"Extratos da Regra Quatro de “As Catorze
Regras para a Iniciação Grupal”
REGRA QUATRO: Que o Grupo
se ocupe de apagar os dezoito fogos e de que as vidas menores retornem ao
depósito da vida. Devem realiza-lo evocando a Vontade. As rodas menores nunca
devem girar no tempo nem no espaço. Somente a Roda Maior deve girar e avançar.
O
homem comum vive e tem o seu ser no mundo de significados; o iniciado e o
Mestre têm seus enfoques no mundo do Ser. São todo vontade iluminada pelo amor,
o qual os vincula com o mundo de significados, sendo capazes de desenvolver uma
atividade inteligente que os relacione com o mundo da forma e isso indica vida.
O
desejo do iniciado é agora entrar em atividade e também expressar o amor. Essas
qualidades são partes integrantes de sua equipe e expressão, porém jazem abaixo
do umbral da consciência (analogia superior das atividades automáticas do corpo
físico, que realizam seu trabalho sem o homem ter consciência disso). Dirige
seus esforços até algo que significa muito pouco para os que leem estas
palavras; os dirige até o conhecimento do Ser, incomovido, imutável e vivente,
que somente pode ser compreendido no conceito que encerra os términos “não é isto nem aquilo”. Não é pensamento
ou desejo; é nada. Tão pouco o expressam as palavras “eu sou”, nem “eu não sou”,
senão: “Eu Sou Esse Eu Sou”. Tendo
explicado isso, sabem o que quero significar?
A vontade de ser se tem encontrado a si mesma através da vontade ao bem.
Portanto, os dezoito fogos devem se apagar; as vidas menores
(personificando o princípio forma, desejo e pensamento), soma total da criatividade,
baseada no amor magnético, retornam ao depósito da vida e só deve permanecer
aquilo que as fez vir à existência, a vontade central, conhecida pelos efeitos
de sua radiação ou alento. Esta dispersão, morte ou dissolução, em realidade, é
o grande efeito produzido pela Causa central; em consequência o mandato é:
DEVEM
REALIZAR EVOCANDO A VONTADE
Esse tipo de morte é sempre produzido pelo grupo, porque desde o
primeiro momento constitui a inequívoca expressão da atividade da alma –
conscientemente influenciada pela Mônada ou Pai – sendo uma atividade grupal
que decide o retorno das vidas menores ao depósito geral, desde o momento em
que se evidencia que a experiência na forma haja cumprido seu propósito e a
forma tenha chegado a tal grau de elasticidade e capacidade que, praticamente,
tenha alcançado a perfeição, que culmina definitivamente na quarta iniciação.
Ao
finalizar o grande ciclo de vida da alma, sobrevivido durante eons, se acerca o
momento em que deve terminar a apropriação da forma e a experiência nos três
mundos. O discípulo encontra seu grupo no ashram do Mestre; então,
conscientemente e com plena compreensão domina a morte – o tão temido inimigo
da existência. Descobre que a morte é simplesmente um efeito produzido pela
vida e por sua vontade consciente, e o método para dirigir a substância e
controlar a matéria. Isto chega a ser conscientemente possível por haver
desenvolvido a percepção de dois aspectos divinos: atividade e amor criadores,
e, estando agora focalizado no aspecto mais elevado, sabe que ele é a Vontade,
a Vida, o Pai, a Mônada, o Uno.
Ao
finalizar o estudo da Regra Quatro devemos considerar duas coisas:
- O
método de evocar o aspecto Vontade.
- O
processo para reconhecer o aspecto Vida, a Mônada, o Pai nos Céus.
O
resultado de ambos está descrito nas palavras finais desta regra:
3. As rodas menores nunca devem girar no tempo
nem no espaço. Só a Roda maior deve girar e avançar.
Aqui temos um ponto que desejaria aclarar, uma vez que abre a porta até
novos conceitos, ainda que, todavia, não seja possível defini-los de forma tal
que a massa possa compreendê-los, inclusive os discípulos que leem estas
palavras não o conseguiram plenamente. Somente quem haja recebido a terceira
iniciação os interpretarão corretamente.
A
literatura esotérica se refere repetidas vezes aos fatores tempo e espaço como
se existisse uma diferença básica entre os mundos onde ambos regem e os
aspirantes e iniciados atuam livremente. Constantemente se recorda ao aspirante
que o tempo é de natureza e manifestação cíclica e que o “espaço é uma
entidade”. Deve haver necessariamente alguma compreensão para estes termos se
quisermos que aquilo que a vontade controla (quando evocada) penetre à
consciência conhecedora do pensador.
Espaço e substância são termos sinônimos; substância é o conjunto de
vidas atômicas com as quais estão construídas todas as formas, Esse tema está
abordado extensamente em Um Tratado Sobre
o Fogo Cósmico. Constitui uma verdade científica e ocultista. Sem dúvida,
substância é um conceito da alma e somente conhecida realmente pela alma.
Portanto, depois da quarta iniciação, quando se tenha completado o trabalho da
alma e desapareça o corpo da alma, só resta o que se há realizado na substância
como contribuição – individual, grupal e planetária – na soma total da
manifestação. O único que permanece é um ponto de luz, consciente e imutável,
percebendo dois extremos da expressão divina: o sentido de identidade
individual e o sentido de universalidade. Ambos estão fundidos e mesclados no
UNO, do qual o divino Hermafrodita é o símbolo concreto – a união em um dos
pares de opostos, positivo e negativo, masculino e feminino. Este é o estado de
ser que denominamos monádico, onde não se percebe diferença entre ambos (tratarei
de levar essas ideias ao nível de inteligência do aspirante) porque se sabe que
não existe identidade separada da universalidade nem se pode apreciar o
universal, independentemente do conhecimento individual, e esta compreensão da
identificação de parte do todo, tem seu ponto de tensão na vontade de ser,
qualificada pela vontade ao bem e desenvolvida (desde o ângulo da consciência)
pela vontade de saber.
Na
realidade, são três aspectos da divina vontade que existe em forma perfeita no
Logos Solar e tem seu meio de expressão através do Logos planetário. Portanto,
dita vontade atua de sete maneiras por intermédio das qualidades viventes dos
sete Logos planetários, que se expressam por meio de sete planetas sagrados.
Eles dedicam seus esforços em levar todas as formas de vida dentro da órbita de
Suas influências, na medida em que hajam demonstrado reconhecimento e
comprovado suas existências. Em consequência, é evidente que em cada um dos
sete planetas sagrados predominará um aspecto da divina vontade.
Este é o significado de Espaço – campo onde os estados de Ser são
levados à etapa do reconhecimento. Quando se tenha alcançado essa etapa e o
Conhecedor, a alma, esteja plenamente consciente e possua total percepção,
então se introduz um novo fator que também afeta o espaço – ainda que de forma
distinta – porém se relacionando com a Vida monádica. Esse fator é o Tempo. O
tempo está relacionado com o aspecto vontade e depende da vida dinâmica,
autodirigida, que mediante a periódica ou cíclica aparição, produz e demonstra
a persistência do enfoque dinâmico da intenção.
Do
ângulo da Vontade ou o Pai, essas aparições no tempo e através do espaço são
uma parte tão insignificante da experiência da Entidade vivente em Sua vida em
planos que não são o físico, emocional nem mental, que se os considera como não
vida. Recordar-lhes-ei que para entender isso se deve compreender a totalidade
na luz da parte; ao Macrocosmos na luz do microcosmos. É tarefa difícil e
necessariamente muito limitada.
O
discípulo sabe ou está aprendendo que ele não é isto ou aquilo, senão a Vida
mesmo. Não é o corpo físico ou sua natureza emocional, nem em última análise
(frase muito esotérica), a mente ou aquilo a que ele conhece. Está aprendendo
que isso também deve ser transcendido e superado pelo amor inteligente (o qual
só é possível depois de desenvolver a mente) e começa a conhecer-se como alma.
Posteriormente, chega o terrível “momento no tempo” quando, pendente no espaço,
descobre que ele não é alma. Então, que é? Um ponto da divina vontade dinâmica
focado na alma, chegando à Consciência do Ser pelo emprego da forma. Ele é
Vontade, o regente do tempo, o organizador do espaço. Isso faz, tendo sempre
presente que tempo e espaço são “joguetes divinos” e se pode utilizar ou não da
vontade.
Poderíamos expor as duas últimas frases desta regra, da seguinte
maneira: a evocação da vontade envolve a identificação com o propósito maior.
As pequenas vontades das pequenas vidas devem fundir-se com a vontade maior do
todo. O propósito individual deve identificar-se com o propósito grupal, que
constitui a medida do propósito do Todo ou Vida Una, que as pequenas vidas
podem captar em qualquer momento dado, em tempo e espaço. Neste sentido,
esotericamente compreendido, o tempo é um acontecimento – que a filosofia
tateando para chegar a uma expressão da consciência iniciática, assinala agora.
Ao
final e literalmente, quando se tenha alcançado o fim da senda da evolução e
materializado o plano em tempo e espaço, restará somente o propósito divino e a
Vida omni envolvente. Isso se deve aos giros da grande Roda da Vida que faz
girar as rodas menores, em tempo e espaço. Uma vez que, portanto, o ser humano
é impulsionado primeiramente por este desejo, depois pela aspiração de alcançar
uma meta visualizada, logo pela vontade egoísta que lhe revela a natureza da
vontade: a persistente dedicação a algum propósito considerado desejável, a que
dedica todos os seus esforços. Tendo esgotado todas as metas tangíveis, a vida
interna obriga o homem a ir até o intangível e a qualidade de sua vontade
começa a mudar. Descobre então uma vontade maior que a sua, e lentamente começa
a identificar-se com ela; vai de etapa a etapa, de um propósito alcançado a
outro superior; cada passo o afasta de sua pseudo vontade e o cerca a
compreensão do significado da vontade divina ou propósito.
Poderia dizer-se, a fim de trazer ao claro o método empregado para
realizar o anteriormente dito, que levando a cabo o plano, o discípulo conhece
a natureza do propósito; porém, o propósito em si somente pode captá-lo quem
está desenvolvendo a consciência monádica. Não é a consciência monádica
conforme conhecem os seres humanos, senão este estado de captação que não é
consciência nem conhecimento, segundo entende o místico, nem identificação como
denomina o ocultista, senão algo que aparece quando os três são reconhecidos e
registrados no tempo, dentro da órbita do espaço.
Tendo dito isso, lhes perguntaria se com isso são mais inteligentes, e
de que terá valido escrever estas palavras se não as entendem.
Escrevo
por duas razões. Primeira, porque minhas funções e deveres (como Mestre de
Sabedoria) consistem em introduzir ideias na mente do homem e fazer descer ao
reino das palavras certos conceitos que estão surgindo, de modo a começar a
exercer influência em nível superior dos pensadores, os quais são responsáveis
por precipitar profundamente as ideias na consciência humana. Segunda, escrevo
para a geração que, ao finalizar-se este ciclo, virá expressar ativamente o
pensamento, iniciará a armação, a estrutura e a trama da nova era, a qual começará
com certas premissas que hoje constituem o sonho dos mais exaltados sonhadores
e que desenvolverá a civilização da era aquariana. Esta era futura será
predominantemente de integração, idealismo e consciências grupais, assim como a
era pisciana foi de desenvolvimento e ênfase da personalidade com enfoque e
consciência na personalidade.
O
egoísmo, tal como o entendemos hoje, desaparecerá gradualmente, porque a
vontade do indivíduo se fundirá voluntariamente na vontade grupal. Portanto, é
evidente que isso poderia muito bem acarretar uma situação ainda mais perigosa,
porque o grupo constituiria uma combinação de energias focadas, e a não ser que
ditas energias estejam direcionadas até ao desenvolvimento do Plano (que
coordena e torna possível o propósito divino), teremos a consolidação gradual
das forças do mal e do materialismo sobre a Terra. Não falo por falar; estou
tratando de demonstrar a necessidade de se consagrar indefectivelmente, a quem
esteja espiritualmente orientado, à tarefa de desenvolver a vontade ao bem na
Terra e também demonstrar a absoluta importância de fomentar a boa vontade
entre as massas.
Se
isso não for feito até ao término da terrível depuração global, levada a cabo
até agora, a etapa final será pior do que a primeira (1). O egoísmo individual será substituído pelo egoísmo grupal,
que, em consequência, será mais poderoso por sua dedicação, enfoque e
resultados malignos. As pequenas rodas podem continuar girando em tempo e
espaço, obstaculizando o girar da Grande Roda que – também em tempo e espaço –
é a roda da humanidade. Tanto o Homem Celestial como o ser humano estão
desenvolvendo esta roda de qualidades e atributos divinos.
(1) Nota de Rayom Ra: “Esta
referência do mestre D.K., nos traz à lembrança o fato de que, na atualidade, as
energias que conduzem a uma etapa grupal estão cada vez mais evidentes em todos
os reinos. Vemos a miúde, e mais claramente pelas reportagens em TVs sobre a
vida animal, em como esse instinto grupal atua cada vez mais arrasadoramente nas
ações predatórias das espécies, a usarem de estratégias coletivas a fim de
conquistar suas presas, sejam estas fortes ou fracas. Há claras metodologias
inteligentemente concatenadas e desempenhadas entre as espécies para atingirem
seus objetivos de sobrevivência. Isso vem se tornando cada vez mais eficiente;
prova de que algo a mais acontece no mundo animal.
Entre os homens de todas as sociedades do
mundo, o procedimento grupal ou corporativista em áreas das representatividades
vitais da vida das nações, e na generalidade de todas as profissões, atinge
requintes e meticulosidades para crescentes atos criminosos incrivelmente bem engendrados
e assustadores.
Os objetivos são sempre os mesmos sob as
rédeas do egoísmo impiedoso, na visão de que as riquezas e os bens materiais
obtidos de qualquer maneira e acumulados em grandes escalas – fontes do
deslumbramento – compensarão a todos os riscos profissionais, morais e de
liberdade a que os grupos afanosamente se submetam. Mesmo criminosos
instintivamente violentos, cruéis assassinos, sem a menor piedade e consciência,
que vivem camuflados em suas comunidades, não se furtam a arriscar tudo,
organizando cuidadosos planos de assaltos e roubos a céu aberto, ou em qualquer
outro local onde haja a oportunidade, causando inúmeras vítimas fatais, que
para eles são meros números frios de uma contabilidade macabra.
Não foi por acaso que o grande missionário
Francisco Cândido Xavier alertou da moratória dada por Jesus, um dos regentes
da Terra, em que as populações e mentores governamentais de todas as nações
deveriam se posicionar no sentido de que passassem a conviver com justas e honestas
relações de mútuos auxílios e pacíficas convivências.
De
outro modo, a continuar essas situações hoje verificadas de ódio, mortandade,
exploração e escravidão econômica de nações poderosas em fechados conluios
sobre as nações mais necessitadas e reféns de sistemas mundiais, inúmeras comoções
e catástrofes planetárias, de maiores magnitudes, serão liberadas já a partir
de 2019 para os devidos drenos das energias negras e egoísticas, raízes de
tantos males às famílias humanas.
Esse alerta de Jesus, pela mediunidade de
Chico Xavier, vem encontrar respaldo nas antigas profecias da Franco Maçonaria,
onde a partir de 2019 acontecimentos importantes de ordem mundial se
precipitarão pela Terra, e os anos subsequentes serão igualmente marcantes, principalmente
2022, ano do armagedom.
Porém,
Jesus alerta objetivamente que esses acontecimentos catastróficos irreversíveis
começarão em 2019, inclusive, caso as nações mais responsáveis pelo estado
atual de destruição dos valores humanos não retrocedam de seus objetivos
egoísticos”.
O
aspecto vontade da divindade só pode expressar-se por meio da humanidade, pois
o quarto reino da natureza está destinado a ser o agente da vontade para os
três reinos subhumanos. Portanto, foi essencial que a humanidade desenvolvesse
o espírito includente, e a tendência para a identificação espiritual, como
passo preparatório para o desenvolvimento da resposta ao propósito divino. É
essencial que os discípulos do mundo desenvolvam a vontade ao bem, para que o
comum da humanidade possa expressá-la. A
vontade ao bem dos conhecedores do mundo é a semente magnética do futuro. A
vontade ao bem é o aspecto Pai, ao passo que a boa vontade é o aspecto Mãe, e
por relação de ambos se poderá erigir uma nova civilização, baseada em sólidas
linhas espirituais (ainda que totalmente distintas).
Recomendo que guardem este pensamento em suas consciências, porque significa
que em futuro imediato haverão de nutrir dois aspectos do trabalho espiritual,
pois disso depende a esperança de uma longínqua felicidade e a paz mundial.
Devem chegar ao novo grupo de servidores do mundo e desenvolver nele a vontade
ao bem e também simultaneamente às massas, levando-lhes a mensagem de boa
vontade.
A
vontade ao bem é dinâmica, poderosa e eficaz; está baseada no conhecimento do
plano e na reação ao propósito, tal como o sentem os iniciados em contato
consciente com Shamballa, ou os discípulos que similarmente formam parte da
Hierarquia, que, porém, ainda não podem fazer contato com o Propósito central
ou Vida. Não havendo recebido a terceira iniciação, desconhecem em grau maior à
vibração monádica. Para eles seria tão perigoso fazer contato com Shamballa (antes da terceira iniciação, quando todas as
tendências da personalidade ainda não tenham sido eliminadas) como seria
ensinar às massas as técnicas da vontade, o que seria mais eficaz sua egoística
vontade. A pior dificuldade estriba em que o discípulo destruiria a si próprio
e o homem comum se prejudicaria.
A exegese
da Regra Quatro é necessariamente breve, pois seu significado é tão profundo
que requer ser estudado cuidadosamente frase por frase e, ainda assim, está
muito fora da compreensão da maioria dos leitores. Sem dúvida, será de valor para
os discípulos reflexionar sobre seus distintos significados (há vários) e
implicações esotéricas.
Fonte:
Tratado Sobre Los Siete Rayos – Los Rayos y Las Iniciaciones, Tomo V Siete
Rayos – Por Alice A. Bailey / Mestre Djwal Khull
Tradução Espanhol/Português: Rayom Ra
Rayom
Ra
Http://arcadeouro.blogspot.com.br