sábado, 29 de dezembro de 2018

Fundamentos da Meditação (1) - A Base da Meditação

The Basis of Meditation

FIGURA 1

OS PRIMEIROS ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO DA CONCENTRAÇÃO

  O objetivo da meditação é trazer mudanças e direcionar-nos aos nossos problemas fundamentais. A meditação real está baseada e focada em fatos. A meditação não será realmente de utilidade se alinhada com crenças e teorias.

  Quando observamos a humanidade e a olhamos neste mundo, vemos grande quantidade de problemas e de sofrimento, e muito do que nos parece impossível entender e mudar. A imensidade de sofrimento percebido na humanidade, no mundo, é verdadeiramente esmagadora. A meditação real provê-nos de uma via para adentrar nisso e trabalharmos por mudanças.

  A fim de que a espiritualidade seja realmente efetiva precisa estar baseada em fatos práticos e direcionada ao sofrimento. Precisamos estar operantes sobre problemas fundamentais que encontramos, não unicamente como indivíduos, mas como uma sociedade. Se nossas práticas espirituais não conseguem resolver esses problemas ou ao menos compreendê-los, então se tornam inúteis.

  A genuína espiritualidade efetivamente transforma o indivíduo que então pode ajudar outros. Precisamos saber como usar nossa espiritualidade para o benefício não somente nosso, mas também de outras pessoas. Essa é a base da qual partimos nessa tradição. Começa com observância dos fatos. Não com crenças, não com teorias.
 
FATOS

  Meditação e espiritualidade reais começam com fatos. Essa condição inicial é bastante difícil para algumas pessoas. Todos nós acalentamos crenças, ideias e teorias e tencionamos que vida e espiritualidade estejam sob determinados paradigmas. Todos temos ideias religiosas ou espirituais e julgamentos próprios do que somos como pessoas ou como sejam a nossa cultura e sociedade. Temos uma enorme e completa coleção de crenças. No entanto, apesar de nossas teorias, crenças e ideias, sofremos.

  Se realmente quisermos trabalhar o nosso sofrimento, se realmente quisermos mudanças, a primeira coisa a fazermos é estarmos inclinados a deixar de lado crenças, ideias e noções que tenhamos sobre nós próprios e do mundo. Temos de lançar fora tudo de que não conseguimos provas. Ao invés, devemos nos resolver a trabalhar somente com fatos: fatos observáveis, consistentes.

  Se pensarmos sobre o assunto e a ele analisarmos, concluiremos que o assunto pode constituir-se numa base muito poderosa para nossa vida espiritual. Se acreditarmos em algo que não conseguimos provar podemos passar uma vida inteira acreditando naquela coisa que não fora real. Terá sido um desperdício numa vida inteira. Não seria melhor abraçarmos aquilo que grandes professores nos ensinaram, que é seguirmos unicamente ao que podemos ter provas através de nossa própria experiência?

  Todas as grandes tradições têm isto em suas escrituras e ensinamentos, mas as pessoas a isto descartam. Preferem exatamente “acreditar”, porque é mais fácil, confortável, e não requer esforços. Cada um quer adotar uma teoria, uma crença ou caminho de comportamento para sua redenção, para a salvação de seu sofrimento. Entretanto, não conseguem provar que suas crenças as libertarão.

  Preferimos tratar com fatos (E, sim, há fatos espirituais que podemos provar através da própria experiência, porém, como em qualquer ciência, devemos ir passo a passo, cientificamente, deixando teorias e crenças de lado). Desse modo, pela observância a fatos é por onde devemos começar a desenvolver uma efetiva vida espiritual e efetiva prática da meditação. Essa é a primeira e importante base da real prática da meditação: focalizarmo-nos em fatos.
 
CONSCIÊNCIA

  Consciência é a segunda base importante. Precisamos saber o que é a consciência em nós e como usá-la a todo o momento. Observar os fatos significa precisarmos percebê-los claramente. Consciência é a base da percepção. Se não conseguirmos nos posicionar para a observação de um fato, então não poderemos estar conscientes dele. Esta é uma base crítica importante de qualquer busca espiritual.

  Consciência também é a base do genuíno entendimento. Uma vez percebido algo podemos então começar a compreendê-lo. Pelo entendimento chegamos à compreensão, aquele tipo de entendimento que esteja baseado em fatos, repetidas vezes, absolutamente sem dúvidas. Por exemplo, quando fomos feridos por uma faca, teremos observado e entendido que a faca pode nos cortar. Isso é uma compreensão, um entendimento que nunca mais esqueceremos uma vez que estaremos plenamente conscientes disso. Igualmente, aquele nível de conhecimento pode ser adquirido a respeito da vida, da natureza, da espiritualidade, da mente e mundo, de Deus, etc. Se usarmos a consciência de modo correto isso também significa que se não pudermos perceber algo nunca o compreenderemos.

  Então, consciência é a base da percepção e entendimento. Assim, precisamos entender muito bem a consciência. Qualquer vida espiritual verdadeira está baseada num trabalho com a consciência.

  Cada coisa viva tem consciência ao seu próprio nível. Cada átomo, molécula, órgão, estrutura, organismo tem consciência, tem vida. Possui a capacidade de percepção e compreensão ao seu próprio nível.

  Desse modo, falando realisticamente, olhamos os fatos e podemos sobre eles confirmar a nós próprios. Sabemos que plantas respondem ao seu meio ambiente. Elas percebem e isso significa que têm consciência ao seu nível de planta. Animais fazem o mesmo, tendo consciência ao nível de um animal. Fazemos isso também. Podemos perceber nosso meio ambiente, nos conscientizarmos de coisas e nos tornarmos atentos sobre elas. Então, possuímos consciência ao nosso nível. Entretanto, não concebemos que consciência seja uma força na natureza e infinita em seu potencial.

  Todo aquele que segue a espiritualidade e a religião ouviu sobre mestres, budas, anjos, bodhisattvas – a todos os tipos de seres superiores. São seres que têm a consciência aos seus níveis, diferentemente da nossa. Todos aqueles seres superiores já foram humanos como nós, porém expandiram suas consciências; as desenvolveram, as aperfeiçoaram tornando-se capazes de coisas que mal podemos imaginar. E nós possuímos a capacidade de nos tornarmos como eles. Eis porque eles nos deram religiões. Somos sementes não germinadas, mas com potencial de nos tornarmos algo inacreditável como Buddha, como Jesus ou Moisés, como todos aqueles grandes instrutores de quem ouvimos sobre o respeito, a admiração e muito sobre a compreensão.

  Eles, tal como ainda somos nós, já foram seres humanos com problemas, com percepção limitada. E trabalharam em suas vidas com fatos a fim de mudar suas percepções e tornarem-se algo maiores. Todos temos essa mesma capacidade.

  Na tradição budista essa semente em nós é chamada Tathãgatagarbha. Este termo pode ser interpretado em poucos sentidos, mas o que realmente significa é o embrião ou a semente de um Buddha. É o potencial de se tornar um Buddha. Em traduções modernas é chamado “Natureza Buddha”. Todos temos essa potencialidade interior, a natureza interna que pode nos tornar um ser humano completamente desenvolvido se soubermos como fazê-lo. Em Inglês, o ser humano plenamente desperto tem o que é chamada alma. Possuímos, verdadeiramente, o potencial para termos uma alma humana plenamente desenvolvida.

  Quem de fato estuda a Bíblia observa que Jesus não disse que temos uma alma. Ele disse “com paciência possuireis sua alma”. A verdadeira alma é algo que tem de ser desenvolvida; possuímos unicamente sua semente. Esta semente é nossa consciência.
 
MEDITAÇÃO

  Consciência é a base do aprendizado da meditação. Meditação é um ato da consciência. Meditação é um tipo de percepção. Não é uma técnica ou um “espaço de fora” ou como sonhar acordado; nem é um meio de evitarem-se problemas ou distanciar-se da vida. Muito menos de termos algum tipo de êxtase sensacional com sensações físicas.

   Opostamente, a meditação real é uma forma de percepção na qual a consciência está acordada, livre de condicionamentos, totalmente liberta, simples, feliz, sensível. Meditação é uma percepção consciente. Todos nós percebemos através de nossos olhos, nariz, pele, ouvidos e língua, entretanto, a meditação não está assente em qualquer desses nossos sentidos; é uma percepção com diferente sentido, diferente escala e poder. Todos possuímos isto; porém se encontra latente, imersa, não desperta.

  A consciência prepara a semente e a meditação é o estado onde ela está plenamente ativada.
QUEM SOMOS E ONDE ESTAMOS

  Temos aqui dois mapas da consciência:
Tree of Life

Figura 2
Get a poster of the Tree of Life. (Obtenha um pôster da Árvore da Vida)

  Este é um com aquelas dez esferas distribuídas em modelo especial chamado A Árvore da Vida. É a base das tradições Judaico-Cristã, porém a maioria das pessoas daquelas tradições não sabe deste mapa, uma vez que nunca foi ensinada sobre isto, muito embora esteja na Bíblia e seja a base de todas as coisas da Bíblia.

  A Árvore da Vida representa níveis da natureza, níveis que se encontram ao nosso redor e dentro de nós. Representa quem somos de cima abaixo e nossas relações com a natureza e com o Divino.

   A mesma informação está representada no Leste, por esta imagem chamada Bhavachakra. Alguns a chamam de roda da vida ou roda do Samsara, porém o nome real é Bhavachackra, que significa “roda do porvir”. 
bhavachakra

Figura 3

  Ambas as imagens representam a mesma coisa com diferenças de pontos de vista. Se a ambas estudarmos e as compararmos podemos aprender bastante. A maioria das pessoas estuda-as unicamente relacionadas com o mundo exterior ou com crenças e teorias, mas o real significado está em nós próprios.

  Estes gráficos nos ajudam a entender nosso estado de ser, ao que podemos chamar de nosso nível de Ser.

  O que somos como pessoas? Quais são nossas características e qualidades? Por que nossa vida está no curso em que estamos? Quando estudamos estes símbolos eles nos ajudam a compreendermos quem somos e a entendermos no que podemos nos tornar. Esse é o motivo de o símbolo (Bhavachackra) ser entendido como a roda do porvir. Transfere-nos a ideia de estar em movimento, não parado, não estagnado, nem fixo ou permanente, mas em constante movimento, em mudanças. É uma grande roda e o movimento desta roda é produzido por conta de nosso comportamento de um momento a outro, em como usamos nossa consciência. Temos dado muitos cursos acerca destes símbolos. Estamos justamente introduzindo-os hoje para vocês, a fim de que tenham uma ideia; de pouco em pouco abordaremos mais sobre eles.

  Ambos os símbolos representam estados de consciência e sua infinita capacidade ou seu potencial para ser desenvolvida. 

  Na Árvore da Vida vemos um fluxo de sefirotes, que no singular é sefira; esta palavra literalmente significa “joia, gema”. Se estudarmos o Livro da Revelação leremos sobre a Árvore da Vida e as belas e preciosas jóias que adornam o ser bem desenvolvido.

  As sefirotes representam níveis de consciência, níveis de potencial desenvolvimento. Representam mundos ou dimensões, ao mesmo tempo representam níveis de nossa alma, espírito, psique, etc.

  Todos os seres que existem na natureza, em todos os infinitos universos, em todos os infinitos níveis de vida – do subatômico ao macrocósmico – estão representados nas sefirotes.

  Os mais baixos níveis são os que podemos chamar de reinos do inferno. Aqueles exteriores reinos do inferno correspondem ao nosso inferno interior: nosso subconsciente, nossos traumas ocultos, desejos, luxúrias.

  A mais baixa das dez sefirotes é Malkuth, que significa o reino, de que muito falou Jesus. Esta representa a fisicalidade, o mundo físico exterior e nosso corpo físico aqui e agora.

  Acima de Malkuth vemos muitas outras esferas; aquelas são todas de nível superior. Podemos chama-las paraísos ou nirvanas, níveis de existência, que são exatamente tão reais quanto esta, porém mais sutis, mais refinadas e com uma vibração mais elevada da natureza. Aqueles paraísos exteriores a nós correspondem ao sutil, aos puros níveis da nossa consciência interior.

  Todos temos experienciado tanto os níveis superiores quanto os inferiores, mas não nos damos conta disso. Experienciamo-los através de nossos sonhos. Todas as escrituras estão cheias de histórias sobre pessoas saindo de seus corpos e indo aqui ou acolá. Elas possuem diferentes visões e experiências. Existem histórias sobre pessoas que atravessam os mundos inferiores, como na Divina Comédia de Dante. Todas essas coisas estão mapeadas aqui nesta imagem.

  Todos estes níveis de existência estão dentro de nós. Estão todos no interior de nossa vida psicológica. Aqueles reinos dos infernos são nossa infraconsciência, nossa inconsciência e subconsciência. Quando temos um pesadelo estamos em nosso próprio inferno. Estaremos experienciando aqueles mundos submersos lá dentro de nós. É onde encontramos nossa raiva, medo, luxúria, inveja, avareza, gula, todas aquelas qualidades que nos fazem sofrer. Elas estão dentro de nós; estão mapeadas aqui nesta imagem.

  Sobrepondo-se a isto, acima de nosso corpo físico, estão todos os paraísos, as virtudes, as belas qualidades que nossa consciência tem, como generosidade, paciência, amor consciente, entrega ao sacrifício pelos outros, empenho para trabalhar responsavelmente. Todas essas virtudes, que são naturalmente partes da livre e incondicionada consciência, estão representadas na área daquela imagem.

  Encontramos o mesmo representado no Bhavachackra. Esta grande roda representa os mesmos reinos encaixados de outra forma. Os reinos mais baixos são os mundos inferiores e os reinos superiores estão acima. Estes símbolos representam nosso estado psicológico.

NÍVEIS DE INSTRUÇÃO

  O que estamos descrevendo tem sido ensinado por séculos. Não estamos dizendo nada novo. Porém, o caminho ensinado tem variado nos séculos segundo os níveis de ensinamentos que os estudantes têm tido acesso. A maioria das pessoas que hoje estuda meditação e espiritualidade conhece somente o superficial, os níveis populares. Chamamos, àqueles níveis, de ensinamentos introdutórios. No budismo eles têm bons trabalhos sobre isto: Sutrayana ou Shravakayana refere-se a um nível público de ensinamentos que podemos ouvir facilmente. Sabemos dele através de nossos amigos e familiares, através de livros e biblioteca. Atualmente podemos ter acesso a isso pela internet, TV e vídeos. É fácil conseguir todo o tipo deste material e desse comum e tranquilo conhecimento.

  Estes símbolos e estruturas são lições dos níveis introdutórios de instruções. Se formos a qualquer monastério budista encontraremos imagens desta roda e como ela está relacionada com a meditação. É muito fácil encontra-la por ser um nível introdutório de instrução.

  Atualmente é muito fácil achar instruções sobre meditação em livros, vídeos e aulas. Por isso está agora tão comum tantas pessoas pensarem que sabem o que seja meditação porque ouviram de seu aspecto introdutório.    

  O nível público das instruções espirituais é “exotérico”. Significa disponível externamente, publicamente, fácil de achar; é algo como ouvir disso na rua. Logicamente isso não é a soma total do que seja meditação ou espiritualidade. Pensar que meditação é unicamente o que as pessoas dizem dela nos cafés ou nas esquinas seria o mesmo que tomar uma pílula para dor de cabeça, e mediante isso achar que sabe tudo sobre o assunto, sendo agora um médico. Seria absurdo! É o que se passa agora com a meditação; as pessoas que somente sabem coisas básicas já se acham especialistas. Na realidade, meditação é uma ciência muito precisa e profunda.

  O segundo nível de instrução pode ser chamado de intermediário ou mesotérico. No budismo é chamado Mahayana, o “grande veículo” que é um degrau acima do veículo introdutório.

  Este é um tipo de instrução que geralmente obtemos uma vez tenhamos já desenvolvido alguma habilidade com técnicas introdutórias – ensinamentos introdutórios.

  O terceiro nível é o esotérico ou nível protegido. No Budismo é chamado Tantrayana, Mantrayana, Vajrayana, etc. Tradicionalmente, este nível de conhecimento é dado somente àqueles que têm habilidades em efetivamente manipulá-lo, para tanto precisam ter primeiramente provado suas habilidades.

  Esses três níveis existem em todas as religiões, historicamente falando. São chamados:
  1. Públicos – Aprendizes – Leigos – Sutrayana
  2. Privado – Companheiros ou Operários – Anciãos – Mahayana
  3. Secreto – Mestres – Sacerdotes, Sacerdotisas – Tantrayana.

  Atualmente, a maioria das religiões e das tradições perdeu as diferenças entre aquelas estruturas e, verdadeiramente, descartaram ou defasaram muito do conhecimento que uma vez possuíram.

  Em nossa tradição estudamos e ensinamos todos estes três níveis. Nosso interesse central está em como os níveis são praticados. Não temos interesse em debate, teoria ou crença. Nenhum. Não nos importamos com aquilo em que acreditem. Vocês podem acreditar em qualquer coisa que queiram. Se quiserem acreditar que parte da população deste planeta é de gente-lagarto de outro planeta serão bem vindos por acreditar nisso. Realmente não nos importamos com suas crenças. Crenças não fazem qualquer diferença. Não importa no que vocês acreditem ou que teorias possuem. O que vale é como usamos nossa consciência de um momento a outro: isso é o que cria nossa qualidade de vida. É o que cria o nosso nível do Ser. Quando estudamos e ensinamos meditação aqui, usamos os três níveis porque são importantes. E são diferentes uns dos outros.

O NÍVEL INTRODUTÓRIO

  No nível Sutrayana, o nível introdutório, os estudantes aprendem éticas básicas, práticas básicas de concentração, práticas de relaxamentos, exercícios respiratórios e talvez algumas orações e mantras. É simples, prática e limitada escala de ferramentas destinadas a ajudar o estudante a alcançar um firme e sereno caminho do ser, que lhe é essencial a fim de alcançar mais significativas técnicas.

  No primeiro nível de instrução o que uma pessoa geralmente aprende é como estabilizar-se psicologicamente, como permanecer calma, ficar serena e desenvolver a equanimidade. Então, aprende práticas em como concentrar-se, como relaxar e observar. Essas são essenciais. Elas começam o processo de aprendizado da meditação. Cada meditante precisa saber essas coisas. Também precisa aprender o que causa à mente, à consciência, ao coração e ao corpo reterem tensões, estarem em desequilíbrios, descompensados, com dores, estarem sofrendo. No nível introdutório os estudantes também aprendem o que é chamado de éticas. Podem chama-lo de karma, ou então melhor: de causa e efeito.

  No nível introdutório de instrução a pessoa aprende como seus comportamentos a levam a consequências, uma vez que ações específicas conduzem a sofrimentos, descontentamentos, tensões, etc. Estão em muito conectadas com nossa liberação, nosso pessoal comportamento e nosso estado individual do Ser.

  Tradicionalmente, quando um estudante já deteve o aprendizado pela experiência, em como suas ações criam o sofrimento, e começou a mudar através de novos comportamentos ele, pode então ser introduzido no próximo nível de instruções (se disponível).
 
O NÍVEL INTERMEDIÁRIO

  O segundo nível de instrução concerne mais sobre outras pessoas, não acerca de si próprio. Está mais ligado com a diminuição do sofrimento alheio. O Mahayana – o segundo nível de instruções – baseia-se no entendimento desenvolvido no primeiro nível. Tendo visto no primeiro nível de treinamento como nossos comportamentos criam sofrimentos, entendemos agora que todas as pessoas também sofrem da mesma maneira. Ademais, nossos comportamentos também fazem outros sofrerem. Desse modo, o estudante começa a alargar seu foco para exclusivo benefício próprio e libertação pessoal pela mudança de seu próprio comportamento a fim de beneficiar outros. Neste nível é onde as virtudes começam a realmente emergir na pessoa, em que o altruísmo, a generosidade, o amor e a paciência se tornam mais presentes e o interesse pessoal é enfraquecido.

  Tradicionalmente, nesta via, quando uma pessoa é vista sendo realmente séria trabalhadora, ela então pode ser introduzida ao nível avançado (se disponível).

O NÍVEL AVANÇADO

  O terceiro nível de instrução é chamado Tantrayana, Mantrayana, Vajrayana e de outros nomes no budismo. É um nível de instrução que foi protegido e isolado por boa razão.

  Os que estiveram desabrochando no segundo nível de instrução, abandonando verdadeiramente o interesse próprio, estando a viver para o benefício de outros, puderam então ser introduzidos a mais efetivos expedientes; a métodos poderosos a fim de expandir suas capacidades para o altruísmo e a maiores habilidades espirituais.
 
O OBJETIVO DOS TRÊS NÍVEIS

  Observando esses três níveis podemos atestar as mudanças de foco. No início estamos muito preocupados conosco, como agora nos encontramos. Toda a nossa atenção, esforços e energia estão em torno do “mim, meu, meu sofrimento, minha vida. Quero isto e não o tenho. Tenho este problema e quero fugir dele”. São todas as coisas a “meu” respeito. Este é o estado da humanidade. É tudo sobre meu “eu”.

  A espiritualidade e a real meditação guiam-nos a fatos práticos, a aprendermos que quanto mais dirigimos nossa atenção para fora de nós próprios, nos tornamos mais presentes e atentos às necessidades dos outros, e ao estendermos ajuda às pessoas, nosso pessoal sofrimento também se reduz. Então, compreendemos que as coisas que pensávamos ser tão importantes, tão dolorosas e horríveis em nossa vida, na verdade não têm nenhum significado em se comparando com o sofrimento alheio. Verdadeiramente, as outras pessoas sofrem bem mais que nós próprios. Ao nos tornarmos conscientes disso, contribuindo positivamente em direção as mudanças, nossa vida espiritual muda dramaticamente.

  A mudança de atitude é o ponto essencial destes três níveis. Cada nível provê as necessárias ferramentas a fim de auxiliar a tipos de mentalidades e perspectivas. Cada nível é importante e tem lugar definido.

  Pessoas há que ao verem esses três níveis pensam: “Vou pular tudo isso do começo e obter diretamente os ensinamentos secretos. Quero ir diretamente ao conhecimento esotérico pulando todas essas coisas iniciais aborrecidas”. Essas pessoas são tolas e arrogantes e somente criarão sofrimento para elas e para outros.

  Esses três níveis funcionam como um só. Eles formam uma estrutura essencial. Para que tenhamos sucesso nessa nossa via espiritual precisamos treinar nos três níveis.

  Aqui, treinamos estudantes nos três níveis simultaneamente. O tempo é curto. A humanidade não tem agora tempo para treinar a vida inteira, e gradualmente se mover de um nível a outro. As portas foram abertas para receberem treinamento profundo. Não é fácil para todos, mas pelo menos a oportunidade ali está para aqueles que queiram.

OS NÍVEIS DE TREINAMENTO DA MEDITAÇÃO

  Segundo os princípios dos três níveis de instrução a prática da meditação tem também três níveis.

  No nível introdutório, ao mesmo tempo em que aprende éticas (que requerem constantes conscientizações de si mesmo), os estudantes aprendem a relaxar e concentrar-se. Isto estabiliza seu estado psicológico. Em termos de prática da meditação aprende-se somente concentração, tal como repetir um mantra, observar a respiração, orar para uma divindade, repetir uma oração, fixar-se num símbolo ou ponto, etc. Todos esses são exercícios preliminares para concentrar a atenção – o que é necessário.

  Em muitas tradições, no nível inicial, os estudantes são alertados a estritamente evitarem a imaginação uma vez que necessitam, primeiro de tudo, aprender a concentrar-se. No nível seguinte, o nível intermediário, em algumas tradições verificam-se os estudantes começarem a ser ensinados a usar a imaginação como parte de suas práticas meditativas. Dai que no nível avançado, a imaginação se torna mais importante. Aqui, a concentração e a imaginação são completamente unidas, onde são conhecidas pelos nomes Shamatha e Vipashyana (permanecendo calmo e perceptivo). Aqui, conduzimos os estudantes por todos os três níveis.

CONCENTRAÇÃO E IMAGINAÇÃO

  No mais básico nível iniciatório ensinamos os estudantes como se concentrar, ficar serenos, adquirir estabilidade na meditação – que é o aspecto concentração. Também ensinamos como aproveitar outro poder da consciência, que é perceber não exatamente através dos sentidos físicos, mas através da imaginação. Esta palavra imaginação hoje em dia tem má reputação. Pensamos que a imaginação não seja real ou algo falso. Mas não é.

  Há poucos séculos alguém que estivesse estudando esse tipo de material desejava mantê-lo em segredo, então inventaram uma nova palavra a fim de ocultar aquilo que estivessem a estudar – a imaginação – e passaram a chamá-la “clarividência”. Isso em francês significa “visão clara”. Clarividência é imaginação; é a mesma coisa. Em sânscrito, é Vipashyana, que simplesmente significa percepção.

  Em nossa moderna cultura desprezamos a imaginação, mas ao mesmo tempo, ficamos mistificados por pessoas como Beethoven, Michelangelo, Leonardo da Vinci, Einstein. Sabem de que modo eles fizeram aquilo que fizeram? Cada um deles disse isso: o poder da imaginação. Sabem como grandes artistas criaram aquilo que criaram? Eles fecharam os olhos físicos e olharam através de seus olhos internos. Agora, nesse momento, a maioria de nós, quando fecha os olhos físicos, não vê nada. Entretanto, há um sentido ali.

  Quando éramos crianças tínhamos o poder da imaginação em abundância. Conseguíamos imaginar imediatamente mundos inteiros e grandes histórias; dramas épicos em que neles nos inseríamos. Éramos tão felizes engajados naquela atividade, porque usávamos o poder da consciência, naturalmente como uma criança a usa. E aqui está a chave: esse mesmo poder da consciência é aquele que um buddha usa a fim de investigar os fenômenos da natureza. É exatamente a mesma ferramenta, mas ao invés de ao nível de uma criança, ela está ao nível de um buddha. Temos esta habilidade e precisamos unicamente desenvolvê-la.

  Eis, portanto, o que ensinamos: como utilizar a concentração combinada com a imaginação. Quando as unimos podemos acessar a porta interna de nosso ser. Essa porta é chamada meditação. Essa é a porta através da qual conseguimos perceber para além dos sentidos físicos. Isso não é imaginação, não é fantasia, não é falso. É real; está dentro de cada coisa viva. Temos nos condicionado tão profundamente aos maus hábitos que perdemos a habilidade de realizar aquilo. Mas podemos recuperá-la. 
 
PRAJNA: SABEDORIA PROFUNDA

  O estado de meditação nos permite acesso à sabedoria profunda ou percepção, que em sânscrito é chamada Prajna. Esta palavra comumente traduzida significa “sabedoria”. Com maior acuro é conhecida (-jna) como superior, ou acima do nível comum. Prajna é um tipo bastante profundo de conhecimento. É algo bem mais além das citações e clichês de uma pessoa considerada sábia. Esta palavra é chamada em sânscrito de Paramita, que significa uma “perfeição”. É uma qualidade de uma consciência; é uma qualidade do ser.

  Quando estudamos, por exemplo, os ensinamentos de Jesus, Buddha, Krishna, Padmasambhava, Milarepa, Moisés, Salomão ou qualquer dos grandes instrutores, constatamos suas profundas sabedorias. A única coisa que Salomão quis de Deus era a sabedoria. Quando ele recebeu essa sabedoria de presente, foi prajna, que em hebreu é a palavra Chokmah, uma sefira no topo da Árvore da Vida. Chokmah é uma qualidade de consciência, um tipo de percepção que enxerga a realidade. Não é confusa, não está filtrada por nada da mente. Enxerga o que seja verdadeiro. É a percepção de um buddha, de um mestre, de um profeta, de um anjo.

  Prajna / Chokmah é o tipo de percepção que permitiu o Buddha Shakyamuni compreender as causas do sofrimento e então ensinar sobre isso. Daí emergiu todo o budismo. 

  Prajna / Chokmah é o tipo de sabedoria e percepção que Jesus tinha quando foi capaz de sobrepor-se às incríveis dificuldades que enfrentou e que ajuda tantas pessoas. Do mesmo modo, no caso de Krishna, Moisés, etc. Todos eles tiveram essa profunda percepção sobre a realidade.

  Possuímos o potencial de acessar isso em nós próprios. Para alcança-la necessitamos utilizar o Samadhi.
 
SAMADHI: ÊXTASE

  O termo samadhi pode ser interpretado de várias formas, porém o que significa essencialmente é um estado de consciência não condicionado por nenhum ego, nenhum defeito ou obscuração psicológica. Em outras palavras: é um estado de nirvana ou libertação em que nós, como uma alma, consciência, natureza Buddha, somos completamente incondicionados, não influenciados por raiva, medo, orgulho, etc. Nele experienciamos nossa natureza verdadeira, liberta.

  Quando efetivamente aprendemos a meditar podemos experienciar isso. É um estado de ser, um estado de consciência onde existem níveis, níveis e níveis de samadhi.

  Para alcançarmos prajna, a sabedoria profunda, é somente possível através do samadhi, através da consciência abstraída de condições, especialmente de nossos defeitos. A consciência somente pode compreender a realidade se primeiramente abstrair-se das imperfeições e defeitos que filtram nossa percepção. Se nossa percepção estiver influenciada pela raiva, orgulho, luxúria, etc., torna-se impossível vermos a verdade, a realidade. Essa liberação dos defeitos pode ser temporária (como acontecendo num momento de nossa prática meditativa) ou pode tornar-se permanente (pela destruição de todos os nossos defeitos interiores).
 
REMOVENDO CONDIÇÕES

  A Árvore da Vida representa nosso corpo físico no fundo, em Malkuth. Nossa consciência, que desce de nosso Ser Interior está aqui e agora em nosso corpo físico. Estamos aqui percebendo conscientemente (espero!). Somos conscientes de estarmos ouvindo e estudando este material. Mas nossa consciência encontra-se condicionada pelo corpo físico, pelos cinco sentidos.

 Além disso, ela está condicionada pela psicologia que detemos neste momento, por nosso humor, pela tendência da mente em pensar, em se distrair, pelas emoções que podem surgir em nós. Podemos sentir medo, expectativa, excitação ou uma quantidade qualquer de qualidades emocionais que condicionam a consciência. Cada camada de condicionamento limita a habilidade da consciência em perceber a verdade. Cada condicionamento filtra nossa percepção. Se viéssemos para a palestra com o sentimento de raiva, ouviríamos e veríamos através da raiva. Se viéssemos com o sentimento de medo, talvez houvesse uma situação em nossa vida que nos causasse medo, ou que sentíssemos ansiedade durante todo o tempo e somente ouviríamos a palestra através do medo. Não presenciaríamos a palestra como é dada verdadeiramente, ao invés disso, somente a ouviríamos do modo como o medo a ouve. Nossa percepção estaria condicionada e isso não é um estado de samadhi. É um estado de condicionamento.

  Aprender a meditar significa aprender como retirarmos a consciência de todo aquele condicionamento.

  Eis como fazer isto: não perseguimos o samadhi nem tentamos provocá-lo. Ao invés disso, nos focalizamos em remover aquilo que o impede. Quando condições limitantes são removidas o samadhi acontece automaticamente, espontaneamente, sem esforços.

  Qualquer um pode fazer isso. Entretanto, para fazê-lo é necessário ver-se o condicionante. Temos que estar capacitados a reconhecer o que seja isto e então abstrair a consciência disto.

  Se nos sentirmos zangados ou frustrados temos de ter condições de entendermos aquela raiva e dizer, “okay, estou zangado, vou relaxar e deixá-la ir-se”. Se realmente relaxarmos, a raiva diminuirá. Ela não cessará de existir, mas verdadeiramente cessará de condicionar nossa percepção ao momento. 

  O mesmo se aplica a qualquer outro fator condicionante, incluindo o corpo físico. Precisamos nos tornar conscientes do corpo, então retirarmos a consciência de sua presença, mas deixando-o ser como é, não prestando atenção nele. Daí, fazermos o mesmo com a psique que condiciona nossa percepção. Se aprendermos realmente a fazer efetivamente isso a consciência pode retirar-se de qualquer condicionamento, e a partir daí experimentar a realidade: as sefirotes acima de Malkuth que chamamos “nirvanas” ou “paraísos”.

  A experiência pode não ser algo como vermos anjos e buddhas. Pode ser tão simples como sentirmos um poder de estarmos livres, felizes, contentes e serenos, mas com uma inegável felicidade que – incidentemente – seja natural, de um estado incondicionado de nossa consciência.

  Quando a consciência está liberta do condicionamento, está perfeitamente serena. Espontaneamente, naturalmente, por ela mesma. É feliz, alegre, amorosa, paciente. Tem todas aquelas virtudes nela. Esse é seu estado natural. Estar estressado, raivoso, tenso e com medo é antinatural.

  Desse modo, a técnica da meditação que aprendemos não é forçar a mente a ficar quieta ou impor-lhe algum tipo de falsa serenidade. Ao invés disso, reconhecemos todos os fatores condicionantes que obstrui [ante nossa percepção] seu estado natural e nos abstraímos deles. Quando o processo está completo a consciência fica liberta espontaneamente, naturalmente, automaticamente por ela própria, sem qualquer esforço ou pressão.

  Assim, nessa linha, podemos dizer que a meditação é realmente fácil. É exatamente objeto de como aprendermos relaxar física e psicologicamente. É assim que podemos alcançar o samadhi.

  Chamamos samadhi de “êxtase” uma vez que é um êxtase da alma, do coração e não do corpo. É um êxtase do ser, aquele que verdadeiramente somos.

  Podemos também chamar samadhi de “Éden”, que é uma palavra hebraica que significa felicidade. Na Bíblia, Adão representa o estado primordial, o puro estado de consciência feliz e contente, capaz de ver o divino. Através do desejo esse estado foi perdido. Alcançamos o samadhi – a volta ao Éden – através de Sila.

SILA: ÉTICA

  Estes três termos, sila, samadhi e prajna são os três principais treinos do budismo. Sila são éticas. A razão de nossa mente estar no estado em que está, do por que sofremos, é devido ao nosso comportamento. Sila, éticas, é como mudamos isso. Samadhi é o resultado. De samadhi podemos alcançar prajna, a sabedoria.

  Se realmente desejarmos experienciar o êxtase da alma, para realmente sabermos o que seja a meditação como um estado de consciência, isso é possível. Eden, samadhi, êxtase é o estado natural de consciência. Se ainda não experienciamos isso se deve ao nosso comportamento evitar que aconteça.

  A raiva é um simples exemplo. Quando ficamos com raiva, todo o processo de percepção é filtrado por aquela raiva. Tudo o que vemos, ouvimos, pensamos e sentimos permanece ditado pela raiva. A raiva é um fator condicionante; ela causa sofrimento. Sofremos e então queremos que outros também sofram. Isso é uma falta de consciência, é um estado de condicionamento que causa dor. Mas quando no estado de samadhi isso é impossível, como é impossível na sabedoria, em prajna. Se estivermos condicionados pela raiva não conseguiremos enxergar a realidade. É idêntica verdade em relação a todas as outras qualidades que detemos em abundância: orgulho, inveja, medo, luxúria, gula, avareza, etc. Todos temos tudo isso, muito disso.

  Ao aprendermos a observar fatos em nosso comportamento, começando a dissecar aqueles mais nocivos, adotando novas e benéficas atitudes, conseguiremos mudar nossa imperfeita situação. Podemos dar a volta. Portanto, éticas é o portal para a meditação.

  Sila significa “tendência, hábito, costume, modo de vida ou atitude, formato, uso comum, virtude ou prática”.

  Há muitos modos de interpretar sila. Não usamos aqui a palavra moralidade, como muitas pessoas a traduzem. Moralidade é completamente subjetiva. O que seja moral num país possa ser imoral noutro. O que seja moral nessa cultura possa ser imoral noutra cultura. O que as pessoas nesse grupo por aqui considerem moral, para nós pode ser imoral. Portanto, moralidade e imoralidade são completamente subjetivas e não tem nada a ver com as leis da natureza.

  Éticas, por outro lado, são objetivas; são universais. Violência é nociva. Raiva é nociva. Isso é universal. Egoísmo é nocivo. Isso é universal. Então é a isso que significamos por éticas.

COMO INICIAR O CAMINHO DA MEDITAÇÃO

  Sila é sobre o aprendizado acerca de nossas tendências, hábitos, modo de vida, reconhecimento daquilo que nos causa sofrimentos pessoais e a outros e o começo de mudanças. É assim que aprendemos como começar a meditar. 

  A primeira coisa a se fazer é começar nos observando durante todo o tempo, e sermos honestos conosco próprios sobre o que vemos em nós.

  Ao mesmo tempo também começamos a usar técnicas de nos aquietarmos, relaxar e concentrar. A seguinte figura nos provê com um mapa que nos guia em nossos esforços a fim de aprendermos como nos concentrarmos. Isso nos serve para práticas preliminares de concentração. Por todo o curso o estudaremos.
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Figura 4
Get a poster of The Stages of Meditative Concentration. (Obtenha um pôster sobre os estágios da concentração meditativa)

  Esta pintura encontra-se visível nos monastérios budistas tibetanos por todo o mundo. Todos os praticantes do budismo tibetano aprendem deste mapa. Está desenhado sobre a visão do processo de aprendizado no sentido de acalmar, relaxar, concentrar e ter serenidade.

EXISTEM NOVE ESTÁGIOS FUNDAMENTAIS

  Ao início deste caminho, bem embaixo à direita, vemos um monge perseguindo um elefante que está sendo montado por um macaco. Esta cena representa o estado psicológico de um iniciante. Os animais representam nossa mente que se encontra fora de controle correndo atrás dos desejos.

  O elefante representa o peso e a lerdeza de nossa mente, O macaco representa a inconstância e a veleidade da mente que nunca se aquieta e está sempre pulando de uma distração a outra durante todo o tempo. Observem seus pensamentos: podem pará-los? Aprendendo como meditar, aprendemos como ter uma mente que esteja vazia de pensamentos. Então, haverá serenidade, paz e belo contentamento.

  Se encararmos com seriedade sobre realizar mudança em nossa vida teremos de perseguir o elefante e o macaco e pegá-los. É isso que fazemos através de nossas práticas preliminares.
 
EXERCÍCIOS

  Aprendam como observar-se. Para aprender a auto-observância, estudem O Tratado da Psicologia Revolucionária (The Treatise of Revolutionary Psychology.)


Fonte:https://gnosticteachings.org/download/meditation-essentials-course/530-meditation-essentials-01-basis-of-meditation-pdf.html

Tradução Inglês / Português: Rayom Ra

                                                         Rayom Ra                                                                                                        http://arcadeouro.blogspot.com.br