A mitologia grega nos diz sobre muitos deuses
e deusas. Na tradição gnóstica, sabemos que os deuses e deusas são simbólicos e
representam forças e inteligências operantes na natureza. Todos esses mitos
codificam verdades simbólicas. Há, verdadeiramente, deuses e deusas, porém, ao
mesmo tempo, representam alguma coisa dentro de nós.
A
DEUSA, A MÃE DIVINA NATUREZA
Nos mistérios gregos, Gaia ou Gaea é um dos
nomes da Mãe Divina, Gaia é a Mãe Natureza, ou o Planeta Terra. Esse símbolo
detém um significado espiritual profundo, com muitos níveis no seu
entendimento. Gaia não representa meramente o literal planeta físico. Gaia
representa forças da natureza: leis e inteligências que funcionam em cada nível
do cosmos.
Para aqueles como nós que temos um sério
interesse no desenvolvimento espiritual, esse símbolo manifesta uma importância
em particular, uma vez que Gaia é aquela que nos cuida, ajuda-nos, guia-nos e
nos provê com tudo o que necessitamos a fim de alcançarmos nosso objetivo do
desenvolvimento espiritual. Gaia é nossa Mãe Divina.
Infelizmente, a humanidade esqueceu-se de sua
Mãe. Nessa tão falada era moderna tem-se uma visão comum de que somos
auto-criados. Temos agora a característica em nossa cultura de nos sentirmos
“acima da natureza”, para além dela. Vivemos o nosso cotidiano como não
necessitássemos da natureza. De algum modo, chegamos a esse ponto de nossa
história, de nossa civilização em que ignoramos a natureza. Em verdade, nossa
tendência é evita-la.
Ao observamos nossa existência diária,
podemos verificar que o gênero humano deste planeta distancia-se fortemente de
sua Mãe. Ao vermos o tão chamado avanço civilizatório com o tão chamado avanço
tecnológico, e mais caminhemos pensando aumentar esse suposto avanço, tanto
mais nos distanciamos de nossa Mãe.
Hoje em dia é-nos raro tocarmos o solo, a
terra, estarmos conscientes do ar que respiramos. Na atualidade, estamos cercados
durante todo o tempo por coisas sintéticas. Nunca tocamos a natureza. O que
usamos, a roupa que vestimos, no que nos sentamos – tudo está manufaturado por
fábricas. Quando de fato tocamos a terra, o solo, as plantas, a grama?
Por todo o planeta, em todos os países, a
humanidade crescente não pode mais sobreviver na natureza como nós pudemos.
Atualmente, para aquilo que entendemos de um ser humano conseguir existir, ele não
pode mais cultivar, nutrir a terra, criar animais e viver. Nesse momento, está
cada vez mais ampla a impossibilidade de nos integrarmos e sobrevivermos com a
natureza. A sociedade e as crescentes complicações da vida estão tornando aquelas
coisas impossíveis para a sobrevivência. Nesse contexto, para os seres humanos
manterem-se e às suas famílias, eles precisam abandonar a natureza e irem viver
nas cidades. Eis porque pelo planeta inteiro as cidades estão se expandindo e o
expandimento da natureza vem diminuindo pela falta de pessoas. As cidades
menores, as áreas rurais, as populações estão rapidamente esvaziando, morrendo.
Nas cidades, as populações estão crescendo e qualquer superfície está sendo coberta
com concreto, metal ou vidro – coisas duras, sintéticas, manufaturadas. Nós não
tocamos a terra. As pessoas da cidade ficam, assim, com medo de andarem na
terra, de sentarem-se na grama; temem às águas de lagos, rios ou oceanos.
Vestimos-nos com coisas sintéticas. Viajamos
sempre em carros e gastamos nosso tempo em lojas de shoppings e escritórios com
nada vivo em torno de nós, envoltos e vestidos por coisas mortas. Nossos lares
estão cheios de coisas mortas – plásticos e metais, química sintética. Pensamos
que isso é progresso; pensamos que é normal, mas as consequências de todas
essas coisas estão se tornando visíveis por toda a parte.
Gaia, a Deusa Mãe, representa as forças da
natureza que dão crescimento a toda vida. Tudo o que esteja vivo vem Dela. Nos
antigos hinos orfeicos, encontramos um muito belo escrito para Gaia. O hino tem
cerca de 2300 anos.
“Ó,
Mãe Gaia, manancial dos Deuses e homens, dotada com a fertilidade, e com todas
as forças destrutivas: Toda-Mãe, delimitadora, cujos poderes prolíficos
produzem quantidades de frutas e flores”.
“Veladora da Imensa variedade, imortal e poderosa suporte do mundo;
eterna, abençoada, coroada de toda a graça; de quem, do grande útero, as
intermináveis raízes, os frutos de muitos formatos amadurecem e plenos de
júbilo abastecem”.
“Profunda, amada, doadora de terras gramíneas, de doces odores e com
chuvas fartas”.
“Toda-Deusa
em flores, centro do mundo, que em redor de teu orbe as belas estrelas se
arremetem em rápidos mergulhos; eterna e divina, cujas formas com incomparável
ciência e sabedoria reluzem”.
“Vem, abençoada Deusa, ouve minhas preces e torna sempre mais frutuoso
teu constante cuidado; com estações férteis em tua permanente proximidade e,
com propiciosa mente, ouve teus suplicantes”. – Hino Órfico 26 para Ge, C3rd B.C. para
2º. A.D.
Gaia representa a natureza – não uma pessoa.
Mas a natureza no seu todo. Então vemos que natureza é inteligência. A natureza
não é estúpida, A natureza é extremamente complicada, muito bela e
terrificante. A natureza é a força que está além da nossa compreensão. Do maior
orgulho que tenhamos de nossa civilização e realizações, mal conhecemos a
natureza. Sequer sabemos da natureza de nossos corpos. Mal entendemos o que
significa estarmos vivos.
Logo na primeira seção daquele escrito é dito
que Gaia é o manancial dos homens e deuses. Assim é por que todas as coisas
viventes em todos os níveis da natureza vêm da Mãe Divina, sem exceção – mesmo
os Deuses. Cada criatura vivente, desde a menor partícula até ao grande
universo, é tudo meramente uma parte de seu corpo. Essa é a questão que devemos
abranger: a incrível complexidade da Mãe Divina.
Falamos de Gaia como o planeta Terra e isso é
verdade e relevante. Mas Gaia é também, Prakriti, o útero do espaço. É a sua
própria existência. A Mãe Divina é matéria, energia. De fato, seu nome em latim
é Mater, de onde provém a palavra matéria.
A mais antiga palavra em quase todas as línguas é também a primeira
palavra que dizemos quando somos crianças: Ma. Em línguas ao redor do mundo, as
crianças chamam suas mães de Ma ou Ama. Isso é Mater, Mãe, Maria, Ma. Nas
culturas asiáticas: e Índia, China ou Tibet, Ma é Amma. Então, esta palavra é
universal.
A Mãe é a presença dessa força criativa divina
em todas as coisas. Na exata medida em que temos uma mãe humanoide física, o
planeta é nossa mãe; o sistema solar é nossa mãe; esta galáxia é nossa mãe; o
universo é nossa mãe. A Mãe, a Mãe Cósmica, detém muitos níveis. Além do mais,
em sendo, provavelmente, da maior importância, temos nossa própria Mãe Divina
individual. Dentro de nós está uma confluência de forças da natureza, uma
condensação da Mãe Cósmica, relacionada com nosso raio específico. Em outras
palavras: é nosso mais profundo íntimo Ser, como Deusa. Ela é nossa Mãe, nossa
pessoal Gaia, Ela é aquela que de vida para vida, e para vida, e para vida, por
incontáveis eras, nos tem dado vida – não somente nessa forma humanoide, porém
em cada forma que tenhamos tido. Temos uma Mãe Divina que é a mesma pela
eternidade. Ainda assim, quem dentre nós lembra da sua face? Sabe Seu nome?
Aspirou Seu perfume? Ouviu Seu riso? Escutou Seu choro? Todos nós a temos, mas
a esquecemos por que estamos com nossas consciências adormecidas.
Nossa pessoal e individual Mãe Divina é um
aspecto particularizado da Mãe Cósmica, do mesmo modo que nosso raio, nosso
mais profundo Ser é um aspecto particularizado do Ser Cósmico. A gota d’água é
nada mais que parte do oceano. Da mesma forma, nosso Ser, nossa Mãe Divina, é
uma porção do aspecto universal. Existe uma relação. Há unidade e
multiplicidade. Há identidade e o aspecto em comum. Necessitamos compreender
essas distinções, para então não ficarmos confusos.
DIMENSÕES
DA NATUREZA
Eras atrás, quando a vida se particularizava
neste planeta que chamamos Terra, Gaia, a Mãe Divina – Ela organizou a natureza
em seu útero – e este planeta nasceu. Este planeta é também uma Mãe Divina,
nascido de sua própria Mãe. Nele, encontramos vida abundante, gigantescos
complexos muito além de nossa compreensão, com muitos, muitos níveis de vida –
não somente níveis físicos, porém níveis multidimensionais. Tudo desta
existência é um vasto sistema que está altamente organizado. Possui um objetivo
específico e meta, sobre o que não temos ideia. Nós chegamos ao estágio de
nossa civilização em que achamos que a natureza existe unicamente para nos
brindar; que a natureza é exatamente nossa caixa de areia para que a utilizemos
e a destruamos a nossa vontade. Reincidentemente, a evidência disso está em todas
as partes. Mas, verdadeiramente, a natureza tem um propósito, uma função, assim
como cada criatura que vive nela. Tudo se encontra organizado, porém para além
de nossa visão, de nosso olhar.
O aspecto físico da Terra é somente um dos
aspectos. O que vemos no aspecto físico é a terceira dimensão. O aspecto físico
é o mais novo. O planeta físico que existe na terceira dimensão não tinha
aparecido aqui por um tempo imenso, comparativamente ao tempo cósmico. Ele é
relativamente novo e isso significa milhões de anos para vocês e para mim, o
que nos parece um longo tempo, que, no entanto, na escala temporal de nossa Mãe
Divina não é muito.
Antes que o planeta estivesse na terceira
dimensão, estava na quarta, na quinta, na sexta e além, sucessivamente. Ao
estudarmos a Árvore da Vida, a Cabala, vemos que as sefirotes descem numa
escala de crescente densidade. Aquelas sefirotes se demonstram em como a
energia desce e se cristaliza em matéria, gradualmente se tornando mais densa.
Do mesmo modo, assim como a energia desce do útero da Mãe Divina, torna-se cada
vez mais densa e cada vez mais complexa.
Em eras passadas, esta Terra encontrava-se
somente na quinta dimensão; não sendo ainda física. Então, movia-se pela quarta
dimensão (etérea), chamada Éden. Do Éden cristalizou-se em mundo físico. Isso
está acima de impensáveis medidas de tempo – medidas essas que mal podemos
compreender.
A cristalização da matéria e energia serviu
toda como um veículo de canalização de forças. Ao estudarmos como a energia
desce da Árvore da Vida, através da multidimensionalidade, vemos que o
procedimento é de tal forma que o raio descendente da consciência pode
conhecer-se. Esse raio desce em graus maiores de complexidade e cada vez mais vem
manobrando com leis complicadas, e desse modo obtém sabedoria. Então, tendo
alcançado aquele limite, ele volta para cima mais sábio – desenvolvido – tendo
realizado alguma coisa.
O objetivo dessa descida e subida é de que
aquela primordial e virginal centelha de consciência, que emerge de Ain Soph –
o Absoluto, ou o Prakriti – desça para a natureza a fim de aperfeiçoar-se e se
torne um anjo, um deus. Isso significa que aquele raio de luz desce lá de cima
para o abismo; nasce como um deus e cresce de volta. Esse é o drama universal em
todas as religiões. Essa é a história do Natal, de Cristo, Baldur, Odin, Héracles,
Apollo. Todos os grandes deuses em seus únicos objetivos representam esse mito:
em como uma centelha da consciência desce dentro de uma célula, de um embrião:
nasce, morre, ressuscita, ascende e se transforma em um novo sol, em uma nova
estrela, em um novo universo, segundo o seu nível.
É dessa maneira que os
vemos na natureza; são ondas e ondas em centelhas de luzes que emergem do
Absoluto, como de um grande oceano. Aquelas ondas saindo do útero da Mãe Divina,
ondas de vida irrompendo espontaneamente do corpo cósmico de Gaia. Aquelas
vidas-faíscas logo se cristalizam em matéria física para emergirem como
minerais.
Os cientistas não admitiram ainda que há vida
fora deste planeta, mas admitiram minerais. Eles não chegaram a uma síntese das
diferentes avenidas de suas modernas ciências: a quântica e a física. Cientistas
físicos, ou astrofísicos, que estudam planetas extraterrestres e corpos
cósmicos, admitem prontamente que há abundância de vida mineral no universo, o
que é fato, o universo pulula com isso – pois existem minerais com todos os
tipos de elementos por toda parte. Entretanto, esses físicos materialistas, ou
cientistas, não entenderam ainda o que a física quântica revela e o que os
físicos espirituais vêm dizendo por séculos, ou seja, que toda partícula é
viva. Toda partícula tem vida. Cada coisa existente tem matéria, energia e
consciência – todas as coisas em seus níveis.
REINOS
DA NATUREZA
Todos os minerais
através do espaço têm em seu interior uma centelha de substância viva. Não é a
mesma substância como de uma planta, de um animal ou de um ser humano, mas é
mesmo assim um fogo que dá energia, poder, àquele elemento. Aquela energia no
interior de qualquer elemento é força vital; é consciência em cada simples
partícula.
Bem, se olharmos para o nosso planeta, a nós
parecerá muito grande, uma massa gigantesca, e a maior parte dele são minerais.
Unicamente, um pedaço muito estreito da sua superfície tem outros tipos de vida.
Todos aqueles minerais são formas de vida expelidas da Mãe Cósmica, estando a
desenvolverem-se em hierarquias ou modelos organizados. Agora, entendamos isso:
o elemento físico é exatamente uma concha. Ferro, enxofre, qualquer tipo de
rocha, qualquer tipo de cristal, ouro, prata, todos os metais, são precisamente
conchas através das quais a consciência entra e sai, assim como nós. Nossos
corpos nascem e morrem. Minerais nascem e morrem, porém numa escala de tempo
diferente da nossa – bem diferente.
Minerais são vidas. Hospedam a consciência de
almas muito jovens: elas são extremamente simples, sem mentes como imaginamos
ser a mente. Em tempos recuados, há muito tempo, quando a humanidade não era
tão densa, podíamos vê-los. Nós os chamávamos anões, gnomos, pigmeus, duendes –
diferentes nomes para essas pequenas criaturas que habitavam certos tipos de
elementos.
Pouco a pouco, ao longo de muitas e muitas
eras, de muitos estágios do desenvolvimento, aquelas almas aprenderam.
Cresceram: se desenvolveram; avançaram – não estamos nos referindo ao corpo, o
elemento material, mas à alma, a consciência, a energia que está naquele corpo.
Pouco a pouco elas avançaram. Eis porque há hierarquias nos metais.
Muitos elementos que já começamos a mapear na
ciência, dos mais simples aos mais pesados, representam a escala pela qual
aquelas centelhas de consciência estão se elevando e as suas inteligências. Os
metais mais valiosos – em termos de valores naturais – são aqueles que estão
mais avançados. Um diamante, por exemplo, é relativamente raro, mas é um
mineral avançado. O ouro, do mesmo modo; a prata. Há diferentes metais,
diferentes elementos que representam uma ascensão através das hierarquias
daquele nível da natureza. Eles têm poder, têm energia e é por isso que os
colhemos e os usamos – devido à energia que está dentro deles.
Certos elementos têm mais energia que outros.
Sabemos disso. Na verdade, não podemos viver sem eles. Bebemos água, nos
alimentamos a fim de obtermos aqueles minerais, os elementos para nossos corpos.
Essa é a base da vida. Eis porque os minerais, a terra, é chamada de o corpo da
Mãe. O leite que nos nutre vem dela – a Mãe do leite. São os oceanos. São os
gases. São todos os elementos na natureza que sustentam nossa real existência.
Todos esses elementos, todos esses átomos, são vidas. Eles estão vivos. Ainda
assim nós os tratamos como se fossem nada. Essa é a demonstração de nossa
profunda ignorância. Vemos nossos antigos ancestrais e alguns nativos modernos,
lembrando ainda que a Terra é sagrada. A Terra é nossa Mãe; a Terra devia ser
tratada com respeito. Nós não temos o direito de pilhar nossa Mãe. Sim, fazemos
isso.
Todos nós testemunhamos o que aconteceu no
Golfo do México: um terrível crime contra o planeta. O que é a extração do
óleo? É sugar do planeta seu sangue de vida. O sangue é óleo. Perfuramos um
buraco no corpo da Terra e a Terra está sangrando. Por que fizemos isso? Nós
gostamos de culpar as grandes corporações e governos por isso, mas a única
razão deles terem feito isso foi porque queremos dirigir nossos carros,
queremos comprar mais plásticos, e queremos coisas que o óleo faz; até mesmo
nossas roupas dependem da produção de óleo. Então, a violação e poluição da
Terra é nossa culpa. As companhias e os governos estão somente fazendo isso por
que os estamos pagando para que façam. Nós, como uma humanidade, estamos
pilhando a Terra, Não “eles”, não “aquelas outras pessoas”; somos nós.
Necessitamos absorver isso seriamente e reconhecer esses fatos.
Todos os minerais do planeta contêm a
essência da Mãe Divina, a força vital. Nessa força vital, vemos a evolução das
conscientes centelhas movendo-se através dos reinos de todos os diferentes
tipos de minerais. Quando qualquer essência, uma consciência, aquela centelha
de inteligência, obtém suficiente conhecimento naquele reino, é-lhe dada o
direito da graduação, de ser iniciada em um novo reino: o reino vegetal.
O que emerge do solo? Uma vida superior, mais
complexa, uma vida que necessita daquele solo, os minerais para sustentarem-se,
porém ela continua edificando algo ainda maior. Plantas são superiores aos
minerais, mas dependem dos minerais. A essência espiritual em uma planta
encontra-se mais evoluída do que aquela em um mineral.
Não há tantas plantas quanto há minerais. Não
há muitas almas que sejam avançadas naquele nível. Entretanto, há muita
quantidade de plantas e formas de vida que pertencem ao reino vegetal. Plantas
são corpos físicos que armazenam centelhas de consciência que são mais
avançadas que minerais. Aquelas centelhas de consciência usam seus corpos físicos
em forma de plantas para obterem os minerais e os transformá-los em seus
corpos. Vemos assim que as plantas, em seu próprio reino, obtêm os minerais da
água, do ar, do solo, e os transformam. Elas criam nova e bela vida.
Subsequentemente, as almas de plantas que se
desenvolvem graduam-se alcançando o reino animal. Há, com certeza, menos
animais do que plantas. Os animais dependem das plantas para viverem. Existem
muitos níveis de animais – muitos reinos, muitas hierarquias dentro desse
reino.
Então, conseguem ver um vasto triângulo
crescendo aqui? A fundação é toda ela, os minerais. O nível seguinte, mais
elevado, embora menor, é as plantas. O próximo nível, ainda menor, é os
animais. Entretanto, todos os níveis são interagentes. Eles necessitam uns dos
outros, sustentam-se mutuamente – uns não podem viver sem os outros. Os
minerais são transformados pelas plantas para virem criar os corpos destas. As
plantas são transformadas pelos animais para virem criar os corpos destes.
Podemos ver um vasto e belo ciclo que é perfeitamente equilibrado – bem, pelo
menos costumava ser. Seguindo então, aquelas almas animais que por milhões de
anos evoluíram através de corpos animais, chegando ao ápice deste reino,
graduaram-se alcançando o reino humanoide. Esses somos nós.
Somos meramente animais que entraram em um
novo nível, no qual podemos nos desenvolver mais. O problema é que ignoramos
isso, e ao invés, estamos nos tornando piores que os animais. Em vez de avanço,
estamos degenerando, e ao longo de nossa caminhada estamos destruindo tudo a
nossa volta. A harmonia, a interdependência, o belo relacionamento entre os
três reinos menores está se acabando. Nós do reino humanoide não respeitamos os
irmãos e irmãs mais jovens. Por causa da escravização pelo desejo e por conta
de nossa profunda ignorância sobre os efeitos de nossas ações, os destruímos.
Nós os esmagamos, os torturamos, abusamos deles, os violentamos. Nós os estamos
exterminando, os poluindo. Estamos acabando com a vida por toda a parte do
planeta. Em toda área concebível de nossa existência, neste planeta, estamos
destruindo a vida. Em nenhum lugar estamos melhorando isso, em qualquer nível.
Desejaria, honestamente, que isso não fosse verdade. Gostaria de poder dizer:
“encontrei um lugar onde estamos fazendo algo de bom a fim de ajudar a
natureza”. Mas não vejo isso. Espero que alguém possa encontrar um lugar assim
e me venha dizer.
Estamos matando os oceanos e espalhando nossa
doença a cada esquina do mundo. Estamos poluindo cada nível dos reinos
inferiores. Estamos mudando geneticamente todos os animais, os exterminando.
Muitos já se foram, muitos mais estão ao ponto de desaparecerem. Aqueles que
restam se tornaram monstros.
No reino vegetal é a
mesma história. Hoje em dia, em muitos países, um fazendeiro não pode criar o
que ele queira. Ele tem de pedir permissão de uma corporação ou de um governo.
Na atualidade, nenhum de nós pode sustentar-se sozinho pela produção de sua
fazenda, por que criaram uma situação tal que nos impossibilita. É impossível,
morreríamos de fome.
Estamos violentando e destruindo o reino
mineral. Todas as erosões, as mudanças do solo, os furacões, os tornados, os
tsunamis, os terremotos – tudo isso é o resultado do que estamos fazendo com a
Terra. Os cientistas ainda não admitem isso. Ainda não entenderam isso, mas
entenderão.
Tudo o que está acontecendo neste planeta se
encontra associado. Nenhum elemento está isolado de outro. Os humanoides
precisam dos três reinos inferiores. Por isso, os humanoides deveriam guia-los.
Quando estudamos as antigas escrituras, ouvimos sempre que Adão foi criado por
Iod-Havah, tomando o comando, dando nomes e organizando os animais e plantas, a
fim de protegê-los, de guia-los, ajuda-los, por que Adão representa naquele
contexto o nível mais avançado da natureza mecânica – o organismo humano. Não
há mais corpo físico sofisticado no planeta, nem mais corpo incompreendido.
O CORPO
HUMANO
O organismo
físico em que cada um de nós está assentado nesse exato instante é o avanço
tecnológico mais fantástico na história deste planeta. Não é o iPad, é o nosso
corpo.
O corpo físico é uma máquina inacreditável.
Ainda assim não somos nós. Aquilo que chamamos “você” é nossa alma, nossa
Essência, que vem se desenvolvendo através desses reinos, por milênios. Cada um
de nós foi um animal, uma planta, um mineral. E nos perguntamos: “como acontece
de eu não poder me lembrar?”. Não podemos nem mesmo nos lembrar de nossos
sonhos da noite passada. Nem mesmo do que estivemos fazendo na semana passada,
ou onde estivemos no mês passado. Não podemos nos lembrar de nossa infância.
Conseguimos nos lembrar do que aconteceu antes disso?
Mas podemos nos lembrar se despertarmos nossas
consciências, se trabalharmos com as técnicas de restauração daquelas memórias
– por que as memórias estão lá em nossas almas. Assim foi como Buda Shakyamuni
relatou a Jãtaka Tale centenas de histórias sobre suas prévias existências,
como animais e plantas. E ele não foi o único a relatar aquelas histórias. Isso
não aconteceu unicamente com ele. Acontece com todas as almas. É como a
natureza funciona. Esse é um fato bem conhecido, de muitas tradições, chamado
Transmigração, dentre outros nomes.
Contudo, as essências evoluem até o reino
humanoide e recebem corpos como os nossos. Porém, a alma, a mente, ficam ainda
animais; recebemos os corpos humanoides a fim de nos desenvolvermos para seres
humanos, mas infelizmente temos mantido mentes animais. Assim, todos esses comportamentos instintivos animais, os desejos e reações mecânicas automáticas
as tornamos mais fortes. Temos intelecto, é verdade. Porém, a vasta maioria do
resto que constitui nossa identidade é animal: raiva, luxúria, desejo, inveja,
ciúme, orgulho, cobiça, gula, matar ou ser morto. Isso nos define, Gostaríamos
de dizer algo mais, mas basta olharmos nossa civilização. O que está imperando?
É competir, conquistar, matar o outro cara para que ele não me mate antes. Incorporamos
essa ideia em todas as atividades da vida: em negócios, em religião. Esses não
são valores humanos, são valores animais.
Não obstante, o corpo humanoide é a mais
avançada máquina do planeta. Tem capacidades de que muito mal temos sonhado. E
assim é, pois quando observamos esses reinos vemos que, em cada nível, cada um
daqueles corpos de minerais é um útero, dentro do que almas emergem para
tornarem-se plantas. Os corpos de plantas, cada um, é um útero, dentro do que
almas emergem para tornarem-se animais. Aqueles corpos animais são, igualmente,
um útero de uma Mãe Cósmica, dentro do que almas se aperfeiçoam a fim de
avançarem para corpos humanoides. Por conseguinte, eis porque Samael Aun Weor
destaca: “a humanidade é um útero”. Mas o que virá de dentro daquele útero? A humanidade;
todos esses corpos físicos são conchas dentro das quais alguma coisa está
crescendo. Mas o que está crescendo em nós? Estamos nos comportando como anjos?
Estamos operando no planeta da forma como os anjos operariam? Do modo como
Mestres ou Deuses operariam? Estamos operando no planeta do modo como a Mãe
Cósmica nos requereria que operássemos? Os anjos, os deuses vivem de momento a
momento em suas existências a fim de satisfazerem os seus desejos? A fim de
alimentarem suas luxúrias, suas cobiças e suas invejas? De causarem temores aos
outros? De conquistarem, de roubarem, de se intoxicarem ou ficarem bêbados? Os
anjos realmente se comportam dessa maneira? Animais sim, mas não seres humanos
reais.
Um ser
humano real é um Mestre. Um ser humano real é aquele que obteve a mestria do
organismo humano, que a isso conquistou para o benefício de todos, não somente
dele. Um Mestre é um anjo, um Buda. Um Buda é aquele desperto, que tem a
consciência desperta, que conhece o seu íntimo, a sua Mãe Divina, conhece as
leis da natureza e sabe como comandá-las. Esse que é um Mestre.
Um Mestre não busca alimentar seu orgulho,
tornar-se um figurão, ser famoso, reconhecido, ganhar dinheiro, ter poder.
Essas coisas não atraem um Mestre. Um Mestre quer guiar outros; ajuda-los a
chegar onde ele está, a ter serenidade e paz, a estar em harmonia com as leis
da natureza, a avançar no todo, a trazer sua família para a luz. Tenhamos em
conta que todos esses reinos são nossos irmãos e irmãs. São a nossa família.
São as nossas mães, pais e crianças. Mas tratamos as plantas como se elas nem
mesmo existissem. Tratamos os animais como se eles não sentissem nada, como se
fossem unicamente carcaças que andam. Não entendemos que um animal, uma planta
e um mineral têm emoções, consciência. Eles percebem; sentem aos seus níveis. E
a distância entre nós e eles não é tão grande como arrogantemente acreditamos.
Então vejamos que o objetivo de tudo isso,
desse enorme complexo e vida sofisticada que está fluindo neste planeta neste
momento, tudo isso flui para cima, para dentro do reino humanoide, para dentro
de nós. Dependemos dos minerais, das plantas e dos animais. Sem eles pereceríamos. A questão é: o que realmente fazemos com aquelas energias e
forças? Para o que as estamos usando? Para dominarmos nossos vizinhos, matarmos
uns aos outros?
Todos amam louvar esta civilização, mas o que
ela constrói? Todos amam louvar os Estados Unidos e declarar que é o maior país
da história do mundo. Mas ninguém se dá conta de que os Estados Unidos foram
construídos sobre as mortes de milhões de nativos e sobre os ombros da
escravatura. Ninguém quer reconhecer que os países modernos por todo o mundo
são construídos sob a exploração e a corrupção. Qualquer um que tenha trabalhado
por temporada ou por um mínimo de ganho sabe da verdade disso. Isso não é vida.
Trabalhar e não ter nada não é vida. É estar na escravidão.
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