sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Além do Bem e do Mal

Poseidon

    Figura 01.

    "Se conseguirmos realizar dentro de nós a aniquilação da autoestima, do ressentimento, do ódio, da raiva, do orgulho, da vaidade, do orgulho místico, avançaremos grandemente a largos passos. O restante será fácil. Porém, realizar essas coisas é lutar contra nós próprios. Eis por que este caminho é difícil. E eis por que temos de fazê-lo a fim de conseguir entrar no Reino do Paraíso."

   O primeiro verso do livro do Gênesis diz: Barashyth Bera Elohim Ath Ha-Shamayim Ve-Ath Ha-Aretz-בראשית ברא אלהים את השמים ואת הארץ. Isto está traduzido como: No começo Deus criou os Céus e a Terra. Temos explicado em muitas palestras que, a fim de falarmos sobre o primeiro livro da Bíblia, precisamos aprender o hebreu básico. E por que? Porque aquele livro [e todo o pentateuco] foram escritos originalmente em hebreu e muito de seus significados foi perdido após traduzidos. E para obtermos o entendimento integral desses livros é necessário os lermos em sua língua original.

  O hebreu é uma língua derivada do aramaico e de muitas outras línguas semíticas. Quando estudamos o livro do Gênesis – chamado em hebreu Barashyth בראשית – encontramos naquelas palavra muitos significados. Barashyth בראשית é um anagrama que pode ser explicado de muitas maneiras. Temos falado muitas vezes em nossas palestras sobre esta palavra.

  Neste gráfico vocês podem ver que escrevemos a palavra Barashyth בראשית, mas desta vez, assim: Bar-Ash-yth (בר-אש-ית). Está escrita de modo a explicar um dos anagramas. Vocês podem aprender mais sobre isto na palestra anterior: A Região de Barbelo. Hoje, porém, devido a estarmos nos estudando é mais importante sabermos como aplicar este conhecimento em nós próprios. Precisamos entender como aquele livro - o livro do Gênesis - guia quem o compreende a fim de que aqueles consigam trilhar o caminho.

  A maioria das pessoas acha que o livro do Gênesis é um livro escrito por Moisés para explicar a origem do Universo, do planeta Terra ou o significado da criação. Isto é verdade, porém temos de compreender que aqueles livros de Moisés – chamados de o Pentateuco ou a Torah – são livros de Alquimia. E logo o primeiro livro da Bíblia, chamado בראשית Barashyth [Gênesis] é um livro 100% de Alquimia. Ninguém pode entender aquele livro se não for Alquimista. Qualquer outra pessoa, não sendo  Alquimista, ao ler aquele livro ficará confusa e negará as coisas ali escritas, uma vez que não as entenderá.

  Eis do porquê de estarmos sempre a explicar o Gênesis, pois assim aprenderão como aplica-lo em vocês próprios, física, psicológica e espiritualmente. Desse modo é possível chegar-se a um entendimento do que sejam o cristianismo e o judaísmo.

  Mestre Samael Aun Weor, assim estabelece em A Bíblia Gnóstica: A Pistis Sophia Desvelada: “A grande emanação de Barbelo, a morada da Luz, não pode nunca ser compreendida pela luz intelectual. A Luz Incriada é como distinta do intelecto como é a água do óleo.”

  A Luz nasce das Trevas e o Cosmos explode do Caos. Caos, Gaia e Eros – a Grande Trindade Grega – convida-nos a refletir.

  Existem dois Caos: um do Macrocosmos e outro do Microcosmos. O Caos do Microcosmos encontra-se em nossos órgãos sexuais. Estudemos o Caos do Microcósmos:

  No Caos da criação, os elementos, os princípios, as trevas e a luz confundem-se entremeados e sem a possibilidade de um reagir com o outro.”

  “Contudo, nunca nos proclamaremos contra Eros, Shiva, o Espírito Santo ou contra o Eros-Cupido, uma vez que sabemos muito bem que a chave de todo o poder encontra-se dentro dos mistérios tântricos do lingam-yoni.”

  “Somente nos proclamamos marcantemente contra o Eros subvertido ou ao Cúpido equivocado com a fornicação, o adultério e o abuso sexual.” – A Bíblia Gnóstica: A Pistis Sophia Desvelada.

  Segundo o que expusemos em muitas palestras, possuímos interiormente três cérebros. Temos nosso cérebro intelectual, nosso cérebro emocional e nosso cérebro motor-instintual-sexual. É assim como estão classificados. Porém, ao estudamos a Árvore da Vida, descobriremos que cada um daqueles três cérebros de que estamos tratando, está relacionado com um dos três triângulos da cabala.

  O cérebro intelectual está relacionado com Kether, Chokmah e Binah. Temos, assim, um átomo de Kether na raiz de nosso nariz; um átomo de Chokmah na glândula pituitária; e um átomo de Binah na glândula pineal. Eis como estamos espiritualmente constituídos. Ao tratarmos de átomos neste sentido não estamos nos referindo aos átomos físicos. Usamos aqui a palavra átomos como coisas pequenas, conforme empregada no grego antigo. Portanto, estamos aqui tratando de átomos espirituais. Todos temos isto intimamente; quer sejamos judeus, cristãos, muçulmanos, budistas..., não importa: é patrimônio do corpo humano.

  A última sefira [abaixo dos três triângulos] que podemos ver neste gráfico da Árvore da Vida é Malkuth, chamada o reino. O que é o reino? É a união de muitas forças. Obviamente naquele reino existe um rei e uma rainha que o controlam. Por isso, encontramos em Malkuth o reino mineral, o reino vegetal, o reino animal e o reino humano. Porém, quando nos remetemos a Malkuth [falando microcosmicamente], sempre significamos a fisicalidade. Nossa fisicalidade é também um reino. Eis por que nossa fisicalidade é considerada um organismo, pois está formada de muitos órgãos.

  Cada órgão está relacionado com certos sistemas que possuímos. Temos nosso sistema nervoso central relacionado com o cérebro e medula espinhal, com o sistema nervoso grande simpático, com o sistema nervoso parassimpático, com o sistema digestivo e com muitos outros sistemas estudados pela ciência oficial. E sabemos que cada sistema está inteligentemente relacionado com muitos outros sistemas neste reino, a que chamamos nossa fisicalidade.

  Por exemplo: o fígado auxilia com a digestão, mas está relacionado com muitas outras forças. O coração é o sistema circulatório, etc, etc. Então, é óbvio ver que estamos num reino de forças microscópicas que não as entendemos.

  Em reuniões anteriores, relatamos uma história sobre quando Mestre Samael dava uma palestra relativa a “Nosce Te Ipsum – homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e seus Deuses.” Um dos ouvintes daquela palestra arrogou-se: “eu me conheço!” O mestre respondeu: “se você se conhece a si mesmo pode me dizer quantos átomos se comprimem num simples fio de seu bigode?”  O homem não soube responder porque não sabia. O Mestre disse: “Se você não sabe quantos átomos existem num fio de seu bigode, como ousa afirmar que se conhece a si mesmo?”

  Se formos estudar cada órgão separadamente descobriremos que são formados por células. Cada célula tem a sua própria inteligência. Há células especiais em nosso cérebro; outras em nosso estômago e assim por diante; cada uma dessas células tem diferentes funções, diferentes tarefas especializadas a desempenhar. Existe inteligência ali; não como nossa inteligência, naturalmente, mas uma inteligência ali. Nossa tarefa é estarmos relacionados com aquela inteligência a fim de nos tornarmos habitantes do Éden. Um habitante do Éden que se encontre na quarta dimensão, detém controle sobre todos os seus sistemas; sobre todas as células de cada um de seus órgãos.

  Se formos investigar as células encontraremos que são formadas de moléculas. Estudando uma só molécula encontraremos que todas elas são formadas de átomos. Daí que, em síntese final, somos criaturas atômicas.

  Mestre Samael Aun Weor afirma que cada átomo é um ternário constituído de matéria, energia e consciência. Eis por que estamos aqui reunidos a fim de desenvolver conhecimentos sobre nossa pessoal individualidade, começando com o corpo físico e seus três cérebros. Colocamos que o corpo físico tem três cérebros e três sistemas, visto que é assim que a Árvore da Vida nos ensina. É muito interessante constatarmos como a Árvore da Vida nos mostra forças diferentes nos três cérebros a fim de estudarmos o nosso reino. Ao entrarmos neste caminho somos identificados como reis e rainhas de nossa natureza individual e particular. Se conquistarmos a nossa própria natureza individual e particular, conquistaremos então a natureza externa.

  Ao lermos a Bíblia literalmente, ali entendemos que o ser humano é chamado de um rei ou rainha da natureza; o que é verdade. Contudo, o problema é que cada indivíduo que lê aquilo entende-se como sendo um verdadeiro ser humano, um rei ou uma rainha da natureza. E eles demonstram isso matando as criaturas da natureza, o que é uma ironia, uma estupidez dos animais intelectuais. Quando Kilauea, no Hawai, entrava em erupção, ninguém dentre eles se atrevia capaz de controlá-lo.., então onde está o rei da natureza?

  Daí que, em verdade, somos simples humanoides, animais intelectuais tentando alcançar o nível humano a fim de controlar as forças da natureza. Porém, para chegar àquilo, precisamos antes controlar a nós próprios. É, precisamente, o que o livro do Gênesis nos ensina, ou seja: como nos tornar um ser humano verdadeiro. Naquele livro estão explicados, desde o início, os passos necessários para se chegar àquilo que é chamado Adão.

Barashyth

  Figura 02.

  A primeira palavra do livro do Gênesis, בראשית Barashyth, pode ser dividida em três partes: cada parte relacionada com os três cérebros. As duas primeiras letras, בר Beth-Resh, estão relacionadas com o primeiro triângulo; as segundas duas letras, אש Aleph-Shin, estão relacionadas com o segundo triângulo; e as terceiras duas letras, ית Iod-Tav, estão relacionadas com o terceiro triângulo. Esses pares de letras formam: Bar, Esh e It. Dividindo esta palavra exatamente em três sílabas, veremos como somos constituídos.

  Em linha então com esta explanação, podemos ver que a palavra בראשית Barashyth, começa com ב Beth. Muitos cabalistas estabelecem – ou se estribam em muitas e grandes razões – no porquê de בראשית Barashyth começar com a letra Beth, e não com Aleph, que é a primeira letra do alfabeto hebraico..., e de muitos outros alfabetos; A, Alpha, etc.

  A razão para isto é simples, pois quando conhecemos Alquimia sabemos que há três letras-mães na Cabala. Essas letras são Aleph, Shin e Mem. Aleph; a primeira letra, é formada por dois Iods e um Vav. Aleph é o símbolo do vento, do ar; o símbolo do Espírito. Assim é fácil concluir que se estamos vivos é por que estamos respirando. E se estamos falando-lhes é por que estamos inalando ar, vento, o Espírito. Então, por que o livro do Gênesis começa com Beth e não com Aleph? Porque a fim de pronunciar o “B” devemos primeiro inalar, inspirar.

  Necessitamos de ar em nossos pulmões a fim de falar. É dito que a letra Aleph não está presente no começo da palavra בראשית Barashyth, entretanto, para pronunciar aquela palavra, primeiro de tudo precisamos inspirar: Aleph está ali desde o princípio. Se quisermos continuar lendo, pronunciando as palavras da Bíblia, devemos nos manter respirando. Aleph está oculta em cada simples palavra da Bíblia, uma vez que simboliza o vento, o ar, o Espírito. Esta é então a razão da razão ou a razão do porquê da primeira palavra da Bíblia começar com ב Beth. Aleph א está ali, mas é silente: é a respiração.

  Briah בריאה, o mundo da criação começa em Daath, a garganta. A palavra para criação Briah בריאה em hebreu, começa com Beth. No livro do Gênesis, a palavra Briah בריאה é escrita Bera ברא com Beth-Resh-Aleph.

  Há uma Runa que praticamos: a Runa Bar. Na palavra, Bar, acham-se ocultas as primeiras letras da palavra Barashyth. Beth-Resh-Aleph; Bra ברא, criação. Criação começa com Beth, por que para criar necessitamos do alento de Deus, o Espírito. Motivo pelo qual a letra Beth está relacionada com o primeiro triângulo, uma vez que é na garganta onde tudo começa. Por isso, o livro de João ressalta: “No princípio era o verbo e o verbo estava com Deus e o verbo era Deus” [o Logos]. Motivo pelo qual Bar בר significa “filho” em Aramaico: o Logos; Filho é a palavra de nossa cabeça.

  Em nossa cabeça temos aqueles três átomos espirituais sobre os quais falamos anteriormente. Ao falarmos, tiramos de nossa cabeça, de nossa mente, o que tenhamos dela; então pronunciamos e criamos aquilo; esta é a beleza da linguagem.

  A segunda letra é ר Resh. Rosh ראש, em hebreu, significa cabeça. Óbvio, portanto, que tudo isto começa com nossa cabeça, com o Verbo. Vemos agora a importância de pronunciar mantras, a fim de ativar as três forças primárias em nosso cérebro.

  Entendendo isto, descobrimos que as segundas duas letras, אש Aleph-Shin, estão relacionadas com o segundo triângulo da Árvore da Vida. A letra Shin ש tem três Vavs ou noutras palavras, três segmentos, três luzes, relacionadas com o segundo triângulo: Chesed, Geburah e Tiphereth que são o nosso próprio, pessoal e individual Espírito. Falamos sobre o Espírito ou alento [respiração] de Deus (נשמת חיים Neshamoth Chaim), conforme relacionado com o primeiro triângulo, que entra através de nossas narinas quando respiramos – e isto está relacionado com o Cosmos.

  Porém, interiormente, temos o nosso próprio Espírito. Em sânscrito, aquele Espírito é chamado Atman. Então, o que fazemos neste ensinamento, em todas as práticas e exercícios é no sentido de desenvolver o nosso pessoal e particular Espírito [Chesed]. Aquele Espírito sempre tem uma Divina Alma e aquela Divina Alma na Cabala é chamada Geburah. Temos, pois, a Alma Espiritual [Geburah] e o Espírito [Chesed] no Paraíso. Aqui, na Terra, temos somente uma partícula de Tiphereth, a alma humana, que é o elemento humano daquela Mônada.

  No início desta palestra ressaltamos o nosso aspecto humanoide. Não somos humanos por que aquela alma humana não está desenvolvida em nós: é uma criança. Daí que crianças necessitam de cuidados para crescer. E esse é o objeto deste ensinamento, visto querermos crescer – falando espiritual e psicologicamente.

  Interessante de a palavra “psicologia” poder ser desdobrada deste modo: psique é uma palavra grega para significar alma; Logos é o Verbo. Então o verdadeiro psicologos – de psicologia – é aquela alma que trabalha com o Logos. Eis por que em nossas práticas invocamos as forças do Logos [o Theomertmalogos], a força Solar, para trabalhar em nossa psique.

  Aquela Tiphereth, aquela criança de quem somos portadores, tem um assento em nossa glândula pineal, mas também vibra em nosso coração. Eis por que encontramos uma relação entre intuição e ambos: o coração e a glândula pineal. A intuição no coração é o pressentimento, o instinto, etc. Contudo, na glândula pineal, a intuição se faz através de imagens. Frequentemente, vemos dessas imagens quando vamos dormir; nosso Deus Interno, através da glândula pineal, nos mostra muitas coisas necessárias para que saibamos. Mostra-nos por sua própria linguagem – a intuição. Temos de aprender aquela linguagem pelo estudo dos sonhos ou como desvendar qualquer outra mensagem que nosso individual e particular Deus nos transmita. Deus nos quer crescendo.

  Netuno [Poseidon] detém controle sobre a glândula pineal. Unicamente com a transmutação sexual que essa glândula dos Deuses é ativada. Ouranos controla as glândulas sexuais e Netuno controla a glândula pineal. Ouranos é Alquimia Sexual prática. Netuno é estudo esotérico. Primeiro, devemos estudar e então trabalhar no laboratório [de o Alquimista].” – Samael Aun Weor.

  Entre os Alquimistas é sabido que no início, quando começamos estudar religião, é como estar dando leite a um bebê – exato como uma mãe que dá o leite do peito para a criança. Aquele leite é conhecimento simples e básico: crença em Deus e obediência aos mandamentos ensinados por todas as religiões. Mas, verdadeiramente, aqueles mandamentos são bastante velados. E devido a esta natureza velada que os ateus riem e debocham, uma vez que também eles não conseguem alcançar o verdadeiro e implícito sentido dos mandamentos.

  Os adeptos de quaisquer religiões não as estudam propriamente, a menos que tenham um Alquimista, um iniciado para passar-lhes os ensinamento secretos de suas escrituras. Contudo, comumente encontramos grande número de muçulmanos, judeus, cristãos ou budistas meramente seguidores. Mas eles não conhecem, não estudam devidamente seus ensinamentos: preferem continuar como são, seguindo coisas que não as entendem. Aquelas pessoas são alimentadas com leite. Entretanto, quando as pessoas tentam crescer, como nós aqui a acompanhar a esta palestra, nos é dado o alimento sólido.

  Paulo de Tarso, um grande Rabi Gnóstico, declarou: “Eu os alimentei com leite, não com alimento sólido; visto que não estavam preparados para suportar aquilo, nem agora estão preparados.”

  Há muitas tradições que dizem não devermos misturar alimento sólido com leite, pois teremos problemas digestivos. A real razão de afirmarem isso é devido a que, mergulhando fundo no conhecimento, conforme aqui fazemos ao nos alimentar de coisas sólidas – de alimento sólido – precisaremos ter estômago forte. Pessoas há que ficam felizes com leite; isto está bem, ok. Se elas querem beber leite por toda a vida... também está ok. Porém, somente aqueles que querem comer alimentos sólidos é que são os que, [sem dúvida], adentram nesta doutrina.

  Eis por que encontramos a letra Shin [o Tridente], fogo, no segundo triângulo: o fogo está no alimento. Porém, é também verdade que encontramos o leite na área do tórax da mulher Temos de fazer uma escolha: nos alimentarmos com o leite ou com Esh [fogo], alimento sólido.

  Um bebê é alimentado pela mãe com o leite. Contudo, esse bebê, ao crescer, irá ter aquela imagem daquela mulher como sua esposa a fim de se alimentar daquela coisa sólida. É isto o que o segundo triângulo representa. Todas aquelas histórias e lendas da dama e o cavaleiro – Lancelot e Guinevere, com o Rei Arthur – são todos símbolos do segundo triângulo, de algo que temos de nos desempenhar intimamente, a fim de entrarmos no Esh [fogo].  Esh אש, Aleph-Shin, é como se escreve fogo em Hebreu. Podemos ver isto quando nos visualizarmos inspirando [אש, Aleph] e aquele ar vindo purificar o nosso sangue [אש, Aleph-Shin],fogo. Eis por que dizemos que o reino do Fillho é o fogo no coração.

  Assim, fogo, nele próprio, é a combinação de Aleph [ar] e Shin [fogo]. Porém, Jesus de Nazaré diz: “Meu pai [א Aleph] e eu [ש Shin] somos um אש [Esh].” É desse modo que vemos isso, alquimicamente.

  O terceiro par de letras é Iod-Tav, "ית It." – Mestre Samael Aun Weor em “As Três Montanhas,” menciona "ית It." como a sagrada 'IT' da crucificação”. Se conhecermos Cabala entenderemos que ele está se referindo às duas últimas letras de  בראשית Barashyth; ית Iod-Tav. A letra ת Tav, em tempos antigos, era representada como uma cruz. A letra Tav no hebreu moderno é escrita desse modo ת, tendo o seu próprio simbolismo.

  Ao observarmos a letra י Iod, vemo-la muito significativa. Isso é devido a י Iod ser a primeira letra do nome sagrado de Deus: יהוה Iod-Hei-Vav-Hei. Esta letra Iod está relacionada com Kether. Contudo, temos outro Iod encontrado em Yesod. Se retirarmos a letra Samech da palavra Yesod יסוד [Iod-Samech-Vav-Daleth], leremos a palavra, יוד Yod. Isso por que Yesod simboliza sexo.

  Yesod é a fundação da Grande Obra: Alquimia sexual. Motivo pelo qual a letra Tav é uma cruz. Aquela cruz é a mulher [a linha horizontal] unida ao homem [a linha vertical] no ato sexual. É o trabalho com os dois iod de seus cérebros. Eis o porquê da inter-relação entre essas forças – masculina e feminina, marido e esposa – ambos trabalhando em בראשית Barashyth.

  Nesse sentido, vemos que a palavra בראשית Barashyth, nela mesma, é feminina. Isso por que a letra Beth é uma letra feminina e a última letra, Tav, é também feminina. Quando, em Hebreu, quisermos pluralizar uma palavra no gênero feminino, terminamos a palavra com a letra Tav. Se quisermos pluralizar uma palavra no gênero masculino, terminamos a palavra com a letra Mem. Assim, se formos pluralizar a palavra Barashyth no sentido masculino, será בראשים Barashym. Daí que, esta palavra בראשית Barashyth, nos está mostrando a feminilidade do corpo físico, esotericamente falando, seja um macho ou uma fêmea.

  Aquela fisicalidade é o reino, Malkuth. O reinado de qualquer reino é sempre feminino, uma vez que é através da força feminina que nos multiplicamos. Esse é o motivo pelo qual, ao falarmos sobre os três cérebros – e como eles estão relacionados com a palavra Barashyth (בר-אש-ית) – constatarmos que dita palavra termina com a letra Tav, a cruz. Então, se quisermos obter aquela multiplicação que a palavra בראשית Barashyth implica, temos de nos desempenhar com o ato sexual.

  E Deus os abençoou, e lhes disse: sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar; sobre as aves dos céus, e sobre todo animal que rasteja sobre a terra.” – Gênesis 1:28

  Bem, se quisermos nos multiplicar fisicamente, sabemos muito bem que necessitamos entrar no ato sexual. Entretanto, não é disso que estamos aqui discutindo quando falamos sobre Alquimia sexual. A multiplicação a que nos referimos aqui é diferente. A multiplicação da palavra בראשית Barashyth – falando alquimicamente – é o que o livro do Gênesis direciona como [Rabbi רבו] Mestre. Então, mestria é sobre o que o Gênesis está tratando quando é dito: [פרו ורבו] crescei-vos e multiplicai-vos.

  Pergunte-se: se não estivesse escrito na Bíblia que seria necessário crescer e multiplicar-se fisicamente, as pessoas por si mesmas não fariam isso? Aquilo foi absurdo e incongruente. Claramente esta frase não está se referindo à multiplicação física. Qualquer animal entende instintivamente como multiplicar-se fisicamente: exatamente como nós animais intelectuais assim entendemos. Conforme disse o Rei Salomão:

  Disse ainda comigo: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus se prove, e eles vejam que são em si mesmos como os animais.

  Porque o que sucede aos filhos dos homens, sucede aos animais: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade.

  Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó, e ao pó tornarão.

  Quem sabe que o fôlego de vida dos filhos dos homens se dirige para cima e o dos animais para baixo, para a terra?

  Pelo que vi não haver coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, por que essa é a sua recompensa; quem o fará voltar para ver o que será depois dele? —Eclesiastes 3: 18-22

  Quando estudamos alquimicamente o livro do Gênesis, entendemos que ele nos está informando para que cresçamos espiritualmente. E quando desenvolvemos aqueles sentidos interiores ou frutos, os quais precisamos desenvolver, nós nos multiplicamos interiormente. É a isso que precisamos multiplicar a fim de nos tornar um ser humano verdadeiro.

  Em minha última palestra falei que Adão era um andrógino. Entretanto, no sentido de uma alma, ele era ainda um bebê, e para que crescesse e se multiplicasse precisaria não ser um andrógino. Pois é impossível crescer espiritualmente enquanto se permanece na androginia. Necessário então situar-se num confronto entre duas forças: a masculina e a feminina. Eis por que houve a necessidade da separação em dois sexos; tendo Eva saída de Adão.

  Porém, se Eva foi retirada de Adão, conforme consta, teria havido antes um Adão-Eva a possuir interiormente ambas as polaridades. O ponto nisso é que em tempos da Lemúria, quando existiam somente corpos andróginos [hermafroditas], os lemurianos sabiam das novas almas que vinham ascendendo do reino animal e forçosamente chegaria o tempo em que estariam prontas para entrar no reino humano, como crianças. E como crianças, espiritualmente falando, seriam humanoides. E para essas almas foram dadas então os seus respectivos corpos.

  Noutras palavras: quando houve a separação dos sexos, as mulheres lêmures passaram a ter bebês e naqueles bebês estavam encarnando a maioria das almas evoluídas do reino animal, a fim de que aprendessem como se tornar seres humanos. Essa é uma lei que tem de ser cumprida. Entretanto, aprender como se tornar um ser humano, recebendo um corpo humano é um presente vindo de Deus. Não obstante, sabemos do problema acontecido – conforme relatado na Bíblia – relativo ao fruto proibido, e unicamente para os animais intelectuais – os mammals intelectuais – foi dado este mandamento do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, que não deveria ser comido.

  E por que foi assim? Animais comem daquele fruto... Observemos, pois, que no reino dos animais, cavalos, cães, gatos, etc., fornicam [chegam ao orgasmo] – o que é normal neste reino. Porém, quando se quer entrar no reino humano há que aprender como crescer e multiplicar como um humano; há que aprender Alquimia e desejar que seu Chesed seja פרו frutuoso e um Rabi ורבו [Mestre] em בראשית Barashyth.

Assim, durante aqueles tempos da Lemúria, existiam grandes Mestres a ensinar essas coisas àquelas almas que estivessem ascendendo do reino animal e começassem a se tornar animais intelectuais, humanoides. Elas necessitavam desenvolver o intelecto. Assim foi como fizeram.

  Ensinamos isso aqui, mas infelizmente a humanidade recebeu todos os livros de Alquimia de Moisés; todos os livros de Alquimia e Cabala de Mestre Jesus, e todos os demais dos grandes profetas, tal como acontecido com Mohammed, que liberou o Quran que também é um trabalho de Alquimia e Cabala.

  Lamentavelmente, quase ninguém entendeu os ensinamentos, salvo por aqueles poucos da elite que já tinham começado o trabalho neles próprios e cresciam intimamente com o despertar de suas consciências. Assim [no início], foi somente permitido àqueles poucos conhecer os segredos dos ensinamentos, e assim [posteriormente, ainda que de modo restrito] os ensinamentos se espalharam. No presente, contudo, estamos passando este conhecimento livremente, uma vez que esta humanidade está chegando ao completo fim, a beira de ser varrida deste planeta.

  Os Mestres querem que todos nós conheçamos o modo como multiplicar interiormente os nossos arquétipos. Por isso estamos dando estas palestras. Multiplicação significa criar essas crianças dentro de nós – as crianças de Israel, a que chamamos Corpos Solares.

  O livro do Gênesis, quando ensina sobre a criação de nossa Terra expõe que, no início, בראשית Barashyth [o princípio] ברא criou [Bera] אלהים Elohim [Deuses e Deusas]. Estas são as três primeiras palavras do Gênesis: בראשית ברא אלהים Barashyth Bera Elohim. Barashyth [o Caos], noutras palavras: nossos três cérebros, tiveram de ser organizados a fim de criar. Mestre Samael Aun Weor, assim se expressa em A Bíblia Gnóstica: A Pistis Sophia Desvelada:

  Os Triplos Poderes, a Lei dos Três, as três forças primárias da Natureza e o Cosmos são indispensáveis a fim de criarmos e de novo criarmos.

  “As três forças são: Afirmação Sagrada, Negação Sagrada e Conciliação Sagrada; Pai, Filho e Espírito Santo; força positiva, força negativa e força neutra.

  Quando essas três forças fluem em diferentes direções, a criação não pode ser alcançada; “A fim de que uma nova criação emerja, essas três forças primárias devem conjugar-se num determinado ponto. [Aquele determinado ponto é o ato sexual].

  Os Triplos-Poderes e os Vinte e Quatro Invisíveis estão presentes no alvorecer de qualquer criação cósmica.

  “As forças positiva, negativa e neutra e o intensivo trabalho na Grande Obra [o Arcano 24], formam um único todo.”A Bíblia Gnóstica: A Pistis Sophia Desvelada.”

  No livro de Isaias está escrito:

WhoCreatedThese

  Figura 03.

  Levantai ao alto os vossos olhos e vede [מי ברא אלה Mi Bara Elah]. Quem criou [Elah אלה deusas] estas coisas? Aquele que faz sair [esses Eleh אלה de seu útero] o seu [צבאם Tzabaom] exército de estrelas, todas bem contadas, as quais ele [Adão, o cérebro, Gênesis 2:19] chama pelos seus nomes [שם Shem (Cain e Abel)]; por ser ele grande em força [און-ים ,אונים Aun-Yam, Mi מי, ao contrário] e forte [Ish איש] em poder, nenhuma só vem a faltar.” – Isaias 40:26

  Relacionado a este destaque de Isaias, Rabi Shimon Bar Yochai infere no Zohar:

Elohim

  Figura 04

  Num dia onde eu permanecia pelo litoral, Elias, o profeta, apareceu-me subitamente e me disse para ouvir o que אלה Elah [de אלהים Elohim] significava: esta palavra é uma palavra oculta que foi revelada e explicada num templo paradisíaco, como segue: quando O Mais Secreto desejou revelar-se, Ele primeiramente criou um ponto [a letra י Iod] e este se tornou um Pensamento Divino, no qual estavam as ideias e as formas de todas as coisas criadas, como também aquela sagrada e gloriosa luz [o Prâna] onde está o Sagrado dos Sagrados – uma estrutura de magnificentes e elevadas dimensões – ofício daquele Pensamento Divino e o começo ou a pedra fundamental desta oculta e dissimulada estrutura,  [Akasha ou Mem מ  de השם HaShem] de nome ainda inefável, conhecida somente como מי Mi [que em Hebreu significa “Quem”]; e desse modo, Quem [מי M] desejou se manifestar e ser chamado por um nome, adornado e coberto com [a letra Mem] uma preciosa e resplendente veste.

  Mi מי, portanto, criou [אלה Elah, a Deusa] que então se tornou uma parte do nome divino; pois אלה Eleh-Elah e מי Mi, juntaram-se e associaram-se, formando אלהים [Elahim ou Elohim], que é  composto de אלה Eleh [‘esses’ arquétipos e Elah, a Schekinah], e מי M invertida [Yam ים Mar] que existiram não anteriormente a esta conjunção.

  “Levante seus olhos ao alto. Para onde? Para o lugar onde todos os olhos se voltam. Lá está o [פתח עינים Petach Ainayim] ou o que abre os olhos. Lá você reconhecerá o misterioso Ancião [מי־ברא אלה Mi Bara Elah] ‘aquele que criou esses [arquétipos através de Elah אלה] que são o objeto da busca'. E quem é ele? É מי Mi [aquele Espírito Santo], chamado o cimo dos paraísos mais altos [na Glândula Pineal], onde todas as coisas existem por sua vontade, pois ele é o significado oculto e invisível ao qual todos buscam. Portanto, este é o misterioso Ser chamado Quem [מי Mi], e para além Dele busca-se em vão.

  A rotina [a genitália] a outra extremidade [de Ha'Mayim המיםas águas ou coluna cerebral e fluídos genitais] é outro Ser conhecido como Que! [Mah מה or Elah אלה, a deusa Schekinah].” – Zohar

Tantra

  Figura 05.

  Que conjunção é esta? A conjunção das três forças primárias; os três cérebros; os três triângulos da Árvore da Vida, de Adão e de Eva [Adão e Eva, que são Iod-Chavah], que estão juntos em בראשית Barashyth, no ser humano equilibrado praticante da Alquimia. Eis por que, após Barashyth, está escrito Bera Elohim. Quando tomamos as mesmas letras de ברא אלהים Bera Elohim [Beth-Resh-Aleph Aleph-Lamed-Hei-Iod-Mem] e as reagrupamos, temos a frase “מי ברא אלה Mi Bara Eleh,” que em hebreu significa: “Quem, criou estes.”

  Assim, Barashyth, através de מי Mi [Mem-Yod, o Terceiro Logos], ברא אלה Bara Eleh, criou estes; significando os arquétipos. Estes arquétipos estão dentro de בר Bar [o Filho, o Logos, o Verbo, את Ath] em Ouranos [Paraíso, Aleph א, o ar na cabeça e אש no tórax] e em GaiaTerra, o ית 'It', o Iod e Tav], na cruz, no cruzamento das genitais do macho e fêmea]: Barashyth Bera Elohim Ath HaShamayim VeAth HaAretz בראשית ברא אלהים את השמים את ואת הארץ. É assim que temos de entender como "מי Mi criou estes."

  Ao observarmos a palavra בראשית Barashyth vemos que ela também está relacionada com a palavra דבר Dabar, que em Hebreu significa “palavra, Logos.” Por quê? Porque toda a palavra [Dabar דבר] está associada com a primeira e última letras – Aleph-Tav, את Ath – que representam o Logos, o Verbo de Deus: as forças de Barashyth, que são as forças do Caos. Motivo pelo qual dissemos, em palestra anterior, que o Ain Soph – que é precisamente o segundo aspecto do Absoluto, o aspecto feminino do Espaço Abstrato Absoluto – vem de onde todos os mundos emergem para o universo.

  Eis por que בראשית Barashyth está em nós – ele é o Caos. E é o Caos por que dentro dele, dentro de nossa fisicalidade, encontram-se todos os elementos de que necessitamos a fim de criar. Mas, infelizmente, fazemos uma mistura com nossa fisicalidade. Pois, protegemos crianças da destruição do alcoolismo, porém damos as boas vindas para o seu uso a uma pessoa na idade adulta... Veem a incongruência de nossa Torre de Babel, de nosso intelecto?

  Temos de saber: de entender o que somos no Caos. Não temos organização em nosso cérebro intelectual, em nosso cérebro emocional ou em nosso cérebro-motor-instintual-sexual. Esse é o motivo pelo qual estamos aqui voltados para estes ensinamentos, ou seja: para aprendermos como nos organizar, falando espiritualmente. E assim o livro do Gênesis diz: ... E a Terra era sem forma e vazia. Este verso está apontado diretamente para nós, falando fisicamente. Somos sem forma e vazios.

  O livro do Gênesis continua: e o Ruach Elohim pairava por sobre a face das águas. Quem é esse Ruach Elohim [o Espírito de Deus]? É Chesed, nosso pessoal Espírito. Nós estamos no Caos, mas o nosso Ruach Elohim [o Espírito de Deus] está pairando por sobre a face das águas. Que águas? As águas da criação. Aquelas águas da criação, que são chamadas pela ciência materialista de o fluído cérebroespinhal e o fluído sexogenital. Aquelas são as águas da criação. Todos nós viemos de lá: caoticamente falando.

  Se o que quisermos é estar num processo de criação inteligente, devemos colocar a nossa atenção no sentido de entender o livro do Gênesis: Barashyth Bera Elohim Ath HaShamayim VeAth HaAretz. Temos duas forças: o Paraíso [HaShamayim, a cabeça] e a Terra [HaAretz, nossa fisicalidade]. A palavra Ath את [Aleph-Tav] é formada pela primeira e última letras do alfabeto hebreu: significando que o Logos, o Verbo, tal como Cristo é o Alfa e o Ômega.

  Ath HaShamayim Ve Ath HaAretz-את השמים ואת הארץ: significando que o Logos, את Ath, Criador do universo – falando macrocosmicamente – é também capaz de criar o microcosmos em nós, através da Alquimia. E a única maneira de nos equiparmos com isso é tirando vantagem com nossa fisicalidade.

  Entendamos muito bem. Na medida em que meditemos e investiguemos ao nosso cérebro intelectual, ao nosso cérebro emocional e ao nosso cérebro-motor-instintual-emocional, viremos descobrir que somos uma massa. Sem dúvida que somos sem forma e vazios. Então, o que fazer? É nos lembrarmos de Deus; de nosso Espírito; de que aquele nosso Ser está em nosso interior.

  Todos temos nosso particular e individual Espírito; nosso Deus pessoal. Eis por que temos de orar pedindo a Ele, uma vez que Ele é a nossa parte superior capaz de pairar acima e controlar as águas do Céu e da Terra. Todos temos aquele poder, mas, infelizmente, ao continuarmos fornicando e usando aquelas águas criativas de maneira errada, continuamos a ser uma massa. Continuamos a estar no Caos: sem forma e vazios. É precisamente este o problema. Eis do porquê de estarmos nesses ensinamentos: justamente para aprender pacientemente como controlar nosso cérebro-motor-instintual-emocional e nossas águas sexuais.

  Lembremo-nos de que estamos divididos em duas polaridades, falando fisicamente: o fluído sexual feminino e o fluído cérebroespinhal masculino. É a isto o que a Bíblia chama de Adão e Eva. O verdadeiro nome de Eva, em hebreu, é חוה Chavah, que significa “experienciar.” Esta palavra nos mostra que é através do órgão sexual que podemos experienciar o que está escrito no livro do Gênesis. Se Chavah [nosso órgão sexual] estiver controlado, Adão [o cérebro] se desenvolverá. Temos todos os arquétipos ali em nossas águas sexuais. É dito que usamos somente uma fração de nossos cérebros; devemos aprender como usar a sua totalidade: 100%.

  Quando uma pessoa está usando a inteira capacidade de seu cérebro, ela é um verdadeiro Adão. Unicamente Eva [o órgão sexual] pode dar-lhe aquilo através da criação, multiplicação e crescimento interior. Por isso dizemos: experienciar é melhor que crer.

  As pessoas que ainda seguem as leis mecânicas de natureza animal continuam fornicando. Elas ainda permanecem em linha com o nível de seus intelectos, uma vez que não têm discernimento. Contudo, necessário conhecermos o mistério de Chavah חוה – experienciarmos a energia sexual – para então, a esta, transmuta-la através do pranayama ou tantra, desenvolvendo com isso o nosso cérebro [o nosso Adão]. Com o objetivo de desenvolver o nosso cérebro, aquela energia sexual precisa ser elevada até a nossa medula espinhal. Em nossa medula espinhal acham-se todos os nossos poderes. Em sânscrito há referências àqueles poderes como sendo os sete chakras. O livro de Revelação os chama de as sete igrejas.

  Se começarmos a desenvolver aqueles sentidos espirituais – aqueles chakras – então o nosso Adão [o cérebro] começará a crescer, a desenvolver, e a multiplicar. Lembremo-nos de que é no cérebro, em nossa glândula pineal, que está o assento da alma [Tiphereth]. E de que chamamos aquela força em Chavah quando ela sobe e desenvolve o cérebro? Em sânscrito ela é chamada Kundalini. Na Bíblia ela é chamada a Schekinah e, naturalmente, em hebreu a Schekinah [kundalini] encontra-se enrolada três vezes e meia, conformando um ninho no fornicador. E a Bíblia chama àquele, ninho, קין Caim. Em hebreu, Cain קי significa “ninho.” O ninho ou Cain, a força sexual, a divina substância do Sol, a Serpente, está no cóccix, no chakra Muladhara. É ali onde temos Cain.

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Caravaggio Medusa

  Figura 06.

  Este é o motivo da tentação da Serpente: o órgão kundabuffer, a força animal instintual, dita a Chavah, quem, estando a criar o seu primeiro filho, de acordo com o Gênesis, disse: “Obtive um [איש Esh – fogo macho] homem com [את Ath] o Senhor [a divina substância do Sol].” Daí que, Chavah, o órgão sexual, através do orgasmo animal forma Medusa, o filho de Cain קין na mente do fornicador. O filho de Cain קין é Chanoch חנוך, que em hebreu significa, estudioso, intelectual. Enoch חנוך o filho רד de Jared e pai de מתושלח Methuselah não deve ser confundido com o filho de Cain – Medusa – o animal intelectual, o tenebroso vidente.

  Enoch [Enoichion, em grego], literalmente o olho interior; o vidente, a referência ao terceiro e interior Olho Espiritual, o verdadeiro nome para Enoch, desfigurado de חנוך Chanoch.” – Madame Blavatsky.

  São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão.” – Mateus 6: 22, 23.

  Todos os dias de חנוך Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos. Andou חנוך Enoque com Deus [Elohim – 365 anos são o mesmo número de dias de “Ra” e o ano solar] já não era, porque Deus [Elohim] o tomou para si.” – Gênesis 5: 23, 24.

  Ra

   Figura 07.

  Existe o vidente dos videntes e existe o profeta dos profetas. O vidente dos videntes é o mais profundo íntimo. O profeta dos profetas é o mais profundo íntimo. As visões luminosas de nossos discípulos vêm das Hierarquias Brancas. Contudo, se nossos discípulos entregarem-se às Fornicações e tomarem a trilha negra, andarão distantes da trilha dos profetas tornando-se adivinhos. Seus sonhos serão sonhos dos abismos. São sonhos vãos e suas tenebrosas predições falham lamentavelmente. Os profetas são Mestres da venerável Loja Branca. Adivinhos são magos negros, videntes tenebrosos, profetas de Baalim que comem à mesa de Jezabel, que ensinam fornicação ou como alimentar-se de coisas [teorias, crenças] sacrificadas a ídolos intelectuais. “ – Samael Aun Weor.

  Orgulho Místico

  Infelizmente, as pessoas usualmente desenvolvem Medusa – Orgulho Místico – o filho de Caim, o mammal intelectual, o tenebroso vidente. Esquecem-se de que na glândula pineal temos Habel, o irmão de Caim. Se Caim está no sexo, Habel está na glândula pineal. Em Aramaico, Bel é o Sol e Ha significa “o.” Daí que Habel é literalmente, “o Sol.” A força Solar é a glândula pineal e também é o coração.

  Se não soubermos como desenvolver a nossa consciência, o nosso Habel ou Abel; então Caim se incumbirá de nossa força instintual e desenvolverá Medusa em nossa mente; daí, matarmos Habel no coração e na glândula pineal. Todos nós, sem exceção, temos um filho de Caim muito poderoso – Medusa. Assim, através do orgasmo, todos nós matamos Habel [Abel, em Português].

  Tornou Adão a coabitar com sua mulher: e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de שת Sete; porque disse ela: Deus [Elohim] me concedeu outro descendente em lugar de Abel, que Caim קין  matou. A Sete שת nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos [אנוש Enos – ser humano]: daí [שתם-אנושיים Setham-Enoshyim, o genuíno ser humano], se começou a invocar o nome do Senhor [יהוה (Iod-Havah].” – Gênesis 4. 25, 26.

  Os Setianos [melhor dizendo: os שתם-אנושיים Setham-Enoshyim, os genuínos seres humanos] adoradores da Grande Luz, disseram que as emanações de luz da substância divina do Sol formam em nós um ninho [ קין Cain] e isso constitui a Serpente.” – Krumm Heller (Huiracocha).

  Podemos entender muito claramente o significado da história de Caim, Abel e Sete, quando conhecermos Alquimia. De outro modo, se ainda estivermos tomando “leite,” acreditamos literalmente que existiu um jardim com um homem e uma mulher literais, que tinham crianças e uma criança matou a outra...,etc, etc. Isso é leite. Mas aqui estamos falando sobre alimento sólido, o fogo.

  E desse modo, o Ruach Elohim – que simbolicamente em Alquimia é chamado Abram, Abraham, Chesed – é que tem de fazer o trabalho. Não estamos vendo a palavra אברם Abram? Ela tem Aleph-Beth-Resh com o Mem, por que é uma força masculina no cérebro. É o nosso próprio Espírito pairando por sobre as águas [Mem] em nossa espinha e este é o começo da criação conforme nos diz aquele livro do Gênesis. Mas isso acontece na psicologia e fisicalidade do Alquimista. É como começamos o trabalho.

  O que então menciona o primeiro livro do Gênesis, no primeiro capítulo? E, após, sobre o Ruach Elohim pairando sobre as águas? É dito: E Deus disse: Haja luz e houve luz. É a isto o que nós queremos; eis por que aqui estamos.

  Como, de fato, desenvolvermos aquela luz? Desenvolvemos àquela luz quando a energia sexual do terceiro Logos eleva-se pela coluna espinhal, no corpo físico. É essa a luz de que necessitamos. Deus [Elohim] precisa dizer: “Haja luz.”

Disse Mestre Samael Aun Weor: “No alvorecer do grande dia cósmico, o Primeiro Logos [o Iod], o Pai, disse ao Terceiro Logos, o Espírito Santo: “Vai, fertiliza minha esposa, a matéria caótica [Malkuth], a Grande Mãe, de forma que a vida possa elevar-se; olha dentro dela.” É assim como fala o Pai – e o Terceiro Logos reverentemente se curva ao amanhecer da aurora da criação.”

  Curiosamente, em hebreu, não quer dizer realmente: “E Deus disse haja luz.” É dito: “E Iod ordenou ao Elohim tornar-se luz,” Em hebreu: ויאמר אלהים יהי־אור Va-I-Amar Elohim Yehi Aur. Elohim é uma palavra plural. É formada por Elah [a deusa] unida no ato sexual: isso é Elohim. Amar אמר, em hebreu, significa dizer, falar, ordenar: isso é o Logos. Desse modo, Va-I-Amar Elohim está nos mostrando que, primeiramente o Logos [o Iod, o Verbo] ordena "אמר Amar"; o Terceiro Logos a entrar em atividade e que o Logos tem de agir em nós através de nosso Espírito [Elohim]. Aquele Logos é do mesmo modo את Ath.

  Isto está significando que o poder da criação está nas mãos do Logos, o Verbo. Quando o Espírito obedece ao Logos, então o Logos cria através de Chesed, o Espírito, אברהם Abraham, em בראשית Barashyth. O significado disto é que, em sânscrito, chamamos o Criador de Brahma ברהמא. Veem a similaridade aqui? Este é o primeiro passo a fim de criar luz em nós.

  Fazemos práticas com Runas, com o propósito de trazer o Logos para dentro de nosso corpo, para dentro de nossa psique, para o nosso Espírito; meditamos e transmutamos a nossa energia sexual para desenvolver nossa própria e pessoal luz. Essa luz é Aur אור, que está relacionada com Auros [Horus], o filho de Isis. Noutras palavras: Auros é o filho de Barashyth. Devido a que esta palavra é feminina, ela conduz o significado da união de duas feminilidades: a feminilidade masculina e a feminilidade feminina. Em síntese: o corpo físico masculino e órgãos sexuais, e o corpo físico feminino e órgãos sexuais.

  Os órgãos sexuais são sempre femininos, falando cabalisticamente, sejam do macho ou da fêmea. Quando aqueles dois órgãos estão unidos, formam "ית It" Iod-Tav. Então, nós [ברא Bara] criamos o fogo [אש Esh] com as duas forças sexuais י Iod unidas em Yesod pela cruz, a letra ת Tav [ית It]. Eis por que a palavra בראשית Barashyth é feminina plural, sendo a união de duas sexualidades, as duas Malkuths. São o rei e a rainha unidos em Alquimia, fazendo luz com fogo. Aquela luz desenvolve muito rápido quando praticamos magia sexual, segundo o ensinamento expedido pelo Mestre Samael Aun Weor.

  Aquela luz quando completamente desenvolvida é o primeiro dia do Gênesis. Se estivermos no primeiro dia do Gênesis é porque já temos luz em nossa fisicalidade. Porém, quando aquela luz já se encontra desenvolvida, o livro do Gênesis diz: “E Deus separou a luz das trevas.”

  Não estamos vemos aqui quão sábio é nosso pessoal e particular Deus? Deus sabe muito bem que se fosse nos deixar com aquela luz estariámos sobrecarregados e orientaríamos aquela luz, aquele poder para supérfluos, para o mal. Daí que Deus absorve aquela luz em sua Divina Alma [Geburah] e aquela luz é chamada dia. E as trevas são chamadas noite  [Laila, Lilith]. Isso acontece com qualquer Alquimista que lamenta aquela retirada de luz dele. Deus é sábio e tem que repartir entre a luz e as trevas.

Bodhichitta

  Figura 08.

  E veio então o segundo dia. “E disse Deus: Haja firmamento no meio das águas [fluídos cerebral e genital ou] e separação entre águas [superiores] e águas [inferiores]. Fez, pois, Deus o firmamento [na medula espinhal], e separação entre as águas sobre o firmamento [o superior do inferior]. E assim se fez. E chamou Deus ao Firmamento: Céus [Ouranos Οὐρανός]. Houve tarde e manhã, o segundo dia.” – Gênesis 1: 6-8

  Um novo e ultrasensível corpo físico, com perfeição milenar, vem a ser formado com os melhores átomos do corpo físico, possuindo a majestosa aparência do Cristo Cósmico, sendo eterno e incorruptível. Este veículo, que substitui o corpo físico de barro, vem formado [no corpo etérico] na profundeza vital de (Malkuth) nosso corpo de barro, nossa fisicalidade, do mesmo modo como uma galinha é formada no interior do ovo.”Rosa Ígnea, por Samael Aun Weor

  Vi [Ouranos Οὐρανός] novo céu e nova terra [Gaia Γαῖα], pois [através da ressurreição] o primeiro céu [em Yesod] e a primeira terra [Malkuth] passaram e o mar já não existe. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva, adornada para o seu esposo.” – Revelação 21: 1,2

  Aquele Paraíso é o primeiro Paraíso que aparece dentro do Alquimista, em Yesod, o corpo Vital, o aspecto superior de nossa fisicalidade. Em palestra anterior dissemos que em grego a palavra Paraíso é Οὐρανός, Ouranos. Temos de criar o nosso particular Ouranos dentro de nós; Ouranos é o Paraíso, o primogênito do Caos. Isso está relacionado com a nossa fisicalidade: dissemos que a nossa fisicalidade é Caos. Então o primogênito do Caos é Ouranos, o firmamento, chamado de Paraíso – que é o corpo Vital. Porém, aquela luz, aquele Paraíso, permanece com o Alquimista, não muda; é a parte superior do corpo físico.

Mayasura

  Figura 09.

  Maya [sânscrito मय] ou Mayasura [मयास&] foi um grande ancião, rei de Asura, Daitya e raças Rãksasa. Maya ficou conhecida por sua brilhante arquitetura. No Mahabharatha, Mayasabha, o hall de ilusões ganhou nome após ele.” – mitologia hindu.”

  É muito interessante que as gônadas sexuais sejam esotericamente governadas por Ouranos Οὐρανός, o planeta de Aquarius. Ouranos foi [Mayāsura मयास&] um divino rei da Atlântida primeva (Atl significa água em Nahua)]. Ouranos lembra-nos de οὖρον [ouron – fazer água, chuva de urina, urina] a água primordial e [ανάβω Anavo - ανάβως Anavos, incendiar, voltado para], fogo [elevar, levantar – sexualmente].

  Equivale ao estabelecimento do primeiro culto luni-solar do andrógino “IO;”noutras palavras: ao surgimento do Caldeu astrológico; consequentemente, Ouranos, o Mayasura, o primeiro atlante é factualmente o primeiro revelador dos mistérios sexuais. Obrigatório ter de descer ao interior da quinta esfera [sexo] a fim de trabalhar com o fogo primordial e água; origem dos mundos; bestas; seres humanos e deuses. Todas as autênticas iniciações brancas começam lá.” – Samael Aun Weor

  Aqueles que criam Ouranos em Yesod entendem Ouranos representar o corpo vital, as águas superiores do Paraíso. Ouranos domina sobre Aquário, a água do ar, o fluído cérebroespinhal. Daí que: a medula e o cérebro do corpo vital é aquele Paraíso. O objetivo de qualquer Alquimista é desenvolver naquele Paraíso o que chamamos no Budismo o seu Bodhicitta [Bodhichitta]. Eis por que criamos aquele Paraíso. Naquele Paraíso, ele desenvolverá aquele Bodhicitta.

  E o que é Bodhicitta? É a consciência livre da luxúria, do ódio, da preguiça, da gula, da vaidade, do orgulho, etc, etc., e de todos aqueles vícios e defeitos muito abundantes em nós. Então, quando meditamos e nos desempenhamos de práticas que fazemos desta doutrina, aquele Bodhicitta, aquela Consciência desperta que a desenvolvemos é colocada no Paraíso se, eventualmente, criamos o Corpo de Libertação. Aquele Corpo é outro que nasce fisicamente, mas não neste mundo físico tridimensional e sim na quarta dimensão. É deste modo, através da Alquimia, que o Alquimista prepara-se a si mesmo e desenvolve o seu Bodhicitta.

Abyss Angel

  Figura 10.

  Mestre Paracelsus chamou de Archeus à força vital sexual. O Archeus contém Binah, a inteligência que cria os corpos solares internos do ser humano. A substância sexual vital, o “semem,” é seu veículo. Paracelsus chamou o corpo vital de múmia. Palavra derivada de “mummy.” A múmia comunica a força vital – a vida – a nossa fisicalidade. E como qualquer substância, a múmia de plantas e animais bem como de minerais, pode ser coletada, dispersada ou manipulada. Múmias doentes podem ser extraídas de nossas fisicalidades e múmias solares podem ser implantadas dentro delas. Através da múmia, um Mestre Ressuscitado atua, psiquicamente, para a saúde de um devoto.

  Os quatro corpos do pecado [corpos: físico-lunar protoplasmático, etérico, astral e mental] são substituídos por quatro corpos paradisíacos que servem como um templo para o triuno Espírito imortal [Chesed, Geburah, Tiphereth].

  Extraímos o corpo da libertação do corpo físico. Este corpo é feito com carne, mas da carne que não vem de Adão. É um corpo formado com perfeições milenares, elaborado com os átomos mais evoluídos de nosso corpo físico.

  O Corpo de Ouro que interpenetra o corpo da libertação é extraído do Corpo Etérico.

  A Criança Dourada da Alquimia que substitui o Corpo Astral é extraída do Corpo Astral.

  A Mente-Cristo que substitui o Corpo Mental é extraída do Corpo Mental.

  Eis como, através da substituição dos quatro corpos do pecado pelos quatro corpos de glória, chegamos à transmutação metálica. Os Deuses do Nirvana vestem-se com os quatro corpos de glória.” – Tratado de Alquimia Sexual, por Samael Aun Weor.

  Uma vez que os Corpos Físico, Astral, Mental e Causal tenham sido criados, um verdadeiro Ser Humano passa a existir; um Ser Humano com princípios psíquicos e espirituais: um autêntico Humano. Pois, sem Corpos Astral, Mental e Causal, o verdadeiro Humano não pode existir. Contrariamente, só um animal intelectual vem existir... Esses corpos existenciais do Ser emergem do Archaeus. Encontramos também o Archaeus no Macrocósmo como o Archaeus Macrocósmico. Esse Archaeus Macrocósmico é a nebulosa da qual os mundos emergem. O que é uma nebulosa? É o Archaeus Macrocósmico.” – Samael Aun Weor

  Obviamente, antes que nasça o Bodhisattva, ele precisa ser formado dentro de nós. Ademais, importante esclarecer da necessidade de desintegração do ego, o “Eu,” a fim de que o Bodhichitta emerja.

  O Bodhichitta é formado com os méritos do amor e sacrifício supremo pelos nossos semelhantes.

  O Bodhisattva é formado com o ambiente e atmosfera psicológica do Bodhichitta.

  Devemos não cometer enganos entre Bodhichitta e Bodhisattva. O Bodhichitta é a Consciência desperta, desenvolvida e superlativa do Ser.

  O Bodhichitta emerge no aspirante que se sacrifica pelos seus semelhantes, muito antes de os corpos mercuriais [corpos solares astral, mental e causal] terem sido criados.” – A Bíblia Gnóstica: A Pistis Sophia Desvelada.

  O centro de gravidade Bodhichitta está no corpo vital, o corpo de Libertação. É desse modo que entramos no Reino do Paraíso. Temos de nascer de novo. Temos de entrar no Reino do Paraíso. O segredo disto está aqui, em nossa fisicalidade. Ao recolher das [boas] escolas, conforme fazemos e compartilharmos com nossa energia e força, é bom e positivo. Entretanto, por nossa própria individualidade, precisamos prosseguir no trabalho com aqueles ensinamentos e assim continuar a nos desenvolver.

  Em palestra anterior, disse-lhes que o primeiro dia do Gênesis é a luz, e a luz é Lux. Daquela Lux advém a palavra “Luci,” Lucifer, o portador da Luz. Quando alcançamos a primeira iniciação dos Mistérios Maiores, quando trazemos luz para nossa fisicalidade, somos um Lúcifer: um portador da Luz. A partir daí, Deus diz para separarmos a luz das trevas e Ele toma a luz e conduz Satan aqui para baixo. Aquele Satan somos nós. Removam da mente a idéia de que Satan é algo individual, fora de nós, a controlar o mundo. Não. Satan está controlando nosso próprio, individual e particular mundo. Satan em si mesmo é nosso ego. Satan é a conjunção de todos os defeitos, vícios e erros que possuímos interiormente. Temos de lutar contra Satan. Lúcifer é o oposto de Satan; Lucifer está absorto lá em cima pela primeira geração [pela primogenitura].

Poseidon

  Figura 11.

  Lembremo-nos – falando alquimicamente – de que nossa fisicalidade é Malkuth, a terra. Daí que, segundo o Gênesis, nossa terra era sem forma e vazia; e [חשך Choshek] havia trevas sobre a face do abismo [nossa infra consciência].

  Disse Deus [Elohim]: haja luz; e houve luz. E viu Deus [Elohim] que a luz era boa; e [Elohim] fez separação entre a luz [Lucem, Luci] e as trevas [Satan, o adversário, o oponente]. Chamou, Deus [Elohim] à luz [יום Yom] Dia, e às trevas [חשך Choshek], Noite. Houve tarde e manhã, o  primeiro dia [יום Yom]. – Gênesis 1: 3-5

  Observemos a relação alquímica das palavras hebraicas Yam ים [água] e יום Yom [dia]; daí que, quando a eletricidade de nossa água criativa [Yam ים] se eleva através do nosso canal medular [ו Vav] é quando o nosso Elohim vê a luz, que era boa e nosso Elohim chama aquela luz [יום Yom] Dia. Em latim, chamaríamos àquele dia Lúcifer: o que dava àquele “dia” ferries, a luz, “Luci.”

  É desse modo que – falando alquimicamente – o Elohim, ao separar a luz das trevas, separa Lúcifer de Satan. Então, a luz, Luci, é a portadora absorvida por Geburah, a Alma Espiritual acima, e Satan [חשך Choshek] permanece abaixo nas águas escuras do mar de Malkuth, a terra, nossa fisicalidade. O livro de Revelação destaca:

  Por isso, festejai, ó céus, e vós os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.” – Revelação 12:12

Prometheus

  Figura 12.

  Lâmpada para os meus pés é a tua palavra [ואורWeor] e luz pura para os meus caminhos.” – Salmo 119:105

  Não devemos confundir as trevas do Macrocosmos com as trevas do Microcosmos, visto que essas são dois tipos diferentes de trevas. Mestre Samael Aun Weor, destaca:

  Existem dois tipos de trevas. O primeiro tipo chamaremos trevas do silêncio, de augusto segredo dos sábios. O segundo tipo, chamaremos de trevas da ignorância e do erro. Obviamente, o primeiro tipo são as super-trevas. Indubitavelmente, o segundo tipo são as infra-trevas. Isso significa que as trevas estão polarizadas e o negativo é somente o desdobramento do positivo.

  Agora, por meio de simples lógica indutiva, convido-lhes a compreender que Prometeus-Lúcifer – acorrentado à sólida rocha, sacrificando-se por nós, sujeito a todas as torturas, a despeito de ter constituído a regra do peso, de ser o doador de luz, de medida e número; o Guardião das sete mansões; aquele que sozinho não permite a ninguém entrar ali, salvo aqueles ungidos pela sabedoria e que trazem em sua mão direita a lâmpada de Hermes – que inevitavelmente desdobram-se num fatal aspecto da multiplicidade egoística, naqueles agregados psíquicos sinistros que constituem nosso “EU,” e os quais tenham sido adequadamente estudados pelo Esoterismo Budista Tântrico. – Samael Aun Weor

  Depois do segundo dia, subimos para Hod, que está relacionada com a criação do corpo Astral. Quando entramos na terceira iniciação dos Mistérios Maiores, entramos então naquela história sobre José, que foi vendido para o Egito e tendo havido o nascimento do seu irmão Benjamim, ou seja: o corpo Astral, o primeiro corpo Solar que criamos dentro de nós. Aqui é simplesmente o começo do terceiro dia. O que o Gênesis de fato diz sobre o terceiro dia?

Astral Body

  Figura 13.

  E disse também Deus: Ajuntem-se as águas [criativas de Malkuth] debaixo dos céus [Ouranos] [de Yesod] num só lugar [numa terceira oitava] [o corpo protoplasmático lunar], e apareça a porção seca [em Hod]. E assim se fez.”

  À porção seca chamou Deus Terra [corpo-astral-Cristo], e ao ajuntamento das águas [criativas em Hod], Mares {emoções superiores]: E viu Deus que isso era bom.”

  “E disse: Produza a terra [o corpo protoplasmático lunar] relva [carne solar ou corpo-astral-Cristo], ervas [percepção astral] que deem sementes [solar], e árvores frutíferas [medula astral] que deem fruto [sabedoria solar] segundo a sua espécie [emoção superior], cuja semente [solar] esteja nele [em Yesod], sobre a terra [corpo protoplasmático solar]. E assim se fez.”

  A terra [o corpo protoplasmático lunar], pois, produziu relva [corpo-astral-Cristo – carne solar], ervas [percepção astral] que davam sementes segundo as suas espécies [emoções superiores], e árvores [medula astral] que davam fruto [sabedoria solar], cuja semente [arquétipo] estava nele [em Yesod, no sexo], conforme a sua espécie [emoção superior]. E viu Deus que isto era bom.”

  “E houve tarde, e manhã, e terceiro dia.” – Gênesis 1:9-13

  Quando INRI, o fogo sexual, alcança o coração dentro corpo astral lunar protoplasmático, nasce a mais bela criança – o Cristo-Astral.

  Uma terceira oitava nos permitirá engendrar um corpo astral verdadeiro - o Cristo-Astral. Ao alcançarmos essas alturas, o antigo corpo astral lunar protoplasmático, o fantasma, é deixado para se reduzir a uma concha vazia que, de pouco em pouco, se desintegrará.” – Tarô e Cabala, por Samael Aun Weor

  O Corpo Astral é um duplo de nosso organismo físico, dotado com maravilhosos sentidos internos.”

  O neófito precisa experienciar dentro de seu Corpo Astral o inteiro drama da Paixão de Cristo. Ele tem de ser crucificado, morto e enterrado. Ele tem de ressuscitar e precisar também descer aos Abismos e permanecer lá por quarenta dias antes da Ascensão.”

  “A vida se nutre com a morte e a morte trabalha para a vida; nossas antigas paixões morrem para que a vida possa surgir. O novo Astral é um pleroma inefável; é um aroma repleto com perfeições; é o auge da sabedoria.” – Samael Aun Weor

  Isto tem de acontecer intimamente conosco no plano astral. Não importa se temos o livro do Gênesis memorizado ou se somos muito bem versados em escrituras. Se não trabalharmos a fim de criar os corpos Solares intimamente; se isso não acontecer dentro de nós, então o Barashyth [Gênesis] não se realizará conosco. Este livro foi escrito por Moisés com um objetivo: ensinar-nos como entrar em nível de verdadeiro Ser Humano – Adão.

  A coisa mais importante a fazermos a fim de desenvolver o corpo astral é controlar as emoções inferiores. Se quisermos entrar conscientemente no plano astral, temos de controlar nossas emoções inferiores. O primeiro dia está relacionado com Malkuth, nossa fisicalidade, os três cérebros e aquela luz que temos de criar. O segundo dia está relacionado com o corpo vital, a parte superior do corpo físico que está relacionada com os tattvas, os éteres e o Corpo da Libertação.

  Aprender a controlar nossas energias sexuais relaciona-se com nosso corpo vital. E tendo alcançado o nível do corpo astral, de nossas emoções, esta é a parte mais difícil de realizar. Possuímos grandes defeitos relacionados com nossso centro emocional. Temos de nos preparar de tal forma que ao entrarmos no terceiro dia, na terceira iniciação, tenhamos já controladas nossas emoções. Somos vítimas das emoções.

  Temos demasiadas emoções negativas. Luxúria é uma emoção negativa; raiva, ódio... essas todas são emoções negativas. Há uma emoção em particular que é muito forte intimamente, que é chamada auto-estima. No mundo lá fora nos é ensinado que temos de alimentar, desenvolver e fortalecer a nossa auto-estima, porém necessitamos do contrário daquilo. Desenvolver a auto-estima é contrariar o Gênesis. Temos de aniquilar com nossa auto-estima. Quando temos muito amor próprio, temos auto-estima. Estamos sempre pensando em nós próprios, somos muito auto-centrados. Quando estamos feridos em nossos sentimentos, em nosso centro emocional, reagimos com raiva por que nosso orgulho, nossa auto-estima está ferida.

  Em nosso coração temos o centro emocional superior. A fim de desenvolver aquele centro emocional superior, precisamos edificar o Corpo Astral Superior, chamado Jesus Cristo nos Evangelhos. O Corpo Astral Solar é nosso pessoal e particular Jesus Cristo. Não que precisemos acreditar em Jesus Cristo, o grande Mestre Aberamentho, que veio há 2000 anos para nos ensinar como desenvolver nosso pessoal, particular e individual Jesus Cristo.

  Cristo é a Força Solar Cósmica; Jesus é Yeshua [o Salvador]. Este Yeshua desenvolve em diferentes graus. Aqui estamos ensinando o primeiro grau: o Corpo Astral Solar. Yeshua nos ensina como usar o centro emocional. Somos vítimas de emoções negativas; alimentamos nosso ego através de nossas emoções; o que necessitamos é desenvolver emoções superiores.

  Não há uma única pessoa neste mundo que não tenha forte auto-estima. Meditar ante isto e aniquilar todos os nossos egos relacionados com a auto-estima, orgulho místico, vaidade mística – é crítico.

  Dentre os povos religiosos existe grande quantidade de vaidade e orgulho, misticamente falando. Isto acontece não somente nas demais religiões, mas também no gnosticismo. Necessitamos lutar contra isto e vencer aquela auto-estima, o orgulho místico e a vaidade mística – o que é muito difícil – pois é como um vírus no coração. Orgulho e auto-estima aferroam nossos corações como garras, aderindo-se fortemente. Quando as pessoas não nos amam, não se aderindo à nossa auto-estima, nos sentimos muito feridos e isto nos conduz ao ressentimento. O ressentimento é como a base de uma estátua, sobre o que a auto-estima é edificada. Num de seus livros, Mestre Samael Aun Weor diz:

  O Senhor do Evangelho também estabelece: ‘”Abençoados sejam os mansos porque herdarão a terra...”’

  Esta é uma frase que ninguém entende. Abençoados são, nós diríamos, os não ressentidos. Se alguém estiver ressentido como pode ser ele um abençoado? A pessoa ressentida se compraz em manter a conta. Ela diz: “....Eu que lhe fiz tantos favores...quem o protegeu, quem lhe prestei tantos atos de caridade...e veja só como este amigo me retribui; a mim quem o tem ajudado tanto e agora ele é incapaz de me ajudar!” Esta é a “conta” do ressentimento.

  Como poderia alguém ser abençoado estando cheio de ressentimentos? Aquele cheio de ressentimentos vive contabilizando o tempo inteiro; logo não é abençoado.

  O que é entendido por abençoado? O que é entendido por felicidade? Estaremos certos de que somos felizes? Quem é feliz? Tenho conhecido pessoas que dizem; “Eu sou feliz! Estou contente com a minha vida! Estou muito alegre!” Porém, tenho ouvido essas mesmas pessoas a dizer: “Este camarada me aborrece! Detesto essa pessoa! Não sei por que não consigo obter o que desejo!” Logo, eles não são felizes; o que realmente acontece é que são hipócritas – isso é tudo!

  Ser feliz é muito difícil; para tanto, primeiro de tudo, precisamos ser abençoados.” – A Revolução da Dialética, por Samael Aun Weor.

  Vemo-nos como vítimas; não queremos nos ver como realmente somos, como diabos. Acusamos Deus por todos o problemas que temos, por aquilo que nós mesmos temos criado. Amamos ser amados no ego. Eis porque Jesus disse: “amai vossos inimigos.” Isso é muito difícil, ninguém ama os seus inimigos. Mas esse é o modo de desenvolver o centro emocional superior: aprender a amar aqueles que nos odeiam.

  Quando nos sentamos para meditar e trazemos na memória o nosso comportamento – quer mental, emocional ou fisicamente – isso é bom; é como compreender a nós próprios. Entretanto, se estivermos meditando e ao invés de nos compreender, estejamos meramente a nos identificar com a nossa auto-estima, com o nosso ressentimento, então chegaremos a lugar algum. Pois, nesses momentos temos de nos esquecer, o que é coisa muito difícil. Perdoar ou dizer que perdoamos é algo fácil. Mas esquecer? Isso é muito duro. Sempre retemos a nossa memória emocional do ego: o ressentimento, noutras palavras.

  Se conseguirmos realizar dentro de nós a aniquilação da auto-estima, do ressentimento, do ódio, da raiva, do orgulho, da vaidade, do orgulho místico, avançaremos grandemente a largos passos. O restante será fácil. Porém, realizar essas coisas é lutar contra nós próprios. Eis por que este caminho é difícil. E eis por que temos de fazê-lo a fim de conseguir entrar no Reino do Paraíso. Temos de derrotar nossas emoções inferiores, nossas tentações sexuais: essas também relacionadas com o coração. Sempre justificamos nosso adultério, dizendo coisas como: “estou amando.” Mas são unicamente desejos no coração.

  Perguntas?

  01. P. – Você falou sobre o primeiro dia do Gênesis, em como Deus separou a luz das trevas, e em como Ele tomou a luz do primeiro dia para Geburah. Por que Ele não fez isso nos outros dias?

  R. – Bem, porque Satan tem poder somente em Malkuth. Raramente as pessoas conhecem de fato a quarta dimensão. E mesmo no segundo dia do Gênesis, quando o Corpo de Libertação é criado, isso não significa que aquele Paraíso esteja completamente puro. Aquele Paraíso torna-se completamente puro quando aniquilamos o ego. É lá, em Yesod, que o Bodhichitta é desenvolvido. Yesod é o aspecto superior de nossa fisicalidade. E é onde Deus coloca aqueles elementos que, no futuro, usaremos. Desfrutamos, de tempos em tempos, de alguma luz, pois quando nosso Ser nos quer dar luz, ele nos dá luz.

  Lembro-me de ter tido uma experiência relacionada com isto. Existe muita inveja neste caminho entre aqueles que o estão trilhando. Certos amigos meus no passado começaram,  naturalmente, a espalhar notícias sobre mim e sobre o meu comportamento. As notícias tomaram o rumo do México. Naquele tempo, o Mestre Samael já tinha morrido e um dos responsáveis pelos missionários da gnose e pelos instrutores como eu, era a Mestra Litelantes – a viúva de Mestre Samael. Mestra Litelantes é uma Mestra muito desperta.

  Ela veio até mim, no plano astral, interrogando-me sobre os rumores daquelas histórias. Enquanto ela me interrogava eu orava pelo meu Deus Interior e disse-lhe que aquelas coisas que o povo falava eram inverdades. Ela se aproximou de mim e me olhou nos olhos. Quando um Anjo, um Mestre, olha nos olhos de qualquer iniciado é como se nos aproximassemos da janela de uma casa, a fim de ver o que está acontecendo lá dentro.

  Ela olhou com clarividência para dentro de minha “casa,” para saber se o que eu dissera era a verdade.. Naquele momento, senti a luz provinda de cima, de meu Deus, a me penetrar completamente, 100%. E Mestra Litelantes viu a verdade e se retirou. Após isso, entendi que eu tinha de compartilhar com meu Deus interior. Ajoelhei-me e comecei a pedir ao meu Deus que não tirasse de mim a minha luz: prometi-lhe me comportar melhor; que obedeceria. Pedi e pedi. E a luz me deixou! Entendi então do porquê daquilo – eu tinha o ego vivo! Entendi a forma como estes Mestres investigam as fofocas que ouvem; eles vão dentro da alma daquela pessoa para saber o que seja a verdade. Qualquer Anjo pode fazer isso.

  Nosso Deus tem o poder de nos dar a luz e de a retirar tantas e quantas vezes Ele queira. Algumas vezes ele me dá luz, outras vezes ele a tira; já estou acostumado com isso. O que o meu Deus quer de mim é que eu morra completamente. Ele não crê em mim e eu entendo. Deus absorve a luz e nós entendemos por quê.

  Podemos constituir a nossa própria luz negra, mas essa é a outra via... É a via do demônio; fazemos isto quando começamos realizar coisas por nós próprios e não observamos sobre Deus ou sobre a Hierarquia Branca. Nessa outra via, nós aqui não estamos, mas sim estamos na via do Cristo, do Senhor, do Espírito.

  Digo-lhes que este tipo de coisas acontecerá. Deus lhes dará a luz quando estiverdes completamente mortos.”

  Lembremo-nos do que o Grande Mestre Jesus disse: “Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactani, que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? – Mateus 27:46

  Se mesmo Jesus, aquele grau de Mestre dissera aquilo, naturalmente todos nós experienciaremos a mesma coisa. Se Deus está dentro de nós, não podemos morrer por que Deus é imortal; eis o porquê. Deus estará conosco, após a ressurreição. Porém, a fim de ressucitar, temos de morrer. Se não morrermos, como então viremos ressucitar, falando psicológica e fisicamente?

  02. P. – Você falou sobre o leite e a carne. Durante a palestra você mencionou um mandamento da Torá, dizendo que não cozerá um cordeiro na amamentação. Estará isto relacionado com o entendimento do leite e carne do que você falou aqui ou isto é algo a mais?

  R. – Isto foi escrito durante o tempo em que era preciso estar atento a uma pessoa que estivesse pronta para a doutrina, e sob o cuidado do que dizer-lhe. Em minha vida tive a oportunidade de falar abertamente sobre estes ensinamentos, posto que agora é tempo de ensinar livremente. Entretanto, se as pessoas não querem ouvir isto, temos então de aprender a fechar a boca e respeitar os seus desejos, pois aquelas pessoas não estarão preparadas. Não forcemos uma pessoa comer carne quando ela está habituada a somente beber leite. Podemos confundi-la e ganhar carma, pois forçariamos a doutrina para alguém que não a estivesse querendo.

  Então disse comigo: Deus julgará o justo e o perverso; pois há tempo para todo o propósito e para toda obra.” – Eclesiastes 3:17

  Há, pois, um tempo para todas as coisas. Obviamente, estamos aqui nesses ensinamentos por estarmos prontos para eles. Entretanto, muitas pessoas entram na website, leem um pouco e a fecham. Elas não estão preparadas e isto está ok. Mestre Samael diz que aqueles absortos no bem e no mal são os que querem esta doutrina. Esta humanidade ainda necessita sofrer muito, antes de apreciar o que estamos tratando aqui.

  03. P. – Tenho uma pergunta referente à morte do ego, a fim de entender o significado da morte de um ego, como uma realização. Mestre Samael fala sobre podermos entender nosso ego somente até certo nível. Porém, você pode explicar como elaborar a morte de um ego em diferentes níveis e quais técnicas podemos aplicar para irmos de fato mais fundo? Algumas vezes não podemos ir adiante com um ego em particular e o procedimento retroage; então, como podermos eliminar isso completamente?

  R. – Temos de entender que ao falarmos sobre qualquer falha aquilo se oculta nos 49 níveis da mente – a mente lunar. Em cada nível existem muitos subterrâneos, muitos setores. Em cada setor encontramos egos relacionados com aquele defeito, falando aqui somente de um defeito.

  Daí que, por exemplo, quando alguém aniquila completamente com o defeito do ódio, aquele defeito estará aniquilado em cada um dos 49 níveis, e em cada setor de cada subterrâneo de todos aqueles níveis. Com o intuito de penetrar dentro de nós próprios temos de meditar, entretanto, não nos preocupemos sobre aniquilar completamente a um defeito numa só incursão; não nos preocupemos sobre aniquilar algo nos 49 níveis da mente.

  Ao invés disto, preocupemo-nos sobre qual o nível a que estamos ligados e que somos capazes de penetra-lo. No despertar, mais e mais, de nossa consciência, ganharemos a habilidade de irmos sempre mais fundo. Ninguém é capaz de eliminar o defeito do ódio em todos os 49 níveis da mente numa só incursão. Isto é impossível. Parte daquele ódio, sim, mas não todo aquele defeito. O ego é a unidade múltipla-imperfeita. O mesmo vale para cada ego que possuímos: luxúria, vaidade, orgulho, etc, etc. Eles estão divididos em muitos agregados em todos os níveis de nossa mente.

  Então, não nos desencorajemos se estivermos trabalhando sobre um ego em particular - ao qual desejemos aniquilar - e ele venha aparecer, de novo e de novo, em diferentes modos. Ele pode aparecer como sendo o mesmo agregado, mas não será outra coisa senão um novo agregado do mesmo defeito. Cada defeito detem muitos agregados que residem em cavernas e setores dos 49 níveis da mente. Não tentemos matar qualquer agregado de um defeito num só tiro, pois assim não mataremos nenhum. Concentremo-nos em um.

  Precisamos entender como qualquer defeito pode vir a reaparecer. Com auto-observância aprenderemos como capturar um ego; então devemos meditar sobre ele, entende-lo. Daí, pedirmos a nossa Mãe Divina para aniquilá-lo. Se tivermos compreendido aquele ego com a nossa consciência, a Mãe Divina destruirá aquele aspecto dele. Entretanto, aquele ego ressurgirá, uma vez que temos muitos agregados em cada defeito. Necessitamos ser pacientes e nos lembrar de que com paciência tomaremos posse de nossa alma.

  Precisamos também nos lembrar de ser cuidadosos com nossos egos, visto que eles também nos atacam. Eles não querem ser compreendidos porque não querem morrer.

  04. P. – Dentre aqueles como nós, quem se encontra um pouco mais denso? E por que o título desta palestra é Além do Bem e do Mal?

  R. – Porque isto é como a consciência tem de desenvolver. Temos muitos egos que são maus, porém temos também muitos egos que são considerados “bons.” Por exemplo: quando sinceramente cumprimentamos alguém e se ele não recebe aquele cumprimento com a consciência, alimentamos então naquela pessoa um “bom” ego de auto-estima, de orgulho ou a algum outro ego. O bom ego é aquele que precisa ser aniquilado porque ele é a base de muitos maus egos. Então, a nossa consciência precisa estar além do bem e do mal. Temos muitos egos considerados bons egos, dentro daquilo que temos de compreender.  

 Certa vez Mestre Samael Aun Weor foi assim perguntado por um estudante: “Mestre, ser um ego gnóstico isso é bom ou mal”? Mestre Samael respondeu assim:

  Bem, deixe-me dizer-lhe a verdade. Esta pergunta é bem temperada porque no Movimento Gnóstico não existe uma única pessoa sem um ego gnóstico. O interessante nisto é que tal ego também deve ser aniquilado. Somente a Consciêncioa Gnóstica deve permanecer. O ego gnóstico é um ego mecânico, automático. Devemos reduzi-lo a cinzas. Precisamos estar cônscios da Doutrina de modo que aquela gnose se desenvolverá em nós pela consciente convicção doutrinária, e não como um mero mecanismo automático. O Gnóstico é mecânico, mas a Consciência gnóstica é revolucionária, rebelde e terrivelmente divina.”

  Então, no começo, a preocupação sobre o bem e o mal encontrados estão associados a um determinado evento. Uma vez tenhamos aniquilado todo o ego mal e todo o ego bom associados a qualquer evento – por exemplo: o orgulho está sempre associado com o ódio e a auto-estima com o ressentimento – então sigamos em frente com novos egos.

  Bons egos não sabem como fazer o bem conscientes. Temos uma grande quantidade de bons egos de auto-estima e vaidade; preocupemo-nos com eles agora e avançaremos rapidamente. É melhor fazer o bem, mas conscientes de como faze-lo, a fim de que, ao final, esse bem não venha tornar-se um mal; temos também muitos egos que não sabem como fazer o bem: daí que estes precisam ser também aniquilados.

  Todos possuímos o sentimento de quando alguém comenta positivamente sobre nós, sobre o nosso trabalho – nossos bons egos de orgulho e autoestima amam isso. Necessitamos da auto-observãncia; necessitamos saber de nosso bem e de nosso mal e irmos em frente. E não nos identificarmos com o ego.

  05. P – Tenho uma pergunta relativa a autoestima. Tenho conversado muito com meu pai sobre isto. Eu lhe disse que autorrespeito é diferente de amar a si próprio. Ele me perguntou como eu posso amar outros se não posso amar a mim próprio e respondi-lhe que isto já está em mim. Não é como eu estar tentando faze-lo compreender, porquanto ele está neste nível, mas como podemos nos situar entre as duas coisas; entre amar a nós próprios e possuir autorrespeito?

  R. – Bem, relativamente a isto, vem-me à mente uma história do Mahabharata, na índia: Havia um grande guerreiro que queria entrar numa batalha – a batalha contra o ego. Porém, aqueles à frente daquela guerra o mantiveram fora. Ele disse; “Estou preparado, estou pronto para lutar.” O Mestre que lá estava, cujo corpo se encontrava ferido com flechas, em agonia, porém ainda vivo, perguntou-lhe: “Ok, diga-me, você está disposto a entrar nesta guerra contra o ego? Lutar, mas sem orgulho e sem ódio? O guerreiro replicou: “Estou disposto a lutar sem orgulho e sem ódio.” “Então você está preparado: vá e lute.

  Noutras palavras: temos de lutar, estamos numa guerra pessoal interior. Temos de enfrentar parentes, amigos, etc., e enfrenta-los sem orgulho e sem ódio. Porém, no momento em que os estivermos enfrentando e nosso orgulho aflorar, entendamos que não estamos ainda preparados. Os grandes Mestres sáo como aqueles samurais do Japão, que são hábeis com as espadas e sabem como lutar, porém, sem ódio nem orgulho.

  Naqueles tempos, as pessoas paravam diante daqueles guerreiros e cuspiam-lhes em seus rostos, a fim de deixa-los irados e se sentirem afrontados em seus orgulhos. E quando se sentiam afrontados e seus ódios afloravam, eles se afastavam e não lutavam. Para lutar, a consciência precisa estar ativa: essa é a idéia.

  Mas de início, não creio que sejamos capazes de fazer aquilo: ir para o campo de nossos parentes, de nossos amigos e exigir respeito, sem orgulho e ódio. Precisamos vencer isto através de muita meditação. A medida que a desenvolvermos, chegaremos a ver que todos os nossos amigos e parentes estão em seus próprios níveis e precisaremos respeitar aqueles níveis. E, se eles têm muitos defeitos e vícios, deixamo-los como são, pois se eles próprios não podem vencê-los, o que nós poderiámos fazer em seus benefícios? Temos de respeitá-los.

  Mestre Samael diz que temos de aprender com postura elegante como receber as impressões desagradáveis de nossos companheiros. Aprender como receber insultos com postura elegante é realmente muito difícil. Se alguém está verdadeiramente habilitado a fazer isso é por que se encontra realmente morto na sua auto-estima e ressentimentos.

  Esse tipo de pessoa está habilitada a sentir compaixão por quem a está insultando. É fácil dizer estas coisas; mas quando estamos diante delas não é de nenhum modo fácil. Necessitamos de muito esforço.

  Assim são os Anjos do Paraíso: sem egos. Mas eles lutam contra as trevas.

  Muitíssimo obrigado.

POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO

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Sobre o autor - Instrutor Gnóstico

  Os instrutores que desenvolvem as palestras e os cursos são voluntários com larga variedade de conhecimentos. Cada um deles têm anos de experiência, ensinando e trabalhando com práticas e exercícios que despertam a consciência. Uma vez que os objetivos do dharma, yoga ou gnose sejam seguir o Ser Interior, focar na divindade e não em personalidades terrestres, as palestras permanecem anônimas e não se difundem seus nomes, rostos ou informações pessoais. Eles não possuem títulos ou identidades espirituais; não aceitam seguidores e vivem suas vidas anonimamente, como qualquer outra pessoa na sociedade.

  Tradução Inglês / Português: Rayom Ra

  Fonte: https://glorian.org/learn/courses-and-lectures/defense-for-spiritual-warfare/beyond-good-and-evil

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