Esta interpretação esotérica revela aquilo que parece ser biográfico, geográfico ou histórico, mas constitui meramente o arcabouço para joias inestimáveis de verdades espirituais que se encontram ali interiorizadas.
[Evangelho de
Mateus]
“Tendo
Jesus nascido em Belém da Judeia, em dias do rei Herodes”.
Jesus personifica o candidato que está
buscando uma iniciação na escola esotérica situada e denominada como Belém.
Este nome exprime: “sustentação
espiritual”, que ali é estimulada conjuntamente aos primeiros degraus da
iniciação. Tal escola vinha existindo muitos séculos antes do nascimento de
Jesus.
Praticamente todos os nomes hebraicos
possuem um significado mais profundo do que aparenta, e escritores iluminados
das histórias da bíblia frequentemente os empregam no sentido de veicularem
certas ideias que permanecem ocultas, até que pesquisas desvelem os seus reais
significados. “Belém da Judéia” induz
ao significado de um santuário de ensinamentos místicos, cujo objetivo
principal era louvar e servir ao Senhor.
Herodes designa um regente terreno que é
de estreitos horizontes, invejoso e destrutivo; por conseguinte, impede o
desenvolvimento espiritual de muitas pessoas. Candidatos aos mistérios aprendem
a viver a vida interior e permanecem desapegados, muito embora, outros em
derredor, possam ser prisioneiros de um redemoinho de egoísmos, e se tornem
envoltos em questões de poder e posição a qualquer preço.
Nenhuma forma de paixão! É o primeiro
teste a que o noviço deve se submeter no sentido de provar sua perseverança e
lealdade aos ideais que deseja adotar em sua conduta de vida.
A intenção do primeiro capítulo deste
evangelho foi descrever o desenvolvimento da faculdade intuitiva, personificada
em Maria; José representa meramente o intelecto iluminado. O passo seguinte
para o grau de iniciação superior é trazer ao coração a qualidade do amor
universal na ativa expressão personificada por Jesus.
“Tendo
ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes”
Isto demonstra que o egoísmo do ego
inferior teme ser suplantado pelo ímpeto interior que descerra mais qualidades
altruístas.
“Herodes
tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles com precisão quanto ao
tempo em que a estrela aparecera”.
O profundo significado desta passagem é
que Herodes simboliza o materialismo mundano e deseja saber como e quando pode
desenvolver um estado de iluminação interior.
Certamente Herodes não compreende a
verdadeira natureza do princípio crístico; daí requerer dos magos buscar com o
mais escrupuloso cuidado e então retornar e explicar-lhe os detalhes
essenciais.
Agora a questão frequentemente tornada:
quem eram os magos? De acordo com as tradições crísticas antigas seus nomes
eram: Melchior, Kaspar e Baltazar.
Melchior é nome grego que significa: “rei da luz”, pois Melchi significa um
rei; Or ou Ur indica luz. Por conseguinte, ele foi citado como portador de luz,
mas também manifestando a qualidade do puro amor; consequentemente o
significado completo induzido para este nome é: “rei da luz e do amor”.
Kaspar é mais recôndito, pois sua origem
e propósito são traduzidos como: “depositário
sagrado e mensageiro dos deuses”, sendo relacionado a Hermes e designando: “personificação da sabedoria divina”.
Balthazar é ainda mais abstruso e
difícil definir. A primeira sílaba Bal, obviamente corresponde a Baal,
significando Senhor, ao passo que o restante da palavra significa: “riqueza espiritual de almas humanas”. Em
sentido místico implica em: “senhor do
poder e guardião da alma”.
Melchior foi, provavelmente, o
hierofante iniciador de Jesus, enquanto os seus dois companheiros atuaram como
padrinhos, tendo sido na Terra seus tutores. Dai as qualidades de Amor,
Sabedoria e Poder a Ele conferidos. O versículo 11 (Mt) afirma:
“Entrando
na casa, viram o menino com Maria, sua mãe”.
Neste drama espiritual os progressivos
estágios do desenvolvimento da alma são personificados como individualidades.
Dai que José, Maria e Jesus, representam sequenciais características de um
candidato à iniciação e personificam, respectivamente, o intelecto iluminado, a
intuição desperta e o coração amoroso.
O texto diz ainda: “Prostrando-se o adoraram”. Em significação antiga isto quer dizer “veneração que é digno ou possuindo a
qualidade do mérito, representativo de honra e respeito”. Estes são os
atributos requeridos que justificam a iniciação superior.
“E
abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra”
Estes são emblemas simbólicos, pois o
ouro representa sabedoria; incenso implica em devoção a Deus com amor impessoal
devotado à humanidade. Mirra, contudo, significa amargura, por conseguinte, foi
presenteada a Jesus num presságio de seu futuro sofrimento e agonia na
crucificação, pois é dito:
“Não
há Cristo sem cruz”.
Os presentes sugerem, também, estágios
de progresso espiritual aos quais ele estaria destinado a atingir. Como o
incenso deve ser consumido no sentido de liberar sua fragrância, assim o devoto
se rende em devoção a Deus e serviço não egoísta em favor do próximo.
Ouro é um símbolo do Sol e significa a
sabedoria de Cristo como o Mensageiro de Deus.
Mirra indica que a renúncia final do
ego, como indicado pela cruz, deve preceder à Ascensão e aquisição da
identidade com o Pai.
[The Drama of the Soul – Shabaz Britten
Best]
Rayom Ra
[Leia Rayom Ra (Rayom_Ra) on Scribd | Scribd em páginas on line ou em downloads completos ]
Rayom Ra
[Leia Rayom Ra (Rayom_Ra) on Scribd | Scribd em páginas on line ou em downloads completos ]
Nenhum comentário:
Postar um comentário