sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

As Coisas que São - [R]

 

                                  Que éter-luz, claro e belo, 
                                  Que à fronte irradia,
                                  E aos meus olhos tocar!
                                 
                                  Que ar puro mais leve,
                                  Que se espraia ao redor,
                                  De um aroma sem par!

                                  Que calor me invade,
                                  Que ao peito me aquece,
                                  E minh’alma à acender!

                                  Que sorriso altaneiro,
                                  Que ao rosto contempla,
                                  Sem motivo eu saber!

                                  Que voz linda em cascata,
                                  Que ao silêncio sussurra,
                                  E me ensina a cumprir!

                                  Que sabor vem, eu sinto,
                                  Que me toma ao meu corpo,
                                  E o deixa a fremir!

                                  Que carícia de seda,
                                  Que me passa, suave,
                                  Sutil, sem ardor!

                                  Que alegria incontida,
                                  Que me chega e alivia,
                                  Dos lanceiros da dor!

                                  Que leveza gostosa,
                                  Que comigo flutua,
                                  Embalando o meu ser!

                                  Que esperança e amiga,
                                  Que aconchega dizendo,
                                  Para sempre eu a ter!

                                  Que tal força hercúlea,
                                  Que me impele adiante,
                                  Para aquilo onde eu quis!

                                  Que instante sublime,
                                  Que ao vislumbre do Anjo,
                                  Me deixou mais feliz!

                                  Que energia em cores,
                                  Que lá dentro, bem fundo,
                                  Se matiza em amor!

                                  Que paz mansa e serena,
                                  Que abraça e me ama,
                                  Muito além do fervor!

                                  Que suspiro me traga,
                                  Que em asas me leva,
                                  A conhecer, conhecer!

                                  Que lar amplo e perfeito,
                                  Que depois noutra Terra,
                                  Inda hei merecer....!
 
                                                    Por Rayom Ra

                              http://arcadeouro.blogspot.com

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

A Revelação dos Mistérios da Iniciação - [R]


                                                      MANTRA DA UNIFICAÇÃO

                               Os filhos dos homens são um 
                               E eu sou uno com eles.
                               Trato de amar e não odiar.
                               Trato de servir 
                                E não de exigir serviço.
                               Trato de curar e não ferir.

                               Que a dor traga devida recompensa 
                               De luz e amor.
                               Que a alma controle a forma externa.
                               À vida e todos os acontecimentos.
                               E traga à luz o Amor.
                               Que subjaz em tudo quanto 
                               ocorre nesta época.

                               Que venham a visão 
                               E a percepção interna.
                               Que o porvir quede revelado.
                               Que a união interna
                               Seja demonstrada.
                               E cessem as divisões externas.
                               Que prevaleça o amor.
                               Que todos os homens amem.                  

  Grande parte do que se expõe nesta revelação concerne, em realidade, à aparição do Reino de Deus – aparição que agora pode ter lugar devido à três fatores:

  1. Ao crescimento deste Reino na Terra, com os milhares de pessoas que aceitam suas leis e se esforçam por viver de acordo com suas normas e espírito.

  2. Ao fato de que os sinais do tempo e a imperante necessidade da humanidade evocaram o Cristo, e Ele decidiu reaparecer.

  3. A que a demanda invocadora da humanidade ascendente, continuamente, até “o lugar do Altíssimo” e a Hierarquia projeta aparecer conjuntamente com o Cristo e restabelecer a Lei do Espírito sobre a Terra. O momento da restauração dos antigos Mistérios chegou.

  Estes fatos foram divulgados amplamente, durante os últimos anos, como resultado da depuração levada a efeito no mundo, pela guerra mundial (1914-1945), como também pelo sofrimento a que tem sido submetida a humanidade (com um poder igualmente purificador e poderoso, quer manifestar-se-á posteriormente) Então, será possível à Hierarquia, a Igreja de Cristo, até agora invisível, exteriorizar-se e atuar, abertamente, no plano físico.

  Isto significa retornar à situação que existia na época atlântida, quando (empregando a simbologia bíblica, conforme o Gênesis – Cap. 2 e 30) Deus mesmo caminhou entre os homens; Ele falava então com eles, não existindo barreiras entre o Reino dos homens e o Reino de Deus. A divindade estava, então, presente em forma física, e os Membros da Hierarquia espiritual guiavam e dirigiam, abertamente, os assuntos da humanidade, até onde permitia o inato livre arbítrio do homem. Hoje, num futuro próximo, e num passo mais alto da espiral da vida, isto voltará a ocorrer. Os Mestres caminharão livremente entre os homens e Cristo reaparecerá, fisicamente. Também restaurar-se-ão os antigos Mistérios. Serão, novamente, reconhecidos os antigos marcos que a Maçonaria preservou com tanto empenho, e conservou até agora nos rituais maçônicos, esperando o dia da restauração e da ressurreição.

  Estes antigos mistérios foram, originalmente, dados à humanidade pela Hierarquia e contêm a chave do processo evolutivo, oculto nos números, nos rituais, palavras e símbolos, velando o enigma do destino e origem do homem, representando para ele, por meio do rito e do ritual, o largo caminho que deve palmilhar para retornar à luz. Proporcionam, igualmente, (quando esse rito e ritual são interpretados e representados corretamente) o ensinamento de que necessita a humanidade para poder passar da obscuridade à Luz, do irreal ao Real e da morte à Imortalidade.

  O verdadeiro maçom que compreende, ainda que em pequena escala, o significado dos três graus da Loja Azul, bem como as implicações daquilo de que participa, dará exato valor às frases mencionadas e reconhecerá o significado dos respectivos graus. Menciono isso com fins maçônicos, pois está intimamente relacionado com a restauração dos Mistérios que contiveram, no transcurso das épocas, a chave da tão largamente esperada restauração da estrutura que fundamentará o necessário ensinamento, e exporá (quando se libere das nomenclaturas e denominações judias, já caducas, se bem que corretas até três mil anos atrás) a história do progresso do homem no Caminho do Retorno.

  Tais são os Mistérios que Cristo restaurará, quando reaparecer, reavivando em forma nova as igrejas e restaurando o Mistério oculto, perdido há muito tempo, devido ao seu materialismo. A Maçonaria também perdeu a verdadeira vivência que um dia possuiu, porém, tanto em suas formas como em seu ritual, a verdade está conservada e poderá ser recuperada, e o Cristo fará isto. Fará reviver, ademais, em forma desconhecida, pois nem todos acorrerão à Igreja ou à Maçonaria para revitalizar sua vida espiritual. Os verdadeiros Mistérios também revelar-se-ão através da ciência, o Cristo proporcionará o incentivo para a sua busca. Os Mistérios encerram, em suas fórmulas e ensinamentos, a chave para a ciência, que desvelará o mistério da eletricidade – a mais elevada ciência espiritual e esfera do conhecimento divino, no mundo – apenas tocando superficialmente. Somente quando a Hierarquia estiver presente, visivelmente, na Terra, e sejam revelados ao mundo os Mistérios, dos quais os discípulos de Cristo são Guardiães, será dado a conhecer o verdadeiro segredo da natureza dos fenômenos elétricos.

  Em última instância, os Mistérios constituem a verdadeira fonte de revelação, a qual só poderá captar-se sem perigo, em toda sua amplitude, quando a mente e a vontade para o bem estejam estreitamente unidas e fusionadas, condicionando a conduta humana. Existem energias e forças planetárias que os homens não têm controlado e nem podem controlar. Nada sabem a respeito delas e, não obstante, a vida do planeta delas depende; estão intimamente relacionadas com os inapreciáveis poderes psíquicos, tão estupidamente encarados hoje em dia, e ignorantemente empregados. Ditos poderes – quando corretamente determinados e utilizados – serão de grande utilidade para as ciências que os Mistério revelarão.

  O Mistério das idades está em vésperas de ser revelado, e isto acontecerá quando Cristo reaparecer. As Escrituras sempre profetizaram que ao fim da Era revelar-se-ia o que está secreto e surgiria à luz do dia o que até agora permanece oculto. Como sabemos, o presente ciclo assinala o fim da Era de Piscis, e os próximos duzentos anos verão a abolição da morte. Ou melhor, de nossos equivocados conceitos a respeito dela, e o firme estabelecimento da realidade da existência da alma. Então, saber-se-á que esta é uma entidade, um impulso propulsor e que uma força espiritual se acha detrás de todas as formas manifestadas.

  Há dois mil anos o trabalho de Cristo consistiu em proclamar certas grandes possibilidades e a existência de grandes poderes. Quando Ele reaparecer, Sua tarefa consistirá em provar a realidade destas possibilidades e revelar a verdadeira natureza e potência do homem. Sua afirmação de que todos somos filhos de Deus e temos um Pai universal, em futuro próximo não mais será considerada como uma formosa assertiva mística e simbólica, senão uma provada enunciação científica. Nossa fraternidade universal e imortalidade essencial serão comprovadas como realidades da natureza.

  Hoje, está-se preparando o terreno para a magna restauração que Cristo levará a efeito. As religiões mundiais (incluindo a cristã) e a Maçonaria, estão sendo julgadas pela mente crítica humana; tem-se aceito quase unanimemente, que ambas fracassaram na tarefa determinada pela divindade. Compreende-se, em toda parte, que deve afluir uma vida nova, e isto implicará uma nova visão, uma nova maneira de encararem-se as condições de vida, e isto somente o Cristo pode ensinar-nos e ajudar-nos a conseguir.

  Segundo reza uma antiga Escritura: “O que foi um mistério, deixará de sê-lo e aquilo que tem estado oculto agora será revelado; o que tem estado velado surgirá à luz e engrandecerá essa luz e todos os homens verão e se regozijarão. Chegará o momento em que a destruição terá realizado o seu trabalho benéfico; então os homens, pelo sofrimento, buscarão aquilo que rejeitaram. Em vã persecução, buscaram o que tinham à mão e era fácil e alcançar. Quando o possuíram comprovou-se que era um agente da morte. Não obstante, buscaram sempre a vida e não a morte”.

  E o Cristo lhes trará vida abundante.

  Muito se fala hoje, a respeito dos Mistérios da iniciação. Em todos os países proliferam os falsos instrutores, que ensinam os pseudo mistérios, oferecendo espúrias iniciações (geralmente pagas e com diplomas), desorientando, assim, as pessoas. O próprio Cristo disse que existiria tal estado de coisas antes que Ele viesse e que em toda parte os falsos e os espúrios se proclamariam a si mesmos. Isto não é mais do que evidencia de Sua vinda. A falsificação sempre garante o genuíno. As palavras, discussões e pretensões absurdas; o pseudo ocultismo e os esforços fúteis para “receber uma iniciação” (frase ambígua que os instrutores e teósofos ignorantes têm cunhado para expressar uma profunda experiência espiritual), caracterizaram o ensinamento esotérico, desde sua moderna aparição, em 1875.

  Então, H.P. Blavatsky apresentou ao mundo ocidental a realidade da existência dos grandes discípulos e Mestres de Sabedoria, que se achavam na Terra e obedeciam ao Cristo. Mais tarde, arrependeu-se, profundamente, de havê-lo dito, segundo confessa em alguns de seus escritos dirigidos a seu Grupo Esotérico. Entretanto, o que fez formava parte de um grande plano, e não foi um erro. O erro constitui nas interpretações e reações violentas dos teósofos dessa época, fato que ainda não reconheceram. Esta estúpida reação foi ajudada e apoiada pela natureza investigadora da humanidade, como também pela aspiração a que isto trouxe a par. Os homens crédulos e os comerciantes ambiciosos exploraram o tema e ainda continuam assim procedendo.

  Não obstante, o efeito final destas estultices e erros de apresentação resultaram proveitosos. Em todos os países existem, atualmente, os homens que são conscientes da existência dos Mestres e da possibilidade e oportunidade oferecidas para um progresso espiritual científico que os converterá em membros do Reino de Deus. As igrejas fizeram caso omisso disso, considerando a ciência, especialmente na era vitoriana, como um arqui-inimigo.

  Estas informações tão profusas, sobre os mistérios da iniciação – algumas delas sendo evidências de uma verdade oculta, outras, produto da imaginação, e as demais instigadas com fins comerciais – têm preparado, definidamente, a humanidade, para os ensinamentos que Cristo dará, segundo se crê, quando estiver, novamente, entre nós, em presença física.

  Ainda que não queira o cristão ortodoxo admiti-lo, todo o Evangelho, nas suas quatro formas ou apresentações, quase não contém outra coisa que detalhes simbólicos sobre os Mistérios, que são (no que à humanidade concerne) cinco, no total. Ditos Mistérios indicam, em realidade, a história espiritual de um aspirante. Também assinalam cindo importantes etapas, no progresso da consciência humana. Conquanto incompreensível hoje, em certa etapa da Era Aquariana este progresso será mais claro e definido. A humanidade, o discípulo mundial (por meio dos diferentes grupos que se encontram em distintos graus de desenvolvimento) “penetrará”, durante os próximos dois mil anos, em novos estados de percepção e em novos reinos e esferas mentais e espirituais de consciência.

  Cada Era deixou o reflexo de um quíntuplo desenvolvimento moderno. Falando astronomicamente, quatro Eras são passadas: Gêminis, Taurus, Áries e Piscis. Atualmente, Aquário, a quinta, está entrando em poder. Gêminis imprimiu o signo simbólico dos dois pilares sobre a Fraternidade maçônica daquela época, e os dois pilares Joachin e Boaz – dando os nomes judeus que não são, certamente, os verdadeiros – apareceram há dois mil anos, aproximadamente. Depois se seguiu Taurus, o touro, época em que Mithra veio como instrutor do mundo e instituiu os mistérios de Mithra, como uma (aparente) adoração ao touro. Logo seguiu-se Áries, o carneiro, que viu o começo da dispensação judaica, tão importante para os judeus e, desafortunadamente, também para a religião cristã, porém sem importância para os inumeráveis seres humanos de outras partes do mundo. Durante este ciclo, veio o Buda, Sri Krisna e Sankaracharya.  Finalmente, temos a era de Piscis, peixes, que nos trouxe o Cristo. A sequência dos Mistérios personificados em cada um dos signos do zodíaco, será esclarecida pelo Cristo, pois a consciência coletiva atual exige algo mais definido e realmente espiritual que a astrologia moderna e o pseudo ocultismo, tão amplamente difundido.

  Na Era que temos diante de nós, depois do reaparecimento do Cristo, centenas de milhares de pessoas experimentarão algumas das grandes expansões de consciência, porém, a reação das multidões será de renúncia (embora isto não signifique, de nenhuma maneira, que estejam passando pela quarta iniciação); renunciarão às normas materialistas que hoje dominam em todas as camadas da família humana. Uma das lições que a humanidade deve aprender no presente (prelúdio da Nova Era), é saber quão poucas coisas materiais são realmente necessárias para a vida e para a felicidade. A lição não foi ainda aprendida. Entretanto, constitui, essencialmente, um dos valores que se hão de extrair deste período de espantosas privações, pelo qual estão passando, diariamente, os homens. A verdadeira tragédia reside no fato de que o hemisfério ocidental, especialmente os Estados Unidos, não participem deste processo espiritual definido e vitalizador; são presentemente demasiado egoístas para consenti-lo.

  Por conseguinte, poderão ver que a iniciação não é um processo cerimonial, ou um prêmio concedido a um bem sucedido aspirante; nem tampouco uma penetração nos Mistérios – dos quais os da Maçonaria constituem, até agora, uma apresentação gráfica – senão o resultado da “vivência” experimentada nos três mundos de percepção (físico, emocional e mental), pondo em atividade – através desta vivência – as células registradoras e memorizadoras da substância cerebral que até agora não foram susceptíveis às impressões superiores.

  Através desta zona registradora em expansão, ou, se prefere, através do aperfeiçoamento de um mecanismo registrador mais refinado, ou instrumento de resposta, a mente pode converter-se em transmissor dos valores elevados e da compreensão espiritual. Assim, o indivíduo chega a ser consciente de zonas de existência divina e estados de consciência eternamente presentes, porém que o indivíduo, constitucionalmente, é incapaz de registrar ou fazer contato; nem a mente, nem o seu agente registrador, o cérebro, foram capazes de realiza-lo, sob o ângulo de seu desenvolvimento evolutivo.

  Quando o farol da mente penetra, com lentidão, nos aspectos da mente divina, até agora não reconhecidos; quando despertam as qualidades magnéticas do coração e respondem sensitivamente a ambos os aspectos, o homem se torna capacitado para atuar nos novos reinos de luz, amor e serviço, que estão em processo de desenvolvimento. Então, é um iniciado.

  Estes são os Mistérios dos quais se ocupará o Cristo. Sua reconhecida Presença entre nós e a de Seus discípulos, fará que progridam mais rapidamente que até agora. O estímulo da Hierarquia objetiva aumenta potentemente, e a Era de Aquário presenciará a aceitação da grande Renúncia, por parte de tantos filhos dos homens, assinalando que o esforço mundial será das mesmas proporções que o realizado para educar, coletivamente, a humanidade, na Era de Piscis. O materialismo, como princípio de massa, será rechaçado, e grandes valores espirituais assumirão um maior controle.

  A culminação de uma civilização, com sua tônica especial – as qualidades e os dons legados à posterioridade, refletindo sua intenção espiritual (com a participação e todos os povos) – constitui uma das iniciações. Algum dia a história se fundamentará e se escreverá de acordo com as características do crescimento iniciático da humanidade; para chegarmos a isso, devemos ter uma história erigida sobre o desenvolvimento da humanidade, influenciada pelas grandes e fundamentais ideias. Assim se escreverá a história, no futuro.

  A cultura de um período determinado é simplesmente o reflexo da capacidade criadora e da cabal consciência dos iniciados de sua época – os quais sabiam que eram iniciados, sendo conscientes, também, de que entrariam em relação direta com a Hierarquia, Na atualidade, não usamos nenhuma destas duas palavras, civilização e cultura, em um sentido correto ou em seu verdadeiro significado. A civilização é o reflexo de alguma influência cíclica determinada, que conduz as massas a uma iniciação. A cultura está esotericamente relacionada com aqueles que, em qualquer era da civilização, em forma específica, cabalmente e com a consciência desperta, penetram, mediante o esforço auto iniciado, nos reinos internos da atividade mental, a que chamamos mundo criador. Estes são os fatores responsáveis da civilização, em seu aspecto externo.

  O reaparecimento do Cristo assinala uma relação mais estreita entre os mundos interno e externo do pensamento. O mundo de significados e o mundo de experiência se fundirão, oportunamente, mediante o estímulo proporcionado pelo advento da Hierarquia e do Seu Guia, o Cristo. Um enorme acréscimo de compreensão e das relações será o principal resultado.

                      Da Obra: O Reaparecimento do Cristo, por A.A. Bailey.

                                                                 Rayom Ra
                                                    http://arcadeouro.blogspot.co

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Kristus-Lucifer

Orthodox Cross

  Figura 1.

  “...dai que aquele belo Lúcifer é agora Satan. Esse Satan quer transformar Saul em puro ouro e para tal precisa tentá-lo; daí que embora ele próprio – Lúcifer – seja puro, se torna impuro em Satan – a fim de auxiliar o iniciado. Razão pela qual o Livro de Jó explica como Satan está sempre fazendo o impossível para tentá-lo, porque sabe que se triunfarmos da tentação ele de novo se torna glorioso conosco. Esse processo é denominado a ressurreição”.

lucifer

  Figura 2.

  No Livro de Revelação lemos: ”Ao vencedor, e ao que guardar até o fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade sobre as nações [[Goyim גוים].... Assim como também eu recebi de meu Pai, dar-lhe-ei ainda [o filho glorificado da manhã – Hillei Ben Shachar - הילל בן־שחר] a estrela da manhã”. – Revelação 2:26,28

  Se examinarmos a imagem acima descobriremos a Cruz Grega sobreposta à Árvore da Vida. Noutra imagem temos uma bela pintura de Eros-Lúcifer, a estrela da manhã, lançando suas flechas de luz ao mundo. Nesta palestra explicaremos o que Cristo e Eros-Lúcifer significam no gnosticismo, segundo as escrituras da Bíblia.

MosesRod

      Figura 3.

  Temos escrito a palavra goyim [גוים] em hebreu, que na Bíblia é sempre traduzida como “nações”. A forma singular de goyim é goy [גוי], palavra usualmente atribuída àqueles que não são judeus, hebreus. Concordamos com esta definição, mas somente do ponto de vista esotérico, alquímico, cabalístico, pois se rearranjarmos as letras da palavra goy encontraremos a palavra ego (יגו). É isto que precisamente necessitamos entender da palavra goy (יגו), goyim (גוים), que significa ego ou egos. Na realidade todas as pessoas da Terra, incluindo aquelas do Estado de Israel, têm ego interiormente e aquele ego é exatamente o que a Bíblia se refere como goyim (גוים) ou “nações”. Nossas cidades, nações, países, etc., são constituídos por uma coleção de egos. Está escrito:  

  Precisamos destruir Babilônia a Grande, a mãe de todas as fornicações e abominações da Terra. Obviamente, Babilônia é nossa cidade psicológica, populacionada pelos agregados psíquicos [os goyim גוים) que carregamos em nosso íntimo”. – A Bíblia Gnóstica, A Pistis Sophia Desvelada, por Samael Aun Weor

  Assim, os destaques bíblicos anteriores estão relacionados com egos, aqueles egos que precisamos controlar com o poder de Lúcifer. Está também escrito: 

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 Figura 4.

  Perguntou-lhe o Senhor [יהוה]: que é isso que tens na mão: Respondeu-lhe: uma vara. Então lhe disse: lança-a na terra. Ele a lançou na terra, e ela virou cobra. E Moisés fugia dela. Disse o Senhor [יהוה] a Moisés: estende a mão e pega-lhe pela cauda (estendeu ele a mão, pegou-lhe pela cauda, e ela se tornou em vara). Para que creiam que te apareceu o Senhor [יהוה אלהים Jehovah Elohim], Deus de seus pais, o Deus de Abraão [אלהים], o Deus [אלהים] de Isaque e o Deus [אלהים] de Jacó”. – Êxodo 4:2-5

  O Zoar estabelece: “Isso [serpente] refere-se à vara de Elohim que lhe foi entregue em mão”. Assim como está escrito:

  Com isso ordenou Moisés a Josué: escolhe-nos homens, e sai; peleja contra Amaleque; amanhã estarei eu no cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão”. – Êxodo 17-9.

  “E esta [serpente] é o mesmo cajado que foi criado [quando o sol subiu pela primeira vez em sua espinha] no crepúsculo da véspera do Shabbat e foi marcado com o Nome Sagrado por uma Modelagem Divina”.

  Então, “O cajado de Moisés simboliza também a serpente da tentação, que [como Satan] foi a causa do cativeiro de [o arquétipo de] Israel [devido ao orgasmo bestial]”. – Zohar.

  Eis porque Isaias escreveu: “Como caiste do céu [Hillel Ben Shachar - הילל בן־שחר], ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra [Malkuth], tu que debilitavas as nações [Goyim גוים]! Tu que dizias no teu coração: eu subirei ao céu [El אל, Chesed]; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte! Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo [Elion עליון]!. Contudo serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo”. – Isaias 14: 12-15.

  Hillel הילל “glorificado” é traduzido como Lúcifer, palavra latina relacionada com a luz. “Luce” é luz e “fer” significa portador. Da palavra “fer” vem a palavra inglesa “ferry”. Então quando dizemos “Lúcifer” estamos significando o portador de luz, que é algo muito profundo. Esta palavra não remete a certo personagem ou anjo, como as pessoa pensam, que caíra do céu e controlaria todas as nações da Terra; uma vez que, conforme mencionado, o cajado de Moisés representa aquela serpente ou tentadora que lançou todas as pragas sobre o povo da Terra – simbolizado na Bíblia pelo Egito ou Mizrahim [מצרים] em hebreu – que a isso necessitamos compreender.

  No gráfico acima de novo encontramos Cristo crucificado na Árvore da Vida. No primeiro triângulo da Árvore da Vida vemos as três letras do Tetragrammaton, o nome sagrado do Elohim: Iod-Hei-Vav [יהו]. O último Hei ה do Terragrammaton está colocado no Ain Soph. Isto é para mostrar-nos como estas letras Iod-Hei-Vav-Hei [יהוה] estão relacionadas com a luz, uma vez que Ain Soph Aur significam “a luz ilimitada” e Eros-Lúcifer é o portador de tal luz. Algumas vezes mencionamos que esse portador é fogo. Logicamente que o portador da luz é o fogo. Fogo e luz são dois fenômenos da mesma coisa [דבר Dabar, o Logos] e eis porque podemos também traduzir Luci por luz e Fer por fogo.

  Conforme vemos estamos nos direcionando ao primeiro triângulo da Árvore da Vida junto ao Ain Soph. É impressionante vermos que o tetragrammaton, o nome divino do Elohim Iod-Hei-Vav-Hei [יהוה], encontra-se também oculto na palavra Jehudah [יהודה], relacionada com a luz solar. Mas se antes do primeiro He do Tetragrammaton adicionarmos a letra Daleth [ד], descobriremos então que não será mais Iod-Hei-Vav-Hei [יהוה], mas passará agora a ser Iod-Hei-Vav-Daleth-Hei [יהודה], que é a palavra Jehudah ou Judah. Esta Jehudah é precisamente aquela tribo de Israel relacionada com a constelação de Leão, o Logos Solar, a estrela rei que Samael Aun Weor a ela se refere da seguinte maneira:

  Judeus autênticos são somente crianças do leão da tribo de Judah [יהודה], a significar os cristificados” – Samael Aun Weor.

  Eis porque no topo da cruz da crucificação, acima da estrela de Davi, em Daath, está escrito INRI, que em latim quer dizer: Ignis Natura Renovatur Integra – o fogo renova a natureza integralmente. A Bíblia traduz isso como “Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum”, que em Português vem significar “Jesus de Nazaré Rei de Judá”. Não dissemos “rei dos Judeus (aqueles cristificados)”, mas “Rei de Judá”, uma vez que a tribo de Judá está relacionada com a coroa do primeiro triângulo da Árvore da Vida, relacionada com o Absoluto. As letras Hei e Daleth no final da palavra Jehudah [יהודה], ocultam certo significado relacionado com a luz de Ain Soph Aur e Daath, que precisamos compreender e entender.

OtzChayim

  Figura 5.

  Falarmos sobre a luz é bom, e eis o que Zohar explica ao examinarmos a luz de uma vela. Observemos então que bem na base da chama há uma cor azulada escura. É um fogo escuro a consumir a vela. O fogo escuro derrete a cera ao passo que a clara chama em cima não a consome; unicamente fornece a luz. Naquela chama azul, amarela e branca temos o símbolo da trindade que chamamos Pai-Filho-Espírito Santo, Kether-Chokmah-Binah, representado pelas primeiras três letras do sagrado nome Iod-Hei-Vav-Hei [יהוה]; a chama escura é ali representada pelo Hei final. Esta – nominada por quatro letras – traduzida como Jehovah, o qual chamamos Iod-Havah é o Glorian – precisamente formado pelo azul escuro, amarelo e branco brilhante da chama. Moisés na Bíblia dirige-se aos israelitas dizendo: “Porque o Senhor teu Deus [Jehovah Elohim כי יהוה אלהים] é fogo que consome, é Deus zeloso” – Deuteronômio 4:24.

  Alquimicamente aquele fogo consumidor ou fogo inextinguível é precisamente a parte escura da chama que se produz pelas [ki כי] duas mãos, marido e mulher. E conforme vemos na vela, o escuro da chama está dissolvendo, consumindo a cera, ao passo que o claro não consome nada: está unicamente dando luz. Aquela luz é a trindade formada pelas três primeiras letras do nome sagrado de Deus. É fato que o nome de Deus tem somente três diferentes letras visto que o segundo Hei é repetido como sendo a quarta letra. Nisso é visível o significado oculto de Lúcifer. Algumas vezes esta letra Hei é substituída pela letra Daleth, a quarta letra do alfabeto hebreu usada para escrever o conhecimento Daath [דעת], o mistério da Árvore do Bem e do Mal.  

  Na Bíblia Gnóstica, Mestre Aberamentho indica as três forças primárias como sendo a palavra Yew. Podemos entender Yew ou Jew [יהו] como sendo a mesma coisa. Esta palavra tem ligação com a tribo de Judá. O que necessitamos nos apropriar disso está no âmbito daquelas Mônadas quando alcançam a realização da luz dentro delas próprias. Elas são Mônadas pertencentes à tribo de Judá. Em cabala estudamos muitas tribos ou hierarquias relacionadas com a chama do Senhor, porém precisamos entender que a mais elevada tribo de todas as hierarquias, representadas pelos 12 signos zodiacais ou 12 tribos de Israel é a tribo de Judá (Leão), colocada no topo. Significa que aqueles seres – conforme explicado em anterior palestra – estão relacionados com os corpos Dharmakaya, Sambhogakaya e Nirmanakyaya, mesmo estando com corpos Adikaya. Aqueles corpos são edificados e relacionados com a luz que lhes permite viver neles dentro do espaço abstrato absoluto. Em outras palavras: permite-lhes viver dentro da luz negra, aquela luz que consome pecadores no inferno.

  Se buscarmos imaginar aquela luz a veremos consumir matéria de qualquer tipo no Klipoth, chamado em hebreu Saul ou Sheol [שאול]. Esse é o motivo pelo qual as religiões falam sobre inferno, descrevendo-o como um lugar com fogo. Precisamos entender que isso remete ao fogo negro que consome e derrete qualquer tipo de matéria. A chama branca – aquela luz branca do Senhor – é que dá vida, cresce e transforma a inteireza da Árvore da Vida em cada um de nós.

  A cruz dourada atrás da Árvore da Vida é a Cruz Grega Ortodoxa relacionada com as 10 Sefirote. Bem embaixo da cruz está Malkuth a base da cruz. Vemos que Cristo está ali crucificado e tem seus pés em Yesod a Sefira do sexo, a força sexual. Quando alguém está trabalhando sua pessoal cristificação com o fogo de Lúcifer – com o bordão de Moisés que é fogo e luz – ele encontra a mais difícil parte naquele processo que são os estigmas dos pés na cruz. Vemos então o pé direito sobre o pé esquerdo. Aquilo significa precisarmos controlar o lado esquerdo da Árvore da Vida, relacionado com o mal, com o lado direito da Árvore da Vida. Tal controle é somente possível com o fogo sexual.

  Através das muitas palestras temos dado ênfase ao fato de que Lúcifer está relacionado com Eros, a potência sexual. Bem, os estigmas relacionados com as mãos não são fáceis, porém são mais fáceis do que os dos pés por estarem esses últimos relacionados com Gedulah e Geburah. Os primeiros são os dois aspectos superiores da Mônada, enquanto aqueles dos pés são os aspectos inferiores da mesma Mônada – nós próprios – que temos os três cérebros chamados Intelecto, emoção, sexo, e nossa fisicalidade. Eis porque unicamente na cruz é onde podemos pedir pela aniquilação, visto Deus ser o fogo consumidor na base da chama. Isso se encontra relacionado com os quatro corpos do pecado.

  Observando a cruz ortodoxa vemos que a última, a mais inferior haste, está fora do equilíbrio, estando em posição oblíqua. As pessoas se perguntam: “por que os gregos ou ortodoxos fizeram a primeira haste da cruz, em cima, no topo, muito bem equilibrada, e a maior do meio, relacionada com a Mônada, também em posição horizontal, bem equilibrada; entretanto aquela embaixo, na base da cruz, a fizeram torta? Se conhecermos Alquimia e Cabala compreenderemos que o trabalho mais difícil ao qual precisamos dele nos desempenhar está relacionado com os rins. Naturalmente Hod e Netzach estão relacionados com Jezebel, o centro emocional inferior e a mente, respectivamente; entretanto essas duas sefirote também estão relacionadas com os rins, os órgãos que proporcionam a força sexual a Yesod.

  “Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos. Dei-lhe tempo para que se arrependesse; ela, todavia não o quer arrepender-se da sua prostituição. Eis que a prostro de cama, bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Matarei os seus filhos, e todas as igrejas conhecerão que eu sou aquele que sonda mente e corações, e vos darei a cada um, segundo as vossas obras”. – Revelação 2:20-23.

  Os rins, nas relações com o Yesod, estão ligados com a Cruz de Santo André, que é um “X”, sendo nessa cruz que temos de passar todo o sofrimento de nosso carma relativo à luxúria, a fim de aniquila-lo, ou seja: por ali anular completamente os nossos Kamaduro e Karmasaya. Eis porque equilibrar a linha horizontal torta da cruz ortodoxa vem a ser a parte mais difícil do trabalho para qualquer alquimista, visto que aqui na base estão Hod, Netzach, Yesod e Malkuth que juntos são os chamados quatro corpos do pecado, onde temos o ego muito forte. É precisamente sobre isso, na busca por equilibrar aquela barra, que todos nós estamos trabalhando, porém isso nos toma muito trabalho.

  O último trabalho que o iniciado realiza na cruz é dirigido exatamente para os estigmas dos pés. Quando aqueles estigmas são recebidos no plano astral, nos planos internos, os iniciados já estão em equilíbrio em Hod e Netzach, sendo essa parte a mais difícil. E é isso o que a cruz grega simboliza. Abaixo de Malkuth está Klipoth ou Sheol.  ::

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  Figura 6.

  Pelo gráfico acima temos de entrar novamente em nossa pessoal natureza psicossomático. Ao topo da Árvore da Vida encontramos as palavras Ain Soph Aur e Glorian relacionadas com aquela luz descrita pelas seguintes e diferentes palavras:

  - Pe’er [פאר], relacionada com glória ou esplendor.

  - Tiphereth [תפארת], no meio da Árvore da Vida também relacionada com esplendor, glória e luz.

  - Hod [הוד]. A sefira Hod está também relacionada com a luz, a luz gloriosa.

  - Hadar [הדר]. Outra palavra hebraica com o mesmo significado.

  - Zohar [זוהר]. Esplendor.

  - Todas estas palavras são sinônimas e são usadas na Bíblia de diferentes modos a fim de especificar os diferentes aspectos da luz. Motivo pelo qual cada parte de nós, como somos, falando fisicamente, detêm intimamente as diferentes forças que vêm do alto da Árvore da Vida e se misturam em Malkuth. Aqui descrevemos ao longo dos sete sefirot menores, os sete fluidos relacionados com a tal luz em nosso organismo:

  - Água de Gedulah

  - Vinho de Geburah

  - Leite de Netzach

  - Sangue de Tiphereth

  - Orvalho de Hod

  - Azeite de Oliva de Yesod

  - Mel de Malkuth

  A água está relacionada com o Espírito ou Gedulah na Cabala. É aquela água na qual o cérebro e a medula espinhal estão flutuando. É o fluido cérebro espinhal onde as forças do Espírito estão flutuando ou pairando dentro de nós.

  O vinho de Geburah está relacionado com o fogo, o sangue de Tiphereth. Ambos, o vinho ou fogo e o sangue estão intrarrelacionados. Noutras palestras temos dito que Geburah está relacionada com a força da sístole e da diástole do sistema circulatório e que Tiphereth está relacionada com o coração que faz o sangue circular. E ambas estão relacionadas com o que chamamos a Mônada.

  Em Netzach temos o que a Bíblia chama de leite, que é a secreção de todas as glândulas que temos em nosso organismo: a totalidade das glândulas endócrinas. O sistema imunológico e o fluido linfático estão relacionados com a condensação de Hod. E temos o azeite de oliva, aquele fluido relacionado com o semem ou shemem de que a Bíblia se refere; é o óleo com que temos de estar ungidos. E o último fluido é o mel relacionado com Malkuth.

  Todos aqueles fluidos são rios ou forças misturados no corpo físico que nos estão dando diferentes tipos de energia da Árvore da Vida. Eis porque o Livro de Eclesiastes 1.7, pontua:

  Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr”.

  Precisamos entender que todos os rios daquilo que aqui estamos nos referindo estão também relacionados com todos os fluidos que temos em nosso organismo, e que provêm do Glorian, aquela luz que estamos enfatizando como Ain Soph Aur. Todos nós estamos conectados com aquilo. Aqui temos de entender que todos aqueles fluidos ou forças que adentram nossos organismos estão relacionados com o que chamamos de Lúcifer, uma vez que todos são portadores de luzes em diferentes modalidade. Por isso assim estabelece o Zohar:

  Assim como a luz passa de um para outro trono, através de vários canais entre eles, isso torna a luz mais poderosa e forte em seus cursos circulatórios, identicamente ao sangue nas veias do corpo. Tal é a região do alto que dá crescimento às sete diferentes cores, as quais, na sua totalidade e amálgama, constituem-se no grande mistério daquela algo desconhecida denominada luz. Há também sete outras diferentes luzes coloridas que ao fluir juntas, e dai se misturando, formam um grande oceano de luz que então vem fluir diretamente de seus sete diferentes tronos”. – Zohar.

  Temos as seguintes referências por Isaias: “O Senhor [Iod-Havah] destruirá totalmente o braço do mar do Egito (mitzrahim - מצרים), e com a força do seu vento moverá a mão contra o Eufrates e, ferindo-o, dividi-lo-á em sete canais, de sorte que qualquer o atravessará de sandálias.” – Isaías 11:15.

  Isaías refere-se aos alquimistas que estão sempre trabalhando com todos aqueles fluidos ou rios, aos quais mestre Salomão menciona em Eclesiastes. O Zohar continua:

  Cada um dos sete tronos ou fluxos tornam-se a dividir-se e se constituem em sete reservatórios, e cada um desses se constitui em manancial ou fonte de sete rios, os quais de novo subdividem-se e formam sete riachos; daí se vem formar um vasto sistema circulatório, pelo qual as águas de cada um se separam e de novo se vêm encontrar para se tornarem todas misturadas”. – Zohar.

  Quando lemos esta passagem do Zohar, não conhecendo Alquimia, podemos inquirir “o que é tudo isso?”. Quando é inferido: “de um para outro trono, através de vários canais entre eles, isso torna a luz mais poderosa e forte em seus cursos circulatórios”. O que é isso? De que trono o Zohar está falando? Quando estudamos Alquimia e Cabala entendemos que o trono de Chesed, o Espírito, também chamado Gedulah é o sistema nervoso cérebroespinhal ou central, o cérebro e a medula.

  Esse é o motivo porque o Zohar enfatiza o que o gênesis diz: “E saia um rio do Éden para regar o jardim, e dali se dividia, repartindo-se em quatro braços”; todos aqueles quatro braços e o rio estão relacionados com a Sefira Chesed ou Gedulah. Se analisarmos isso alquimicamente compreenderemos que o trono de Deus é o sistema nervoso cérebroespinhal e nosso corpo físico. E quando estivermos unidos sexualmente falando, com outro trono – ou seja: quando marido e mulher estejam unidos, uma vez que é unicamente através dos órgãos sexuais que os dois tronos podem estar unidos – então entenderemos o que o Zohar diz. E como a luz passa de um para outro trono é um intercurso no ato sexual das forças dos rios que os corpos físicos têm em homens e mulheres.

  O único canal que pode intercambiar isso é Yesod, o órgão sexual, e todos os plexos que temos no corpo. À medida que o ato sexual evolui atestamos então que vai se tornando mais forte em seu curso circulatório, similarmente ao sangue nas veias do corpo. Quando conhecemos Alquimia e o mistério de Daath, fica mais fácil entender que a escritura está se referindo ao ato sexual, e esta é a única via para intercambiar as forças entre o homem e a mulher.

  No primeiro gráfico escrevemos também: “vaidades das vaidades, vaidade das vaidades, o templo é vaidade”. O corpo físico é a vaidade que conserva todas as vaidades. A vaidade é a respiração, pois Habel, traduzido por Abel, também é essa respiração. Aquele que se desempenha de todo esse trabalho, intercambiando toda essa luz, é Lúcifer, visto que no ato sexual é ele quem realiza tudo isso em nosso sistema circulatório, em todos os fluidos que possuímos.

  Lúcifer não é o que as pessoas pensam: um indivíduo em particular. Se dissermos “espírito” do ponto de vista da língua inglesa, aquele “espírito” é um fluído que circula através de toda a nossa fisicalidade. Motivo pelo qual sempre estamos ressaltando que Lúcifer é permanentemente o tentador das pessoas, porém as pessoas desconhecem a forma como elas estão sendo tentadas por Lúcifer. Então, de que forma Lúcifer tenta às pessoas? Vejamos como Isaías nos explica; leiamos:

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  Figura 7.

  Como caiste do céu” [Iod-Hei הי ], ó estrela da manhã, filho da alva! [הילל בן־שחר Hillel Ben Shahar]…” – Isaías 14:12.

  E Jesus disse: “Ora, ninguém subiu ao céu, senão quele que de la’ desceu, a saber, o Filho do homem [que está no céu] [הילל בן־שחר Hillel Ben Shahar]. E do modo porque falou Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem [הילל בן־שחר Hillel Ben Shahar] seja levantado” – João 3: 13, 14.

  Hillel הילל contem metade das quatro letras do nome sagrado de Deus [Iod-Hei-Vav-Hei יהוה]; chamado Iod-Hei (הי), que é pai-mãe, os dois tronos (Lameds לל) no paraíso e na terra. Aleluia (הללויה) contem todas as quatro letras, Iod-Hei-Vav-Hei יהוה que juntos são pai-mãe e homem-mulher, que juntos são os dois tronos (Lameds לל) no paraíso e na terra. Isso alquimicamente falando, nos mostra que Hillel (Lameds לל) se torna o Filho do homem, o Filho de Vav-Hei (וה), homem-mulher na terra.

  Hillel הילל está traduzido em Lúcifer por Jerome de Stridon, um sacerdote latino, porque em latim, Lúcifer significa o portador da luz. É o mesmo filho glorificado da aurora [Hellel Bem Shahar הילל] ou Filho do homem. E como o filho glorificado da aurora [Hillel Ben Shahar הילל בן־שחר] desceu do paraíso?

  Vamos explicar agora. A Árvore da Vida, de Ain Soph Aur realmente glorifica porque, conforme explicamos em outras palestras, a primeira emanação do Absoluto, de Ain Soph, é o Ain Soph Aur, a luz ilimitada, que em grego é chamada Cristo e em latim Lúcifer. Eis porque o título deste texto é “Kristus Lucifer”. Entretanto em hebreu não dizem nem Cristo nem Lúcifer, mas Hillel [הילל], que significa “glorificado”; que é a luz.

  Esse mito sobre a queda de Lúcifer ou Cristo na matéria detém muitos significados, um dos quais, e mais comumente compreendido, está relacionado com a queda dos anjos, mas isso é um significado separado daquilo que estamos tratando aqui. O significado deste simbolismo para o objetivo desta palestra diz respeito à descida da luz no iniciado – em nós.

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  Figura 8.

  Como caiste do céu” [Iod-Hei הי], ó estrela da manhã, filho da alva! [הילל בן־שחר Hillel Ben Shahar]. Como foste lançado por terra [Nag’daath נגדעת], tu que debilitavas as nações! – Isaias 14:12 

  A terra é um símbolo que representa nossa fisicalidade, bem como o próprio planeta. Aquela luz da qual estamos falando emerge do Absoluto sendo lançada para a nona esfera, o centro de qualquer planeta e de qualquer outra individual fisicalidade, nosso sexo.

“DOMINAR OS GOYIM [גוים]!”

  Os goyim conforme ressaltamos estão relacionados com nossos egos, visto que se rearranjarmos as letras da palavra goy encontraremos a palavra ego [יגו]. Nesta nossa época a palavra Goyim [גוים] é interpretada como estando relacionada com os gentíos ou em outras palavras: com as pessoas não pertencentes à raça hebraica. Aqueles que detêm esta interpretação não conhecem Cabala ou Alquimia. Pensam que esta palavra está relacionada com a raça, justamente como acontece na Índia, onde acham que os brâmanes estão relacionados com certas seitas de quem segue o bramanismo. É algo diferente ligado aos arquétipos.

  Não recaiam no erro de pensar que quando a Bíblia fala sobre os goyim os esteja também igualando aos “gentíos”, segundo o que hoje entendemos como terminologia. Essas pessoas nada sabem sobre esotericismo, pensando que os goiym sejam como aqueles gentíos não pertencentes à raça hebraica; eis porque estamos explicando que os goyim de que a Bíblia fala são unicamente nossos próprios egos.

  Somente Lúcifer pode controlar o ego. Quando Lúcifer adentra nossa psique, uma psique cheia com luxúria, orgulho, ódio, presunção, preguiça, gula, avareza, etc., ele se torna Satan. Torna-se negro como o fogo consumidor. Ele é glorificado no céu, porém quando adentra-nos ele se torna negro. É isso que as pessoas não entendem.

  Muitas pessoas confundem Lúcifer com Satan: eles são duas coisas diferentes. Lúcifer é luz pura quando não misturado com nossos goyim [egos]; entretanto ao adentrar a fim de dominar interiormente os goyim de qualquer iniciado, Lúcifer se torna negro, luz negra, como carvão. É como e porque Isaías continua:

  “Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus [אל] exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte: subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo abismo”. – Isaías 14: 13-15

  El [אל] é o nome de Deus em Chesed. Acima de nosso Espírito está Hei-Vav-Hei [יהוה] – a Mônada. Lúcifer ou Hellel [הילל] vem daquela altura. Ele exalta a si próprio, mas quando adentra-nos ele vai abaixo. Sempre falamos sobre o Norte que está acima da cabeça nas dimensões superiores, o Absoluto.

  Aqui encontramos a passagem em que Isaías remete ao Rei da Babilônia. Poderiamos perguntar: “Sadam Hussain foi Rei da Babilônia em vidas passadas? Não. Ter sido Rei da Babilônia e se tornado um dos malaquins seria alguém que tivesse alcançado a quinta iniciação, mas quem agora lá permanece tem ainda o ego muito inflado, muito vivo. Quando entramos neste caminho nos tornamos um melek (rei), cujo plural desta palavra é malaquim – ou seja: um Rei da Babilônia. Que Babilônia? Nossa própria particular e individual Babilônia, Babel. No Livro de Isaías não é dito Babilônia, e sim Babel בבל. Babel é uma torre, o sistema nervoso espinhal onde o rei está sentado, mas infelizmente temos em nossos íntimos muitos goyim: demasiados egos.

  Desse modo esta escritura está mirando um iniciado da 5ª iniciação dos mistérios maiores, um que tenha tomado o caminho direto e queira aniquiliar com todos os goyim interiores. Tal individualidade quer se tornar habitante da tribo de Judá, uma vez que é daquela altura que Lúcifer desce. Lúcifer ou Hillel ou Cristo pertence `aquela área da Árvore da Vida, o primeiro triângulo e o Absoluto. É aquela luz muito purificada que para nós é negra porque não conseguimos vê-la, mas para o Paramarthasattya é radiante. É precisamente isso que temos de entender.

  Quando a luz quer ajudar qualquer iniciado, onde realmente essa luz entra? Sheol. Nas muitas palestras temos explicado que a palavra Sheol [שאול] contém as mesmas letras utilizadas para escrever-se Saul, o primeiro rei de Israel. O símbolo do primeiro rei de Israel é o primeiro rei que todos os arquétipos de Israel trazem quando eles chegam à 5ª iniciação dos mistérios maiores, que é Saul, Sheol, שאול, Inferno.

  Desse modo se entendermos Cabala e Alquimia, entenderemos que Hillel, Cristo ou Lúcifer, descem para o Sheol, dentro de Saul, uma vez que ele quer se transformar em Davi. Davi ou Salomão representam três processos ou transformações que adentram o íntimo dos alquimistas quando esses penetram nos mistérios da cruz.

  Em lendo a Bíblia percebemos como Saul tem muitos problemas com Samuel. Samuel ungiu-o. Samuel, Shemuel está relacionado com o nome. A palavra Shem [שם] significa, “o nome”, Shemuel ungiu-o e ele recebeu ajuda de Jehovah. Que é Jehovah? É o Iod-Hei-Vav-Hei acima; aquela luz que entra vindo de cima a fim de ajudar; entretanto como ele tem o ego muito vivo, encontra-se complicado, tendo se tornado num inimigo de Davi, que é aquele que matou Golias e destruiu muitos inimigos, falando alquimicamente.

  É Lúcifer quem vem ajudando Davi, quem também vem ajudando a Samuel e a Salomão. Aquele que nos mostra como fazer isso é Moisés com seu auxiliar, pois quando Moisés esteve trabalhando para trazer as pragas do Egito (ou Babilônia – o mesmo símbolo), fazia-o com Lúcifer, a serpente, seu verdadeiro auxiliar.

  Contudo serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo abismo”. Esse abismo somos nós, noutras palavras. Eis porque quando Lúcifer aparece para o iniciado, para Saul, ele aparece com um terrível aspecto. Por quê? Porque Saul tem o ego muito vivo, dai que aquele belo Lúcifer é agora Satan. Esse Satan quer transformar Saul em puro ouro e para tal precisa tentá-lo; daí que embora ele próprio – Lúcifer – seja puro, se torna impuro em Satan – a fim de auxiliar o iniciado. Razão pela qual o Livro de Jó explica como Satan está sempre fazendo o impossível para tentá-lo, porque sabe que se triunfarmos da tentação ele de novo se torna glorioso conosco. Esse processo é denominado a ressurreição.

  No quadro abaixo vemos Shiva, Binah na Cabala, e acima dele está sua esposa, o rio. Em hebreu o rio é Naher [נהר]; algumas vezes; noutros versos da Bíblia é chamada Nahera [נהרה]. Ao lermos o livro de Mestre Samael Aun Weor – Igneous Rose – nele encontramos sua explicação de que aquela Najera-Nahera é o nome do anjo que controla a figueira, relacionada com as forças sexuais femininas. Esse é o único caminho para entendermos que Naher, significa o rio que vem do Éden.

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  Figura 9.

Em Gênesis 2: 10-15 lemos:E um rio vinha do Éden para a água do Jardim; dai se repartia em quatro braços. Esses quatro braços estão simbolizados por Chesed (misericórdia) no lado direito da sefirótica “Árvore da Vida”’ – Zohar.

  Aquele rio é o aspecto feminino da Mãe Divina, Binah, que desce de Daath, do paraíso, e vem rolando abaixo para Chesed. Como Zohar ressalta: “Chesed representa os quatro rios do Éden” Em síntese: no gráfico anterior explanamos sobre os 7 fluídos no corpo físico, porém agora os estamos sintetizando nos quatro rios do Éden. Diz o Zohar: “Chesed, o espírito, está relacionado com esses quatro rios”.

  O Gênesis continua: “O nome do primeiro é Pisom: esse é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro. E o ouro daquela terra é bom; há bdelium e a pedra ônix. E o nome do segundo rio é Gihon: é o mesmo que rodeia toda a terra da Etiópia. E o nome do terceiro rio é Hiddekel; esse é o que corre em direção leste da Assíria. E o quarto rio é o Eufrates”.

O Zohar estabelece: “Essas são as quatro cabeças das criaturas viventes que portam (em Malkuth) o trono sagrado – o Sistema Nervoso Central – e transpiram por causa do esforço físico (alquimia sexual). O suor devido (luz e fogo) à carga de que são portadores torna-se Naher Di Nur נהר די־נור (lit. rio de fogo), conforme está escrito: “um rio de fogo (Naher Di Nur נהר די־נור) manava e saía de diante dele; (Aleph Alephim אלף אלפים) milhares e milhares o serviam”, (Daniel 7:10) – Zohar.

  De novo, quando o homem e a mulher estão sexualmente unidos, o primeiro rio, Pison, se relaciona com o fluido cérebroespinhal no homem, e o segundo rio, Gihon, com o fluido de sua genitália. Dois rios, dois fluidos: o fluido cérebroespinhal e a genitália. Esses são Pison e Gihon no homem. Os outros dois rios, Hiddekel e Eufrates, estão relacionados com essas duas mesmas polaridades, mas em corpo feminino.

  Todos esses rios estão relacionados com o sistema nervoso cerebroespinhal e a genitália; o fluido que vem do paraíso, aquele rio, controla os órgãos sexuais, a coluna espinhal, o cérebro e ambos os sexos. Daí, quando unidos no ato sexual, aquelas forças, aquelas energias do homem e da mulher que descem do paraíso se misturam. Aquele que está dando e retirando o fogo do paraíso, roubando o fogo do paraíso no ato sexual é chamado Lúcifer.

  Infelizmente as pessoas ignoram quem seja Lúcifer e o real ato sexual, e assim todo aquele fogo que Prometeu-Lúcifer rouba do paraíso é derramado no orgasmo e o casal permanece na escuridão. Porém se soubermos como tirar vantagem das forças daquele rio, saberemos que Binah, o Espírito Santo, é aquele que controla as águas junto com Chesed, o espírito que paira ante as águas do Gênesis. Eis como devemos ver alquímica e cabalisticamente aquele rio, dividido em quatro braços no ato sexual.

  Quando olhamos esses símbolos superficialmente, como fazem as pessoas, começamos a pensar que são rios literais encontrados na Ásia, e que o jardim do Éden está igualmente na Ásia. A palavra Éden significa voluptuosidade, desejo. Aquele desejo é sentido no ato sexual real. Isso é Éden. Porém, nos lembremos de que no momento do desempenho do ato sexual, Lúcifer o doador de luz está presente. Ele nos quer fazer um ser radiante, entretanto para que assim nos tornemos precisamos superar a tentação. Eis porque está escrito:

  “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem [Adão] e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar”. – Gênesis 2: 15

 De onde Iod-Havah Elohim tomou Adão – que representa o verdadeiro homem, o verdadeiro ser humano? Ele o tomou dos rios, dos quatro rios. Eis porque temos de criar os corpos solares, corpos crísticos, corpos eletrônicos que são pura energia. Pois é através desses corpos que podemos nos elevar e nos aproximar de Deus, uma vez que Deus é um fogo consumidor embaixo e não em cima.

  Aquela luz nos envolve quando temos corpos solares. Motivo pelo qual quando Moisés desceu do Sinai ele estava radiante porque havia construído em si um corpo Astral, um Mental e um Causal. Daí que Moisés é aquele Adão que Iod-Havah Elohim tomou dos quatro rios. Aqueles quatro rios estão sintetizados em Iod-hei-Vav-hei o Tetragrammaton. Os quatro rios também são fogo-ar-água-terra, os quatro elementos que temos de controlar a fim de podermos nos torna um verdadeiro ser humano, como o ser humano que vemos no gráfico, reverenciando Iod-Havah Elohim, Binah, Shiva. O homem aqui representa aquele mesmo símbolo de Moisés, mas da maneira indú.

  Bem, quando Lúcifer estava no Éden antes da queda, Ezequiel em 28:12,13,16, representado no gráfico acima por William Blake, diz:

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    Figura 10.

  “Tu és o sinete da perfeição cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus, de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado foram eles preparados. Na multiplicação do teu comércio se encheu o teu interior de violência e pecaste; pelo que lançarei profanado fora do monte de Deus, e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras”.  – Ezequiel 28: 12, 13, 16

  Ezequiel remete a Cristo, Kristus-Lúcifer. Um ser de grande beleza que se torna negro em nós. Eis porque quando falamos sobre Lúcifer ou Kristus-Lúcifer, sentimos tristeza e dor em nossos corações, pois ouvimos fanáticos de diferentes religiões ou seitas do cristianismo, algumas vezes do judaísmo e Islam, que amaldiçoam Lúcifer, ignorando que ele é precisamente o grande sacrifício da luz que vem descendo sobre nós a fim de nos transformar.

  Falemos agora sobre como Lúcifer adentra num iniciado que toma o caminho direto. Retiramos uma passagem da Bíblia e acima colocamos um gráfico de José e o anjo Gabriel. Em Mateus está consignado:

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  Figura 11.

“Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mas José, seu esposo, sendo justo e não querendo infamar resolveu deixa-la secretamente. Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo.

  Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus [Emanuel], porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu, para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta. Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e ele será chamado de Emanuel [que quer dizer: Deus conosco].

  Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor, e recebeu sua mulher. Contudo não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus”. – Mateus 1:18-25.

  A Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal se encontra oculta nestes versos. Como – quando alquimistas – entramos em nossa esposa, não a encontramos e nossa esposa não nos encontra; unicamente os fornicadores encontram ou conhecem suas esposas e as esposas aos seus maridos no ato sexual; exatamente como no Gênesis, quando Adão conheceu Eva que gerou Caim, e ele foi um assassino. A chave seria dada a Adão para que não a conhecesse no ato sexual, mas que a penetrasse e não derramasse o rio do Éden. Isto que é estar no Éden sem poluir as suas águas.

  O iniciado que alcança a 5ª iniciação dos Mistérios Maiores, que cria os corpos Solares Astral, Mental e Causal é de novo nascido, é um novo ser humano no verdadeiro sentido da palavra. Então se sua Mônada, seu Espírito interior, escolhe tomar o Caminho Direto por meio da alquimia sexual, o anjo Gabriel vem e o fecunda com a luz solar. Entretanto se o iniciado não toma o Caminho Direto então o ato sexual está proibido para ele. Alguns iniciados que renunciaram ao Nirvana, como o Dalai Lama e Krishnamurti, decidiram por suas próprias vontades não ter uma esposa.

  Nesse caso José, tendo alcançado a 5ª iniciação, queria servir ao Senhor como um simples sacerdote, não mais tendo uma esposa. Mas finalmente ele descobre que sua Mãe Divina, Maria, nos planos internos já está com a criança. Não é Maria no plano físico que está com a criança. Alquimicamente, aquela que está com a criança é Maria, a Mãe Divina de José. Noutras palavras: Ela está grávida de Kristus Lúcifer. Então José tomou sua esposa (chamada Maria): “E não a conheceu” ate que ela tivesse [através da alquimia sexual] dada à luz [Hillel Ben Shahar הילל בן־שחר] seu primeiro filho [da aurora] e lhe pôs o nome de Jesus’.

  A fim de compreenderem isso, vou de novo explicar o símbolo de Lúcifer, portador de luz. Maria, a Mãe Divina, está portando a luz. Ela está portando Cristo. Noutras palavras: ela está se tornando Lúcifer – um portador de luz – de Jesus. E ele diz-lhe: não tema em receber sua esposa Maria. Por quê? Na Cabala, quando pronunciamos o nome de Deus, Iod-Hei-Vav-Hei, mencionamos a letra Hei duas vezes. Por quê isso? Bem, no meu caso, por exemplo, sou um homem, meu primeiro Hei, Iod-Hei está no paraíso: minha Mãe Divina. O segundo Hei é minha esposa. E todas as coisas que eu vejo minha esposa estar fazendo, em relação com o trabalho, também se referem à minha Mãe Divina. Isso é algo que os alquimistas devem aprender. Então Maria é o nome da esposa de José (o segundo Hei) falando fisicamente, porém Maria é também o nome da esposa do Espírito Santo (o primeiro Hei) acima: Abba-Elohim é Iod e Aima-Elohim é Hei na Cabala.

  Daí que Aima-Elohim está grávida porque é virgem, pura. Eis porque o anjo Gabriel diz: “José, filho de Davi, não temas receber [através da alquimia sexual] Maria tua mulher, porque o que nela foi [e nela está] gerado é [e será] do Espírito Santo”. O Espírito Santo, Binah, trabalha através de Gabriel, Geburah, em Malkuth; e ainda acima, em Daath, o Espírito Santo, Binah, trabalha com Maria, a Mãe Divina.

  Noutras palavras: mantenhamo-nos praticando magia sexual e purifiquemo-nos mais e mais, com nossa esposa. E não nos importemos que Maria, a Mãe Divina, esteja grávida na luz, uma vez que através dela a luz se elevará dentro de nós, e criaremos aqueles corpos de luz. A luz de Lúcifer, a luz de Cristo ascenderá através de nossas sete medulas que, falando esotericamente, temos sete delas. Aquelas sete medulas são os sete chifres do cordeiro dos quais o Livro de Revelação fala; aquelas sete medulas ou chifres estão relacionados com a força sexual, virilidade e poder sexual que são Lúcifer.

  Por isso que chifres são sempre símbolos de pureza sexual nos anjos e deuses, porém nos demônios simbolizam impurezas sexuais. Os chifres crescem-lhes segundo o mal com que os demônios se desempenham, mas os chifres de Moisés e os sete do cordeiro são de castidade. Sabemos que nos dias de hoje certos doutores do Taoismo se utilizam de chifres de cervos e de outros animais, a fim de fazer remédios para dar maior força sexual. Isso porque chifres capturam a força sexual em bodes, carneiros etc., e isso já era conhecido por qualquer um que trabalhasse com Alquimia. Razão pela qual Lúcifer é simbolizado por um bode, uma vez que aquele animal tem muito poder nos chifres e órgãos sexuais. Observem que Gabriel é aquele anjo que anuncia a gravidez.

Annunciation1

  Figura 12.

  No gráfico acima temos Vênus e Marte da mitologia greco-romana. Vênus representa a Mãe Divina. Lembremo-nos de que Vênus, a estrela da manhã, é o planeta que aparece antes do sol nascer. Esse é o motivo de Vênus ser chamada portadora da luz. Ela é portadora e precede à luz – a luz solar – por isso Freya, Friday (sexta-feira) é feriado. É bom lembrar que no judaísmo sexta feira é celebrada como o final da semana; Freya é precisamente esse final da semana e o começo do Sabá. Essa é a força de Vênus se elevando em Saturno, o Sabá [Shabat]. Saturno é Binah.

  Naturalmente que bruxos Sabá também celebram assim. Eles tiram vantagem da força sexual, mas opostamente, ou seja: do modo negativo. Há o Sabá sagrado e o Sabá dos bruxos, celebrados ao mesmo tempo, sexta-feira à noite. Sexta-feira é também dia sagrado para muçulmanos. Tudo com o mesmo significado alquímico que estamos dando aqui, relacionado com Lúcifer.

  O outro modo com que podemos olhar isso é falando esotericamente dos dias da semana que, conforme entendemos, sua ordem está incorreta. A correta ordem dos dias segue a seguinte relação esotérica, astrológica, na razão direta com os planetas:

  Segunda-feira – Lua

  Quarta-feira – Mercúrio

  Sexta-feira – Vênus

  Domingo – Sol

  Terça-feira – Marte

  Quinta-feira – Júpiter

  Sábado – Saturno

  Segundo o que ali vemos, é exatamente na aurora que a estrela da manhã, Vênus, precede diretamente ao nascer do Sol.  Em consequência, Cristo (o Logos Solar) se eleva no iniciado, graças a Lúcifer (a estrela da manhã, o portador da luz).

  Vênus é a portadora da luz. Gabriel em hebreu é Geburah-el גבריאל. Ele é o anjo de Geburah, e o anjo de Geburah é Marte, fogo. O anjo do fogo, de Geburah, desce pelo lado esquerdo da Árvore da Vida, por Yesod. Yesod está controlado pela Lua. Eis porque é chamado Gabriel ou a força masculina de Geburah, noutras palavras. Nossa Lua (que está controlando o Sabá, positiva ou negativamente), recebe as forças de Geburah, de Marte, o fogo. Aquele fogo vai para dentro de Yesod e é o que chamamos de Gabriel. Razão pela qual colocamos ali Marte, precisamente porque ele é o guerreiro. As forças de Samael, Marte, são aquelas que vêm para a Lua. Lembremos que Yesod é controlado por Escorpião que é controlado por Marte, por Samael, porém Escorpião relacionado com Yesod está relacionado com a Lua por Gabriel. O evangelho de Lucas 1:26-35, estabelece:

  “No sexto [os amantes] mês foi o anjo Gabriel [גבריאל] enviado da parte de Deus para uma cidade da Galileia, chamada Nazaré” – Esta é uma alusão ao corpo físico.

  A uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria (RAM-IO)”.

  Aquela virgem está dentro de cada um de nós. Ela alcança aquele nível de 5ª iniciação e então é visitada pelo anjo Gabriel. “E o anjo Gabriel veio a ela e disse...”.

  Quando lemos isso noutras partes da Bíblia está escrito que Judá entrou numa prostituta. Podemos inquirir: “como esse anjo está entrando nela?”. Alquimicamente entendemos que isso significa como a força entra em seu próprio útero e ali coloca o fogo do glorificado filho da aurora [הילל בן־שחר Hillel Ben Shahar]. Entretanto aquele anjo Geburah-el, Gabriel, encontra-se abaixo de Binah, no lado esquerdo da Árvore da Vida, e aquele Binah é o Espírito Santo, Jehovah Elohim, e eis porque ele diz:

  “E entrando o anjo onde ela estava, disse: alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo. Ela, porém, ao ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação. Mas o anjo lhe disse: Maria [Divina Mãe Kundalini] não temas; porque achaste graça diante de Deus [Jehova Elohim Binah]. Eis que conceberás e darás à luz um filho a quem chamarás pelo nome de Jesus [Yeshua]. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai. Ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim”. – Lucas 1:28-33.

  O que é a casa de Jacó? É a sefira Tiphereth, onde Yeshua se une com a alma humana. José, o iniciado no plano físico é a alma humana em Malkuth, que é Maria, sua esposa. Maria, a Mãe Divina, também simboliza uma esposa-mulher no plano físico que internamente recebe o filho de Deus: e aquele filho de Deus é Lúcifer, o filho glorificado da aurora [Hillel Ben Shahar הילל בן־שחר], Cristo, o Messias, noutras palavras. Maria, como uma mulher, é uma vestal, sexualmente ungida, mas essa sagração é dada pelo anjo de Geburah, o anjo Gabriel em Yesod.

  Significa que quando há uma união sexual casta de esposos, a Mãe Divina dentro de cada um deles se torna grávida do Senhor, o filho glorificado da aurora [Hillel Ben Shahar הילל בן־שחר]. Eis porque aquela criança interior infelizmente nascerá num estábulo ou no interior de um oceano de egos animalescos, que na Cabala são chamados goyim. O primeiro perigo que surge para aquela criança – o filho da aurora – é Herodes que o quer assassinar. Esse Herodes é nossa mente. Então temos de ser cuidadosos a fim de mantermos interiormente nosso senhor a salvo, a fim de que ele cresça espiritualmente.

  E ele cresce com a elevação das serpentes de luz e pelo aniquilamento dos egos ou goyim em cada um dos sete níveis de nossos sete corpos. Cristo, o filho glorificado da aurora [Hillel Ben Shahar הילל בן־שחר] é o cordeiro de Deus que elimina os pecados do mundo.

  Motivo pelo qual temos Vênus e Marte aqui em união, ou seja: Vênus-Tiphereth com Marte-Geburah, Gabriel noutras palavras. Essa união ou mistura de forças auxilia Jacó-Israel – o símbolo de todos os arquétipos escravos do pecado que habitam Malkuth-Egito. Contudo naquele momento o rei não é chamado Herodes, mas Saul. Se chamarmos Saul ou Herodes de rei, dá no mesmo, pois o Rei da Babilônia ou Babel é nossa alma cheia de pecados.:

Adam and Eve

  Figura 13.

  Lucas continua: “Então disse Maria ao anjo: como será isto, pois não tenho relação como homem algum?”. Neste exemplo uma mulher pergunta como pode ela estar com uma criança se ela pratica magia sexual? Ela não estava praticando o ato sexual comumente, como as mulheres fazem naturalment, que fornicam e alcançam o orgasmo. Ela era uma vestal do templo; era o que estava dizendo.

  Respondeu-lhe o anjo: descerá sobre ti o Espírito Santo”. Em hebreu esse espírito é Shaddai (שדי) o Espírito Santo, Binah, em Yesod, sexo. O terceiro aspecto do primeiro triângulo da Árvore da Vida chega-lhe através do anjo Gabriel.

  E o poder do Altíssimo (Elion עליון) te envolverá com a sua sombra: por isso também o santo que há de nascer, será chamado [הילל בן־ עליון Hillel Ben Elion]  Filho de [o Altíssimo] Deus”. – Lucas 1:34-35

  Eis como o Messias adentra no iniciado. Foi como Moisés recebeu o bastão do poder, este que em sua medula é o mesmo tentador. Conforme vemos a mesmo anjo Gabriel que aparece para Maria aparece para José, para Mohammed, etc. Geburah-El é a força sexual, o fogo de Marte em nossa alma. O trabalho inteiro para o qual o encarnado Lúcifer ou Kristus-Lúcifer está se preparando para desempenhar dentro dos alquimistas, é maravilhoso, grandioso. Entretanto para aqueles que fornicam, está escrito:

Baptism3

  Figura 14.

  Ora [por causa do orgasmo], um e outro [os goyim גוים, egos de lilith], o homem e sua mulher, estavam nus [ערומים Arumim], e não se envergonhavam. Mas a (kundabuffer-tentadora) serpente, mais sagaz [intelectualmente ערום Arum] que todos os animais selváticos [חית השדה] [Yesod, sex] que o Senhor Iod-Havah Elohim tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: não comereis de toda árvore do jardim?”. – Gênesis 2:25 – 3:1.

  Todos os Goyim, todas aquelas pessoas, aquelas nações, aqueles egos interiores – quem fornica – quer sempre assassinar o Senhor, e é isso o que todos os fornicadores que hipocritamente seguem a letra morta da Bíblia fazem nestes dias. São demônios que amaldiçoam Lúcifer, ignorando que sem a descida de Lúcifer ou Kristus Lucifer a força criativa sexual em nossas águas sexuais, não podem desempenhar a nada espiritual. E assim está escrito:

  Então Moisés e Aarão se chegaram a Faraó, e ficaram como o Senhor lhe ordenara: lançou Aarão sua vara diante do Faraó e diante dos seus oficiais, e ela se tornou em serpente. Faraó, porém, mandou vir os sábios e encantadores; e eles, os sábios do Egito, fizeram também o mesmo com suas ciências ocultas. Pois lançaram eles cada um a sua vara, e elas se tornaram em serpentes; mas a vara de Aarão devorou as varas deles”. – Exodo 7: 10-12.

  O Zohar estabelece:

  O demônio é como a vara de Moisés que vira de uma vara para uma serpente e de uma serpente para uma vara. Assim faz o demônio que vira de um demônio para um anjo e de um anjo para um demônio, segundo as ações (sexuais) do homem”.

  “Eles (os demônios) são os estudantes da Lei (Dharma) que sabem o que foi e o que será. Eles (suas fisicalidades) detêm suas formas na terra sendo filósofos, astrólogos de Israel que sabem o que os signos foram e o que serão sob o sol e a lua, bem como de seus eclipses, e cada estrela e constelação. Desse modo eles sabem o que é visto no mundo”. Alguns deles são como (fornicadores) bestas que aumentam e multiplicam como animais, e sua baixa formação é de pessoas ignorantes que, conforme os sábios da Doutrina [משנה Mishnah] explicou, são vermes e cujas filhas [hálitos נשמה Neshamah] são abomináveis. De suas filhas [נשמה Neshamah, almas] é dito: “maldito aquele [o alquimista] que se juntar com animal [fornicar] [e com qualquer tipo de besta (intelectual)]. E todo o povo dirá: amém]. – Deuteronômio 27.21.

  “Eles odeiam aos estudiosos da Lei, [Dharma], sábios da doutrina [משנה Mishnah] que são verdadeiros anjos ministradores. Por esse motivo os sábios da doutrina [משנה Mishnah] explicaram sobre o homem, caso seja ele como um mensageiro de Jehovah Tzabaoth (יהוה־צבאות) “Porque os lábios do sacerdote devem guardar [- Daath דעת -] o conhecimento” – Malaquias 2:7 – e da sua boca devem os homens procurar a Lei [Dharma],

pois de outro modo não devem buscar a Lei [Dharma] por sua boca” – Zohar.

  Neshamah נשמה é aquela fração de alma que se encontra armadilhada dentro dos goyim גוים ou egos bestiais. איך נפלת משמים הילל בן־שחר. “Quomodo cecidisti de caelo glorifico fili aurorae. Como caiste do paraíso, glorioso filho da aurora?”.

  Os seguintes versos da Bíblia respondem por que o glorioso filho da aurora caiu dentro das águas do Rio Jordão:

Temptation

  Figura 15.

  E o Espírito de Deus [Elohim Chesed] pairava por sobre a água. Disse Deus: Haja Luz; e houve luz” Genesis 1:2,3. Noutras palavras “E Elohim disse em latim: ‘“Fiat Lux et facta est luxifer”’.

  O espírito Sapphire [ספיר] inclui o espírito Levana [לבנה] dentro dele e tem luz que sobe e desce. Sua luz nunca para. Sua luz nunca para de brilhar, como a luz do sol dentro da água” – Zohar

  Bem, de que modo o Espírito de Elohim [Chesed] transforma o iniciado que está praticando a Alquimia sexual? O verso anterior do Gênesis explica como, pois compreende que as águas de que estamos falando aqui são águas de Chesed uma vez que Chesed é água, o fluído cérebroespinhal e também o fluído sexual. Outro exemplo:

  Batizado, Jesus saiu logo da água, e eis que se abriram os céus, e viu o Espírito de Deus [Binah], descendo como pomba. E eis uma voz dos céus que dizia: Este é meu filho [Kristus-Lucifer] amado, em quem me comprazo” – Mateus 3:16-17

  Chesed, o Espírito de Deus, está relacionado com Lúcifer, o primeiro nascido da aurora, do paraíso. “Eis o meu filho amado Lúcifer e me comprazo com ele que se sacrifica e traz íntimo acalanto a este profeta”. Este profeta é chamado Aberametho, Mestre Jesus, Yeshuah. Este fato aconteceu com Mestre Jesus, mestre João Batista, mestre Moisés, Abraão, Buda e com todos os mestres que alcançaram aquele nível. Eis porque João o Batista questiona Kristus-Lucifer, dizendo: “Eu que preciso ser batizado por ti e tu vens a mim?” – Mateus 3:14.

  Jesus respondeu “Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é Espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo. O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é tudo o que é nascido Espírito” – João 3: 5-8

  Isto é algo íntimo. No plano físico a única coisa que vemos é o corpo físico do profeta que está operando a transformação nele próprio. Eis porque vemos Jesus sendo batizado por João o Batista; isto está relacionado com a sefira Yesod. João o Batista, neste caso, simboliza o homem verdadeiro ou o verdadeiro ser humano sendo aquele que é o alquimista, e Jesus representa Yeshuah, o fogo de Lúcifer, o Logos Solar descendo nele como um salvador. É por isto que encontramos no livro de Jó 1:6-12:

Prometheus

  Figura 16.

  “Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles.

  Bem, aconteceu em [מקוה mikveh] naquele dia (no batismo) em que o Beni Elohim (crianças de Deus) vieram apresentar-se diante de Iod-Havah e Satanás também veio entre eles.”

  Veem? Lúcifer já estava em Jesus, no iniciado, não sendo mais Lúcifer uma vez que já estava misturado com o ego, então ele era negro; ele era Satan. E ele diz, minha bondade... Este é um iniciado da quinta iniciação dos mistérios maiores em castidade, mas ainda com muito do ego. E aquele é precisamente o espírito das Alturas que desce.

  Então perguntou o Senhor [Iod-Havah] para Satanás”. Não para Lúcifer, mas para Satan, uma vez que aquela força se tinha tornado mistura com os egos, com os goyim.

  Donde vens?” Satan respondeu ao Senhor (Iod-Havah) e disse: de rodear a terra e passear (de Norte a Sul, a linha vertical da cruz) por ela. Perguntou ainda o Senhor (Iod-Havah) a Satanás: “Observaste o meu servo Jó? (Jesus, Mohammed, etc) Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus (Elohim) e que se desvia do mal.”

  Então respondeu Satan ao Senhor [Iod-Havah] (Binah): “Por ventura Jó [Jesus, Mohammed, etc] debalde teme a Deus? Acaso não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem. A obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens multiplicaram-se na terra. Estende porém a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasme contra ti na tua face. Disse o Senhor a Satan: eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor [Iod-Havah].” Jó 1:6-12.

  Ele esteve diante da presença de Jesus, Moisés, Buda, de qualquer iniciado que alcançasse aquele nível.

  E logo o Espírito o impeliu para o deserto, onde permaneceu quarenta dias, sendo tentado por Satanás: estava com as feras, mas os anjos o serviam” – Marcos 1: 12,13

  Isto é o que a Bíblia diz. Após o batismo, após aquela transformação, o espírito o tomou e disse: Ok faça o seu trabalho: essa pessoa, meu filho, quer tornar-se um Judeu, um iniciado da tribo de Judá, o mais alto nível na Árvore da Vida, então vá tenta-lo. Mostre-lhe os defeitos e vícios dele até que ele destrua a todos dentro de 40 dias.

Esses 40 dias são exatamente os mesmos 40 anos dos hebreus no deserto – exatamente o mesmo símbolo. Os 40 dias da Arca de Noé detêm o mesmo significado. É a letra Mem [מ], as águas. Então Lúcifer vai e o tenta. Lúcifer aparece como o anjo de Geburah na pintura acima.

  Lúcifer é a luz que se torna no tentador Satan e trabalha com o iniciado. Eis porque temos a mistura de luz com trevas no íntimo do iniciado que está ainda em processo de purificação; isto está consignado na Bíblia e noutros livros sagrados, mesmo no Popul Vuh, embora com diferentes símbolos, mas sempre com os mesmos arquétipos e iguais significados. Vejamos o que está escrito no Evangelho de Lucas:

  Estando o povo na expectativa, e discorrendo todos no seu íntimo a respeito de João, se não seria ele, por ventura, o próprio Cristo”. Lucas 3:5

  Quem é João? João é o homem real com sete corpos solares. Ele é I-E-O-U-A-S, Ioanes, Johannes; as sete vogais. Ele é o Cristo? Não! Ele é aquele que transformou Cristo em Satan. Em outras palavras: Cristo desce no iniciado (João), aquele que tem Corpos Solares, a fim de libertá-lo, porque ele ainda tem ego. Daí que Cristo – aquela luz – é pura, mas devido ao ego do iniciado, ele agora é Satan: é negro!

  Disse João a todos: Eu na verdade vos batizo com água, mas vem o que é mais poderoso do que eu do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá ele a tem na mão para limpar completamente a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro; porém queimará a palha em fogo inextinguível. – Lucas 3: 15-17.

  Ele se dirige ao iniciado: você é Cristo? Então o iniciado responde, conforme Mestre Samael respondeu certa vez: “Eu não vou dizer que sou Cristo, pois isso seria uma blasfêmia contra meu salvador, mas estou a dizer-lhe que ele está dentro de mim salvando-me e mostrando-me meus defeitos. Ele é Prometeu, Lúcifer, Cristo ou qualquer nome que você queira dar-lhe. Ele se sacrifica estando crucificado em mim para meu próprio bem. Ele é fogo.” Eis como entendemos o RA e o “X” na árvore da vida. O inteiro trabalho é desempenhado por Kristus Lúcifer.

  Na Bíblia Gnóstica, encontramos esta bela parte conforme o Mestre também escrevera em Parsifal Desvelado, onde é dito:

  Então Jesus, o Divino Grande Sacerdote Gnóstico canta deliciosa canção em louvor ao Grande Nome, onde é dito aos seus discípulos: Tenham-me! E eles o tiveram.” E como termos ao Senhor? Pela prática da magia sexual, uma vez que ele é o poder na força sexual: ele é o salvador.

  Então ele se voltou para os quatro cantos do mundo-” Norte, Sul. Leste, Oeste; Yod-Hei-Vav-Hei; os quatro elementos. “e estendendo seu olhar tranquilo pronunciou o profundo e sagrado nome ‘YEW’ [יהו]”. A trindade sagrada e o primeiro triângulo da Árvore da Vida.

  Ele os abençoou e soprou-lhes os olhos. E Jesus conclamou-os: Vede acima [por dentre suas sombracelhas]! Sois agora clarividentes! Então levantaram os olhos [entre as sombracelhas] para onde Jesus apontava e

[com seus chakras Ajna] viram uma grande, excedente e poderosa Luz que humano algum no mundo conseguiria descrever].”

  Ele soprou-lhes os olhos. Que olhos? A glândula pineal e a glândula pituitária. Os dois olhos interiores conectados com a visão física; os dois olhos que temos dentro de nossa cabeça. Ele disse: “olhem acima.” Como podemos olhar acima? Quando olhamos acima cruzamos nossos olhos e focalizamos o centro de nossas sombracelhas. Quando olhamos acima é porque nosso terceiro olho está desperto. Não é o que as pessoas acham quando leem isto; acham que significa olhar para as nuvens. Nas nuvens não há nada mais: são somente nuvens, porém acima de nossa cabeça há um triângulo: Kether-Chokmah-Binah, relacionado com nosso cérebro. Quando olharmos lá para cima é porque seremos clarividentes, uma vez que ele soprou lá o fogo. Torna-se fácil compreender esses símbolos quando se conhece Alquimia.

  O Grande Sacerdote Jesus disse-lhes mais uma vez: Permaneçam distante daquela poderosa Luz [de Kether em nosso cérebro] e olhem em direção ao outro lado [o coração, o reino de Chokmah]. Então, eles viram um poderoso Fogo [ Chokmah], Água [Chesed], Vinho [Geburah] e Sangue [Tiphereth].”

  O que é o outro lado? Se eu estou olhando acima para meu cérebro, o outro lado de meu cérebro é o oposto, é minha fisicalidade noutras palavras, meus corpos interiores. Ali eu vejo Fogo, Água, Vinho e Sangue relacionados com a Mônada. Abaixo disso é Yesod.

  E Jesus prosseguiu dizendo aos seus discípulos: Amém, eu digo a vós: Eu [Kristus-Lúcifer] não trouxe nada a este mundo quando vim, salvo o Fogo [de Chokmah], a Água [de Chesed], o Vinho [de Geburah] e o Sangue da Redenção [de Tiphereth].”

  Da mônada porque Lúcifer adentra na mônada. Quando ele adentra, ele se mistura com a mônada que está relacionada com aqueles elementos Fogo, Água, Vinho e Sangue. Daí ele adentra em nossa fisicalidade.

  Eu [Kristus-Lucifer] trouxe o Fogo [de Chokmah] e a Água [de Chesed] da região das Luzes de luzes, de [Kether] lá, onde se encontra o Tesouro da Luz.”

  O Ain Soph Aur, uma vez que Cristo-Lúcifer desce das Alturas em nós.

  “E Eu [Kristus-Lúcifer] trouxe o Vinho [de Geburah] e o Sangue [de Tiphereth] lá da região de Barbelo [Ain Soph Aur]. E logo em seguida, o Pai [Kether] enviou-me [Binah] o Espírito Santo na forma de uma Pomba Branca. Porém, ouvi-me: O Fogo, a Água e o Vinho são para a purificação e perdão dos pecados.” – Parsifal Desvelado, por Samael Aun Weor.

  Quando os misturamos em nosso ato sexual, em nosso trabalho alquímico, então vocês me perguntam pelo derretimento daquela cera que vocês têm intimamente: por que o aspecto escuro da chama virá se amalgamar em seus egos e tornar vocês pura luz? É esse precisamente o trabalho que Lúcifer ou Kristus-Lúcifer faz. Foi uma grande tragédia quando a Igreja Católica se pronunciou contra Lúcifer na Idade Média. Fizeram isso porque eram celibatários e não entendiam o trabalho alquímico, então leram – e passaram – tudo literalmente. Deste modo chegaram à conclusão de que Lúcifer era uma coisa má.

  Agora todos creem que Lúcifer seja o mal. Nem mesmo Satan é mau quando ele se encontrra trabalhando no iniciado, uma vez que ele quer se tornar novamente iluminado, com muita luz; ele quer brilhar dentro de nós. Entretanto se continuarmos com o ego vivo ele permanecerá negro e é isso precisamente aquele grande sacrifício atribuído a Prometeu, que se sacrificou tornando-se negro, acorrentado à rocha do sexo. De outro modo como as virtudes brotariam de nosso íntimo, se a tentação não existisse? – Samael Aun Weor.

Transfiguration

    Figura 17.

  Observemos a mitologia greco-romana: Prometeu é o mesmo Lúcifer que se tornou negro, o Satan dentro de nós. Mestre Samael disse:

  “Aqueles que ousam amaldiçoar Lúcifer pronunciam-se eles próprios contra o reflexo cósmico do Logos. Anematizam o Deus vivo manifestado na matéria e abominam a eterna-incompreensível Sabedoria quando se rebelam contra os contrários, entre luz e trevas, contra o semblante, a semelhança, a similitude, o sol e a sombra, o dia e a noite – a lei dos contrários... O demônio, o reflexo de nosso Logoi interior, foi a mais sublime criatura antes de cair na geração animal.”

  Todos os Mestres da Arte Hermética repetem-nos: “Limpem o metal e queimem seus livros.” “Aquele que traz o demônio ao brilho, transformando-o em resplendente primogenitura; aquele que morre em si próprio, aqui e agora, liberta o Prometeu acorrentado. Assim, Lúcifer-Prometeu presenteia à individualidade com abundância, uma vez que ele é um colosso com poder sobre os paraísos, a terra e os infernos. Lúcifer-Prometeu, radicalmente integrado com todas as partes de nosso Ser, faz-nos algo distinto: uma criatura diferente e exótica, um Arcanjo, um terrificante e divino poder.” – Samael Aun Weor.

  Muitas vezes enquanto eu estive no México, Mestre Samael dizia: “Eu preciso limpar o metal e queimar meus livros.” Aquele que compreendeu o aspecto alquímico disso sabia o que ele queria significar com este aforismo. Outros que ignoravam por não entender de cabala e alquimia, literalmente tentavam queimar os livros do Mestre. “Oh, o mestre não gosta dos livros que escreveu, precisamos queimá-los”. Eles pregavam isso.

  Pessoas assim ignoram: estão entendendo literalmente o que o Mestre disse alquimicamente, simbolicamente, esotericamente. Queimar os seus livros significa queimar todo o lixo que temos em mente, todo o lixo que juntamos nesta vida e por todos os séculos em vidas passadas. Se formos meditar e queiramos aquietar a mente, como alcançar isso se já temos lido tantos livros? Quantos livros armazenamos em nossas mentes? Temos uma biblioteca de lixo. Eis porque Buda disse: “Se você medita e queira ver Buda, desintegre-o, exploda Buda”.

  Precisamos aprender a não termos ídolos interiores, com imagens espirituais ou de pessoas. Quando elas ouvem isso, dizem: “Oh, eu não venero quaisquer deuses de outras religiões, eu venero somente Jeová”, etc, ignorando que a afirmação “não adorará qualquer ídolo” é para coisas íntimas. Há muitas pessoas que não possuem quaisquer imagens de divindades, de religiões, em seus lares, mas intimamente, em suas mentes, possuem centenas de ídolos que adoram, e se não acreditam em mim assistam “American Idol” que compreenderão.

  Eu, Jesus, [יהשוה o Salvador] enviei o meu anjo (יהשוה o Salvador) para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, [הילל בן־שחר Hillel Ben Shahar, o filho glorificado da aurora, a brilhante estrela da manhã].” – Revelação [Apocalipse] 22:16.

PERGUNTAS E RESPOSTA

  1. P. – Numa certa citação, após esta no Pistis Sophia, é comentado sobre como Jesus manda pedir por ramos de videira, que eu sempre presumo referir-se aos sistemas nervosos – os dois sistemas nervosos em ambos os lados da oferta – segundo o número de discípulos que estavam presentes que sempre entendo aquilo a significar, autoconscientes...

  R. – Era para receber o pão da vida, naturalmente. Essa é uma boa compreensão da citação de Jesus. Falando fisicamente, gnosticamente, desempenhamos aquele sacrifício da Eucaristia, que em muitas palestras necessariamente já o explicamos. Porém, quando lemos naquela escritura com olhos do espírito, entendemos que aquilo significa as duas forças no altar. Que altar? O altar de Yesod; uma taça de água em frente à taça de vinho. É bem óbvio que ele está falando sobre a transmutação da água em vinho, no ato sexual.

  Eis porque a maneira da transmutação da água em vinho foi realizada nas bodas de Canaan. Isso é uma imagem alquímica que temos de entender. Temos de aprender a ver os dois aspectos de todas as coisas, a fim de compreendê-los.

  Quando lemos o Pistis Sophia... é muito bonito. É alquímico, um livro cabalístico. Precisamos meditar muito a fim de compreender e não ler literalmente. Quando o Mestre pronunciou o profundo nome Yew, sabemos ser Iod-Hei-Vav; e podemos também pronuncia-lo Jew. Mas não estamos falando sobre os judeus dos dias de hoje, ele está falando sobre aquele mantra que nos conecta com a trindade e o Ain Soph Aur. Isso é Yew, Jew ou Judah, em outras palavras. Eis porque está aposto no Zohar que quando uma pessoa, um alquimista, não está trabalhando com o fogo sexual, é impuro. Por conseguinte é sempre direcionado como se fosse a letra D, Daleth. Esse Daleth encorpa o número 4, que é o Tetragrammaton.

  Contudo tal pessoa não está trabalhando com o Tetragrammaton. Entretanto quando aquele indivíduo aprende o mistério de Daleth, que é Daath, então aquele Daath transforma-se em Hei. E aquele Hei é o Ain Soph. Motivo pelo qual trabalhamos com Iod-Hei-Vav-Hei, quando estamos em castidade. Mas se fornicamos como muitos estudantes de cabala fazem – mesmo que seja uma vez por semana – não ascendemos.

  Aqueles cabalistas se juntam na sexta, sábado, e fornicam com suas esposas, exatamente como qualquer um de qualquer outra raça faz. Entretanto, o verdadeiro judeu trasmuta, e entra na chama do Senhor, naquela chama branca da qual já falamos. Tais pessoas tomam a negra escura parte da chama da vela (os órgãos sexuais) e elevam aquela chama branca pela coluna espinhal. Esse é o verdadeiro judeu.

  É um procedimento: o objetivo é adentrar na Tribo de Judá, que é o Absoluto, e vir a tornar-se um Paramarthasatya. Esse é um nível de desenvolvimento muito elevado. Isso é ser um verdadeiro judeu, falando alquimicamente.

  2. P. – Kristus-Lúcifer é unido com a Mãe Divina? Ou são eles um e o mesmo?

  R. – A Mãe Divina carrega Jesus no seu útero, em outras palavras, Ela carrega a Luz. Jesus disse; “Eu sou a luz do mundo.” Então ele é luz. E se a Mãe Divina carrega aquela luz em seu útero, então a Mãe Divina é Lúci-fer, portadora da luz. Eles são partes da mesma luz. Quando falamos sobre Lúcifer, falamos sobre a Mãe Divina, o Pai e o Filho. Isso é a Sagrada Trindade encarnada no iniciado. Esse é Lúcifer. Porém Satan está também ali, uno com o ego.

  3. P. – Existe a possibilidade de um iniciado que tenha morrido jovem ou acidentalmente reter o trabalho que devia desempenhar nesta vida?

  R. – Sim, naturalmente. Por exemplo, houve um grande iniciado Tutankhamen, cujo corpo foi profanado por cientistas. Ele auto-ralizou-se em idade muito jovem. Por quê? Porque em vidas anteriores ele se desempenhara de um trabalho até certo ponto, e não o completando. E completou o trabalho quando se encarnou como um faraó.

  Algumas vezes, pelo caminho, contraímos certas doenças, passamos por determinas provações relativas ao nosso carma, e Lúcifer, Cristo, estão sempre ajustando nosso carma, conforme está escrito em Jó, quando Deus perguntou a Lúcifer como estava indo o seu filho e Lúcifer respondeu: “Bem, eu posso descer até lá e limpá-lo mais um pouco, mas os egos que ele tem estão relacionados com Karmasaya e Kamaduro...ele deve morrer.” Motivo pelo qual o Senhor diz, no primeiro capítulo de Jó: “mantenha-o vivo. Ele está sob o teu poder, não inflijas aquelas doenças nele.” Então, no segundo capítulo Lúcifer houve de atrelar aquelas doenças no interior do iniciado, e esse é um processo que alguns iniciados não conseguem suportar e morrem. Naturalmente que eles retornam para se desempenhar de seus trabalhos, bem despertos.

  Para aqueles iniciados não é uma grande tarefa; como, por exemplo, Krishnamurti. Ele voltou para continuar trabalhando, mas não tomou uma esposa. Por quê? Bem, esse era o seu trabalho. Ele necessitava de uma mulher, mas não tomou uma em sua última vida, porque não seria uma boa escolha; ele achou que podia ensinar o que tinha de ser ensinado sem ter de praticar Alquimia, em virtude de já estar desperto. O Dalai Lama está fazendo a mesma coisa. Contudo, necessitamos nos desempenhar da Alquimia se almejarmos despertar.

  4. P. – Qual é a diferença entre Cristo sendo Lúcifer e Cristo sendo Chokmah, e o Ain Soph Aur?

  R. – Essa é uma boa pergunta. Eles são a mesma coisa. Lúcifer no Ain Soph Aur está limpo, puro, radiante. Cada Paramarthasatya [um habitante do Absoluto], cada judeu da Tribo de Judá, naquele nível, tem o seu próprio Lúcifer brilhando, irradiando com ele. Lá se encontra Moisés e o Glorian. Lembremo-nos que o Glorian, em Isaias diz: “Glorificado filho da aurora.” Aquele Glorian que glorifica qualquer indivíduo é o mesmo Lúcifer. Daí que Jesus, Moisés, Muhammad, pertencem à tribo de Judá, bem como qualquer iniciado que alcance aquele nível. Seus Lucíferes são puros.

  Chokmah é o Cristo, aquele tipo de Lúcifer que desce a fim de auxiliar o iniciado. Em Chokmah, toda a luz de Lúcifer de cada iniciado forma uma luz unificada. Dependendo de qual iniciado esteja trabalhando com aquela luz, naquele particular momento, aquele Cristo Cósmico desce através de Chokmah para dentro de Binah e passa a ser Gabriel. Gabriel é aquele que deposita aquela criança, aquele Cristo, dentro do útero da Mãe Divina. Aquele Cristo dentro do útero da Mãe Divina é puro e belo, no paraíso. Porém Cristo precisa descer, dentro do iniciado.

  Quando o Senhor desce dentro do iniciado e alcança o corpo físico, que nesse caso podemos chamar de Bethlehem, devido à presença de ego no iniciado, torna-se “Satan.” Então aquela força, aquele Lúcifer, observa no íntimo do iniciado luxúria, ódio, orgulho, vaidade, e sobre a cabeça daquele iniciado ele vê Herodes que quer matá-lo. Essa é a diferença.

  Tanto quanto o iniciado mantenha vivo o ego, aquele Lúcifer dentro do iniciado é Satan. É também motivo, algumas vezes, quando Lúcifer esteja completamente puro, dele próprio – Lúcifer – se expressar através do iniciado. Foi isso que aconteceu com Mestre Samael nos últimos anos de sua vida. Seu Lúcifer esteve ele próprio se pronunciando através do Mestre, também como um tentador. Noutras vezes, o Anjo, o Logos, esteve se pronunciando pessoalmente através da fisicalidade e noutras vezes mais, foi João [o Bodhisattva], que ali agira.

  Um Mestre Lúcifer, a fim de purificar seus estudantes, irá tentá-los; qualquer um que se aproxime de um iniciado daquele nível, precisa estar ciente de que talvez aquele Mestre Lúcifer venha falar-lhe através do iniciado, a fim de tentá-lo, testá-lo. Houve muitos estudantes de Mestre Samael que foram testados pelo seu Lúcifer, mas não notaram porque não eram despertos. Eles se pronunciavam que Mestre Samael os tinha dito isso ou aquilo e os perguntado. “Sim, mas seria o Mestre ou seu Lúcifer que falava através dele?”

  Lembro-me de certa vez quando ouvi de um iniciado em particular, a explicar:

  “Mestre Samael Aun Weor disse-me, diante de minha esposa, que eu podia praticar magia sexual, 1,2,3,4,5, quantas vezes eu quisesse se desejasse aniquilar o ego”.

  Então eu disse:

  “O que você está me dizendo é magia negra. Mestre Samael explicou muito bem que só podemos praticar magia sexual uma vez por dia.”

  “Mas, Mestre Samael disse-me isso em frente a minha esposa.”

  Pensei que se aquilo procedesse me dirigiria ao Mestre. Então, quando estivemos juntos, perguntei-lhe:

  “Certa pessoa disse-me que eu podia praticar magia sexual tantas vezes quantas eu quisesse no dia, e que isso servia para aniquilação do ego.” Perguntei isso diante de muitas pessoas. E ele disse:

  “Este irmão está praticando magia negra.”

  “Muito grato Mestre; eu somente queria saber.”

  “O que você está me dizendo é que eu disse aquilo diante de muitas pessoas?”

  “Sim.”

  “Você tem de me dizer o nome daquele instrutor porque ele está espalhando magia negra.” Aconteceu exatamente que tal instrutor estava sentado ao seu lado esquerdo naquele mesmo momento. E eu disse:

  “Bem, o homem é este que está sentado ao seu lado esquerdo neste exato momento” Então o iniciado falou ao Mestre:

  “Você disse-me isso, Mestre, lembra”?

  Então o Mestre fechou os olhos e disse:

  “Em nome do Pai das Luzes, direi a vocês isto: somente uma vez por dia vocês podem se desempenhar da magia sexual.”

  Quem fora aquele que falara ao iniciado? Fora Lúcifer. Eu digo que devido a que ele me dissera muitas coisas, tentando-me frequentemente, pensei: “Ok, tenho de meditar sobre o que ele está me dizendo e inquirir”.

  Estar colado a um mestre daquele nível...ler o livro de Goethe, chamado Fausto. Fausto diria:

  “Tenho de ir, tenho muitas coisas a fazer neste momento”. Então Mephistopheles diria:

  “Não se preocupe, tomarei conta dos estudantes.” Então quando os estudantes entrassem pensariam que era Fausto; não seria, mas sim Lúcifer no corpo dele. O iniciado deixaria o corpo a fim de atender muitas coisas fora do corpo, mas aquele corpo pode ser usado pelo seu Lúcifer pessoal a fim de tentar e testar os estudantes do mestre.

   Eis porque eu digo que nem todas as coisas que Mestre Samael disse por sua boca foram pronuncidas pelo seu Logos...algumas vezes foram por seu Lúcifer. E digo isso porque ele testou-me muitas vezes. Necessitamos analisar tudo o que ouvirmos; de outro modo podemos repetir coisas que causem danos, cometer erros, acumular carma. Nesse caminho precisamos ser cautelosos.

  5. P. – Há uma passagem que você mostrou-nos, relacionada com Maria, onde é dito que: “Ela não o conheceu.” E você explicou-nos isso, porém há uma segunda parte onde é dito: “Até que Jesus nascesse.” Estou supondo que não significa que ela começou a fornicar uma vez que Jesus tivesse nascido... isso quer significar que ela teria parado com a Alquimia sexual?

  R. – Não. Significa que a Mãe Divina, nos planos, tomou a semente do Espírito Santo, através de Geburah, Geburah-el, Gabriel, que é macho. Aquela criança masculina, aquela criança de Deus, ascende, e Gabriel entrega aquela criança Jesus, aquele salvador. Aquela criança Jesus desce daquele nível de Daath para o corpo físico. Então quando ele entra no corpo físico, foi dito a José: “Agora, tome sua esposa até que esta criança seja nascida.” Ela tinha de praticar.

  Estamos falando sobre o nascimento de Cristo, o Salvador: é algo interno. Não é um nascimento físico. Essa é chamada a iniciação de Tiphereth. Então aquela criança, aquele menino-Deus, entra em Tiphereth e Tiphereth torna-se a criança da criança. Daí, aquela força desce para dentro de Malkuth. Quando Malkuth, que é Maria, a esposa de José, recebe aquela criança, foi dito àquela iniciada: “Agora você tem esta criança, o Salvador dentro de você; mantenha a criança em segredo. Vá para o Egito. Não fale nada porque Herodes pode matar esta criança.” Esse é um processo alquímico dos planos internos para o plano físico. É assim como temos de compreendê-lo.

POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO

  Fonte:https://glorian.org/learn/courses-and-lectures/gnostic-mysteries/kristus-lucifer

  Tradução Inglês / Português: Rayom Ra

http://arcadeouro.blogspot.com