é verdadeira com nossa audição, com o sentido do toque, com o sentido do
olfato. Mesmo cães podem cheirar mais que nós. Há tanta coisa ao nosso redor em
cada nível que não fazemos ideia. Pensamos que vemos tudo e sabemos tudo – na
realidade pensamos que somos incríveis – porém, mal percebemos qualquer coisa
de maneira completa, mesmo que seja fisicamente. O que captamos é de uma escala
muito limitada. E isso é simplesmente uma sujeição ao condicionamento do plano
físico, mas que não é o mais fundamental nem o mais importante condicionamento
de que sofremos.
Nossa mente, nossa psique, nossa percepção
estão condicionadas por nossas experiências passadas, por nossos traumas,
desejos, medos, ressentimentos, ansiedades, por todo o nosso estresse – por
toda essa bagagem coletada – resultado de nossas anteriores ações. Nossas percepções
estão filtradas por tudo aquilo e não temos qualquer conhecimento daqueles
fatos.
Quando vemos outra pessoa estamos sempre
traduzindo nossas percepções segundo nosso condicionamento. Quando vemos algo
fora de nós, interpretamos aquelas percepções segundo nosso condicionamento,
tudo sem o conhecimento real.
Por exemplo: se saímos e encontramos um
cachorro, cada um de nós reagirá de modo diferente com o mesmo animal, devido
às experiências que tivemos no passado. Não perceberemos os fatos do cachorro
como realmente são. Ao invés disso, experimentaremos tão somente as reações
psicológicas que ressurgem em nós. Eu conheço uma pessoa que quando criança foi
mordida por um cachorro. Ela agora fica terrificada na presença de cachorros.
Conheço outra que ama cachorros, que cresceu com cachorros e teve vários deles
domésticos. Ela também foi mordida, mas isso não lhe foi traumático. Essas duas
pessoas tiveram experiências totalmente diferentes: diferentes bases,
condicionamentos, reações, e diferentes respostas. Uma vê um cachorro agora e
sofre emocionalmente. Outra vê um cachorro agora e fica emocionalmente alegre.
Ambas as respostas são devidas aos seus únicos condicionamentos. Nenhuma vê o
cachorro pelo que ele verdadeiramente é; ao invés, o veem através do
condicionamento da psique. Elas não estão vendo a realidade do cachorro. Não
veem a alma do cachorro, mas veem suas memórias em relação aos cachorros e suas
respostas emocionais. Há aqui enorme diferença.
Fazemos isso com nossas percepções de absolutamente
tudo. Não vemos outras pessoas pelo que elas absolutamente são; vemos somente
as percepções filtradas através de nossos condicionamentos. Fazemos isso
conosco mesmo. Nenhum de nós se vê da realidade: de como verdadeiramente somos.
Vemos-nos a partir de nossos condicionamentos.
Ninguém no planeta Terra se vê a si próprio.
Então, o que é a realidade? Ninguém sabe.
Nossas percepções do mundo exterior e do mundo interior são completamente
filtradas, não acuradas e não temos qualquer consciência disso devido a estarmos
totalmente condicionados.
Por que isso é importante? Porque sofremos.
Estamos sofrendo. Cada ser está sofrendo devido a isso. Porque não vemos a
realidade. Quanto mais tentamos mudar nossas condições exteriores elas nunca
mudam porquanto a causa fundamental de nossos problemas é nosso condicionamento
psicológico.
Acreditamos que comprando aquela coisa nova
estaremos felizes, ou se nos mudarmos para uma nova cidade, se conseguirmos um
carro novo ou um novo namorado ou namorada, ou irmos daqui para ali. Essas
ações nunca nos trazem a felicidade que buscamos. E ainda continuamos tentando,
acreditando em nossos “sonhos”, correndo atrás de ilusões, passando dia após
dia num estado de sonho, nunca entendendo que o problema não está nas circunstâncias
exteriores, mas sim em nosso condicionamento interior. Não entendemos que não
nos encontramos num perfeito estado de consciência, mas num estado
condicionado.
CONSCIÊNCIA
INCONDICIONADA: NOUS
Em grego, o estado de
perfeita consciência é chamado Nous. Esta palavra tem muito de profundidade e
sutileza.
Um perfeito estado de
consciência é aquele completamente incondicionado. Para usar um termo popular
ou frase podemos dizer: liberto ou autorrealizado. Nous descreve uma consciência
que se conhece completamente; que é plenamente cognizante de sua realidade, sua
verdadeira natureza; que é absolutamente liberta de todo condicionamento e
totalmente feliz. É uma sabedoria amorosa, radiante, brilhante, bela. É um
reflexo de tudo o que seja o mais divino, que vê a realidade, que não vê tão
somente a aparência física de uma determinada coisa. Ela também vê a quarta,
quinta, sexta e sétima dimensões ao mesmo tempo. Vê simultaneamente a aparente
e última realidade sem esforço.
Esse é o estado de consciência daqueles grandes
mestres como Jesus, Buda, Moisés, Krishna, Padmasambhava, Milarepa, etc.
Uma consciência incondicionada está
representada por uma luz no topo da Árvore da Vida, que em hebreu é chamada Ain
Soph Aur. Aquela presença significa “luz ilimitada”, que em sânscrito é
Amitabha. É a luz de todos os Buddhas, a mais alta luz da divindade que se
projeta e dá vida a todas as coisas. E trazemos esse potencial de luz em nós.
Cada coisa viva pode tornar-se numa incorporação daquela luz.
A perfeição daquilo em sânscrito é chamada
Paramarthasatya, que é a incorporação do absoluto conhecimento, absoluta
felicidade e cognição. Um ser perfeito. Existem muitos seres semelhantes, porém
mal podemos compreende-los, uma vez que nos encontramos muito aquém daquele
estado. Mas sabendo que é possível, que aquilo existe e que podemos nos tornar
iguais, isso é muito importante. Dá nos esperança.
REVOLUÇÃO
CONSCIENTE: DIANOIA
Precisamos incorporar um estado de ser que
passe a trabalhar para aquela meta. Em grego isso é chamado Dianoia. Essa é
também uma palavra bastante sutil com diversos e profundos significados.
Chamamos a isso de “o terceiro estado de consciência”. É o estado de alguém que
esteja constantemente trabalhando a cada momento a fim de ser consciente dele
próprio, usando cada grama de seu poder, quer físico, emocional, mental ou
espiritual. Pessoas assim trabalham para mudar, libertar-se de seus
condicionamentos, eliminar deles toda a sua raiva, orgulho, medo, ganância,
inveja, gula, preguiça. Tudo isso.
Em outras palavras,
essas pessoas estarão desistindo do egoísta “eu”, procurando somente servir ao
bem maior. Aspiram libertar-se de todo o condicionamento para se tornarem num
ser humano real, incorporando do amor, do zelo, da generosidade, da ação
heroica para outros e de todas as demais perfeições da alma. Ou seja, essas são
pessoas que estão regenerando a si próprias, buscando matar a todas as
impurezas íntimas e a darem nascimento a divindade. É uma bela meta. Difícil de
ser alcançada, mas que pode ser realizada.
O mais importante: aqueles que estejam
trabalhando nesse nível não estarão exatamente pensando ou lendo sobre isso,
mas sim despertando. Esses estarão experienciando; suas consciências estarão
sendo libertadas e se expandindo. Estarão percebendo mais, vendo e
experienciando mais. E isso inclui estarem despertando em outras dimensões.
HUMANIDADE
SONHADORA: PISTIS
Agora temos Pistis,
termo também grego de várias sutilezas e profundidades. Aqui o estamos
utilizamos para nos referirmos ao nível de consciência das pessoas comuns, de
todas as pessoas do mundo que pensam estar despertas e serem boas, achando que
estarão indo para o paraíso ou nirvana, mas que, em verdade, estão
profundamente adormecidas. Elas vivem num estado de sonho, cheias de vícios,
defeitos e perversidades, entretanto convencidas de que são “pequenos anjos”.
Pistis é o nível de consciência de uma pessoa
comum completamente adormecida, querendo ser boa, mas unicamente ocupada em
ajudar-se a si mesma em primeiro lugar. Todas as pessoas querem estar amando,
mas inevitavelmente carregam raiva, ódio, ressentimento, ciúme, parecendo não
desejar mudanças em si próprias. Esse é o nível de consciência denominado
Pistis: da pessoa mediana, adormecida, sonhando estar desperta.
HUMANIDADE
EGOÍSTA E BRUTAL: EIKASIA
Então existe o nível de
consciência de pessoas degeneradas: Eikasia. O nível Eikasia está ligado às
pessoas que são basicamente animais em corpos humanoides. Tais pessoas são
bestiais, instintivas, dominadas por desejo, raiva, orgulho, libido. Elas não
têm interesse em nada exceto na satisfação de seus desejos, não se importando o
quanto isso lhes custará ou o quanto fazem outras pessoas sofrerem.
Nesse momento, há
pessoas deste tipo em demasia no mundo, e parecem estar crescendo em número.
Elas parecem controlar a mídia, políticas, negócios, religiões. São pessoas que
se apossam de qualquer coisa que consigam, a qualquer momento possível, não se
importando com as consequências. Nada lhes abala sobre nada, desde que
satisfaçam seus desejos, não lhes importando o custo.
Podemos incluir nesse nível aqueles
negativamente despertos, que tiveram a consciência desperta enquanto ainda
condicionados pelo orgulho, luxúria, raiva, inveja, etc. Noutras palavras: são
diabos, demônios, bruxos, feiticeiros e outros. Parecem pessoas corriqueiras,
porém suas consciências estão despertas dentro do condicionamento de seus
defeitos e impurezas. São bastante perigosos e criam muito sofrimento a si
próprios e a outros.
QUAL É
NOSSO NÍVEL?
Detemos o potencial de termos nossa
consciência em qualquer desses níveis, sem que nada tenha a ver com crenças.
Nem tendo a ver com nosso estado de ser a cada momento. Então, como nos
comportarmos? Como agir? Como usarmos nossa energia? Pois naquilo que
acreditamos, em que pensamos, no que sonhamos, nada significam. Somos provados
por nossas ações, através dos fatos.
As imagens da Árvore da Vida e o Bhavachakra
representam níveis, níveis e mais níveis de consciência. Aqueles níveis são
experiências de vida determinadas pelo condicionamento de nossa alma, nossa
consciência.
A Árvore da Vida é a base de todas as
tradições ocidentais, apesar de as pessoas se terem esquecido disso. Todos
aqueles termos escritos na Árvore da Vida estão em sentido dissimulado, em
hebraico, espalhados por toda a Bíblia; e se não soubermos em hebraico os
significados das letras e palavras da Bíblia, então nunca poderemos entender a
Bíblia.
Figura 3
O Bhavachakra é um símbolo fundamental das
tradições orientais. Representa não somente os seis reinos de diferentes seres,
mas também Pratityasamutpada, que está no anel exterior como a corrente de
causalidade de todas as coisas. O anel central representa a transmigração da
consciência através de níveis de existência. O próprio coração mostra as três
causas do sofrimento: ignorância, desejo e aversão.
Ambos os mapas exprimem sobre a exata mesma
coisa com um pequeno ângulo de diferença. Ambos são mapas de nossa alma. Também
refletem o mundo exterior, todos os seres que migram através da natureza: anjos
e demônios, espíritos, deuses e semideuses. Tudo isso está aqui representado.
Entretanto, não significam nada para nós. O que deve significar alguma coisa
para nós é quem somos, para onde estamos indo, como podemos mudar para melhor.
Esses mapas refletem isso. Podem nos ensinar isso. Representam mais
significativamente o potencial a mudar.
Nada permanece o mesmo. Todas as coisas
dependem de causa e efeito. Se desejamos crescer a um nível de Ser precisamos
somente agir na direção que cria esse resultado.
A RODA
DO TORNAR-SE
As pessoas chamam a este símbolo de A Roda do
Samsara ou Roda da Vida, mas o verdadeiro nome é Bhavachakra, que significa a
“Roda do Tornar-se”. Esta roda é o móvel de nossas próprias ações a cada
momento. O movimento é o que determina aquilo no que nos tornaremos. Também
significa que aquilo que somos agora foi originado do que fizemos antes. Nossos
pais não nos conduziram para esta via. Nem nosso patrão, marido, esposa,
namorado, namorada, amigos ou irmãos. Não foram também nosso país ou cidade,
nem nossa educação. Fizemos por nós mesmos, uma vez que aqui entramos por
decorrência de nossas próprias escolhas. E não exatamente pelo colégio que
escolhemos estudar, pelos tipos de roupas que decidimos usar – essas nossas
escolhas de cada momento. Mas sim, ao modo como respondemos à vida é o que nos
determina quem somos.
A roda estabelece seis reinos gerais de
experiência.
Figura 4
No topo são os “deuses”, aqueles seres que
parecem possuir tudo: poder, alimento, água, roupas finas. Eles têm de tudo o
que possivelmente possam querer, porém não são felizes porque querem ainda
mais, enquanto outros estão tentando tomar-lhes o que têm. Quanto mais eles
comem e bebem nunca estão satisfeitos. Precisam de mais e mais. Entretanto, a
qualquer instante podem perder tudo. A maioria das pessoas que estuda budismo
acha que “deuses” são como Zeus, Krishna, ou outros deuses de diferentes
panteões, e isso pode significar-lhes que, o mais importante é também destacar
pessoas ricas deste planeta. Comparados com o restante de nós, as pessoas mais
ricas realmente vivem como “deuses” e ainda que se lhes devocionem querem
tomar-lhes o que têm.
Falando toda a verdade, se olharmos a
humanidade como um todo observando os fatos, a maioria das pessoas, em lugares
como os Estados Unidos e Europa, poderiam ser consideradas como “deuses”,
porquanto possam não ser super ricos, mas têm acesso ao melhor dos alimentos em
todo o planeta, à melhor água, às coisas excelentes, às ótimas roupas. Americanos
e europeus podem conseguir o que quiserem, sempre que quiserem, uma vez que
nunca estão felizes; ao invés disso, estão sempre buscando mais, mais, mais e
nunca se acham contentes com as coisas exteriores.
Há uma estatística que informa que se nossa
família ganha mais de $50,000 ao ano estamos no patamar dos 5% mais ricos da
população planetária. Nenhum dos ocidentais se conscientiza disso. Cada um
acha-se muito pobre e não tendo o suficiente. E mesmo o muito rico sente-se assim
desse modo.
Cada um, em cada reino, também representa, no
exatamente agora, pessoas em torno de nós.
Os semideuses são aqueles que detêm maiores
poderes e saúde, comparativamente aos outros, ainda que sejam conduzidos a se
tornarem deuses e a obterem ainda mais. Eles são orgulhosos, arrogantes,
normalmente belos em aparência, porém dominados pela ganância e competição
Os seres humanos são aqueles da média, os que
estão no meio, nem no inferno nem no céu, sobrevivem, mas também são vítimas de
circunstâncias: dormem e sonham tornarem-se deuses ou semideuses, estando
preocupados em não descerem aos reinos mais inferiores. A maioria desses, nasce,
cresce, dá nascimentos, cria filhos, fica doente e morre, sem mesmo saber
porquê.
Espíritos famintos são aqueles que dia após
dia estão sempre esfaimados, viciados, envoltos pela pobreza e com hábitos
autodestrutivos, mesmo quando obtêm aquilo que querem. Isso os machuca e os faz
sofrer mais. A esses incluem-se alcoolismo, vícios sexuais e de drogas e jogos;
a outros, os vícios por dinheiro, propriedades, posses, etc.
Os animalizados são aqueles que vivem
intensamente dominados pelos instintos: medo, luxúria, fome, o desejo de
dominar os outros. A eles incluem-se os que são fascinados pelos seus próprios
corpos ou corpos de outros, os que vivem somente para comer, ter sexo e dormir.
Os reinos do inferno são para aqueles que
sofrem muito mais: aqueles que vivem em escravidão, em zonas de guerra, sob
ditaduras ou tiranos, que estão completamente armadilhados e sem meios de
escapar desse sofrimento, exceto pela morte. Nos dias de hoje seus números são
incontáveis. Sem exceção, todos esses seres migram de reino a reino segundo
suas ações.
A roda gira em torno de um eixo: ao centro da
roda estão os fatores ao redor dos quais giram todas as existências
condicionadas: desejo, aversão e ignorância da realidade.
Figura 5
Tudo isso descreve nosso estado condicionado:
estamos sempre desejando, sempre evitando nossos medos e na mais completa ignorância
sobre a realidade. É só vermos o Bhavachakra a mapear nossa mente.
A
REALIDADE DO SOFRIMENTO
O que mantém este ciclo em movimento é a
ignorância de quem realmente somos. Pensamos que somos essa pessoa com esse
nome e esse corpo, com nosso “look” específico e estilo, e pelo nosso gosto por
músicas, roupas e políticas.
São todas mentiras, coisas aleatórias, que
sem dúvida reunimos ao longo do caminho, e que em verdade não significam nada. Não sabemos quem somos como uma alma. Não sabemos de nosso nível de ser, ou que
acontecerá quando morrermos. Nem mesmo percebemos que caminhamos para a morte. Não sabemos onde estávamos antes de nascermos nesse corpo e nem para onde
iremos quando esse corpo morrer. Ademais, não nos damos conta de que tudo o que
acumulamos nessa vida se perderá. Ainda assim, incansavelmente, queremos mais!
Por que, se vamos perder tudo? Por que investir em mais problemas? Não temos a
menor consciência de nada disso.
Então não importa a qual reino daquela roda
pertençamos, estamos mesmo é sofrendo! Todas as pessoas em todos aqueles reinos
da roda sofrem: os deuses, os semideuses, os seres humanos, os animais, os
espíritos famintos e os demônios. Todos sofrem segundo seus condicionamentos.
Ninguém está satisfeito, em paz, com conhecimento.
Nos inclinamos pensar do sofrimento com sendo
unicamente físico, porém isso não é a totalidade do sofrimento. Não é o real
significado da palavra sofrimento. Isso é na verdade o primeiro tipo, o
sofrimento óbvio: o sofrimento do sofrimento que inclui, dor, nascimento,
doença, ir ficando velho e ir morrendo. São óbvios, e cada um de nós tem de
encará-los. São inevitáveis, ainda que acreditemos que podemos evita-los.
Detemos muita aversão a eles e sofremos por causa dessa aversão. Fazemos o
possível para evitar a realidade da velhice. Fazemos cirurgias para parecermos
mais jovens. Temos todos os tipos de maquiagens a fim de esconder nossa idade;
tentamos de todos os modos evitar a idade e ao fato da inevitabilidade da
morte. Não desejamos estar face a ela, e sofremos por causa disso.
Se realmente encararmos a realidade e a
compreendermos não sofreremos, especialmente ao estarmos diariamente preparados
para a morte. Voltemos à frase que eu disse há pouco: “se quisermos saber o que
acontece quando morremos, vejamos o que acontece quando caímos no sono a noite”.
Isso não é de modo algum para assustá-los. Esta frase é dada a fim de que
compreendamos que “se pudermos entender o que acontece quando morremos, podemos
estar preparados para morrer sem sentirmos medo”. Entao, pessoalmente, não
estaremos com medo da morte. Se estivermos com medo da dor é porque não estamos
acima dela. Então, se não estivermos com medo de morrer é porque sabemos o que
acontecerá.
Podemos também treinar diariamente a fim de
que compreendamos e entendamos o que seja o processo da morte e não fiquemos
com medo dela. Daí, sofreremos menos. Então estaremos em condição de ajudar
outros a não sofrer. Que melhor coisa haveria em reduzirmos nosso sofrimento e
o sofrimento de outros?
QUÃO PROFUNDO
É O SOFRIMENTO DA MUDANÇA
Todos temos essa ansiedade ou estresse de
tentarmos segurar as coisas que estão constantemente em mudanças. Ficamos
presos nessa ilusão. Todos queremos reter nossa juventude. Não vemos como
pessoas ficam desesperadas a fim de reter a juventude? Elas querem parecer
jovens. Vemos pessoas idosas se vestindo como adolescentes, fazendo todos
aqueles procedimentos cirúrgicos para tentar parecer jovens, visto estarem
aprisionadas nessa ilusão. Elas estão sofrendo o sofrimento da mudança e não
querem aceitar a realidade de estar envelhecendo.
Por que as pessoas tentam ignorar a velhice?
Porquanto ao verem pessoas mais velhas têm de encarar o fato de que elas também
ficarão velhas. E, tristemente, as pessoas não querem aceitar essa realidade.
Então, as pessoas mais velhas sofrem ao serem esquecidas, isoladas, ignoradas,
etc.
E o que mais? Não queremos aceitar a
realidade que nossas crianças crescerão e partirão. Que elas ficarão doentes,
morrerão. Não queremos aceitar a realidade
de que a vasta maioria das circunstâncias externas estão completamente fora de
nosso controle.
Estamos sempre pensando e tentando descobrir
“como posso controlar minha vida?”. “Como posso controlar o que está
acontecendo de forma que eu tenha segurança e conforto?”.
Nunca teremos condições de fazer isso.
Despenderemos a vida inteira na busca dessa ilusão. A vasta maioria das pessoas
neste planeta sofre dessa ansiedade ou estresse sempre que tenta manipular,
mudar ou estancar coisas que não podem ser dominadas. Isso é um sofrimento
muito profundo. Se realmente observarmos, veremos que isso é a raiz da maioria
dos problemas que encaramos nesse planeta.
Queremos a identidade com aquilo que vemos
nos anúncios, como aqueles jovens que são tão belos e atraentes com todas
aquelas belas roupas, belos carros e belas casas; crianças espertas que estão a
caminho de se tornarem doutores. Aquela vida perfeita que nossa mídia sustenta
diante de nós como uma cenoura que os faz ricos. E todos seguimos aquilo
cegamente não percebendo seus 100% de mentira.
A vida não funciona como aquilo que nos é
mostrado na TV. Entretanto, estamos tão condicionados pela mídia programadora
que não percebemos.
É muito profundo e duro entender que o
sofrimento é devido a uma existência condicionada. É muito difícil absorver o
que seja isso. É algo sutil, uma insatisfação generalizada. Não importa o que
façamos, ao que chegamos, o que ganhamos ou recolhemos. Nunca estamos
satisfeitos.
A razão disso é que temos uma percepção
errada do que seja nosso Ser. Não vemos a realidade. Achamos que se
conseguirmos aquele emprego, aquela educação, se vivermos naquele lugar, se casarmos,
termos crianças, se fizermos todas as coisas que a sociedade nos diz para
fazer, seremos felizes. Mas isso não é verdade, porque nenhuma dessas coisas
nos basta. Elas são fugazes como uma miragem.
E o tempo todo ignoramos aquilo que nos pode
trazer alegria. O que nos fará saber quem realmente somos, e que está mapeado
nesta imagem. Isso está dentro de nós e não fora de nós. O que é a nossa
realidade? O que é nosso Ser? Alguns o chamam Deus. Porém, este termo tem muito
de bagagem. Então o termo Ser é melhor porque está num estado ativo.
O que é então nosso verdadeiro Ser? Nós não o
vemos, não o conhecemos. Então sofremos. E todas essas coisas são devidas
àquilo.
Na roda, bem ao centro, tem três criaturas e
a raiz um é a ignorância. Essa é a ignorância da verdadeira natureza de uma pessoa.
É devida a não se conhecer a realidade do indivíduo. E o centro da roda inteira
é que gira em torno da ignorância fundamental.
Eis porque meditamos. E o porquê é: aprender
pela experiência através da realidade. É cortar todas as ilusões em nossas
percepções. “Estaremos libertos da ilusão e do condicionamento quando nossas
desilusões e ações cármicas contaminadas estiverem esgotadas”.
Esse destaque vem de Nagarjuna que é um
grande mestre do budismo. A libertação do sofrimento não é um assunto de
crenças. Bilhões de pessoas acreditam em bilhões de coisas e todas continuam a
sofrer. Não importa no que acreditemos, não muda em nada o nosso sofrimento, os
fatos fundamentais. Crenças não nos ajudam em nada.
O que nos ajuda a manobrar com a desilusão?
Não vemos quão próxima esta palavra é da palavra ilusão? É uma imagem. Uma
desilusão é uma imagem. Mas é psicológica. Não é exterior. A desilusão é o que
temos dentro de nossa cabeça. Não tem nada a ver com ninguém mais. É sobre nós
mesmos.
Estaremos libertos quando nossas desilusões
estiverem esgotadas, quando conseguirmos ver as ilusões do que seja. Quando
vermos e percebermos que alguma coisa em que pensamos seja irreal e, portanto,
não real, esse algo perde seu poder. Se alguém chega e nos faz um terrível
xingamento, isso fere nosso orgulho. Sentimos a dor. Se nosso melhor amigo
diz-nos isso, ou nosso irmão, ou professor, ou alguém que respeitamos – doí-nos
muito. Porém, se um criança nos diz, não nos machuca. Olhamos a criança e
dizemos “ Ora, seu pirralho”, e sorrimos. Mesmo se uma pessoa doente nos xinga,
alguém que esteja realmente doente, e nos ataca, sabemos a isso dever entender
não como um caso pessoal e procuramos ajuda-lo. Mesmo que nos ataque e xingue
não nos dói, pois compreendemos que ele está sofrendo.
Vemos então, em cada caso, que a palavra é a
mesma, mas a recebemos de maneira completamente diferente. Não que a palavra seja
diferente, mas sim a conotação que damos a palavra, psicologicamente, dentro de
nós. O valor que damos a ela é que faz a diferença.
Podemos aprender esse mesmo fenômeno com tudo
o que percebamos. Quando aprendemos como perceber as coisas do modo como elas
de fato são, reduzimos o nosso sofrimento.
Quando, verdadeiramente, entendemos que a
grande e gorda conta bancária e o grande e gordo anel em nosso dedo, ou todas
as coisas que a sociedade nos diria que supomos possuir, realmente não tenham o
significado que supúnhamos ter, sofremos menos.
Quando entendemos que nossa idade seja
irrelevante, que nossa beleza seja irrelevante, sofremos menos.
Quando entendemos que realmente não nos importamos
com o que as pessoas pensam sobre como nos vestimos ou falamos, sofremos menos.
Sofremos devido aos valores que atribuímos às
ilusões.
AÇÕES
CÁRMICAS CONTAMINADAS
A palavra karma simplesmente significa
“fazer”. A Bíblia diz em várias passagens que recebemos de nossas ações.
Colhemos o que semeamos. Assim como fazemos, recebemos. É tudo o que o carma
significa: causa e efeito.
Estamos no interior das circunstâncias,
estamos dentro delas devido às nossas anteriores ações. Se quisermos melhores
circunstâncias precisamos desempenhar ações superiores, melhores ações. Isso é
tudo.
Ao renunciarmos a um desejo inferior, a uma
ação inferior em favor de outra superior, recebemos resultado superior. É muito
simples.
A dificuldade é deixar os desejos irem-se,
reconhecendo que o resultado de um desejo é a compensação do que realmente
queiramos dele, não venha ser tão bom
quanto seja a nos desempenharmos de uma ação do tipo superior. Desse modo,
essas duas ações sendo comparáveis a estarem em união uma com a outra, desfazem
em nós a desilusão e nos encaminham ao desempenho de ação superior, que leva a
nos libertarmos das condições. Eis como mudamos nosso nível do Ser. É assim que
mudamos nossas relações com essa roda do tornar-se. É como mudamos nossa relação
com a Árvore da Vida, elevando nosso nível do Ser.
Conhecem a história de Jacó na Bíblia, que
caiu no sono com sua cabeça apoiada na pedra e teve a visão de anjos subindo e
descendo a escada? Essa é a escada. Vai para cima e para baixo, dos mundos superiores
aos inferiores. Ela está em nós e não fora de nós. Então como procedermos com a
mudança? Trabalhando com fatos.
COMO
MUDAR
Meditação começa neste momento. Meditação não
é algo que somente fazemos uma vez na semana ou uma vez a cada duas semanas por
dez minutos. Se realmente querem aprender a meditar, comecem agora.
Meditação começa em como aprendemos a usar a
consciência durante todo o tempo em que estejamos fazendo qualquer coisa. É
sermos conscientes de nós próprios. Trabalharmos com fatos, com a realidade.
Deixarmos de lado as crenças. Desapegar-nos das ilusões. É assim que a meditação
real nasce. É um estado do Ser.
É estarmos cônscios de nossa própria
existência, nossa própria condição, sensações e mente. Não exatamente pensando
sobre isso, mas observando isso, observando a nós próprios. Meditação começa
isso com isso: a cada momento estarmos cônscios de nós próprios, prestando
atenção a nós próprios. Estarmos concentrados em momentos de continuidade,
percebendo ativamente.
Meditação é um estado de consciência e este
estado resulta em termos a consciência muito alerta e no presente momento.
Não podemos alcançar isso somente tentando
dez minutos por dia, ou a cada duas semanas. Precisa ser um esforço continuado,
constante.
Quando entramos naquele ritmo de sempre
estarmos no momento atual, sempre trazendo nossa atenção para o aqui e agora,
começamos a nos treinar e desenvolver a habilidade. Nos tornamos mais fortes.
É o mesmo de quando vamos à academia e
tentamos fazer exercícios. Se nos exercitarmos unicamente por um mês, não
chegaremos a lugar algum. Certo? Todos sabemos disso. O mesmo com uma dieta. Se
fizermos a dieta num único dia do mês não estaremos no caminho da mudança.
Precisa ser um estilo de vida. Com meditação é a mesma coisa, ainda que seja
muito mais que um estilo de vida. É um caminho do Ser. Constante.
Assim, deste ponto de vista, meditação
parece-nos difícil de início. Isso está representado na imagem dos estágios da
concentração meditativa.
Figura 6
Este mapa revela estágios do desenvolvimento
da concentração, que é a atenção. Como estamos trabalhando para desenvolver a
atenção, começamos lá embaixo, no início, como a pessoa que está praticando,
correndo atrás de dois animais: o elefante e o macaco.
Figura 7
Eles representam a mente selvagem que todos
possuímos. Quando buscamos meditar observamos que ao sentarmos para tal a mente
sai exatamente correndo. É selvagem. É difícil controla-la. Aqui na figura
vemos um fogo ardente representando o esforço que desenvolvemos de início, que nos
toma muita energia, muito do esforço. Porém, ao olharmos acima desse caminho,
no modo como aquele monge se mantém firme ganhando o controle dos animais, o
fogo decresce. E vai declinando até desaparecer.
De início, o fogo nos exige muito esforço e
energia para aprendermos isso, mas com experiência e na medida em que o músculo
consciente se torna mais forte, isso vai se tornando mais fácil até não haver
mais esforço.
Meditação nela mesma não é esforço. O estado
de meditação não requer qualquer esforço. Simplesmente acontece. Se
desenvolvermos esforço pessoal a fim de meditar estaremos fazendo de maneira
errada.
POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO
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FONTE:https://gnosticteachings.org/courses/meditation-essentials/3686-consciousness.html
Tradução Inglês / Português: Rayom Ra
Rayom Ra
http://arcadeouro.blogspot.com.br