terça-feira, 28 de outubro de 2014

As Atividades da Alma Libertada - Aforismo Patânjali / Vyasa

  7. As atividades da alma libertada estão livres dos pares de opostos. As das outras pessoas são de três tipos.

  Notas de Rayom Ra: 1. Iogue na terminologia oriental é, basicamente, o praticante da Yoga. Yoga, entretanto, é um sistema de disciplina, ensino e aperfeiçoamento espiritual bastante extenso na sua filosofia. Quando há referências ao Iogue, como nas compilações dos Aforismos de Patânjali e nas de outros tradicionais autores, a quem os estudos esotéricos são expostos e dirigidos, devemos e precisamos dar aqui no ocidente – segundo entendo – uma forma ou relevo mais abrangente e generalizado ao termo.

  O Iogue é um buscador espiritual, como são os buscadores espirituais do ocidente; assim, este termo oriental pode ser também aplicado no ocidente a um reconhecido esotérico, um ocultista, um aspirante ou neófito dos caminhos internos, um espiritualista: qualquer um que se dedique a buscar a verdade pelos estudos ocultos e suas práticas, e não, unicamente, a um só tipo de praticante da tradicional meditação oriental, segundo a escola adotada, ou especialidade preferida.

  Dentre as muitas faces da Yoga, segundo ainda entendo, há aquela que se molda mais aproximadamente aos movimentos espirituais do ocidente, que é o Karma-Yoga. Esta especialidade é aquela em que o Iogue se coloca investido da idéia missionária, indo ao encontro do mundo para realizar obras de amor, dedicação e entregas absolutas, ou seja, de ajuda incondicional em que a caridade, a filantropia, a religiosidade, a defesa e prática de determinadas ideias políticas justas, mas poderosamente rejeitadas, as árduas e necessárias pesquisas científicas, os inventos tecnológicos, ou outras formas de nelas fazer-se integralmente doador, formam o escopo principal de sua vida. Esse trabalhador, faz parte ou está adentrando na categoria de almas desinteressadas e alheias aos resultados de benefícios pessoais, sem importar-se com sua própria sorte, mantendo-se, assim, norteado por uma idéia nascida e dinamizada em seu íntimo, e por uma vontade férrea de agir sempre como se fora um Salvador do Mundo.

  O mundo viu – e documentou – em tempos mais recentes, o desfile de algumas almas desses naipes que nunca esmoreceram, e assim atingiram patamares elevados nos escalões superiores dos planos espirituais, ou da Hierarquia da Terra.  Felizmente, ainda há almas com iguais disposições que, muitas, agindo no anonimato, segundo seus níveis de entendimento e capacidades, obram incessantemente o Karma Yoga pelos quadrantes do planeta.

  2. Em relação ao Karma, propriamente, é causa e efeito, e não há como não colher os resultados gerados pela mente, desejos e atos físicos. Deste modo, ainda que o conceito de Karma tenha sido revisto pela sabedoria da Hierarquia da Grande Fraternidade Branca Universal, estes aspectos estarão sempre implícitos no Ser.


  Se por um lado, os conceitos revistos visam aliviar a consciência mais experimentada de complexos de culpa ou inferioridade, motivados por indução do inconsciente ou subconsciente (o que é ótimo que os novos conceitos tenham sido recentemente introduzidos), relativamente aos atos presentes ou de passadas encarnações, por outro lado, ações, sendo energias em movimento, quer mentais, astrais ou físicas, aliviam a carga de que somos portadores, quando agindo positivamente, mas quando tratadas negativamente entranham-se em nossas células, causando-nos, nestes casos, desconfortos, pressões e limitações em nossas caminhadas, até que sejam expurgadas.

  Desse modo, continuará existir um regente consciencial a sinalizar orientações para cada unidade-vida ainda não completamente remida, a fim de que cumpra a bom termo o que lhe é necessário e ao que afiançou esforçar-se por alcançar na Terra.  Creio assim.


                                                                  /  /  /  /  /


  Este aforismo expressa o ensinamento em relação à lei do carma de um modo tão caracteristicamente oriental que confunde bastante o estudante ocidental. Uma análise do significado destas palavras e um estudo do comentário do grande instrutor Vyasa podem ajudar a esclarecer o significado. Deve-se também ter em mente que, no quarto livro, estamos tratando dos exaltados estados da consciência, que são alcançados pelos que seguiram os oito meios da ioga e que experimentaram os efeitos da meditação, detalhados no Livro III. O iogue é agora um homem livre, liberto das condições da forma e focalizado em sua consciência, fora dos limites dos três mundos do esforço humano. Ele atingiu o reino do pensamento puro e pode manter sua consciência livre e sem desejo. Assim, embora formule ideias e pensamentos, ele pode efetuar poderosas meditações e controlar “as modificações do princípio pensante”, sem criar condições que possam arrastá-lo de volta ao vortex do plano inferior da existência. Ele está liberto do carma, não dá origem a coisa alguma e nenhum efeito poderá prendê-lo novamente à roda dos renascimentos.

  Em seu comentário Vyasa indica que o carma (ou ação) é de quatro tipos, que assim expressa para nós:

  1. O tipo de atividade que é má, traiçoeira e depravada. Esta é chamada negra. Este tipo de ação é da mais profunda ignorância, da mais densa materialidade ou de deliberada escolha.

  Quando for resultante da ignorância, o desenvolvimento do conhecimento provocará gradualmente um estado de consciência no qual não mais se conhece este tipo de carma. Quando o que chamamos de ação errada é proveniente da materialidade densa, o desenvolvimento gradual da consciência espiritual transforma a escuridão em luz e o carma é novamente anulado.

  Quando, no entanto, for resultado de escolha deliberada, ou da preferência da ação errônea, apesar do conhecimento e em desafio à voz da natureza espiritual, este tipo de carma levará ao que o ocultista oriental chama de “avitchi” ou oitava esfera, um termo sinônimo ao que a idéia cristã chama de alma perdida. Esses casos, no entanto, são raríssimos e se relacionam com o caminho da esquerda e com a prática da magia negra. Embora esta condição implique o corte do mais elevado princípio (o do espírito puro, de suas duas expressões, a alma e o corpo, ou dos seis princípios inferiores), ainda assim, a vida, em si própria, permanece, e, após a destruição da alma em avitchi, ser-lhe-á oferecido um novo ciclo de ser.

  2. O tipo de atividade que não é nem toda boa e nem toda má, que é chamada preta-branca. Diz respeito à atividade cármica do homem comum, que é governado pelos pares de opostos, e cuja experiência de vida é caracterizada por uma oscilação para frente e para trás, entre o que é bondoso, inofensivo e resultante do amor, e o que é duro, maléfico e resultante do ódio. Diz Vyasa:

  “O preto-e-branco é provocado por meios externos, pois neste caso, o veículo de ações cresce, ou causando sofrimento, ou agindo bondosamente para com os outros”.

  Torna-se aparente então que o crescimento da unidade humana e suas qualificações dependem de sua atitude para com os demais e do efeito que tem sobre eles. Assim, traz-se de volta à consciência grupal e se gera ou elimina carma. Assim, também, é a oscilação do pêndulo entre estes pares de opostos gradualmente ajustada até o ponto de equilíbrio ser alcançado, e o homem age corretamente, não porque o bem e o mal o atraiam, cada um por seu lado, mas porque a lei do amor, ou da alma, dirige do alto.

  3. O tipo de atividade chamada branca. Este é o tipo de pensamento vivo e de trabalho, praticados pelo aspirante e pelo discípulo. Caracteriza o estágio do caminho anterior à libertação. Vyasa explica assim:

  “O branco é daqueles que se valem dos meios para melhorar, do estudo e da meditação. Isto depende apenas da mente. Não depende dos meios externos, e não é conseguido, portanto, causando-se prejuízos a outros”.

  É evidente, então, que estes três tipos de carma se referem diretamente:

                  A) Ao plano da materialidade               - o plano físico.
                  B) Ao plano dos pares de opostos      - o plano astral.
                  C) Ao plano do pensamento dirigido   - o plano mental.

  Aqueles cujo carma é branco são os que, tendo feito progresso no equilíbrio dos pares de opostos, estão agora empenhados no processo de sua emancipação consciente e inteligente dos três mundos. Fazem isto através de:
  a) Estudo, ou desenvolvimento mental, através de uma apreciação da lei da evolução, de uma compreensão da natureza da consciência e de sua relação, de um lado com a matéria, de outro com o espírito.

  b) Meditação, ou controle da mente e a criação, assim, do mecanismo que dá a alma o controle dos veículos inferiores e torna possível a revelação do reino da alma.

  c) Não agressão. Nenhuma palavra, pensamento ou ação que provoque dano a qualquer forma através da qual a vida de Deus se esteja expressando.

  4. O último tipo de carma é descrito como – nem branco, nem preto. Não se gera carma de espécie alguma; não se produzem efeitos, através de processos iniciados pelo iogue, que possam prendê-lo ao lado forma de manifestação. Agindo como ele o faz, do ponto de vista do desapego, nada desejando para si, seu carma é nulo e seus atos não produzem efeito algum sobre ele próprio.


Fonte: A Iluminação da Alma, Livro IV, Iluminação – A.A. Bailey.
            Lucis Publishing Company, N.Y. –Lucis Press Ltda – London.


Rayom Ra
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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Os Nomes dos Arcontes e a Cerimônia de Purificação


                     Trechos extraídos do Livro da Fiel Sabedoria (Pistis Sophia)
                               [Mais sobre Pistis Sophia em A Igreja Gnóstica]

                                                  OS NOMES DOS ARCONTES

  Maria, continuando a falar, disse a Jesus: 

  – Senhor, qual é a forma das trevas exteriores e quantos lugares de tormentos elas encerram?

  Jesus respondeu:

  – As trevas exteriores são um grande dragão cuja cauda está dentro da goela e ele está fora do mundo e envolve todo o mundo. Ele encerra grande número de lugares de tormentos e estes lugares compreendem doze divisões, consagradas a terríveis suplícios. Em cada uma dessas divisões está um arconte e a figura desses arcontes é diversa e eles se transformam, tomam alternadamente a forma um do outro. 
  
 O primeiro arconte, presidindo a primeira divisão, tem a forma de um crocodilo cuja cauda penetrou em sua goela e da goela desse dragão saem o gelo, a peste, o frio da febre e todas as espécies de doenças. O nome verdadeiro que ele tem no lugar onde reside é Enchtonim.

  O arconte que está na segunda divisão tem a cara de um gato e se chama, no lugar onde habita, Khurakhar. 

  
  O arconte que se encontra na terceira divisão tem a forma de um cão e no lugar em que está tem o nome de Arkharôkh.

  O arconte da quarta divisão tem a forma de uma serpente e se chama Akhrôkhar.

  O arconte que tem sua morada na quinta divisão tem a forma de um bezerro negro e se chama Markhour.

 O arconte que habita a sexta divisão tem a figura de um javali e seu nome é Lamkhamôr.

  O arconte da sétima divisão tem a forma de um urso e se chama Lokhar.

 O arconte que ocupa a oitava divisão tem a forma de um abutre e se chama Laraokh.

 O arconte que se encontra na nona divisão tem a forma de um basilisco e é chamado Arkheôkh.

  Na décima divisão existe um grande número de dragões e o chefe deles se chama Xarnarôkh. 

El Dragón Rojo y la Mujer vestida de Sol, William Blake (1805/1810) 

  A décima primeira divisão encerra igualmente grande quantidade de arcontes tendo cada um sete cabeças de gato e têm por chefe um arconte que, nesse lugar, traz o nome de Rokhar.

  Na décima segunda divisão, há uma multidão de arcontes, mais numerosos que em qualquer outra; cada um deles têm sete cabeças com caras de cão e o chefe deles se chama, nesse lugar onde ele está amarrado, Khrêmaôr.

  São esses os arcontes das doze divisões, que estão localizados no interior do dragão das trevas exteriores. Cada um deles muda de nome e altera a forma de hora em hora. As doze divisões têm, cada uma, uma porta que abre para cima, de modo que o dragão das doze trevas exteriores, que se compõem de doze divisões, morada da obscuridade, torna-se rei de cada divisão quando ela se abre para cima e um anjo das regiões superiores vela sobre cada uma das portas dessas doze divisões e foi posto lá pelo éon, o primeiro homem, o guardião da luz, o deão da primeira ordem, para que o dragão e todos os arcontes fiquem nos lugares que lhes são atribuídos.
E aconteceu que, após ter sido crucificado, Nosso Senhor ressuscitou de entre os mortos no terceiro dia. E seus discípulos, reunidos ao redor dele, oravam, dizendo-lhe:

  – Senhor, tem piedade de nós, que abandonamos nosso pai, nossa mãe e o mundo inteiro e te seguimos.

  Então Jesus, estando entre seus discípulos e próximo do mar que se chama o Oceano, fez esta prece, dizendo:

  – Escuta-me, meu Pai, Pai de toda paternidade e infinita luz: aeiou, ao aoi, ôiapsinother, thernops, nopsither, zagoyrê zagoyrê, nethmomaoth, nepsiomaoth, marachachtha, thobarrabai, tharnachachan, zorokothora, Ieou, sabaoth.

  E enquanto Jesus dizia essas palavras Tomé, André, Tiago e Simão Cananeu estavam no ocidente, tendo os rostos voltados para o oriente, Filipe e Bartolomeu estavam ao sul, tendo os rostos voltados para o norte. Os outros discípulos e as mulheres que eram discípulas de Jesus estavam atrás dele. Jesus se mantinha de pé perto do altar e Jesus, voltando-se para os quatro cantos do mundo com seus discípulos, todos vestidos com túnicas de linho, disse:

  – Iaô, Iaô, Iaô. Eis o significado desta palavra: iota significa que o universo foi emanado; alfa que ele voltará para o lugar de onde saiu; ômega, que será o fim dos fins.

  E, tendo pronunciado essas palavras, Jesus disse:

  – Iaphtha, iaphtha, moinmaêr, ermanoier, ermanoier. O que significa: Pai de toda a paternidade, dos infinitos, tu me ouvirás por causa de meus discípulos que eu trouxe diante de ti, porque eles acreditaram em todas as palavras de tua verdade e farás todas as coisas pelas quais eu te clamei, pois conheço o nome do pai do tesouro da luz.

  E Jesus clamou novamente, dizendo o nome do pai do tesouro da luz e disse:

– Que todos os mistérios dos arcontes e dos anjos e dos arcanjos e todas as forças e todas as coisas dos deuses invisíveis os conduzam para o alto para dispô-los à direita!

  E nesse instante todos os céus se viraram para o ocidente e os éons e a esfera e seus arcontes e todas as suas potências fugiram para o ocidente à esquerda do disco do sol e do disco da lua. O disco do sol era um grande dragão cuja cauda estava em sua boca. Ele subia nas sete potências da esquerda e foi arrastado por quatro potências que tinham a forma de cavalos brancos. A base da lua tinha a figura de um navio puxado por dois bois brancos, que estavam atrelados a ele e que dirigiam um dragão macho e um dragão fêmea. Uma figura de criança colocada na popa dirigia os dragões que tiravam a luz dos arcontes, a figura de um gato estava diante dele. E o mundo inteiro e as montanhas e os mares fugiram para o ocidente do lado esquerdo. E Jesus e seus discípulos permaneceram no meio das regiões do ar, nos caminhos do caminho do meio que fica acima da esfera. E eles vieram na primeira divisão que fica no meio. E Jesus estava no meio dos ares com seus discípulos. E os discípulos de Jesus lhe disseram:

  – Em que lugar estamos?

  Jesus lhes disse:

– Este é o lugar do caminho do meio. Pois sucedeu que, quando os arcontes de Adão se revoltaram, eles persistiram em se entregar a ações pecaminosas, procriando arcontes e anjos e decanos. Então Ieu,(*) o pai de meu pai, saiu da direita e se ligou a uma heimarméné da esfera. Lá estavam doze éons: Sabaoth Adamas estava sobre seis e Iabraoth, seu irmão, acima dos outros seis.
  (*) Também revelado como Jéu – Nota de Rayom Ra

  Então Iabraoth teve fé nos mistérios da luz com seus arcontes e agiu de acordo com os mistérios da luz e deixou os mistérios da união culpável. Mas Sabaoth Adamas continuou a fazer atos de união culpável com seus arcontes. E Ieu, o pai de meu pai, tendo visto que Iabraoth possuía a fé, arrebatou-o e a todos os seus arcontes que compartilhavam de sua fé.

  Recebendo-o na esfera, ele o conduziu ao ar puro, diante da luz do sol, entre as regiões dos que pertencem ao meio e entre as regiões do invisível de Deus. Ele o colocou lá com os arcontes que tinham tido fé nele e, levando Sabaoth Adamas com seus arcontes que não tinham feito as obras dos mistérios da luz, mas que persistiam em fazer as obras da união pecaminosa, ele os amarrou na esfera, ligando mil e oitocentos arcontes e, entre todos os éons, colocou trezentos e sessenta sobre eles. E pôs cinco outros grandes arcontes sobre os trezentos e sessenta arcontes e sobre todos os arcontes acorrentados e esses cinco arcontes são, no mundo do gênero humano, chamados por estes nomes: o primeiro se chama Cronos (Saturno), o segundo Ares (Marte), o terceiro, Hermes (Mercúrio), o quarto, Afrodite (Vênus), o quinto, Zeus (Júpiter).

  E Jesus, continuando a falar, disse:

  – Escutai mais um pouco que eu vos conto seus mistérios. Aconteceu que, quando Ieu os amarrou assim, puxando uma grande potência para fora do grande Invisível, ele a amarrou naquele que se chama Cronos e puxando outra potência de Ipsantachoinchainchoichêoch, que é um dos três deuses de triplos poderes, ligou-a em Ares e puxando outra potência de Xaïnchôôôch, que é um dos três deuses de triplos poderes, ele a ligou em Hermes e puxando ainda uma potência da Fiel Sabedoria, filha de Barbelo, amarrou-a em Afrodite.

  E pensando que eles tinham necessidade de um leme para dirigir o mundo e os éons da esfera, para que sua malícia não perdesse o mundo, ele subiu para o meio, levando consigo a potência do pequeno Sabaoth, o bom, o que pertence ao meio, e a ligou a Ares, porque ele é bom, a fim de que sua bondade os dirigisse.

  E regulou a conversão de sua marcha de modo que passasse treze meses em cada estação, para que cada um dos arcontes ao qual ele chegasse ficasse fora do estado de exercer sua maldade. E deu-lhe por companheiros doze éons vindos da região dos que pertencem a Hermes. Na primeira vez eu vos disse os nomes dos cinco arcontes do modo como os chamam os homens do mundo. Escutai, pois vos direi os seus nomes que são os seguintes: Orimoith é Cronos; Moinichoiaphor é Ares; Tarpetanoiph é Hermes; Chosi é Afrodite; Chombal é Zeus. Esses são seus nomes.

                                                A CERIMÔNIA DE PURIFICAÇÃO

  E Jesus e seus discípulos permaneceram nas montanhas da Galileia. E os discípulos, continuando a se dirigir a ele, disseram:

  – Quando é que operaste a remissão dos pecados que cometemos e que nos tornarás dignos do reino de teu Pai?

  E Jesus lhes disse:

  – Em verdade eu vos digo, posso não somente resgatar vossos pecados, mas também vos tornar dignos do reino de meu Pai e vos dar o mistério da redenção dos pecados sobre a terra, a fim de que aquele a quem perdoardes os pecados sobre a terra, sejam-lhes perdoados nos céus e aquele a quem tiverdes ligado sobre a terra, seja ligado aos céus. Eu vos darei o mistério do reino dos céus, a fim de que o façais conhecido dos homens.

  E Jesus lhes disse:

  – Trazei-me o fogo dos ramos da palmeira.

  E eles lhe trouxeram tudo o que pedia. E, levando a oferenda, colocou dois vasos de vinho, um à direita e um à esquerda. Colocou a oferenda na frente e pousou o cálice de água diante do vaso de vinho que estava à direita e pousou o cálice de vinho diante do vaso de vinho que estava à esquerda e pousou os pães arrumados em fila no meio dos cálices. E pousou o cálice de água atrás dos pães e Jesus, mantendo-se diante da oferenda, pôs seus discípulos atrás dele, todos vestidos com trajes de linho, tendo nas mãos o sinal do nome do Pai dos tesouros da luz.

  E exclamou, dizendo:

  – Ouve-me, meu Pai, Pai de todas as paternidades, eu vos escolho para acabar com os pecados e para purificar de todas as faltas. Tira os pecados destes discípulos que me seguem e purifica-os de suas faltas, a fim de que eles sejam dignos de entrar no reino do meu Pai. Pai do tesouro da luz sê-lhes propício, porque eles me seguiram e observaram meus mandamentos. Agora, meu Pai, Pai de toda paternidade, que eles venham, os que redimem os pecados, cujos nomes eu direi. Escutai-me, tirai os pecados destas almas e extingui suas faltas. Que elas sejam dignas de ser admitidas no reino de meu Pai, Pai da luz, pois conheço tuas grandes potências e as invoco: Auer, Bebrô, Athroni, Heoureph, Souphen, Knitousochreôph, Mauônbi, Mneuor, Souôni, Chôcheteôph, Chôchê, Anêmph.

  Tirai os pecados destas almas, extingui as faltas que eles fizeram voluntária e involuntariamente e o que fizeram no deboche e no adultério até o dia de hoje; tirai-lhes as faltas e que eles sejam dignos de entrar no reino de meu Pai, estes que participam desta oferta, ó meu santo Pai. Se estiveres, pois, me ouvindo, meu Pai, e se tiras os pecados destas almas e apagas suas faltas, tornando-as dignas de penetrar em teu reino, dá-me um sinal nesta oferenda.

  E o sinal foi dado, como Jesus pedia.

  E Jesus disse a seus discípulos:

  – Rejubilai-vos e permanecei na alegria porque vossos pecados foram redimidos e vossas faltas apagadas e estais dignos de ser admitidos no reino de meu Pai.

  E quando ele falou assim os discípulos sentiram uma imensa alegria. E Jesus lhes disse:
  – Tal é a razão e tal é o mistério que fareis aos homens que forem fiéis e nos quais não exista nenhuma fraude e que escutarem vossos sermões com o coração puro. Seus pecados e suas faltas serão apagados até o dia presente, quando lhes dareis este mistério. Mas escondei este mistério e não o reveleis a qualquer homem, a não ser que ele pratique todas as coisas que eu vos disse nos mandamentos que vos dei, pois esse é o mistério do batismo dos que lhes tiram os pecados e apagam suas faltas. É o batismo da primeira oferta que conduz à região da verdade e ao interior da região da luz.

Tradução: Bellouesus /|\

Fonte: http://bellodunon.com/

Rayom Ra
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domingo, 19 de outubro de 2014

Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XXII)



                                       O VALOR DA ALIMENTAÇÃO NATURAL

  Servidores,

  Neste Nosso trabalho sobre exercícios de autopurificação e auto-realização, não podemos deixar de chamar as vossas atenções para o valor de uma alimentação natural e, portanto, muito mais saudável para o corpo físico e o corpo espiritual.

  Sendo este um tema já por demais conhecido por todos vós não Nos alongaremos nele. No entanto, achamos que vale a pena ressaltar alguns itens já conhecidos de todos vós, mas que sentimos a necessidade de frisar mais uma vez. Isso para os vossos estudos e uma maior reflexão.

  Por que ressaltamos a necessidade do homem ter por base uma alimentação natural? Esta é uma pergunta que os não simpatizantes de práticas meditativas sempre colocam.
  Dizemos-vos, servidores, que para o homem comum, acostumado a um regime alimentar mal estruturado, onde as proteínas de origem animal compõem o seu cardápio diariamente, é muito difícil aceitar um regime naturalista sem fazer restrições. A maior delas é a queixa de que se sentem enfraquecidos quando ficam dois ou três dias sem ingerir carne. Sabemos que essa reclamação é verdadeira, mas sabemos também que tudo isso é uma idéia errada sobre a alimentação que ingerem. E, portanto, essa fraqueza sentida é um produto da mente que sugere a lembrança, naquela emanação de vida, de que, sem a alimentação a que está acostumado, corre o risco de enfraquecer a tal ponto que possa levá-lo a contrair uma doença séria. No entanto, todos Nós sabemos que, ao ser ingerida, a proteína animal demora de três a quatro dias para ser totalmente assimilada pelo organismo, o que Nos leva a considerar como produto da mente a fraqueza sentida nesse curto espaço de tempo.

  Para os filhos da Luz que realmente desejam obter maior compreensão, e ao mesmo tempo auxiliar a sua aceleração evolutiva, que certamente culminará com a resposta vinda da Poderosa Presença Eu Sou em seus corações, é muito importante a observância de um regime alimentar correto.
  Todos vós sabeis que o animal, apesar de irracional, se apercebe do perigo na hora em que é levado ao abatedouro, e esse apercebimento causa-lhe medo. Tal sensação, nesse momento, aumenta em grandes proporções a taxa de adrenalina no animal, que se espalha na sua corrente sanguínea. Como o animal é morto imediatamente após ter essa descarga, é lógico que essa carne fica injetada por essa substância.

  É esta uma das razões pela qual somos favoráveis a um regime alimentar natural. Ainda podemos levar em consideração a necessidade da não agressão a qualquer forma de vida como um fator de suprema importância para aquele que procura ter o encontro com o Doador de Vida, presente em seu coração e em todas as formas vidas. Poderíamos ainda tecer outras considerações sobre o valor de um regime natural e bem balanceado, mas vamos deixar que essas fiquem ao vosso critério de estudo e pesquisa.

  Sabemos que existem dificuldades para se fazer uma mudança radical na alimentação, por vários fatores, que em nossos estudos qualificamos como empecilhos e causas de esmorecimentos para aqueles que tencionam aderir a um novo regime alimentar. Esses fatores são os seguintes a Nosso ver: o novo regime alimentar que gera problemas domésticos; a família que geralmente assume um papel antagônico quando um de seus membros adere a um novo regime alimentar que foge aos padrões aceitos dentro do quadro familiar, e ainda existe o fator econômico e o maior tempo necessário para o seu preparo.

  Temos a dizer-vos, discípulos servidores, que não queremos que façais sacrifícios que acabarão por esmorecer a vossa vontade e tenderão, infalivelmente, por afastar-vos dos vossos nobres propósitos. Se ainda não sois um adepto da alimentação natural, ide devagar. Começai por diminuir em vosso cardápio a proteína animal. Primeiro, abstende-vos dela uma vez por semana; depois, ide retirando-a e substituindo-a gradativamente por outras proteínas de origem vegetal, até que a primeira não faça mais parte de vossa alimentação.

  Podeis, também, no princípio de vosso regime, substituir a carne vermelha e não congestionada por descargas de hormônios de nenhuma espécie. No entanto, no futuro, temos certeza, ireis aos poucos a eliminando também do vosso regime alimentar.

  Mas atentai para o seguinte fato: essa mudança deve ser feita sem causar-vos sofrimentos de nenhuma espécie. É necessário que aprendais a agir com equilíbrio. Se sentirdes no princípio do vosso novo regime a necessidade de ingerir a proteína animal, procurai resistir o mais que puderdes. Porém, se o apelo for maior do que a vossa resistência, dai ao vosso organismo aquela proteína solicitada, e ele silenciará, dando-vos a oportunidade de retomardes, a seguir, a vossa meta novamente. Todavia, procurai educar a vossa mente para não terdes que ceder sempre.

  A importância do regime natural, na vida do homem espiritualista, é a de proporcionar-lhe um corpo mais saudável e, principalmente, mais leve para os exercícios a que se propõe fazer. Um homem super-alimentado, com o organismo encharcado com proteína animal, jamais conseguirá acalmar o corpo e disciplinar a mente para o trabalho de meditação.

  Para aqueles servidores que já de há muito aderiram a um regime natural, salientamos a importância do jejum como uma forma perfeita de purificação orgânica e autocontrole. Ressaltamos, no entanto, mais uma vez, que ele deve ser feito com uma grande cautela, para não causar prejuízos àqueles que o praticarem. Podeis fazê-lo uma vez por semana ou uma vez por mês, isso fica a vosso critério. Ou, então, sempre que sentirdes a necessidade de propiciar ao vosso organismo um descanso.

  O jejum pode ser total, sem a ingestão de nenhum alimento pelo espaço de doze a vinte e quatro horas, de acordo com a tolerância de cada um. Tempos maiores somente devem ser praticados sob a observação rigorosa de profissionais versados em orientação alimentar e com a assistência do clínico. O jejum pode também ser com a ingestão de frutas; esse é um exercício eficaz para a vossa vida espiritual, já que as frutas são as vitaminas para o vosso corpo etérico, fortalecedores da parte espiritual que existe em todos vós.

  Praticai com atenção a qualquer um dos regimes que escolherdes como o melhor para a vossa saúde. No entanto, mesmo no regime alimentar natural há de se ter moderação. Quantidade não é qualidade, e torno-vos a repetir, encarecendo a necessidade de aprenderdes a balancear a vossa alimentação de forma adequada.

  As verduras, os legumes, os frutos, os cereais e os feijões são as melhores opções para a vossa alimentação. Como fontes de proteína animal de grande valor, temos o leite e seus derivados. Os ovos de granja são recomendados como um excelente restaurador dos glóbulos vermelhos na massa sanguínea. Devem, no entanto, ser utilizados somente duas vezes por semana; isso para não aumentar a taxa de colesterol no sangue do homem. Já sabemos de vossa curiosidade sobre a Nossa menção aos ovos de granja. Explicamos-vos, servidores, esses ovos não são fecundados e, portanto, o sêmen da Vida não está presente. Dessa maneira, podeis fazer uso deles, se assim o desejardes ou se forem necessários para o tratamento de anemias, certos de que não estareis agredindo a Vida.

  Nunca vos senteis para meditar com o estômago cheio. Isso vos causaria perturbações digestivas, sonolência, além de um grande acúmulo de gases. É aconselhável que observeis um período de mais ou menos três horas entre a vossa alimentação e a prática da meditação.

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  Sugerimos-vos, como excelente vitamina para os nervos e para o espírito, ingerirdes em jejum o suco de lima adoçado com mel. Essa é uma bebida apreciada em Nossos Ashrans e lamaserias pelos Nossos discípulos. Deveis ingeri-la sempre em jejum para obterdes os resultados desta bebida mágica, de preferência uma ou duas horas antes de vossa primeira refeição matinal. Ela agirá como um ótimo adstringente estomacal, um relaxante para os vossos nervos, e como excelente vitamina para o vosso corpo espiritual.

  Vosso Instrutor,
                                                    Djwal Kuhl

Fonte: Exercícios Para Autolibertação - FEEU

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                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (IX)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (X)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XI)                       
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XII)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XIII)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XIV)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XV)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XVI)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XVII)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XVIII
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XIX) 
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XX)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XXI)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XXII)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XXIII)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XXIV)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XXV)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XXVI)
                           Instruções Excelsas aos Servidores da Luz - (XXVII)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XXVIII)
                           Instruções Excelsas aos Discípulos da Luz - (XXIX)

Rayom Ra
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